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Aluno(a): Viviany Francisca Pacheco Martins
Polo: Itaperuna
Matrícula: 18113120176
 AD1 de Literatura Brasileira V
 
1- Cruz e Souza foi o nome do poeta simbolista de maior destaque no Brasil. Obras suas como "Missal" e "Broqueis" inauguraram o movimento. Nascido onde hoje conhecemos por Santa Catarina, ele era filho de escravos alforriados então nasceu livre. Ele foi criado e educado pela família de aristocratas a quem anteriormente seus pais pertenciam. Sua relação com eles era tão profunda que ele recebeu e carregou consigo o sobrenome da família.
 Durante toda a sua vida, ele sofreu com o preconceito racial, mas não se deixou abalar e lutou contra a escravidão e o racismo. Apesar disso, muitos o acusaram de exaltar a branquitude e negar a própria cor em seus versos. Isso fez com que suas primeiras obras não fossem nada bem recebidas pela critica. Seu impulso criativo era tão a frente do que era comum, que acabou sendo incompreendido e mal interpretado. A visão que os críticos tinham de suas obras eram equivocadas, ele não exaltava cegamente a branquitude e sim a retratou tal como a negritude era retratada em poemas naquela época.
 Cruz e Souza colocou a mulher branca no mesmo patamar erótico que antes atribuído somente às negras, tanto na sociedade quanto na literatura. A mulher branca que antes era vista como um símbolo de pureza e castidade, deixou de ser apenas contemplada e passou a ser desejada em toda sua sexualidade, o que era escandaloso para a sociedade de então.
 Em outros textos de sua autoria, sua origem afro brasileira aparece com todo vigor. O autor traz a tona a problemática em ser um intelectual negro, e a quantidade de empecilhos encontrados no caminho apenas por esse fato. Para o autor, a arte deve desprender-se de ideias pré-concebidas, pois sua grandeza supera qualquer fator de ordem social ou racial. Dessa forma, critica o racialismo que condena certos povos à ignorância eterna.
 É importante ainda citar o uso que Cruz e Sousa faz dos símbolos cristãos, contrariando o sentimento religioso ocidental. Lida audaciosamente com esses signos e, assim, insinua sua revolta contra a elite burguesa, branca e cristã que dominava – e domina – a sociedade brasileira e que o marginalizava; o poeta não aceita a religião e a cultura como são impostas, posto que, pobre e negro, não se identificasse com elas.
 Concluímos assim que Cruz e Souza foi um poeta de singular habilidade com o trato da palavra, simbolista representativo de seu tempo e intelectual negro consciente de sua condição e de seus propósitos.