Buscar

CERVICITES

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

GINECOLOGIA E OBSTETRÍCIA Carolina Ferreira 
 
-São processos infecciosos e inflamatórios alojados dentro do canal endocervical ou inflamações da mucosa 
endocervical, que, embora sejam assintomáticas em 70 a 80% dos casos, se ñ tratadas acarretam DIP, infertilidade, 
dor pélvica crônica e gestação ectópica 
-Os agentes etiológicos + comuns são Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, 
embora outros agentes possam estar envolvidos no processo infeccioso — Mycoplasma 
hominis e Ureaplasma urealyticum. Portanto, trata-se de IST. 
-Fatores de risco: mulheres sexualmente ativas c/ menos de 25 anos; novo parceiro sexual; 
múltiplos parceiros sexuais; mulheres c/ parceiros c/ IST; história prévia ou presença de 
outra IST e uso irregular de preservativos. 
Manifestação clínica: secreção mucopurulenta c/ descarga presente pelo orifício externo do 
colo do útero, sangramento devido a colo friável; possível prurido, disúria, urgência 
miccional, dispareunia, sangramento intermenstrual ou pós-coito. A presença de dor sugere 
comprometimento do trato genital acima do orifício interno do colo uterino. À microscopia, 
observam-se leucócitos 
polimorfonucleares. 
-Exame físico: material mucopurulento pelo orifício 
externo do colo, sangramento ao toque da espátula ou 
swab, c/ possibilidade de dor à mobilização do colo 
quando houver evolução p/ o quadro de doença 
inflamatória pélvica. Um nº significativo de portadores é 
assintomático quanto a gonococo ou Chlamydia. Deve-se 
convocar o parceiro sempre, p/ avaliação e possível 
tratamento. Ao exame físico, observam-se corrimento 
mucopurulento pelo orifício externo do colo e colo edemaciado, eritematoso e friável. 
-Diagnóstico: é feito pela clínica. Gram p/ o diagnóstico de diplococo Gram negativo — gonococo — ñ é + realizado, 
pela sua baixa sensibilidade na mulher (30%). Se houver dúvida, pode-se realizar cultura de amostras endocervicais e 
uretrais ou ainda testes sorológicos. Os exames + indicados e que apresentam a > acurácia são os testes de biologia 
molecular p/ o gonococo e a Chlamydia (PCR). Este exame deve ser coletado diretamente da secreção cervical. 
 Os testes que apresentam a > acurácia p/ diagnóstico laboratorial são os de biologia molecular. 
-Tratamento: dada a alta prevalência de infecção coexistente por gonococo 
e Chlamydia, cerca de 40 a 50% dos casos, e a dificuldade na realização do 
diagnóstico diferencial, recomenda-se sempre o tratamento combinado 
para os dois agentes. É preciso lembrar que o tratamento recomendado p/ 
as infecções por Chlamydia é a azitromicina, pela sua praticidade 
posológica. Todavia, a doxiciclina por 7 dias também é considerada como 
tratamento de 1º linha. Lembre-se de que essas recomendações servem p/ 
as cervicites por Chlamydia quando ñ há diagnóstico de Doença 
Inflamatória Pélvica (DIP). Quando a paciente c/ cervicite fecha critérios p/ o diagnóstico de DIP, o tratamento 
recomendado é doxiciclina, por 14 dias, associada à ceftriaxona e ao metronidazol. P/ infecção gonocócica 
disseminada, utiliza-se ceftriaxona 1 g, Intramuscular (IM) ou Intravenosa (IV) e azitromicina 1 g/d por 7 dias. P/ 
conjuntivite gonocócica no adulto, utiliza-se, por sua vez, ceftriaxona 1 g, IM, dose única. 
-Complicações: 
o Gestantes: prematuridade; ruptura prematura de membranas ovulares; perdas fetais; retardo de crescimento intrauterino; febre 
puerperal e endometrite puerperal. 
o Recém-nascidos: conjuntivite — principal; sepse; artrite; abscesso de couro cabeludo; pneumonia; meningite; endocardite e 
estomatite. 
 
SÍNDROME URETRAL 
-É a ocorrência de sintomas sugestivos de infecção do trato urinário — disúria, polaciúria e urgência miccional — 
cujo exame de urina tipo I apresenta leucocitúria e a urocultura é negativa. Essas pacientes são frequentemente 
tratadas p/ infecção urinária sem melhora do quadro clínico. Trata-se de uma infecção uretral pela Chlamydia 
trachomatis. Como a bactéria tem comportamento intracelular obrigatório, ñ costuma ser detectada na urocultura. 
A paciente deve ser tratada c/ azitromicina ou doxiciclina.

Continue navegando