Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Cólera Quando suspeitar clinicamente que o paciente possa apresentar cólera? Qual a diferença das outras enterocolites bacterianas? A cólera é uma doença diarreica secretora e aguda resultante da contaminação por cepas produtoras de toxinas da bactéria gram-negativa Vibrio cholerae. A forma grave da doença é caracterizada pela perda profunda de líquidos e eletrólitos nas fezes e a rápida instauração de um quadro de choque hipovolêmico, que costuma ocorrer dentro de 24h do início das manifestações como vômitos e diarreia. Existem várias espécies de Vibrio, que são patogênicas tanto para o homem, quanto para outros vertebrados aquáticos, dentre os mais potentes podemos citar: V. cholerae, V.mparahaemolyticuse, V. vulnificu. Todos são bacilos gram-negativos, retos ou curvos, flagelados e anaeróbios facultativos. O período de incubação para Shigella é 1 a 4 dias. A apresentação mais comum, diarreia aquosa, é indiferenciável de outras infecções bacterianas, virais e causadas por protozoários que induzem atividade secretora de células epiteliais intestinais. Febre pode estar presente. Em adultos, os sintomas iniciais de shigelose podem ser: Episódios de dor abdominal em cólica Urgência para defecar (tenesmo) Deposição de fezes moldadas que alivia temporariamente a dor Esses episódios recorrem com gravidade e frequência crescentes. A diarreia torna-se marcante, com fezes moles ou líquidas contendo muco, pus e frequentemente sangue. Prolapso retal e consequente incontinência fecal podem resultar de tenesmo grave. Em crianças pequenas, o início é súbito, com febre, irritabilidade ou sonolência, anorexia, náuseas ou vômitos, diarreia, dor abdominal, distensão e tenesmo. Dentro de 3 dias, sangue, pus e muco aparecem nas fezes. A frequência das fezes pode aumentar ≥ 20/dia e a perda ponderal e a desidratação tornam-se graves. Sem tratamento, uma criança pode morrer nos primeiros 12 dias. Se a criança sobreviver, os sintomas agudos diminuem por volta da 2ª semana. Embora os quadros leves de cólera possam ser clinicamente indistinguíveis de outras doenças diarreicas, a perda constante e rápida de fluidos e eletrólitos torna a cólera grave uma entidade clinicamente distinta. O sintoma patognomônico de cólera é a passagem de fezes abundantes em “água de arroz”, fezes que se caracterizam com aspecto aquoso e com manchas de muco. Normalmente as fezes têm odor de peixe, são incolores e sem tenesmo. Em adultos a produção de fezes pode chegar a um litro por hora, em casos graves. Essa taxa de perda não é comumente observada em outras patologias causadoras de doença diarreica. Além disso, a concentração de sódio, bicarbonato e potássio costuma ser bem alta em pacientes com cólera. Em pacientes tratados com reidratação adequada, a diarreia tende a ser mais grave nos dois primeiros dias e termina entre quatro e seis dias. A perda de volume total ao longo da doença pode chegar a 100% do peso corporal. A perda abrupta de eletrólitos e fluidos pode deixar como sequelas importantes a hipovolemia e anormalidades eletrolíticas. Pacientes com grau de hipovolemia alto podem manifestar olhos encovados, pele fria e úmida, boca seca e turgor cutâneo diminuído, ou então, pés enrugados, conhecidos como “mãos de lavadeira”. Na maioria das vezes os pacientes são apáticos e letárgicos. Alguns outros sintomas comuns, mas não obrigatórios, são vômitos de caráter aquoso e cólicas abdominais (não classicamente associada à disenteria). Logo, evidencia-se que a principal divergência entre a cólera e outras enterocolites bacterianas é justamente a perca profunda de líquidos e eletrólitos por meio das fezes, em decorrência do grande volume de perca, além do aspecto aquoso e presença de manchas de muco. REFERÊNCIA MOREIRA, Jaqueline Silvana. EXTRAÇÃO, PURIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DE SUBSTÂNCIA ANTAGONISTA PRODUZIDA POR Shigella sonnei. Belo Horizonte,2011. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas (Microbiologia)) - Universidade Federal de Minas Gerais, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Disponível em: https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-99VGLK/1/monografia_jaqueline.pdf. Acesso em: 26/08/2022. BUSH, Larry M; VAZQUEZ-PERTEJO, Maria T. Shigelose (Disenteria Bacilar).2020. Manual MSD. Disponível em: https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram- negativos/shigelose. Acesso em: 26/08/2022. https://repositorio.ufmg.br/bitstream/1843/BUOS-99VGLK/1/monografia_jaqueline.pdf https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/authors/vazquez-pertejo-maria https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-negativos/shigelose https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/doen%C3%A7as-infecciosas/bacilos-gram-negativos/shigelose
Compartilhar