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Logística Internacional Unidade 01 Ao término deste capítulo você será capaz de entender como a logística na economia globalizada atua e tem papel relevante. Essa condição lhe auxiliará a compreender várias situações. A correta compreensão auxiliará na tomada de decisão precisa e com qualidade. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Economias globais A globalização oferece desafios e oportunidades para as estratégias logísticas e para as operações na cadeia de suprimentos. Como oportunidades compreende o incremento de mercados, gama maior de opções de produção com uma gama de vantagens absolutas ou relativas, quando analisamos em relação aos recursos humanos e materiais. Algumas áreas do mundo podem oferecer economia de escala expressiva em função de salários menos expressivos; já outras oferecem flexibilidade devido à especialização. Em termos de desafios encontrados temos ambientes operacionais logísticos mais exigentes, analises de custo total e segurança mais complexas (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). A grande maioria das empresas no mundo tem um certo nível de operação global, pois trabalham com matérias-primas ou produtos originados de outros países ou ainda tem clientes empresas de outros países. Muitas empresas estão envolvidas no fornecimento e na entrega global. As empresas que operam globalmente devido à busca por fornecedores e produção mais baratos, também existem muitos outros motivos (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). As principais razões pelas quais as empresas desenvolvem capacidades globais podem ser analisadas no Quadro 1 que relaciona os objetivos das organizações que buscam a globalização ou ser globalizadas. Entretanto há aqueles que pensam que a motivação maior para transferir a produção e a cadeia de suprimentos seja devido a mão de obra de custo reduzido, oferta de serviços. Mas em mercados que oferecem baixos salários há opção da rápida expansão (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). Quadro 1: Fundamentação da lógica de expansão Fonte: BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014, pág. 277). O aumento da receita se dá como consequência da abertura de mais mercados, mais opções de oferta dos produtos, crescendo mais que os concorrentes, e atuar em mercados que sem atuação local não seria possível acessa-los. Outro aspecto é a redução dos custos fixos e a economia em escala; o avanço da tecnologia diferenciada que pode ser de difícil acesso no local atual. A obtenção de benefícios fiscais ou reduções contribuindo com a redução da carga tributária da empresa. Esses são alguns benefícios que podem ser alcançados por meio da expansão da operação da empresa em função da economia globalizada e que a logística vem a servir de instrumento para que isso ocorra (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). Como via de regra as operações globais da cadeia de suprimentos estão se tornando habituais seja de forma direta ou indiretamente. O desempenho da empresa pode ser melhorado empregando as compras porque o mercado global oferece oportunidades em termos de volume, receita e participação de mercado (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). Integração global da cadeia A manufatura e o comércio global serão bem-sucedidos, se existir um sistema logístico eficaz para integrar a cadeia de suprimentos. A logística é responsável pelas atividades de movimentação, armazenamento para apoiar a integração da cadeia de suprimentos (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). A variedade de cenários nacionais, políticos e econômicos serve de pano de fundo para a logística, que também faz a gestão da distância, demanda, diversidade e os documentos requeridos no comércio internacional (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). Cada grande região do mundo tem os desafios operacionais distintos em seus sistemas logísticos. As diferentes características demandam que as empresas com operações globais desenvolvam e mantenham habilidades e competências específicas para cada região ou situação (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). Devemos pensar que a atuar regionalmente ainda é factível e viável para algumas empresas; entretanto aquelas que desejam crescer e prosperar tem de enfrentar os desafios de atuar como uma organização globalmente integrada (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). As iniciativas das estratégias dos negócios devem se adequar à “medida que uma empresa e sua cadeia de suprimentos se tornam progressivamente mais globais” (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014, pág. 278). Logística em uma economia global Operações globais aumentam o custo devido ao grau de complexidade da operação logística. Países da América do Norte gastam cerca de 8,5% de seus respectivos PIBs com logística. Em relação à complexidade, as operações globais são caracterizadas por maior variabilidade e incerteza, menor controle e visibilidade ao longo de todo processo. As distancias geram certo grau de incerteza na operação, prazos de entrega mais extensos e menor conhecimento do mercado são outros fatores que influenciam na logística globalizada (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). O incremento na variação é fruto da documentação e ambientes políticos inconstantes. Há uso intensivo de intervenção governamental nas áreas de alfândega e restrições comerciais; e a visibilidade diminui por causa dos tempos maiores de trânsito e menos capacidade de monitorar e determinar a localização das cargas. Essas condições representam desafios e complicam o desenvolvimento de uma estratégia com efetividade para a cadeia de suprimentos global (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). A Logística no Brasil A globalização atingiu praticamente a maioria das nações com o incremento do comércio internacional, e trouxe uma competição mais acirrada entre os mercados competitivos, requerendo das organizações alinhamento das suas estratégias às estratégias competitivas globais. Assim investimentos em logística para alcançar a economia e produtividade (SEGRE, 2018). Hoje a logística se apresenta mais estratégica, processo coordenado e integrado como necessidades do cliente, prazos, valor agregado entre outros (SEGRE, 2018). A logística está ligada a cadeia de suprimento integrando processos-chaves do negócio, com informações que agregam valor de forma a todos (SEGRE, 2018). Segundo dados da Associação Brasileira de Movimentação e Logística – ABML, o índice de redução de custo de uma organização pode chegar a 25% a partir de uma eficiente cadeia de suprimentos (SEGRE, 2018). No Brasil e no mundo a logística passa por mudanças, em termos de práticas empresariais, que atingem e requerem eficiência, qualidade e disponibilidade da infraestrutura de transportes e comunicações. O crescimento do comércio internacional em função da velocidade da globalização criou uma demanda por um refinamento na logística internacional, que reivindica infraestrutura e práticas empresariais modernas para o pleno exercício (SEGRE, 2018). No Brasil, a condição econômica do plano Real, fez com que o comércio internacional, as privatizações da infraestrutura são fatores que impulsionaram esse processo. O fim do processo inflacionário gerou uma das maiores importantes mudanças na prática da logística empresarial no país. (SEGRE, 2018). Com gastos equivalentes a 10% do PIB, o transporte brasileiro possui uma dependência do modal rodoviário. No Brasil o transporte rodoviário é responsável por 58% da carga transportada (em toneladas-km), na Austrália, EUA e China os valores são 30%, 28% e 19%, respectivamente (SEGRE, 2018). O crescimento do comércio exterior brasileiro mostrou uma série de fragilidades logísticas do país, como as condições das rodovias, ferrovias com baixa eficiência, malha insuficiente, dificuldade de integração entre as malhas.O transporte marítimo sofre pela desorganização e excesso de burocracia dos portos; já o transporte aéreo com custos elevados e carência de investimento em infraestrutura limitam a competitividade do modal (SEGRE, 2018). O crescimento do comércio exterior brasileiro contribuiu para o aumento da participação do Brasil nas exportações mundiais, que saltou de 0,86% para 1,03% (SEGRE, 2018). O modo dutoviário de uma forma mais eficiente esbarra no monopólio do setor petrolífero; e o transporte aquaviário apresenta ineficiências da infraestrutura e altos custos. Apesar dos pontos de ineficiência da logística no Brasil, a esperança pode ser as perspectivas de investimento e expansão do setor (SEGRE, 2018). A evolução da globalização e logística Como término da Segunda Guerra Mundial houve o desenvolvimento econômico, do fenômeno da globalização dos mercados (DAVID; STEWART, 2010). Assim vários segmentos industriais foram afetados, a demanda por competitividade e novas tecnologias. Essas condições obrigaram as empresas a atuarem de forma diferenciada em suas atividades e decisões. Segundo Bowersox e Closs (2001), embora pensem que a transferência do sistema produtivo para outro país seja mão de bora de baixo custo, pode ter motivos distintos, como: a. aumento da receita; b. atingir economia de escala; c. reduzir custos diretos; d. alavancar tecnologia; e. redução carga de tributos; f. dirimir incertezas do mercado.A logística internacional enfrenta vários desafios de uma região para outra, pois além de aumentar os custos tem um grau de complexidade expressivo. A complexidade diz respeito às especificações legislações de cada país em termos de aduanas, documentos, taxas, procedimentos. Outro fator é a redução da certeza na operação pois as cargas percorrem distancias maiores e o controle e acompanhamento dos processos demanda conhecimentos específicos para garantir que o planejado com o transporte da carga ocorrerá (BOWERSOX; CLOSS, 2001) Apesar dos enfrentamentos que a logística internacional vivencia, não há condições de parar ou diminuir o processo de globalização. Assim deve a logística encontrar soluções para os problemas e complexidades (BOWERSOX; CLOSS, 2001). As empresas buscam a aumentar suas áreas de atuação baseadas na globalização, que é facilitada pelo desenvolvimento de novas tecnologias e inovações (BOWERSOX; CLOSS, 2001). os cinco fatores que conduzem as operações globalizadas são a própria cadeia de suprimentos, o crescimento econômico, tecnologia, desregulamentação e a regionalização (BOWERSOX; CLOSS, 2001). O crescimento econômico após 1945, com o fim da IIGM, muitos países tiveram suas receitas aumentadas, seja como fruto do aumento de países onde atuavam, aumento do portfólio de produtos, crescimentos dos mercados, eficiência de seus processos. Como o crescimento dos países ricos estabilizou, houve a necessidade de buscar novos mercados, para continuar a crescer, aumentar a receita e o lucro ao se estabelecer em novos mercados. Logo o crescimento e o lucros são forças propulsoras da abertura de novos mercados (BOWERSOX; CLOSS, 2001). Outro fator importante está relacionado com a cadeia de suprimentos, em grande escala, mas os empresários notaram que ao aumentar a cadeia, também tinham que aumentar os ativos necessários para o controle efetivo. Então a opção foi a terceirizar, contratar serviços de terceiros para dar subsídio no crescimento globalizado; firmando parcerias, alianças com novas empresas para atuar de melhor forma nos novos mercados (BOWERSOX; CLOSS, 2001). A regionalização foi um fator preponderante para dar sustentabilidade para o desenvolvimento de novos mercados fora de seu país de origem. A regionalização se explica pela preferência da escolha de países localizados na mesma área geográfica, de países de semelhanças de população, poder econômico. O comércio nessas regiões é facilitado, seja por deduções ou isenções de tarifas, exigências tarifárias e alfandegárias, documentações semelhantes, fomentando o trânsito de mercadorias e o comércio entre os países, como se estivesse acontecendo dentro do próprio país (BOWERSOX; CLOSS, 2001). Todavia a logística globalizada tenha tantos pontos que favorecem e traz oportunidades a vários países e pessoas de desenvolvimento, podemos elencar barreiras a logística globalizada, apesar de toda a tecnologia. Três barreiras são significativas: barreiras financeiras, canais de distribuição e mercados e concorrência. Figura 1 -Barreiras à logística internacional Fonte: Editorial Telesapiens A concorrência e mercados tornam mais trabalhosa ou dificultam a entrada de concorrentes, a oferta de informações e ainda podem dificultar a formação de preços. Também há as barreiras físicas e legais às importações, as dificuldades e barreiras impostas pelos governos, a falta de informações, a documentação e tarifas alfandegárias. As barreiras financeiras se configuram em função das dificuldades de previsões, taxa de câmbio, novamente as atividades alfandegárias e as políticas governamentais no que diz respeito as ações financeiras. Nesse escopo as barreiras de infraestrutura institucional estão relacionadas como bancos, seguradoras, assessores jurídicos e transportadoras atuam. A incerteza financeira somada a insegurança institucional, traz dificuldade ao planejamento financeiro que acarreta até problemas de estoque e demandar maiores volumes financeiros para dar suporte a operação. Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “O papel da logística no processo de globalização e de integração territorial brasileira, no link: http://bit.ly/2N8KAJ8 E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que a economia globalizada, demanda para seu suporte uma logística globalizada igualmente para dar suporte e pleno atendimento. As empresas tem vários objetivos e buscam a integração global das cadeias de suprimentos. A logística internacional enfrenta vários tipos de barreiras nos diversos países, sejam barreiras financeiras, no mercado e de distribuição. Também as definições governamentais trazem outros tipos de barreiras como cambio, financeiras, aduaneiras, documentação de que a logística internacional deve superar para prover um serviço com efetividade para o atendimento aos clientes em qualquer parte do mundo. Unidade 02 Ao término deste capítulo você será capaz de entender como a economia global integrada e a logística te relações. Isto será fundamental para o exercício de sua profissão. A correta compreensão auxiliará na tomada de decisão precisa e com qualidade. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante O papel da área da logística nas empresas Nesta unidade vamos estudar a economia globalizada e os fundamentos básicos que alicerçam a logística. A logística é o processo de planejamento, implementação, controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de matéria prima, material em processo, produto acabado e informações, desde a origem até o destino final para atendimento do cliente. A globalização da economia está relacionada com uma produção internacionalizada. O mecanismo da globalização é o acelerador do comércio internacional, do desenvolvimento da tecnologia. A internacionalização é favorecida por menos regulamentação nas economias, mercados financeiros, tecnologia e logística que permite que novos mercados sejam conhecidos e desenvolvidos. Como consequência uma nova estruturação produtiva traz mudanças nas empresas. O Brasil vive com o impacto das transformações de âmbito internacional e o processode estabilização da economia, que afetam o desempenho econômico e o complexo produtivo. Segundo dados do World Bank, a paridade de compra, é uma teoria econômica que pode ser utilizada para preços de mercadorias em determinado mercado, brevemente utiliza-se a diferença no custo de vida entre os países, aplicando-as ao PIB, pode auxiliar a ter uma imagem mais precisa da produtividade real. A logística empresarial exerce papel importante na gestão empresarial e no planejamento estratégico de uma organização, pois é o esteio de negócios de vários segmentos, de distintos tamanhos, prestação de serviço ou não; e atua nos ambientes interno e externo das empresas. O escopo de ação da logística passa a garantir a competitividade, seja pela abrangência, pelos processos e pela gestão de fluxo. Figura 1: Logística globalizada Fonte: Pixabay Para Ballou (2008) a logística tem seu estudo como integrante de gestão integrada de uma organização relativamente recente quando equiparada com segmentos clássicos de uma organização como marketing, financeiro e produtivo. Atualmente trabalha-se com o conceito de gestão da logística sob forma coordenada, entretanto esse conceito já era preconizado em 1844 por Jules Dupuit, que estudava a condição de trocar determinado custo por outro. O conceito e o entendimento a respeito da logística tem passado por alterações, graças a dinâmica do mercado para se aplicar a realidade. Na última década do século XX, vivenciamos uma mudança significativa na disponibilização de informações com os avanços da informática, da internet, da disponibilização e acesso às informações; pois ao operar em rede facilitou o fomento das economias globalizadas. Esse evento continuará ao longo do século XXI sendo caracterizada como a Era da Informação ou Era Digital. Com o desenvolvimento da tecnologia de informação tem como principais objetivos melhorar os instrumentos de comunicação, a utilização das tecnologias e ter um fácil acesso às informações dos processos da empresa, aumentando a eficiência de seus colaboradores e criando uma competividade na classe de mercado em que a organização atua. Dessa forma, entender os sistemas de informação é fundamental em uma sociedade que, hoje, usufrui intensamente da ferramenta. Dentro desse contexto, Jambeiro (1998, p. 7) nos explica que, com a tecnologia, aumentou-se “[...] a necessidade de captar, filtrar, tratar, recuperar, distribuir e disseminar informações”, de modo que estas se tornaram especialmente importantes para qualquer ação de uma organização. O gestor deve ter atenção na informação e no conhecimento, e não na ação de controlar a informação, pois é a informação e o conhecimento que proveem o alcance dos objetivos; e cada gestor deve ter também implantando um sistema de informação e de tomada e decisão (HORNGREN; FOSTER; DATAR, 2010). Logo se a logística consiste em movimentar e posicionar o estoque na cadeia de suprimentos, os avanços tecnológicos corroboram com essa condição; pois a logística propicia valor ao material ao concatenar tempo e posicionamento de material. Desta forma entendemos que uma operação logística possibilita o aumento do lucro, facilita o crescimento da organização, porque estabelecem uma estrutura operacional de importância perante aos desafios mercadológicos. (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). O estudo da logística empresarial, é um campo relativamente recente quando comparamos o estudo desta área com áreas da finança, produção entre outras. Quando analisamos a evolução histórica do homem, a logística tem sido praticada há muitos anos. As empresas também têm trabalhado para as atividades de movimentação- armazenagem. O ponto de destaque para estas ações é o conceito de gerenciamento coordenado das atividades relacionadas; e também o acréscimo da logística de valor aos produtos e ou aos serviços que são importantes para as vendas e a satisfação dos clientes. De acordo com Conselho de Administração Logística (CLM – Council of Logistics Management Professionals), logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente e economicamente eficaz de matérias primas, estoque em processo, produtos acabados e informações. Desde a origem até o ponto de consumo, visando atender as exigências dos clientes. De uma maneira geral: a logística empresarial trata de todas as atividades de movimentação e armazenagem com o propósito de entregar os produtos adequados. A Missão é tornar disponíveis os produtos corretos, no tempo certo, no local certo e com o menor custo possível. A atividade chave consiste em: a. Padrão de serviço ao cliente. b. Transportes. c. Administração de estoques. d. Fluxo de informações e processamento de pedidos. Atividades secundárias consistem em: a. Armazenagem. b. Manuseio de materiais. c. Embalagem do produto. d. Obtenção. e. Planejamento de produção. f. Manutenção de informação. Funções da Logística Podemos definir a logística dentro do contexto organizacional da seguinte maneira: Logística é o processo de planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e das informações desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de atender às exigências dos clientes (BALLOU, 2008, p. 27). A logística empresarial pode ser resumida, como a administração de materiais que é responsável pela gestão dos fornecedores de matéria prima, partes, peças, insumos que serão recepcionados no estoque, e que posteriormente conforme a demanda será encaminhada para a linha de produção. O controle de produção tem função do estoque da matéria prima, partes, peças para a destinação da produção do produto acabado ou final; e a distribuição física encarrega-se de receber o produto acabado ou final e entregá-lo ao cliente final (incluindo logística reversa). A partir da definição, sugere-se que a logística é um processo, pois possibilita a disponibilização do produto e ou serviço no local e quando o cliente necessita. Nesse contexto compreendemos que a logística é parte integrante da cadeia de suprimentos. Assim o gerenciamento da cadeia de suprimentos engloba as relações que permeiam as funções produção, marketing e logística de uma empresa (BALLOU, 2008). A separação da gestão da cadeia de suprimentos da logística, na prática às vezes torna-se difícil, pois em muitas situações ambas têm como missão “colocar produtos ou serviços no lugar certo, no momento certo, e nas condições desejadas, dando ao mesmo tempo a melhor contribuição possível para a empresa” (BALLOU, 2008, p. 28). Existem pesquisadores que cogitam que o gerenciamento da cadeia de suprimentos é um sinônimo da gestão da logística; outros definem a logística como uma subdivisão da cadeia de suprimentos. A logística é o somatório de atividades que envolvem transporte, controle dos estoques, ao longo do canal por meio do qual o produto acabado é gerado em função da conversão da matéria prima – ato esse que agrega valor. Nem sempre temos as fontes de matérias primas, fábricas e pontos de comercialização próximos; então o canal é a opção para que os produtos possam chegar no mercado, e a organização deve exercer um controle de gestão ao longo do canal físico que atendem o abastecimento com os suprimentos e a saída dos produtos acabados ou seja a distribuição física. A Figura 2 apresenta os tipos de canais físicos (BALLOU, 2008). Figura 2: Tipos de canais físicos. Fonte: A autora Para Ballou (2008), muitas empresas a logística encerra a gestão do fluxo de materiais desde a compra até ao consumidor final; entretanto para outras há o canal logístico reverso que requer igualmente gestão porque a vida útil de um produto não termina após a entrega do produto ao cliente; e sim somente quando um produto que se torna danificado,obsoleto ou sem funcionalidade e que retornam ao ponto de origem para reparo ou descarte e reciclagem. O canal logístico reverso pode utilizarse integralmente ou parcialmente do canal logístico usual, ou ainda ter um projeto em separado. Os custos em uma operação logística são representativos, cerca 12% do PIB mundial, segundo FMI. A globalização e internacionalização das indústrias e das empresas, é um processo irreversível, e dependerá fortemente do desempenho logístico. A logística é importante para a estratégia, pois cada vez mais desenhos mais sofisticados de linhas de suprimentos e de distribuição são desenvolvidos. A logística adiciona valor para o cliente, pois ela dá forma, condição temporal, define lugar e proporciona a posse do material. O custo logístico é o somatório dos custos operacionais e dos custos de capital. Como custos operacionais podemos citar aqueles recorrentes periodicamente salários, despesas de armazenagem. Já os custos de capital são as despesas que ocorrem apenas uma vez. Como investimento em nova frota, construção de um armazém. Hoje em dia o valor da disponibilidade é tão importante quanto qualidade, preço baixo; isto é reflexo do incremento do nível de competitividade que temos entre as empresas e o grau crescente exigência do mercado solicitante. Os clientes desejam cada vez mais receber uma resposta rápida e personalizada as suas demandas. Outro aspecto importante é que as demandas de um mesmo cliente podem sofrer variações em detrimento das mudanças do mercado. O setor de serviços também deve se utilizar da logística como ferramenta de diferenciação e competitividade no seu meio de atuação. A logística na empresa tem interfaces com produção e marketing; podendo também áreas de contato com qualidade, financeiro, comercial; pois todas estas áreas existem para atendimento ao cliente. Objetivo da Logística A logística tem como macro-objetivo desenvolver um conjunto de atividades logísticas que resultarão no maior retorno possível sobre o investimento ao longo no tempo. Para esse objetivo fim, há duas dimensões nessa meta: a. Definir o impacto do projeto do sistema logístico na contribuição para a receita. Exemplo: nível de serviço a 95%m (objetivo: minimizar os custos para alcançar o nível de serviço); b. Definir o custo do projeto do sistema logístico. Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “Gestão da Logística internacional: desafios e oportunidades para as importações do setor de aviação civil brasileiro”(CIACCI; SOUZA; PORTUAL;SILVA), acessível pelo link http://bit.ly/37KHWRN. Acesso em 08 jan. 2020. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que logística é o processo de planejamento, implementação e controle do fluxo eficiente de matérias primas, estoque em processo, produtos acabados e informações, e tem várias atividades chaves e secundárias que vem a contribuir com as empresas para se desenvolverem. Se temos a economia global tão dividida entre os países, as empresas precisam ter em mente que a internacionalização da logística é necessária para o atendimento das necessidades dos clientes, seu pleno desenvolvimento face a um mercado tão competitivo e interativo. Estas condições influenciam no planejamento estratégico das empresas, definições de novos mercados, novos produtos, clientes com perfis distintos. Alie a essas premissas, a necessidade de investimento financeiro, tecnológico e temporal para ter toda a estrutura instalada e em pleno desenvolvimento. Não nos esqueçamos que o capital humano é a força motriz para o pleno desenvolvimento e estabelecimento das estratégias empresariais. É claro que na internacionalização da logística desafios e adequações a esse tipo de operação e as mudanças tecnológicas são aspectos para serem analisados com atenção. Cadeia de suprimentos globalizada Ao término deste capítulo você será capaz de entender a cadeia de suprimentos globalizada. O entendimento da cadeia de suprimentos será importante para o exercício profissional. A correta compreensão auxiliará na tomada de decisão precisa e com qualidade. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! O papel dos suprimentos nas empresas Para Christopher (2014, p. 3) a gestão da cadeia de suprimentos é “a gestão de relações a montante e a jusante com fornecedores e clientes, a fim de entregar ao cliente valor superior ao menor custo para toda a cadeia de suprimentos.”; logo as relações estabelecidas entre as empresas participantes da cadeia são importantes. Bowersox et al (2006, p,23) cita que a cadeia de suprimentos também conhecida como cadeia de demanda ou de valor, “compreende empresas que colaboram para alavancar posicionamento estratégico e para melhorar a eficiência das operações”. Cada organização participante da cadeia de suprimentos, há uma definição de estratégica específica para o canal de suprimentos. As operações na cadeia de suprimentos demandam processos de gerenciamento que permeiam as áreas funcionais de cada organização integrante da cadeia. Para melhor assimilarmos o termo, vamos conhecer algumas definições acordo do tema: O termo cadeia de suprimentos pode parecer um conceito vago, mas Ballou (2006, p. 28) define que a cadeia de suprimentos abrange todas as atividades relacionadas com o fluxo e transformação de mercadorias desde o estágio da matéria prima (extração) até o usuário final, bem como os respectivos fluxos de informação. Materiais e informações fluem tanto para baixo como para cima na cadeia de suprimentos. O gerenciamento da cadeia de suprimentos (GCS) é a integração dessas atividades, mediante relacionamentos aperfeiçoados na cadeia de suprimentos, como o objetivo de conquistar uma vantagem competitiva sustentável (BALLOU, 2006, p. 28). Figura 3: Supply chain management Fonte: Freepik Outra importante contribuição para a definição de cadeia de suprimentos é apresentada por Mentzer: Já Mentzer et al. apud Ballou (2006, p. 28) apresenta uma conceituação mais ampla para cadeia de suprimentos: O gerenciamento da cadeia de suprimentos é definido como a coordenação estratégica sistemática das tradicionais funções de negócios e das táticas ao longo dessas funções de negócios no âmbito de uma determinada empresa e ao longo dos negócios no âmbito da cadeia de suprimentos, com o objetivo de aperfeiçoar o desempenho a longo prazo das empresas isoladamente e da cadeia de suprimentos como um todo (BALLOU, 2006, p. 28). Distinguir logística de gerenciamento da cadeia de suprimentos é mais complexo; mas o mais importante é administrar os fluxos de serviços e produtos sob forma eficiente e eficaz; ou seja, termos a integração com outros participantes da cadeia, e na medida do possível aprimorar o desempenho da cadeia de suprimentos na integra (BALLOU, 2006). A cadeia de suprimentos demanda atenção das empresas participantes da cadeia no que diz respeito ao atendimento de diferentes perspectivas dos clientes; para o estabelecimento da estratégia logística. Para que uma organização alcance seus objetivos, requer que seja mais eficiente face aos concorrentes, com foco nas demandas dos clientes, com recursos direcionados para o perfeito atendimento (BOWERSOX et al., 2006). Segmentação de mercado O conceito de marketing é concebido baseado em princípios como as demandas do cliente são mais básicas do que produtos ou serviços; clientes distintos tem exigências diferentes; produtos e serviços se tornam importantes quando estão disponíveis e posicionados sob o ponto de vista do consumidor, o que o torna alvo das estratégias logísticas; e o volume é secundáriopara o lucro (BOWERSOX et al., 2006). Figura 4: segmentação de mercado Fonte: Freepik Bowersox et al. (2006) discorrem que tradicionalmente as transações e troca com os clientes eram denominadas de marketing de transações, com interações de curta duração com os clientes. Entretanto com o desenvolvimento do conceito de gestão da cadeia de suprimentos, uma nova denominação conhecida como marketing de relacionamento se posiciona, pois busca relações de longo prazo com os participantes da cadeia de fornecedores, clientes para almejar a preferência e a lealdade destes. Segundo Weinstein (1995, p. 18) segmentação é “um método de divisão do mercado onde grupos de consumidores apresentam necessidades e características semelhantes, e provavelmente apresentam decisão de compra similar”. De acordo com Basta et al (2003, p. 96) “a segmentação de mercado é o meio utilizado pelo marketing para dividir o mercado em diferentes grupos formados por clientes com necessidades, desejos e atitudes similares”. Para Giuliani (2003, p. 194) a segmentação de mercado pode ser definida como o processo de “identificar um grupo de clientes que possuem características similares perfil e hábito de compra”. Para Kotler e Keller (2006, p. 237), “um segmento de mercado consiste em um grande grupo de consumidores que possuem as mesmas preferências”. Desta forma, a empresa deve desenvolver produtos que atendam às necessidades e demanda do mercado, e para isso é necessário concentrar seus esforços e investimentos para conhecer seus clientes e adequar seus produtos conforme suas necessidades (GIULIANI, 2003). Para Kotler e Armstrong (2007, p. 165) “o mercado pode ser segmentado de quatro maneiras: segmentação demográfica, segmentação geográfica, segmentação psicográfica e segmentação comportamental”. A segmentação de mercado proporciona vários benefícios à organização: torna a empresa mais competitiva e possibilita um melhor conhecimento das necessidades e desejos dos consumidores, aumenta o faturamento e melhora a imagem da empresa (WEINSTEIN, 1995). Figura 5: Tipos de segmentação de mercado Fonte: Elaborado pelo autor O alvo da segmentação e do marketing é dispensar atenção máxima ao cliente de forma individual – também chamado de micromarketing ou marketing um-a- um; o qual reconhece cada cliente como único e com necessidades exclusivas. Para uma organização ter êxito, deve conhecer com detalhes seu cliente, para então atender as demandas dele na íntegra. Para praticar o marketing um-a-um, a organização deve: identificar os clientes de forma individual; diferenciar os clientes; interagir com os clientes e por último personalizar o comportamento para atender o cliente (BOWERSOX, et al 2006). De acordo com Basta et al (2003) para que a segmentação alcance os resultados esperados é necessário: Figura 6: Ações para alcance dos resultados Fonte: Adaptado editorial Telesapiens Integração e globalização da cadeia de suprimentos Com a melhoria continua e a produtividade a capacidade de gestão integrada é alcançada. A gestão integrada vem a contribuir nos processos e na qualidade dos mesmos; sendo o trabalho executado desenvolvido da melhor forma possível, melhor eficiência. Logo processos agregadores de valor ocorrem dentro da empresa e fora também, nas cadeias de suprimentos colaborativas que perpassam todas as empresas (BOWERSOX, CLOSS, COOPER, BOWERSOX,2014). Imaginar que todas as empresas em dado momento se unirão para a criação de inciativas de colaboração de livre espontânea vontade é pouco provável. Mas a dinâmica do mercado, livre concorrência será o motor dessa mudança de comportamento. A integração interempresarial ao longo da cadeia de suprimentos está mais presente e sendo implementadas rendem negócios proveitosos aos integrantes e podem gerar novos negócios, gerando vantagens competitivas (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). Com a integração alcançada, deve ser constantemente atualizada para se manter em dia com as mudanças e demandas do mercado; pois o que é aceitável hoje, pode não ser amanhã, não atendendo as novas demandas (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). Integração e globalização Com a dinâmica dos mercados, dos concorrentes e dos clientes, os gestores tem desafios constantes face a cadeia de suprimentos. A integração da cadeia é uma das formas de aumento de lucratividade da organização e seu crescimento; deve ser um processo de constante atualização empresarial (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). Analisando da premissa da gestão da logística integrada, as estratégias das cadeias de suprimento definem operação relevante de papel fundamental nas organizações; lembrando que a logística é o meio pelo qual a cadeia tem os materiais, informações e valores transacionados. Assim logística deve estar direcionada para a cadeia de suprimentos. Ao termos estratégia e estrutura devidamente organizadas, o nível de desempenho logístico deve fazer frente às demandas da cadeia de suprimentos no processo de globalização (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). Segundo dados presume-se que cerca de 90% da demanda global de materiais não é atendida por fornecedores locais. Há que se pensar no crescimento da população, a demanda do mercado e a gama de crescimento em produtos e serviços com variações em função da condição da economia em termos de industrialização e ser ou não emergente. As economias mais ricas naturalmente demandam por produtos de luxo, logo com maior valor agregado. As economias emergentes tem demandas tanto de produtos mais sofisticados como de produtos de necessidade básica. Logo rapidamente percebemos como em todo nível de desenvolvimento da economia dos países há oportunidades de negócio. As empresas que buscam o crescimento, não devem em hipótese alguma menosprezar as oportunidades existentes no mercado internacional (BOWERSOX; CLOSS; COOPER; BOWERSOX, 2014). Outro importante aspecto diz respeito a eficiência operacional, que se destaca sob a forma de novos negócios. A eficiência operacional pode ocorrer através da compra de matéria prima e componentes. Outra opção são as condições de vantagens trabalhistas expressivas que podem ser obtidas na instalação e distribuição em países em desenvolvimento. Uma outra condição está relacionada com a legislação tributária as quais podem auxiliar no desempenho de operações que agregam valor tornem-se altamente interessantes em determinados países. Quando uma organização toma a decisão de conquistar novos mercados, aumentando sua participação, deve buscar também a eficiência operacional, para que sua expansão seja concreta. Habitualmente as empresas debutam no mercado internacional por meio de importação e exportação, que representam parte importante nos negócios internacionais globalizados. Uma segunda etapa de internacionalização está relacionada com a presença local da empresa em países outros e em regiões de comércio internacional; sendo desde franquia e licenciamento de organizações locais até a instalação de fábricas e a distribuição do produto no mercado. Deve destacar que a diferença entre operações de importação e exportação e a construção de empresa no local, é o grau de investimento que tem distintos nesses tipos de operações; sendo inúmeras vezes maior na segunda condição. Outra forma de implantar a internacionalização é a condução total das operações entre as fronteiras internacionais, e que demanda uma logística internacionalizada. A logística da internacionalização tem quatro importantes comparações com as operações nacionais ou até mesmo as regionais: a. Distância das operações: a distância envolvida nas operações internacionais é maior quando comparada com as distancias das operações locais, b. Documentação: os documentos exigidos para as transações comerciais a nível internacionalpara atender as demandas das autoridades aduaneiras. c. Diversidade: há uma série de grandes condições e condicionantes distintos em termos de diversidade nas operações em outros países que não o seu de origem d. Consumidores: o consumidor local tem sua cultura hábitos e formas de consumo que são peculiares a ele, e a empresa deve se adaptar e adaptar seu produto e ou serviço. A condição de ameaças terroristas no mundo do século XXI é uma presença marcante e demanda um maior controle da segurança. A estrutura logística está exposta tanto na importação como na exportação. Deve-se refletir que globalizar com êxito a cadeia logística diz respeito também ao domínio dos desafios logísticos associados. Devemos pensar que embora os princípios e os ideais de integração logísticos são muito semelhantes a nível global, as características locais tornam muito mais complexos e dispendiosos os processos dessa integração, face as características locais. O volume estimado de despesas por ano com logística chega a ser cerca de 9 trilhões de dólares americanos que se justificam em função da expansão dos mercados e da busca pela eficiência operacional; todavia a estratégia e tática operacional integradas refletem Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: A logística internacional e seus desafios. O material está disponível no link: http://bit.ly/2QDF7fL. Acesso em: 08 jan. 2020. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter notado com os vários componentes de uma cadeia de suprimentos estão inter-relacionados. Ao tratar o assunto conhecemos a importância da cadeia de suprimentos nas organizações e suas influencias na logística, competitividade, posição perante o cliente, perante os concorrentes. No escopo de ganhar o mercado, o marketing auxilia grandemente pois suas ferramentas e análises permitem a organização entrante no mercado definir da melhor forma possível sua estratégia. Conhecer o mercado, sua cultura, hábitos, perfil do futuro cliente, adequações técnicas, estudos de viabilidade financeira, tipos de abordagem desse novo mercado são alguns dos fatores que uma organização deve ter em mente e deve analisar com atenção. Globalização das estratégias de operações Ao término deste capítulo você será capaz de entender como a globalização das estratégias de operações reflete na logística internacional. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! O ambiente organizacional O ambiente organizacional requer cada vez mais um alinhamento em termos da logística e da cadeia de suprimentos. A tecnologia é grande aliado; porém a estratégia da empresa deve ser respeitada e praticada por todos. O alinhamento da cadeia de suprimentos em relação aos fornecedores é fundamental para o pleno atendimento da cadeia de suprimentos face ao cliente ou ao mercado consumidor. Atualmente as empresas operam em rede de conexões, não há mais condições de uma organização isolar-se dos demais integrantes do ambiente organizacional. Todos os participantes, fornecedores, a própria empresa, clientes devem ser suas expectativas e demandas alinhadas, para o pleno atendimento das partes envolvidas. Em termos de gestão e estratégia, o artigo Supply chain, o que é, vantagens e como fazer a gestão, disponível no site Fundação Instituto de Administração aborda interessantes aspectos do tema, que sempre nos enriquece. O material está disponível em: http://bit.ly/36AyQ9T. Acesso em: 08 jan. 2020. Boa leitura e boas descobertas! Com o incremento da complexidade do supply chain, globalização, a logística desempenha um papel importante na cadeia de suprimentos, devido a demanda de estratégias para movimentação dos insumos e produtos acabados para atendimento dos clientes, seja através de parcerias com especialistas em transporte e logística e análises do custo de estoque em trânsito (DAVIS et al 2001). Segundo Lummus, Voturka (1999) apud Vivaldini, Pires (2010), apresentam motivos do incremento do interesse no supply chain management: a. a cadeia de suprimentos sofre influências da cadeia decréscimo da verticalização das empresas; logo a busca por fornecedores cresce; b. incremento da competitividade nos cenários internacional e nacional; c. garantia do desempenho da cadeia de suprimentos, nem sempre está baseado na maximização do desempenho dessa. Por outro lado, Vivaldini, Pires (2010) defendem a hipótese de que a competição industrial ocorre entre as cadeias de suprimentos, e não mais entre as empresas. A cadeia de suprimentos sofre influências da cadeia de desenvolvimento que “é o conjunto de atividades e processos associados com o lançamento de um novo produto”. (SIMCHILEVI, et al 2010, p. 35), e a situação mais facilmente encontrada é a ausência de alinhamento entre as equipes de projeto, produto e estratégias para a cadeia de suprimentos. A cadeia de suprimentos também apresenta fatores de importância como o incremento do outsourcing, ou seja, as organizações aproveitam as ofertas de mão de obra, de matéria primas, baixos custos locais para abastecer-se; todavia a cadeia de suprimentos é eficiente quando pratica os prazos, com custos e fluxos de informações controlados a atuarem globalmente; e por último mas não menos importante é a estratégia corporativa, alicerçada em alianças estratégicas da corporação global e o desenvolvimento de parcerias (MOURA 2004). Davis et al (2001), citam que uma cadeia de suprimentos com êxito requer vários elementos, que muitas vezes tem relação de dependência entre si e de justaposição, como relação de confiança entre os participantes, construção de relacionamentos comerciais de longo prazo, compartilhamento de dados e informações com fornecedores e clientes e seleção inteligente de fornecedores. Devido à grande participação da cadeia de suprimentos dentro da organização e os efeitos causados pela sua correta ou incorreta administração, pode-se dizer que esta atividade tem grande potencial estratégico. A gestão da cadeia de suprimentos pode gerar valor agregado ao produto ou serviço para o mercado, uma vez que suas necessidades de tempo e lugar sejam atendidas (BALLOU, 2006). Assim que se desvenda cada vez mais a concorrência entre as cadeias de suprimentos, o gerenciamento dessas é cada vez mais importante. O Quadro 1, apresenta os princípios que devem orientar (CHRISTOPHER, 2014): Fonte: Elaborado pela autora (2020) De acordo com Chopra, Meindl (2011) para que a cadeia de suprimentos aumente seus lucros, a coordenação deve ser na íntegra e cada nível da cadeia ter ciência das consequências de suas ações. Assim a ausência de coordenação faz com que estágios distintos da cadeia tenham objetivos sem semelhanças ou pelo fato das informações não se movimentarem por toda a cadeia. Quando a informação completa não é compartilhada, a informação que percorre a cadeia é distorcida; assim sendo o grande objetivo das cadeias de suprimentos é ter coordenação apesar dos vários responsáveis e pela grande variedade de itens. Conforme Chopra, Meindl (2011) a cadeia de suprimentos que por qualquer motivo tem tenha a otimização local em detrimento da otimização de todo a cadeia, terá lucros menores, informações distorcidas, custos maiores, porém o gestor pode atuar em cinco obstáculos elencados: 1. ao incentivo; 2. ao processamento de informação; 3. a operação; 4. a precificação; 5. ao comportamento. Integração da cadeia de suprimentos globalizada A integração a nível Operacional nas organizações é um grande desafio, através das cadeias de suprimentos quando a empresa objetiva o mercado internacional. A integração gera valorquando em rede, multifuncional e sob forma coordenada. Deve observar que a prática de sistemas de custos é grande fornecedor de metodologia, para a integração de funções do processo produtivo. As empresas devem perceber e se conscientizar que processos integrados geram benefícios de serviços e custos (BOWERSOX, CLOSS, COOPER,2006). A integração na empresa, ocorre muitas vezes mais facilmente externamente a empresa; nas relações com clientes e fornecedores. Assim pode-se notar que a ampliação da empresa, se dá melhor através da cadeia de suprimentos; entretanto essa condição é parcial. A empresa necessita analisar com atenção a sua integração interna, pois dela pode ser a origem da incapacidade de atingir os compromissos da cadeia de suprimentos como um todo (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). A integração na cadeia de suprimentos atinge valor devido ao importante potencial de redução de custos, desperdícios, duplicação e redundância operacional. A organização bemsucedida nas cadeias de suprimentos demanda programas multiorganizacionais que fomentem o a tecnologia o planejamento e as operações (BOWERSOX, CLOSS, COOPER,2006). Um sistema logístico eficiente é fundamental para que integração da cadeia de suprimentos; mas é mandatório para um marketing e um a produção globalizados e bem estabelecidos. A logística é o fio condutor do desempenho de serviços de valor agregado para dar apoio a integração da cadeia de suprimentos (BOWERSOX, CLOSS, COOPER,2006). A logística globalizada requer controlar uma série de operações distintas em ambientes distintos sob várias formas de contexto econômico, político, social, incertezas em função de demanda, distâncias, diversidade e documentação do comércio exterior. Em função de cada região os desafios logísticos variam de tipo, de intensidade; logo a mesma empresa que busca operar em diferentes áreas geográficas, deve ter controle e operar conforme as necessidades locais. Para as empresas que o crescimento na região se mostra favorável, as empresas que buscam o crescimento em outros países, enfrentam os desafios da globalização. Da mesma forma as iniciativas comerciais estratégicas devem ser adequadas a cada tipo de situação; da mesma forma que suas cadeias de suprimentos se tornam mais globalizadas (BOWERSOX, CLOSS, COOPER,2006). Logística na economia globalizada A complexidade nas operações logística se deve ao fator das operações globalizadas estarem mais complexas, aumento de incertezas e de controles. A incerteza é fruto de distancias maiores, períodos temporais maiores de movimentação da carga e reduzido conhecimento do mercado. O controle e está alinhado com o uso de empresas terceiras responsáveis pelo transporte, além de todo aparato aduaneiro especifico de cada economia (BOWERSOX, CLOSS, COOPER,2006). Os desafios acima elencados, de certa forma, dificultam o pleno desenvolvimento de uma estratégia eficiente eficaz nas cadeias de suprimentos (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Os estágios de desenvolvimento internacional de uma organização, varia desde o grau mais incipiente até o grau totalmente estabilizado. Como primeiro estágio temos a exportação- importação. Essa condição tem a perspectiva nacional, pelo estágio inicial do comércio internacional. Essa empresa está focada em suas operações internas, e analisa as operações internacionais em termos do que poderão aportar de benefícios para a empresa, em seus negócios locais. Usualmente usam empresas terceiras para gerir seus processos de exportação e importação em outros países. (BOWERSOX, CLOSS, COOPER,2006). Uma orientação comercial de exportação e importação traz influências nas tomadas de decisões logísticas de três formas distintas: A primeira está relacionada com a restrição: a. Restrição ao uso: é uma limitação geralmente imposta pelo governo que limita o nível de compras e vendas de importação; b. Lei do conteúdo local: especificam a proporção de itens que um produto precisa ter de itens nacionais; c. Sobretaxa de preços: diz respeito as tarifas mais altas para produtos de origem internacional impostas pelos governos, para resguardar o mercado produtivo doméstico. A segunda tem ligação com as operações de exportação e importação, e se logística dá suporte a aquelas deve ser mais robusta, por ser o planejamento e sua complexidade maiores. O fluxo de materiais ao longo da cadeia de suprimentos deve ser suave, de forma que seu uso seja racional e uso eficiente da capacidade. (BOWERSOX, CLOSS, COOPER,2006). O terceiro aspecto está relacionado como a logística deve fazer para entender as os sistemas e práticas operacionais dos destinos globalizados. As operações em outros países seguem as normas e especificidades de cada país, seguir as diretrizes políticas e os procedimentos da organização. Assim a adequação as questões culturais, linguísticos, econômicos, políticos deve ser meta das organizações em outros países (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Como segundo estágio de desenvolvimento internacional é definido pelo estabelecimento de operações dentro do país estrangeiro. Essas operações é uma combinação de marketing, vendas, logística e produção. Ao estabelecer instalações e operações serve de incremento da sensibilidade ao mercado. Ao ter presença local as operações estrangeiras usam gestão e pessoal da empresa mãe e colocam em práticas os valores, procedimentos e operações do país de origem. Mas assim que o tempo passa, as unidades comerciais adotam as pratica comerciais do país que os acolheu. A adoção está significada na adoção de empresa de gestão, marketing. Com a expansão das operações locais, surgem uma filosofia própria do país hospedeiro; mas a visão estratégica a empresa mãe se matem presente e dominante (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Apesar da maioria das empresas operarem nos estágios um e dois, uma organização verdadeiramente internacionalizada deve ter como meta os desafios nas operações globalizadas, que demanda um nível de confiança na gestão que transcende culturas e países (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). Para atender a todos os desafios apresentados, uma organização e sua administração devem avaliar a complexidade das cadeias de suprimentos globalizadas e fazer atenção nas principais diferenças entre operações internacionais e locais (BOWERSOX; CLOSS; COOPER, 2006). a. Estrutura de ciclo de desenvolvimento: o ciclo local tem curta duração de 3 a t dias; enquanto que um ciclo internacional pode durar semanas. Fatores que influenciam nesse ciclo maior a distância, exigências documentais, embalagem, transporte, disponibilidade financeira, entre outros; b. Transporte: diz respeito às normas e regulamentações relacionadas com o transporte em cada país, como privatizações por exemplo; c. Aspectos operacionais: vários aspectos podem ser listados nessa situação, como idiomas, tipos de documentos, dificuldade nas comunicações, adequações do produto ao consumidor local, quantidade de documentos, tarifas alfandegárias entre outros; d. Integração de sistemas: integração operacional demanda habilidade em encaminhar todas as demandas locais e. Alianças: o estabelecimento de alianças é fundamental para que a operação ocorra de forma mais ágil, como conhecedores do mercado. Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “Internacionalização de empresas: importância, como conduzir e modos de implantação”. O material está acessível pelo: http://bit.ly/3040f1S. Acesso em: 08 jan. 2020. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter notado que a logística é o vetor principal da globalização das cadeias de suprimentos. Independentemente da forma de globalização da empresa,seu estágio de internacionalização, a logística está presente como um fator facilitador, promovendo a integração de ponta a ponta, do fornecedor ao cliente final. A logística é um grande facilitador de todas as operações. Através da logística uma empresa se torna mais ágil, mais competitiva no mercado atendendo mais rapidamente e melhor seus clientes quando comparada com seus concorrentes. Além disso ela também dá mais responsividade, resiliência, confiabilidade e desenvolve parcerias; ou seja, é um grande aliado a qualquer empresa. Para ter esse êxito deve ter planejamento, controle e acompanhamento. A empresa quando decide internacionalizar-se deve ter em mente os desafios que enfrentará, deve ser resiliente e ter as metas bem definidas para alcançar seus objetivos. Estratégias dos mercados globais Ao término deste capítulo você será capaz de conhecer as estratégias dos mercados globais e entender como tais estratégias impactam positivamente na logística internacional. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! A tendência à internacionalização Para confirmar sua condição de competitividade, as empresas buscam reduzir custos, e melhorando seu nível de atendimento aos clientes. Essa estratégia conta com duas opções (HARRISON; HOEK, 2003): a. Fábricas especializadas, seja de segmentação geográfica à segmentação de produtos: nessa estratégia cada fábrica é especializada em determinada gama de produtos e abastece o mercado com seus produtos a nível internacional; b. Estoques centralizados: com estoques centralizados há como se negociar maiores volumes, ganhando na redução dos custos; mas o pipeline de suprimentos demanda estratégia e coordenação dos níveis dos estoques, os custos logísticos e o ciclo de distribuição dos materiais A internacionalização de uma empresa pode ser entendida como um processo continuo de atuação em países tendo parte de seu faturamento originário no exterior. As empresas transnacionais são responsáveis por parcelas da produção mundial, sendo o principal agente dos processos de internacionalização, centralização e concentração do capital. Fazer a gestão de fábricas especializadas e de estoques permite que diferentes estratégias sejam combinadas, dependerá da forma que a empresa deseja se comportar e agir no mercado (HARRISON; HOEK, 2003). Quer se ampliar seus conhecimentos em internacionalização de empresas brasileiras? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “4 orientações para quem deseja internacionalizar uma empresa” (LIRA), acessível pelo link https://glo.bo/30gz4kl (Acesso em 01 dez. 2019). Direcionadores da logística internacional A competição do mercado atual, o cliente cada vez mais atento e conhecedor de suas necessidades, exigências e desejos, busca empresas que venham atender suas expectativas plenamente. Se por um lado o marketing utiliza de técnicas para conhecer os desejos desse cliente, e orientar a organização para o pleno atendimento, a logística está posicionada para ocupar-se do fluxo de produtos no canal de distribuição até o atendimento do cliente. A condicionante de pedido perfeito, vem de encontro com a satisfação do cliente, e porque não pensar nas expectativas do cliente. Para atingir esse grau de maturidade organizacional, internamente as diversas áreas da empresa devem estar alinhadas e orientadas de acordo com o planejamento estratégico, além do cliente ser o foco de atenção da organização. A abordagem de negócios não ocorre de por meio de um padrão global, e os direcionadores da internacionalização apontam três modificações globais importantes tanto no investimento como no comércio internacional (HARRISON; HOEK, 2003). As alterações apresentaram impactos importantes no fluxo de bens e no comércio; seja em termos de destino, seja em termos de demandas logísticas. No mundo corporativo os eixos direcionadores genéricos da internacionalização abordam (HARRISON; HOEK, 2003): a. Procura por insumos e fatores como terra, mão de obra de baixos custos; b. Estar presente onde o cliente está para prover matérias rapidamente c. Buscar novas localizações geográficas de mercados; d. Buscar novas oportunidades de aprendizado. O interesse por um ou outro direcionador, dependerá da necessidade de cada empresa, além de depender da estratégia de internacionalização da empresa. A empresa pode desenvolver uma estratégia multidoméstica pura que é totalmente customizada no país no que diz respeito a oferta de produtos; compreende todas as atividades no país; a participação do mercado não apresenta padrão específico e a abordagem de marketing é local. A estratégia global pura tem a oferta de produtos padronizada na íntegra em todo mundo; a participação no mercado é uniforme em todo mundo; e o marketing tem abordagem integrada em todos os países. A outra opção de estratégia é de rede integrada na qual a oferta de produtos é parcialmente customizada. A localização das atividades é dispersa; a participação do mercado é local e sua experiência é compartilhada a nível mundial (HARRISON; HOEK, 2003). Destaque-se que a estratégia multidoméstica e a estratégia global são extremos; porém a estratégia de rede integrada é um ponto de equilíbrio entre as mesmas (HARRISON; HOEK, 2003). Outros importantes aspectos de implicações da internacionalização da logística dizem respeito ao tempo para o produto chegar ao mercado devido a obsolescência do material e do custo de manutenção dos estoques. A obsolescência diz respeito ao material que deixa de ser útil devido ao avanço tecnológico, tornando-se sucata. O custo da manutenção do estoque também está relacionado ao custo do produto, do transporte (HARRISON; HOEK, 2003). O alinhamento das áreas de produção, marketing e logística é fundamental para o sucesso da organização e pleno atendimento do cliente, razão de ser de qualquer empresa. Marketing e Logística O marketing é adotado pelas empresas como forma de dar destaque para seus produtos e serviços. É um instrumento utilizado com a finalidade de apresentar os benefícios pertinentes aquele produto, passando ao consumidor a informação de que necessita do mesmo para suprir suas necessidades e desejos. Assim a relação do marketing e a logística são importantes para a estratégia dos mercados globais. Las Casas (1997, p. 26) traz uma definição sobre o que vem a ser o marketing e para que ele é utilizado: Marketing é a área do conhecimento que engloba todas as atividades concernentes às relações de troca, orientadas para a satisfação dos desejos e necessidades dos consumidores, visando alcançar determinados objetivos de empresas ou indivíduos e considerando sempre o meio ambiente de atuação e o impacto que essas relações causam no bemestar da sociedade (LAS CASAS, 1997, p. 26). Através desse conceito percebe-se que para que exista a troca, deve haver primeiramente pessoas que estejam interessadas na negociação, ou seja, alguém com interesse em adquirir algo, e a outra parte em condições de oferecer um bem ou serviço, desde que esses atendam às necessidades dos clientes (Las Casas, 1997). Cobra (2003) contribui afirmando que a troca é a definição central sobre o que vem a ser o marketing, sendo esse em valores monetários para adquirir um bem ou serviço ou que não envolva dinheiro, sendo apenas através da troca de produtos. Para Cobra (1997), o marketing tem como função impulsionar a compra de produtos que resultem na boa qualidade de vida dos clientes, sendo que antes o lucro era medido através da venda, independente se a satisfação do cliente era atendida ou não, pois o foco principal era no produto. Na atualidade o objetivo é atender as exigências dos consumidores através do marketing integrado, resultando no aumento dos lucros e da realização dos clientes. Com o entendimentode marketing, Bowersox, Closs e Bowersox (2014) afirmam que o marketing orientado para o cliente, tem foco na estratégia de negócio da organização, e deve ter suporte da logística, pois “para facilitar a compra, os recursos da empresa vendedora devem estar concentrados nos cliente e no posicionamento do produto. Para Bowersox, Closs e Bowersox (2014, p. 61), a organização deve atender as demandas de “espaço, tempo, quantidade e variedade” nas demandas dos clientes. Para facilitar o atendimento ao cliente deve-se conhecer o tempo e o esforço feito pelo cliente no ato da compra; a quantidade de peças compradas em cada operação; o tempo de espera do cliente para receber o produto e a variedade do portfólio da empresa. A logística fundamenta-se pelo atendimento ao cliente a um custo adequado, mas um produto deve estar disponível ao cliente, evitando a falta de estoque e tendo boas taxas de atendimento ao cliente, além do envio de pedidos completos. O desempenho da operação deve ter velocidade, deve ser consistente, flexível, capacidade de recuperação de erros. Devemos ter confiabilidade na operação e termos a capacidade de tratar o pedido perfeito, ou seja, fazer certo desde a primeira operação (BOWERSOX; CLOSS; BOWERSOX, 2014). Ao analisarmos que as atividades de fluxo de produtos como um processo, os fluxos do produto sob a ótica do marketing, a produção e a logística são gerenciados com a finalidade de atender os objetivos do cliente. Todavia se houver uma dissociação dos interesses internos na organização como conduzir a uma ausência na gestão das atividades da logística (BALLOU, 2006). Composto ou Mix de Marketing Kotler e Armstrong (2007) definem o composto de marketing como as ferramentas que as organizações adotam para se destacar no mercado competitivo e para alcançar seu mercado-alvo. O como o conjunto de estratégias que são utilizadas para facilitar o relacionamento entre a empresa e o cliente: a. Produto: é um objeto que tem como principal função proporcionar trocas para pessoas jurídicas e físicas, com o intuito de satisfazer as suas necessidades (LAS CASAS, 1997); b. Preço: significa o montante em dinheiro que a pessoa deverá bancar para adquirir um bem específico (KOTLER e ARMSTRONG,2007); c. Praça: o conjunto de atividades da organização para conceder seus produtos aos seus clientes potenciais (KOTLER e ARMSTRONG,2007). d. Promoção: abrange todas as atividades que divulgam as potenciais qualidades dos produtos da empresa, tendo como objetivo atrair os clientes para adquiri-lo (KOTLER e ARMSTRONG, 2007). O marketing busca apresentar os atributos presentes em um produto, com a finalidade de chamar a atenção do público específico para adquiri-lo, e a logística atua como ferramenta disponibilizando e atendendo o cliente. O desafio futuro dos mercados globais Os mercados globais em função da tecnologia de informação, novas pesquisas, novas fronteiras científicas e um novo posicionamento do consumidor contribuem para que a logística seja mais ágil e avançada para atender as cadeias de suprimentos no futuro. Fatores como a globalização, a comunicação e a computação de custo reduzido, ampla gama de produtos e ciclo de vida de produtos reduzidos são fatores que influenciam na competitividade das empresas (HARRINSON e HOEK, 2003). Outras premissas deverão ser analisadas como (HARRINSON e HOEK, 2003): a. A cadeia de suprimentos deve atender o cliente; b. O produto da cadeia de suprimentos é uma conjugação e tempo, espaço, forma e função de atendimento; c. Visão estratégica, seguir e se possível ir além; d. Visão do conjunto de empresas; visão linear não atende mais as demandas; e. Clientes imediatos tem papel importante na comunicação e coordenação até o cliente final; f. Atualização em termos de prioridade de demanda; cada caso demanda atenção e planejamento específicos. A logística tida como de vanguarda, que rende a cadeia de suprimentos agilidade e foco no cliente, está subordinada a organização virtual, a empresa ampliada (ir além dos domínios físicos – entender o todo) Tecnologia de informação, reformula a cadeia de suprimentos. Os sistemas de planejamento interligados dentro e fora das empresas, para ter visibilidade e acesso à informação. Alguns facilitadores nessa empreitada auxiliam como a avaliação de desempenho atual – serve de balizador de métricas de desenvolvimento; vantagens percebidas em relação ao desempenho padrão – a meta; e a grande capacidade de gerenciar a mudança. Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: “Estratégias de marketing para a internacionalização de empresas: arroz e feijão nos EUA.”(CARDOSO, acessível pelo link: http://bit.ly/2R1Rd0Y. Acesso em: 08 jan. 2020. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o escopo de internacionalização das empresas, envolve a logística, a cadeia de suprimentos; e secundariamente a tecnologia, a técnica. Todos os elementos são importantes; mas a logística e a cadeia de suprimentos são os carros chefes que mobilizam, facilitam e integram as demais áreas da empresa, favorecendo e promovendo a abertura de mercados novos, novos produtos e novos clientes. Com a logística, o marketing exerce papel de destaque, porque os 4P’s de marketing têm relação direta com logística, cadeia de suprimentos e área comercial. Assim os desafios não se limitam a área da logística e cadeia de suprimentos, unicamente, mas essas são áreas que ficam mais expostas; todavia devemos ter em mente que a empresa é o somatório de todas as ações e forças de todas as áreas; e quanto melhor a integração entre elas, melhor a condição apresentará melhores condições de competitividade no mercado. Unidade 03 Ao término deste capítulo você será capaz de entender como projetos de rede logísticas interagem como as demais áreas da empresa e como contribui para a maximização do rendimento do capital. A concepção de redes logísticas é um tema de importância pois dela depende toda a organização de um sistema que dará suporte a empresa como um todo. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante! Natureza dos Problemas de Concepção das Redes Logísticas Em uma empresa, a rede logística compreende um conjunto de estruturas responsáveis pelo suprimento, processo produtivo, distribuição e comercialização, incluindo as instalações de parceiros como de fornecedores, transportadoras, terceirizados e claro os clientes (MARTEL; VIEIRA, 2010). A capacidade demandada para produzir os produtos é fruto de tecnologia flexíveis ou dedicadas. Assim, muito mais do que decidir onde implantar uma unidade fabril e seu respectivo armazém, as fontes de suprimentos serão usadas em cada unidade, a quantidade de produtos que serão produzidos, o tipo de demanda do produto são alguns dos aspectos que devem ser observados. Podemos, também, elencar outros aspectos como taxas de câmbio, tarifas alfandegárias, a existência ou não de barreiras tarifárias ou não (MARTEL; VIEIRA, 2010). O artigo ‘A importância da correta definição de uma rede logística’, aborda a temática da rede logística, que é a estrutura de instalações físicas internas que uma empresa enxerga como ideal para atender sua demanda. Para saber mais, acesso o link: http://bit.ly/37QgWAe, e boa leitura! Logo a elaboração da estratégia logística deve considerar os fatores têm elevado grau de complexidade, demanda metodologia de engenharia para entender os problemas e levar praticidade e solução para a questão (MARTEL; VIEIRA, 2010). Para conhecer um pouco melhor a estratégia da cadeia logística, leia o artigo que seencontra no link: http://bit.ly/2uxVUIu, que aborda de forma sucinta aspectos importantes. Boa leitura! A rede logística demanda são requeridos nos projetos de reengenharia e o levantamento de dados e análises dos dados, bases de geoprocessamento e ferramentas de gestão de dados devem ser consultados obrigatoriamente para minimizar o esforço (MARTEL; VIEIRA, 2010). Para uma estratégia de qualidade, robusta deve-se empregar ferramentas flexíveis que auxiliem na tomada de decisão e que suportem os cenários de análises de dados (MARTEL; VIEIRA, 2010). Para conhecer um pouco melhor reengenharia, leia o artigo ‘Reengenharia – o que é e como funciona’ que se encontra no link: http://bit.ly/36z3H6S. Boa leitura! Em termos de metodologia de intervenção, o foco de atenção deve estar no ciclo de desenvolvimento de uma rede logística (Figura 1). As atividades dos processos de desenvolvimento são os retângulos, e os bens que podem ser entregues estão representados nas formas arredondadas. Para a elaboração de qualquer objeto, deve-se trabalhar em três níveis de análise: físico, lógico e conceitual (MARTEL; VIEIRA,2010). Figura 1: Processos De desenvolvimento da rede logística da empresa Fonte: Adaptado de Martel e Vieira (2010, pág. 89) Para o nível físico deve corresponder, o real, a realidade, as unidades com suas específicas instalações. Em termos lógicos rede é representada pela matemática, e os dados são lançados nas bases de dados, que favorece a análise de opções em diferentes opções. E no nível conceitual, analisamos os tipos de instalações, fontes de suprimento tecnologia, meios de transporte e a estratégia logística da empresa (MARTEL; VIEIRA, 2010). Para conhecer um pouco melhor intervenção, leia o artigo ‘Como construir um projeto de intervenção?’ Que se encontra no link: http://bit.ly/39VVnA4. Boa leitura! A análise estratégica é a primeira etapa de intervenção, que diz respeito ao processo de análise empregado na gestão estratégica. A análise deve começar com o planejamento do trabalho para que definir as etapas (indicado como Atividade A), desafios do estudo a ser feito, assim como a metodologia empregada. Também devemos definir as formas de medir os resultados, a forma de coletar os dados e as ferramentas de trabalho (MARTEL; VIEIRA, 2010). Figura 2: Atividades de um projeto de análise estratégica Fonte: adaptado de Martel e Vieira (2010, pág. 92) A otimização das redes logísticas é uma oportunidade para melhorar as integrações nas cadeias de suprimento. O artigo Otimização das Redes Logísticas com melhorias na integração na cadeia de suprimentos do Brasil, é uma oportunidade para aprimorar esse conhecimento. O material está disponível no link: http://bit.ly/2QYPEky Boa leitura! Para concluir a análise estratégica, o planejamento detalhado de outras funções da rede logística; diz respeito a operacionalização da rede, expansão se necessária (MARTEL; VIEIRA, 2010). Projeto de Redes Logísticas Globais Graças a tecnologia de informação o fenômeno da globalização intensificou-se de forma expressiva levando os países a negociarem com outros países como forma de desenvolvimento econômico e tecnológico. No escopo internacional, várias formas de negócios podem ser desenvolvidas e exploradas como a exportação de produtos acabados, a importação de matéria prima, partes, componentes ou produtos acabados, a fabricação de produtos em outros países, combinações dessas condições (MARTEL; VIEIRA, 2010). Com essa nova configuração global de mercado e de negócios, faz-se necessário uma reorganização ou organização da rede logística aplicada as redes globais. Deve-se ter em mente que além do aumento da problemática e da complexidade, outros fatores devem ser analisados (MARTEL; VIEIRA, 2010). O desempenho logístico no Brasil sofre as consequências da falta de infraestrutura. O artigo ‘Desempenho logístico: Brasil sofre com a falta de infraestrutura trata desses aspectos’, está disponível no link: http://bit.ly/2T6Fpx7 Boa leitura! O projeto de redes logísticas globais requer o acesso a fatores que favorecem vantagens que tem poder de influenciar as redes logísticas no escopo mundial no contexto da globalização. Assim fatores como a oferta de oportunidades face as demandas da empresa sejam de mão de obra qualificada, matéria prima, localização geográfica, acessos, fontes de energia, equipamentos, tecnologia são de grande importância (MARTEL; VIEIRA, 2010). ▪ Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: ‘Aproximações entre Global Sourcing e Integração Produtiva: uma Análise da Internacionalização das Atividades Produtivas no Contexto Brasileiro’, acesso no link: http://bit.ly/2sRRdZG Boa leitura! Nesse escopo vários aspectos contribuem como o papel exercido pelos governos, a complexidade que se intensifica, o custo alfandegário com as despesas e alfandegárias e zonas francas. A escolha do país destino do investimento tem um papel relevante, pois os países literalmente disputam os investimentos, e assim alguns governos oferecem subsídios como taxa de juros vantajosas, acesso a recursos com custos reduzidos, benesses tributárias; todavia algumas exigências serão feitas como contratação de mão de obra local, desenvolvimento da exportação, aquisição de matéria prima local (MARTEL; VIEIRA, 2010). Assim uma empresa ao ter várias fábricas espalhadas em várias localidades no mundo pode ter melhorias em seu processo produtivo e compartilhar essa melhoria com outras unidades, favorecendo o processo de aprendizagem no processo produtivo, de tecnologia, de mão de obra. Também favorece uma proteção no caso de greve local, proteção contra flutuações de taxa de câmbio (MARTEL; VIEIRA, 2010). ▪ Como internacionalizar a empresa? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: Por que pensar em Internacionalização e como preparar sua empresa para essa estratégia? Acesse o link: http://bit.ly/2FBaIbz Boa leitura! O aumento da complexidade é consequência de uma estrutura maior, logo aspectos legais, financeiros, burocráticos entre outros figuraram no radar das atenções da empresa. Outro aspecto importante diz respeito às normas e regras do comércio internacional, as despesas alfandegárias como impostos, taxas e diversas regras que compõem esse escopo. Há também as zonas francas que obedecem a regras específicas (MARTEL; VIEIRA, 2010). ▪ Como as regras brasileiras no comércio exterior e OMC influenciam na empresa? Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento: Artigo: Influência da OMC nas exportações alerta para urgência de reformulação? Acesse o link: http://bit.ly/2FBaIbz Boa leitura! No agrupamento de fatores de complexidade podemos elencar a taxa de câmbio, as flutuações e previsões de risco são fatores importantes que merecem atenção. O preço de transferência está relacionado com a venda de um produto ou serviço de uma unidade do grupo para outra unidade. Para evitar problemas com as autoridades aduaneiras e financeiras dos países envolvidos, é bom manter os produtos com os preços médios praticados no mercado. As barreiras não tarifárias correspondem a todas as barreiras que os governos impõem a outros países que não relacionadas a termos tributários, com a finalidade de restringir, limitar a entrada e o crescimento da empresa estrangeira no país. E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Aprendemos que as empresas necessitam definir e estabelecer as redes logísticas em função de seu planejamento estratégico. O desenho dessa rede envolve vários aspectos e vários níveis distintos dentro da empresa. Com a estratégia definida
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