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ESTRATÉGIA DE LOGÍSTICA GLOBAL

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Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
ESTRATÉGIA DE 
LOGÍSTICA GLOBAL
Autora: Jociane Rigoni
568.401.2
R5722e Rigoni, Jocianei.
 Estratégia de Logística Global / Jociane Rigoni
 Centro Universitário Leonardo da Vinci. Indaial:
 Grupo UNIASSELVI, 2010. x ; 98. p.: il
	 	 	 Inclui	bibliografia.	
 ISBN 978-85-7830-273-3
 1. Administração Estratégica 2. Logística 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci
 II Núcleo de Ensino a Distância III. Titulo
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Ozinil Martins de Souza
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Prof. Norberto Siegel
Equipe Multidisciplinar da
Pós-Graduação EAD: Profa. Hiandra B. Götzinger Montibeller
 Profa. Izilene Conceição Amaro Ewald
 Profa. Jociane Stolf
Revisão de Conteúdo: Prof. Carlos Manuel Taboada Rodriguez
Revisão Gramatical: Profa. Iara de Oliveira
Diagramação e Capa:
Centro Universitário Leonardo da Vinci
Copyright © Editora Grupo UNIASSELVI 2010
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial. UNIASSELVI – Indaial.
Sou administradora e pesquisadora nas áreas 
de marketing e logística, meu mestrado foi na área 
de comprometimento organizacional na Universidade 
Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis/SC. 
Meu doutorado também foi realizado pela UFSC, na área 
de marketing de relacionamento, pois penso que, no mundo 
contemporâneo, o diferencial está justamente nas “relações”. 
Durante o período do doutorado e como resultado de 
algumas pesquisas, fui convidada para participar de 
um estágio de doutorado na Universidad Jaume I, em 
Castellón de La Plana, em Valência na Espanha. 
Atualmente, sou professora da Universidade Estadual 
de Ponta Grossa/PR e membro do grupo de pesquisa 
em	 Eficiência	 Organizacional,	 da	 Universidad	 de	
Valência na Espanha. Pesquisadora, docente e 
consultora nas áreas de marketing e logística. 
Jociane Rigoni
Sumário
APRESENTAÇÃO ........................................................................... 7
CAPÍTULO 1
Gestão	Estratégica	de	Empresas	Globais ................................ 9
CAPÍTULO 2
Cadeia	de	Abastecimento	Internacional	 
e	Blocos	Comerciais .................................................................. 21
CAPÍTULO 3
Projetos	da	Rede	Logística	para	Operações	Globais .......... 47
CAPÍTULO 4
Atividades	e	Estratégias	de	Logística	Global........................ 67
CAPÍTULO 5
Definição	de	Estratégias	Logísticas	Globais ........................ 83
APRESENTAÇÃO
Caro(a) pós-graduando(a), iniciamos agora nosso estudo sobre a disciplina 
de Estratégia de Logística Global.
Quantas vezes já ouvimos falar sobre globalização, sobre romper fronteiras, 
sobre transpor mercados? Toda esta preocupação com o ambiente global, 
dentro do contexto de mercado e de empresas, é justamente para atender ao 
consumidor.	Nestes	estudos,	falaremos	em	específico	da	representatividade	e	do	
papel da estratégia logística no contexto global.
Mesmo que atualmente se tenha mais consciência da importância de 
logística global e da cadeia de suprimentos, em muitas empresas estas ideias 
ainda estão para ser plenamente implementadas. A boa notícia é que, de modo 
geral, a logística e o gerenciamento da cadeia de suprimentos ganharam espaço 
em organizações de todas as atividades e setores, principalmente, com as 
possibilidades de abertura do mercado, proporcionadas, também, pelo avanço 
tecnológico das telecomunicações.
Outra evolução importante em relação a estes assuntos é o crescente 
reconhecimento de que cadeias de suprimentos são, na realidade, redes, 
que formam verdadeiras teias de organizações, porém, ao mesmo tempo, 
interdependentes. Como resultado da crescente terceirização de tarefas, que 
antes eram desempenhadas pela própria empresa, a complexidade dessas redes 
foi crescendo e, com isso, a necessidade de uma coordenação ativa da rede. 
O	 suposto	 “encurtamento”	 das	 barreiras	 geográficas	 com	 a	 internacionalização	
torna o processo complexo e decisivo para a competitividade, pois, atualmente, 
as empresas projetam um produto nos Estados Unidos, utilizam mão de obra 
asiática, com matéria-prima brasileira, para ser comercializado na Europa. Por 
estas e outras razões, aumentou, e muito, a importância da gestão estratégica da 
logística global. 
Neste primeiro capítulo, discutiremos a complexidade de analisar as 
diferentes dimensões da globalização frente ao contexto ambiental, a emergência 
das empresas globais olharem para todos os ambientes para que só então as 
estratégias	globais	possam	ser	configuradas.	Vamos	explorar	as	implicações	de	
alguns	dos	aspectos	mais	significativos	do	mercado.	
Falaremos de questões políticas e legais, econômicas, sociais, tecnológicas, 
naturais e competitivas que devem ser monitoradas através de uma análise 
ambiental minuciosa para que seja possível uma atuação da estratégia logística 
global.	O	desafio	mais	premente	que	surge	com	a	globalização	é	a	velocidade	das	
transformações neste ambiente e a capacidade de as empresas o monitorarem.
Já no segundo capítulo, serão abordadas as questões relacionadas à cadeia 
de abastecimento, os elementos constituintes de uma cadeia, bem como o 
impacto que acordos comerciais, nacionais ou internacionais, podem causar no 
fluxo	de	bens.
No terceiro capítulo, daremos um enfoque aos projetos de rede logística 
para operações globais. Um projeto de operações logísticas envolve a análise 
da localização de depósitos, fábricas, serviços de atendimento ao cliente, dentre 
outros. São decisões que impactam diretamente no escopo estratégico da 
empresa.	Pois	disponibilizar	produtos	de	maneira	eficiente,	considerando	o	campo	
de	atuação	mundial,	de	fato,	é	um	desafio.	
No quarto capítulo, levamos você, aluno (a), a compreender um pouco mais 
da dinâmica das atividades e estratégias de Logística Global.
Encerramos nosso caderno com o quinto capítulo, abordando um pouco da 
repercussão	da	recente	crise	mundial	os	aspectos	que	circundam	a	definição	de	
estratégias de logística global.
Espero que os textos que seguem sejam estímulos para voos ainda maiores! 
Tenha um bom aproveitamento e um ótimo estudo!
A autora.
CAPÍTULO 1
Gestão	Estratégica	de	
Empresas	Globais
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Compreender a complexidade da análise ambiental global para elaboração de 
estratégias.
 9 Definir	o	foco	estratégico	empresarial	de	empresas	globais.
 9 Desenvolver a análise ambiental prática.
 9 Aplicar ferramentas de análise estratégica.
 9 Coletar	elementos	suficientes	para	implementar	as	estratégias	necessárias.	
10
Estratégia de logística global
11
Gestão Estratégica de Empresas GlobaisCapítulo 1
Contextualização
Já há muito tempo não consumimos somente produtos confeccionados 
ou produzidos na mesma região em que vivemos. A dinâmica do ambiente 
ágil	 e	 flexível,	 aliada	 ao	 acesso	 às	 informações	 via	TV,	 rádio	 e	 internet,	 deixa-
nos sedentos por inovações e por consumir. Logo, uma mesma comunidade não é 
autossuficiente	a	ponto	de	administrar	uma	produção	autônoma	e	 local.	Necessita	
de uma interface com o meio para suprir diferentes tipos de carências existentes no 
mercado,	tanto	dos	consumidores	finais	como	das	indústrias.	
Uma vez que os produtos não mantêm a mesma origem de produção 
e consumo, há a necessidade de alocação de recursos para produção e 
posterior distribuição dos bens acabados até que estes cheguem às mãos 
dos consumidores ávidos por comprar. Noentanto, até que isto ocorra, há um 
significativo	 contexto	 que	deve	 ser	 analisado	envolvendo	 vários	 elementos	que	
vão desde o ambiente econômico, social, tecnológico, natural, político legal até o 
concorrencial. É necessário compreender que tipo de interferências uma empresa 
pode sofrer vindas destes diversos ambientes, conforme veremos a seguir. 
Análise	do	Ambiente	Global	
É bem provável que o material que você estuda não tenha sido desenvolvido 
em sua cidade, assim como o computador que você usa não tenha sido produzido 
no seu país e tão pouco as peças dele vieram de uma só empresa, ou de um 
só lugar do mundo, assim como o som que você escuta no seu MP3, produzido 
provavelmente na Ásia, é de uma banda musical famosa dos Estados Unidos. Ao 
olhar todos estes fatos, o que podemos pensar?
Olhe ao seu redor, veja a variedade de produtos e serviços que 
estão à sua volta ou à sua disposição, cada um desses produtos 
passou por um processo de transformação até que atingisse este 
estado de produto acabado. Para que isso tenha ocorrido, vários foram 
os caminhos percorridos, desde a matéria-prima do fornecedor para a 
fábrica até o transportador que o levou a uma loja ou um supermercado 
para que, então, você estivesse com ele à sua disposição. 
As	 transações	comerciais	são	definidas	em	um	cenário	global	e,	
nesse	cenário,	há	inúmeros	fatores	que	uma	empresa	deve	considerar	
para desenvolver suas estratégias em um processo dinâmico e 
extremamente complexo. 
As transações 
comerciais são 
definidas em um 
cenário global e, 
nesse cenário, 
há inúmeros 
fatores que uma 
empresa deve 
considerar para 
desenvolver suas 
estratégias em um 
processo dinâmico 
e extremamente 
complexo.
12
Estratégia de logística global
Mas, e como é esse processo? Precisamos compreender minimamente o que 
ocorre com o ambiente no qual o processo se desenvolve e, também, entender um 
pouco sobre o trajeto que estes produtos fazem para que dentro da estratégia 
empresarial, dentro do foco do mercado, possam atender às necessidades dos 
consumidores. Assim, vários são os fatores que podem comprometer a chegada 
do	produto	à	reta	final.	É	praticamente	uma	maratona	em	um	cenário	de	intensa	
competitividade, onde os mais ágeis, velozes, capacitados se sobressaem em 
relação aos menos preparados. Condições do clima, tempo, adversários, regras 
impostas	pelos	organizadores	do	evento	e	público	espectador	podem	ser	usados	
de maneira metafórica com o cenário de uma economia mundial cada vez mais 
integrada. E, diante dessa integração, os olhos das empresas devem alcançar 
dimensões internacionais além da necessidade de acompanhar de maneira 
sistêmica todas as áreas funcionais. 
Veja	 que	 este	 processo	 de	 influência	 no	 ambiente	 empresarial	 exige	 do	
corpo diretivo empresarial um severo acompanhamento do mercado, como se 
este fosse um treinador bastante rigoroso com o atleta prestes a entrar para a 
disputa de uma corrida, neste caso, a corrida é por posicionamento de mercado e 
competitividade. 
Há uma necessidade de acompanhar o que está acontecendo nos mercados, 
tanto externo quanto interno à empresa. A análise ambiental permite que seja 
realizado um monitoramento do comportamento destes mercados. Buscando 
informações que possam servir de oportunidades, de melhoria, de aberturas de 
novos	mercados,	de	identificação	de	novas	tendências.	Além	de	ajudar	a	empresa	
a	 também	 identificar	 possíveis	 ameaças	 que	 possam	 vir	 a	 comprometer	 sua	
competitividade. 
Um exemplo citado por Churchill e Peter (2002) é o setor dinâmico das 
telecomunicações, sendo esta prática de monitoramento do mercado e análise 
ambiental essencial para a sobrevivência. Veja só: algumas empresas se utilizam 
de relatórios diários, feitos por empresas terceirizadas, baseados em todos os 
jornais e comerciais de TV da região desejada, à procura de possíveis indícios de 
que algum concorrente tenha lançado um novo serviço, para que ações e medidas 
internas sejam desenvolvidas com a capacidade de contrapor-se ao concorrente 
em menos de 24 horas.
Esta capacidade de resposta rápida faz com que a empresa evite perder 
dinheiro, além de evitar que o concorrente ganhe espaço. Este monitoramento, 
geralmente, é realizado pelos departamentos de marketing que, com a área de 
produção, desenvolvem e produzem de acordo com as solicitações de mercado. 
Assim, precisamos entender que, para que tais ações ocorram, é necessário 
monitorar e analisar as diferentes dimensões do ambiente, sejam esses ambientes 
13
Gestão Estratégica de Empresas GlobaisCapítulo 1
de natureza política legal, sejam de natureza econômica, social, tecnológica, 
competitiva e natural.
Atividade de Estudos: 
1)	 Defina	 o	 que	 é	 negócio	 global	 e	 a	 diferença	 entre	 negócios	
internacionais ou multinacionais.
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 ____________________________________________________
Em cada uma dessas dimensões, a velocidade das 
transformações	é	significativa	e	impactante,	principalmente,	levando-se	
em consideração o que falamos anteriormente na nossa apresentação 
sobre	o	“encurtamento”	do	horizonte	geográfico	das	empresas,	assim	
como a interdependência delas, por isso, devem ser cuidadosamente 
analisadas. 
Veja, por exemplo, quais as questões que poderiam circundar cada 
um dos ambientes citados anteriormente e quais os focos de análise do 
ambiente global.
a) No ambiente político legal as questões a serem consideradas 
são bastante complexas e vão desde a formação dos poderes, 
da regulamentação política e legislação vigente em cada país, 
até as instituições governamentais e partidos políticos. Outras 
características igualmente importantes que devem ser estudadas 
pelos	 profissionais	 que	 queiram	 operar	 com	 estratégias	 logísticas	
globais são: as tarifas comerciais, taxas de impostos, questões de 
direito internacional, jurisdição, acordos comerciais, dentre outros. 
O	 profissional	 que	 pretende	 atuar	 com	 operações	 internacionais	
necessita observar detalhadamente estas variáveis.
Em cada uma 
dessas dimensões 
a velocidade das 
transformações 
é significativa 
e impactante, 
principalmente, 
levando-se em 
consideração 
o que falamos 
anteriormente 
na nossa 
apresentação sobre 
o “encurtamento” 
do horizonte 
geográfico 
das empresas, 
assim como a 
interdependência 
delas, por isso, 
devem ser 
cuidadosamente 
analisadas.
14
Estratégia de logística global
b) No ambiente econômico devemos considerar e analisar o crescimento das 
importações e exportações, se estas superam as taxas de crescimento do PIB 
(Produto Interno Bruto). Questões como o volume de produtos importados e/
ou exportados se referem ao contexto de como está a evolução da economia 
de um modo geral, se a população está com maior poder aquisitivo, como está 
a renda desta população. O ambiente econômico estuda todas as questões 
que envolvem a economia, incluindo, além dessas questões de renda da 
população,	 padrões	 de	 gastos	 e	 consumos,	 ciclos	 dos	 negócios,	 inflação,	
recessão, prosperidade.
Questões	 econômicas	 de	 ordem	 mundial	 afetam	 significativamente	 as	
ações logísticas para operações globais. Para tanto, é necessário compreender 
as limitações de tarifa, impostos, legalidade alfandegária, etc. Recomendo uma 
leitura mais aprofundada, para este assunto. 
Você pode aprofundar seus conhecimentos pesquisando sobreos	 fluxos	 comerciais	 mundiais	 e	 a	 influência	 do	 Acordo	 Geral	 de	
Tarifas e Comércio, em:
BARREIRAS ALFANDEGÁRIAS, o Acordo Geral sobre Tarifas e 
Comércio (GATT) e Solução de Controvérsias: http://jusvi.com/
artigos/1905
DECRETO Nº 313 – DE 30 JULHO DE 1948: http://www2.mre.gov.br/
dai/m_313_1948.htm 
c) Já a dimensão do ambiente social no processo de análise de mercado é 
mais complexa de ser analisada. A cultura, outros idiomas, os costumes, as 
condições	de	demografia,	os	padrões	de	consumo	são	bastante	diversos	de	
cultura para cultura. Aspectos que devem ser considerados até mesmo no meio 
regional. Vamos tomar como exemplo o próprio Brasil. Há uma diversidade 
cultural	significativa	entre	as	regiões,	tanto	sul,	como	norte,	ou	nordeste.	Cada	
estado	 brasileiro	 assume	 uma	 identidade	 regional	 específica	 e	 isto	 não	 é	
diferente quando abordamos questões em nível global. 
Uma empresa do interior do estado do Paraná, que atua 
na produção pecuária e de carnes, para que os muçulmanos 
exportassem	o	frango	brasileiro,	precisou	adequar	a	configuração	da	
15
Gestão Estratégica de Empresas GlobaisCapítulo 1
atividade produtiva e estrutura fabril em função de que a ave deveria 
estar virada para Meca no momento do abate. 
Atividade de Estudos: 
1)	 Escolha	 um	 país,	 faça	 uma	 pesquisa	 sobre	 o	 perfil	 dos	
consumidores e relacione as adaptações que as empresas tiveram 
que fazer devido às particularidades desse país.
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d) No ambiente tecnológico também há variáveis como a capacidade de inovações 
e	invenções	dentro	do	conhecimento	científico,	que	abrange,	principalmente,	a	
tecnologia de informações, pois por meio dela é possível ligar os fornecedores 
e clientes em todo o mundo. O nível de desenvolvimento tecnológico e a 
disponibilidade deste é variável de país para país, no entanto, para a estratégia 
de logística global é um elemento fundamental, para o gerenciamento 
de suprimentos, movimentação de mercadorias, estoques, sendo estes 
alimentados por informações. São as informações que iniciam ou “startam” todo 
e qualquer processo empresarial, um pedido gerado é uma informação que irá 
se	transformar	em	venda,	uma	nota	fiscal	emitida	significa	uma	venda	efetuada	
que irá gerar receita e uma série de outras ações, como geração de impostos, 
período de entrega, forma de pagamento, etc. Essa dinâmica informacional só é 
possível via tecnologias de informações e softwares. 
Se	 atuar	 em	 um	mercado	 local	 já	 apresenta	 dificuldades	 para	 entender	 e	
acompanhar a concorrência, no mercado global a complexidade é ainda maior. 
16
Estratégia de logística global
Para	tanto,	os	profissionais	de	logística	devem	levar	em	conta	o	que	pode	afetar	a	
vida da organização em relação ao aspecto do ambiente competitivo. 
e) O ambiente competitivo diz respeito a todas as ações, as concorrências 
existentes. Monitorar a concorrência não é uma tarefa fácil, no entanto, é 
uma ação necessária para acompanhar a mutação do mercado e o que os 
concorrentes estão fazendo para se manter informados. O próprio curso que 
você está fazendo pode ser interpretado como um impacto competitivo para 
as turmas de alunos presenciais. A realidade tecnológica, citada no ambiente 
anterior, permitiu um novo olhar para as faculdades, dando acesso diferenciado 
e atendendo um mercado altamente promissor. E esta realidade tecnológica 
vem, em muito, concorrendo com o sistema tradicional de ensino, não mais ou 
menos importante, mas menos competitivo em termos de operacionalização. 
f) Os recursos naturais que devem ser analisados dentro do ambiente natural 
estão cada vez mais escassos, por isso, também devem ser levados em 
consideração em um processo de análise de mercado de logística global. 
Produtos ecologicamente corretos ganham espaço na hora da decisão de 
compra. Tal fato pode ser comprometido se a capacidade de fornecimento de 
produtos e serviços for dependente da disponibilidade dos recursos naturais 
necessários. 
Na	 figura	 a	 seguir,	 é	 possível	 compreender	 como	 os	 diferentes	
fatores, abordados anteriormente neste capítulo, podem interferir 
nas estratégias de logística global de uma empresa, e na empresa 
propriamente dita também. Toda e qualquer ação que venha a decorrer 
em algum dos ambientes que descrevemos irá impactar, de alguma 
forma, na estrutura da empresa e no dimensionamento de suas 
estratégias. Vamos imaginar a seguinte situação: uma empresa que 
vê suas vendas caírem e a necessidade de se adaptar a uma nova 
regulamentação imposta pelo ambiente político legal em função de uma 
determinação governamental, obrigando a utilização de determinados 
componentes para produção. Ou, como acompanhamos na mídia há 
algum	tempo,	a	última	alteração	governamental	proibindo	as	farmácias	
de comercializarem produtos de conveniência. 
Toda e qualquer 
ação que venha a 
decorrer em algum 
dos ambientes 
que descrevemos 
irá impactar, de 
alguma forma, 
na estrutura da 
empresa e no 
dimensionamento 
de suas estratégias.
17
Gestão Estratégica de Empresas GlobaisCapítulo 1
Figura	1	-	Fatores	ambientais	de	influência	na	estratégia	de	logística	global	da	empresa
Competitivo
Empresa
Estratégia de
Logística Global
Econômico
Político Legal Social
Tecnológico
Natural
Fonte: A autora.
Dornier	et	al.	(2000)	argumentam	que	os	mercados	mudam	sob	a	influência	
de produtos, necessidades dos clientes, expectativas de serviços logísticos, 
mudanças	 de	 localização	 geográfica	 e	 assim	 por	 diante.	 Tais	 fatos	 levam	 a	
necessidades de monitoramento do ambiente ainda maiores. 
Conhecer o consumidor não é mais prerrogativa de grandes 
corporações	 ou	 de	 segmentos	 específicos	 ou	 mais	 lucrativos	 e	
trabalhosos. Compreender o que está ocorrendo nos ambientes 
que cercam as empresas e a necessidade dos consumidores pode 
ajudar as empresas a se aproximarem do mercado consumidor e 
a adaptarem seus produtos aos desejos de consumo. Vejamos um 
pouco mais sobre isto, no texto a seguir:
“Não apenas nos setores automobilísticos, eletroeletrônicos e 
eletrodomésticos, mas também no setor de alimentação e limpeza, 
a preocupação é conhecer os hábitos dos consumidores para que 
seja possível adaptar ao máximo os produtos à realidade e ao 
gosto dos clientes. A tendência de adaptar produtos para atender às 
particularidades	de	um	país	começou	nos	anos	50	com	a	 indústria	
automobilística e tornou-se crucial depois da globalização. Hoje, 
multinacionais do setor de bens de consumo, como a Procter & 
Gamble, lideram os investimentos nessa direção. [...] O segmento 
de bens de consumo abarca alimentos, bebidas e produtos de 
18
Estratégia de logística global
higiene e limpeza – basicamente tudo o que se encontra em um 
supermercado. Ele é composto, grosso modo, de quinze grandes 
empresas no mundo, entre gigantes de alimentos como a Pepsico 
e a Kraft e aquelas voltadas exclusivamente para higiene e beleza, 
como a Johnson & Johnson. Apenas duas dessas companhias 
globais, a Procter & Gamble e a Unilever, produzem mercadorias 
tão variadascomo sorvete, xampu, detergente, ração para cachorro 
e pilha. Ambas estão esparramadas por mais de uma centena de 
países e, juntas, faturam algo como 140 bilhões de dólares por ano – 
quase o mesmo que todo o setor de eletrônicos. Para as empresas, o 
melhor	seria	investir	na	fabricação,	por	exemplo,	de	uma	única	pasta	
de	dentes	e	vendê-la	no	mundo	 inteiro.	Mas,	para	se	firmarem	em	
tantos	países,	elas	se	veem	obrigadas	a	diversificar	seu	portfólio	de	
produtos e adaptá-lo ao gosto de cada lugar.”
Fonte: BETTI, Renata. O sabão que aqui lava, não lava como 
lá. Veja, São Paulo, ed. 2118, p. 134, 24 jun. 2009.
Atividades de Estudos: 
1) Faça uma relação de quantos produtos globais você possui ou usa.
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19
Gestão Estratégica de Empresas GlobaisCapítulo 1
2) Pesquise os 20 principais países exportadores e importadores no 
comércio mundial de mercadorias.
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Após	 uma	 análise	 dos	 possíveis	 fatores	 de	 influência	 no	 ambiente,	 é	
necessário	definir	os	objetivos	estratégicos	logísticos,	alinhados	com	a	formulação	
da estratégia da empresa. Na sequência, podemos ver os passos que seriam 
necessários para a formulação e implementação de estratégias de logística global.
Formulação	e	Implementação	de	
Estratégias
A formulação e implementação de estratégias logísticas, sejam 
elas locais, sejam elas globais, deverão necessariamente estar 
vinculadas aos objetivos maiores da empresa. Caso contrário, não há 
como o processo evoluir. 
Para a implementação de estratégias, podem ser seguidos alguns 
passos com o objetivo de orientar o processo de implementação, 
são eles: estudo de mercado; análise estratégica na dimensão 
de tempo; definição da estratégia global (central) da empresa; 
identificação de responsabilidades das áreas funcionais da 
empresa, alinhadas com metas organizacionais; implementação de 
ações e controle de processos.
Somente após desenvolver um minucioso estudo de mercado, 
considerando as implicações em todos os ambientes (político, 
econômico, social, tecnológico, competitivo e natural) será possível a empresa 
A formulação e 
implementação 
de estratégias 
logísticas, sejam 
elas locais, 
sejam elas 
globais, deverão 
necessariamente 
estar vinculadas 
aos objetivos 
maiores da 
empresa. Caso 
contrário, não há 
como o processo 
evoluir.
20
Estratégia de logística global
compreender seu papel no mercado e analisar a dimensão do tempo em que 
a	estratégia	pode	ser	aplicada.	 Identificar	as	 reais	metas	da	empresa	e	atribuir	
responsabilidades a cada uma das áreas envolvidas, compreendendo as tarefas 
e	 funções	específicas	que	cada	uma	das	áreas	 terá	que	desempenhar	para	se	
chegar ao objetivo da estratégia global, como se fosse um desdobramento da 
estratégia central para cada área em particular. Veja, por exemplo, algumas 
questões que deveriam ser levantadas: qual é o papel da área de marketing para 
que a estratégia possa ser alcançada? Com base neste objetivo estratégico e 
com esta análise de marketing, qual é a necessidade de produção? E, assim, 
identificar	o	papel	que	cada	área	irá	desempenhar	para	contribuir	com	a	estratégia	
global,	seja	a	área	financeira,	seja	a	de	recursos	humanos,	seja	a	de	controladoria,	
dentre outras. A importância reside no fato de que haja um comprometimento 
e uma disseminação dos valores estratégicos e das metas às quais a empresa 
deseja	atender.	Assim,	torna-se	possível	a	implementação	das	ações	específicas	
separadas por áreas, atribuindo o que é responsabilidade de quem, facilitando, 
desse modo, o processo de controle. 
Algumas	Considerações
Neste capítulo, estudamos um pouco sobre a complexidade da análise 
ambiental global para elaboração de estratégias e alguns elementos norteadores 
para	que	seja	possível	definir	o	foco	estratégico	empresarial	de	empresas	globais.	
Buscamos compreender para quais elementos e quais ambientes precisamos 
voltar nossa atenção. 
No próximo capítulo, compreenderemos como esta complexidade pode afetar 
a	cadeia	de	abastecimento	global.	Identificaremos	as	implicações	de	localização	
e os agentes envolvidos na cadeia de abastecimento. Após entendermos 
os	 aspectos	 norteadores	 do	 ambiente,	 torna-se	 possível	 definir	 as	 políticas	
empresariais que a empresa pode adotar frente à cadeia.
Referencias
CHURCHIL, Gilbert A.; PETER, J. Paul. Marketing: criando valor para o cliente. 
São Paulo: Atlas, 2002.
DORNIER, P. et al. Logística e operações globais-texto e casos. São Paulo: 
Atlas, 2000.
CAPÍTULO 2
Cadeia	de	Abastecimento	
Internacional	e	Blocos	Comerciais
A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
 9 Compreender a complexidade da cadeia de abastecimento internacional.
 9 Conhecer a importância dos acordos de cooperação internacional.
 9 Identificar	os	elementos	de	importância	na	cadeia	de	abastecimento.
 9 Identificar	o	escopo	de	localização	estratégica	na	cadeia.
 9 Definir	políticas	empresariais	na	cadeia.
22
Estratégia de logística global
23
Cadeia de Abastecimento Internacional 
e Blocos ComerciaisCapítulo 2
Contextualização
O	grande	desafio	da	 logística	é	colocar	o	produto	onde	quer	que	o	cliente	o	
deseje, com os menores custos e com os melhores níveis de serviços possíveis. 
Considerando que o desejo do cliente pode ser produtos internacionais, estamos de 
fato	diante	de	um	desafio	com	as	mesmas	proporções	geográficas	intercontinentais.	
O gerenciamento de uma cadeia de abastecimento é bastante complexo 
e quando isso é extensivo ao mercado internacional, a complexidade aumenta 
significativamente.	Na	maioria	das	vezes,	esta	atividade	de	gerenciamento	está	
associada à produção ou às operações de suprimentos em unidades produtivas e de 
processos	de	distribuição	geograficamente	dispersos	pelo	mundo.	
Quando falamos em dimensões internacionais, estamos nos referindo aos 
processos internacionais, que ocorrem em todas as atividades da cadeia de 
abastecimento. Estas vão desde compras de matéria-prima em um dado local, 
o centro de distribuição posicionado comercialmente próximo aos clientes, um 
sistema de transporte que facilite a distribuição, até as atividades do marketing, 
que precisa conhecer cadaum destes campos de atuação de maneira detalhada. 
Neste capítulo, o objetivo central é compreender um pouco sobre a 
complexidade da cadeia de abastecimento internacional, as implicações das 
cadeias	domésticas	para	as	globais	e	como	as	implicações	e	especificidades	de	
cada nação, bem como os acordos comerciais, podem interferir no gerenciamento 
destas atividades.
Vamos adiante! 
Políticas	Empresariais
Você tem acompanhado a velocidade com que as coisas caminham. Assim, 
com o avanço das novas tecnologias e com o aumento da produtividade e do 
consumo, a utilização generalizada de técnicas logísticas na operação das 
empresas está sendo um caminho imprescindível para a melhoria da gestão e da 
otimização dos recursos empresariais em todos os sentidos. A logística, de forma 
global, acaba por contemplar todos os fatores referentes ao comércio (pesquisa de 
mercado e estudo de demanda, novos mercados, canais de distribuição, liberação 
aduaneira, níveis elevados de serviço ao cliente, redes de relacionamentos, redes 
de informações, etc.).
Desse modo, uma política empresarial que contemple a proposição de um 
valor agregado aos produtos e serviços pode vir através da logística, ao longo 
24
Estratégia de logística global
de sua cadeia de abastecimento, no gerenciamento correto e efetivo de controle 
de estoques, no incremento da força de vendas, no uso intensivo e efetivo de 
ferramentas tecnológicas de informática e telecomunicações (ECR - Efficient 
Consumer Response, CRM - Customer Relationship Management, MRP - 
Manufacturing Resource Planning, etc.) que colaborem para a efetivação da 
política empresarial.
Mas você pode estar se questionando, a que se refere uma política 
empresarial? Pensemos um pouco sobre o que entendemos de política em si. 
Ao falarmos de política nos veem à cabeça as ações governamentais e a maneira 
como nossa cidade, estado, ou país são conduzidos, pois a política empresarial diz, 
também, respeito à maneira pela qual uma empresa irá administrar e organizar suas 
atividades, tanto internas como externas. Irá determinar sua conduta perante seus 
funcionários, perante a sociedade e o mercado.
Para que a empresa se conecte com as outras empresas integrantes 
da cadeia de abastecimento global, ela deve adotar uma política empresarial 
condizente com seu objetivo. 
Giuzi (1987) defende a visão de que as políticas organizacionais são guias 
orientadoras da ação administrativa para que seja possível atingir as metas e os 
objetivos estabelecidos para a organização. 
Owens (1954) argumenta que as políticas empresariais podem ser 
entendidas como princípios para a conduta de uma empresa, um curso geral de 
ação, seguido por pessoas que são responsáveis pela administração do negócio 
e relações com os stakeholders. 
Sendo assim, pode-se concluir que política empresarial é a missão, os objetivos 
da empresa, a visão e a cultura organizacional focadas para a obtenção de um 
objetivo. A política empresarial pode ser chamada de estratégia organizacional. 
Dependendo do foco de atuação da empresa, de suas políticas 
empresariais internas e de seus objetivos para com o mercado é que 
sua gestão logística será realizada. Uma empresa que tem como 
política comercial atuar apenas em determinados estados brasileiros irá 
desempenhar um tipo de atividade na cadeia logística, já uma empresa 
que forneça seus produtos para mercados internacionais terá uma área 
de atuação maior com a qual se preocupar e, consequentemente, uma 
complexidade de gestão um pouco maior. 
A implementação de uma estratégia internacional no sistema 
logístico	 se	 baseia,	 principalmente,	 em	 definir	 o	 espaço	 de	 atuação	
Dependendo do 
foco de atuação 
da empresa, de 
suas políticas 
empresariais 
internas e de seus 
objetivos para com 
o mercado é que 
sua gestão logística 
será realizada.
25
Cadeia de Abastecimento Internacional 
e Blocos ComerciaisCapítulo 2
da própria empresa, adequar seu processo produtivo às características da oferta 
em função da demanda. E é na determinação desse espaço de atuação que as 
empresas precisam monitorar o ambiente no qual pretendem atuar, ou já atuam, 
acompanhando as forças externas do ambiente, desenvolvendo uma análise 
ambiental criteriosa.
As forças políticas e macroeconômicas acabam por delimitar, 
muitas vezes, as estratégias e operações globais. Situações como 
acordos comerciais regionais, redução ou eliminação de barreiras 
alfandegárias,	flutuação	da	taxa	de	câmbio,	incentivos	governamentais,	
interferem diretamente nas políticas de gestão e exigem maior 
necessidade de interação ao longo da cadeia de abastecimento.
Uma empresa poderia adotar a política de atender apenas uma 
determinada região de um dado país, o que parece fácil em um primeiro 
momento, no entanto, poderia deixar de lado uma boa fatia de mercado, 
pois	atingir	diferentes	áreas	geográficas	e	ampliar	o	mercado	é	sempre	
uma boa alternativa para evitar a concorrência e, também, ganhar novos 
mercados.	Maximizar	a	flexibilidade	e	agilidade	no	sistema	operacional	
pela	diversificação	geográfica	para	deter	uma	amplitude	de	mercado,	
não	ficando	somente	vulnerável	a	uma	linha	de	atuação,	pode	ser	uma	
estratégia para driblar as incertezas do mercado.
Segundo Dornier et al. (2000), uma vez que haja desestabilização 
econômica de uma moeda em uma dada nação que faça com que a 
empresa saia de seu equilíbrio, ela deveria pensar em adotar uma posição 
de transferir sua produção para aquelas instalações ou fornecedores 
que, em virtude de sua localização, podem gerar o produto ou fornecer 
as entradas no mínimo ao custo da moeda local. Empresas que possuem 
redes de instalações globais ou relacionamentos estabelecidos com 
fornecedores em uma diversidade de países podem implementar este tipo de 
política ou estratégia empresarial com bastante sucesso. No Brasil, inclusive, há 
casos de empresas que mudam sua planta industrial em função dos incentivos 
fiscais	por	parte	de	determinadas	regiões	do	país.	Nosso	país	opera	com	diferentes	
alíquotas de impostos entre os estados, por este motivo pode ser interessante 
manter uma empresa, manter sua planta industrial ou a central de distribuição em 
uma	área	geográfica	e	comercializar	seus	produtos	em	outras.
As forças políticas 
e macroeconômicas 
acabam por 
delimitar, muitas 
vezes, as 
estratégias e 
operações globais. 
Situações como 
acordos comerciais 
regionais, redução 
ou eliminação 
de barreiras 
alfandegárias, 
flutuação da 
taxa de câmbio, 
incentivos 
governamentais, 
interferem 
diretamente nas 
políticas de gestão 
e exigem maior 
necessidade de 
interação ao longo 
da cadeia de 
abastecimento.
26
Estratégia de logística global
Elementos	da	Cadeia	de	
Abastecimento
Uma cadeia de suprimentos, na visão de Chopra e Meindl (2003), 
engloba todos os estágios envolvidos, direta ou indiretamente, no 
atendimento de um pedido de um cliente. A cadeia de suprimento 
não inclui apenas fabricantes e fornecedores, mas também 
transportadoras, depósitos, varejistas e os próprios clientes. A cadeia 
inclui todas as atividades e funções que vão desde o processo de 
pedido do cliente ao fornecedor, como desenvolvimento de novos 
produtos, pesquisa e marketing,	 operações,	 distribuição,	 finanças	
e	 o	 serviço	 de	 atendimento	 ao	 cliente,	 considerando	 os	 fluxos	 de,	
informação,	financeiro	e	material.	A	partir	da	figura	a	seguir,	é	possível	
verificar	 um	 pouco	 dessas	 atividades	 e	 funções	 que	 partem	 do	
fornecedor com vistas a se chegar ao cliente.
Figura 2 – Cadeia de Abastecimento
Fonte: Ballou (1993, p.18).
Na	 figura	 anterior,	 é	 interessante	 notar	 como	 o	 fluxo	 material	 e	 dos	
processos ocorrem, partindo dos fornecedores, envolvendo os departamentos de 
suprimentos, produção, distribuiçãoalocando-se e estruturando-se de maneira 
que	o	produto	final	chegue	a	contento	ao	cliente	final.	
Segundo Ballou (1993, p. 18):
As atividades de transporte, estoques e comunicações 
iniciaram-se antes mesmo da existência de um comércio ativo 
entre regiões vizinhas. Hoje, as empresas devem realizar 
essas mesmas atividades como uma parte essencial de 
seus	negócios,	a	fim	de	prover	seus	clientes	com	os	bens	e	
serviços que eles desejam. Entretanto, a administração de 
empresas nem sempre se preocupou em focalizar o controle 
e a coordenação coletivos de todas as atividades logísticas. 
A cadeia inclui 
todas as atividades 
e funções que vão 
desde o processo 
de pedido do cliente 
ao fornecedor, como 
desenvolvimento 
de novos produtos, 
pesquisa e 
marketing, 
operações, 
distribuição, finanças 
e o serviço de 
atendimento ao 
cliente, considerando 
os fluxos de, 
informação, 
financeiro e material. 
27
Cadeia de Abastecimento Internacional 
e Blocos ComerciaisCapítulo 2
A coordenação integrada de todas as atividades da logística para 
atender às necessidades dos clientes, agregando valor ao seu produto 
ou serviço, é a evolução do conceito de logística para o gerenciamento 
da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management).
A cadeia de abastecimento possui seis elementos que devem 
estar interligados de forma coordenada e planejada para que os 
produtos e serviços cheguem ao consumidor da forma almejada: 
produção, fornecedor, estoque, localização, transporte e informação.
A globalização tem efeito sobre a cadeia de abastecimento, 
tornando-a global pelas tendências de valor pelas quais passa a 
ser	 influenciada.	 Sendo	 assim,	 as	 trocas	 de	 produtos	 e	 serviços	
entre países acontecem por meio do gerenciamento da cadeia de 
abastecimento global.
Atividade de Estudos: 
1)	 Escolha	um	ramo	de	atividade,	pode	ser	o	madeireiro,	a	indústria	
automotiva,	 ou	 outra	 com	 a	 qual	 você	 se	 identifique.	 Então,	
desenhe um exemplo prático de uma cadeia de abastecimento 
envolvendo os seis elementos que devem estar interligados. 
Acordos	de	Cooperação	
Internacionais	
Desde a segunda Guerra Mundial, há um grande interesse pela cooperação 
econômica entre as nações, interesse estimulado pelo êxito da União Europeia 
(EU). Existem muitos níveis de cooperação, desde a redução de barreiras ao 
comércio até a integração completa de duas ou mais economias nacionais. 
A cadeia de 
abastecimento 
possui seis 
elementos que 
devem estar 
interligados de 
forma coordenada 
e planejada para 
que os produtos e 
serviços cheguem ao 
consumidor da forma 
almejada: produção, 
fornecedor, estoque, 
localização, 
transporte e 
informação.
28
Estratégia de logística global
Os acordos de cooperação internacionais servem para facilitar os trâmites 
das mercadorias entre os países acordados, otimizar os processos de importação 
e exportação envolvendo questões de naturezas diversas, como burocracias 
de um modo geral, documentação de liberação de mercadorias, impostos 
diferenciados para os países membros, políticas governamentais especiais, 
dentre outros fatores e critérios. 
É variada a denominação dada aos atos internacionais, 
tema que sofreu considerável evolução através dos tempos. 
Embora	 a	 denominação	 escolhida	 não	 influencie	 o	 caráter	
do instrumento, ditada pelo arbítrio das partes, pode-se 
estabelecer certa diferenciação na prática diplomática, 
decorrente	 do	 conteúdo	 do	 ato	 e	 não	 de	 sua	 forma.	 As	
denominações mais comuns são tratado, acordo, convenção, 
protocolo e memorando de entendimento. Nesse sentido, 
pode-se dizer que, qualquer que seja a sua denominação, 
o	 ato	 internacional	 deve	 ser	 formal,	 com	 teor	 definido,	 por	
escrito, regido pelo Direito Internacional e que as partes 
contratantes são necessariamente pessoas jurídicas de Direito 
Internacional	Público.	(BRASIL,	2010).
Segundo Aaker (1995), uma aliança estratégica ocorre quando duas ou mais 
organizações decidem conjugar esforços para perseguir um objetivo estratégico 
comum, podendo, deste modo, ser extensiva também para países ou nações. 
Um dos mais importantes acordos de cooperação foi o GATT (Acordo Geral de 
Tarifas e Comércio). É um tratado entre 125 nações cujos governos concordavam 
na promoção do comércio entre os países membros, a ideia era atuação global e 
multilateral e seus negociadores puderam sentir uma maior liberdade comercial. 
O acordo mediou mais de 300 disputas comerciais. Sucessora do GATT, a OMC 
(Organização Mundial de Comércio), fundada em primeiro de janeiro de 1995, com 
sede em Genebra, cumpriu como uma de suas principais tarefas: sediar o local 
para negociações dos países signatários diante dos compromissos assumidos de 
acesso a mercados de serviços bancários, de seguros e de títulos. (WARREN; 
GREEN, 2000).
São incansáveis as práticas governamentais para ampliar a esfera de 
cooperação internacional, um exemplo são os produtos da Zona Franca de 
Manaus que, ainda este ano, serão incluídos no acordo de livre comércio entre 
Mercosul	 e	 Chile	 e	 poderão	 beneficiar-se	 da	 isenção	 de	 tarifas	 que	 deverá	
alcançar quase 90% dos produtos comercializados entre Brasil e Chile. Esse é 
um dos resultados das práticas de acordos e também um dos sinais da excelente 
relação entre os dois países. Os chilenos querem discutir com o Brasil “acordos de 
segunda geração”, como os de cooperação entre as alfândegas, para constituição 
de operadores alfandegários autorizados, agentes privados que darão mais 
rapidez aos trâmites burocráticos no comércio exterior. (NEWS COMEX, 2010).
29
Cadeia de Abastecimento Internacional 
e Blocos ComerciaisCapítulo 2
Os acordos de cooperação podem assumir diferentes modalidades, por 
exemplo: a modalidade de uma área de livre comércio, que consiste em um 
grupo de países que concordam em abolir todas as possíveis barreiras internas 
ao comércio entre eles. Ou a modalidade de união alfandegária que assume o 
papel evolutivo de uma área de livre comércio, pois, além do acordo comum, 
as barreiras internas concordam em estabelecer barreiras externas comuns. 
(WARREN; GREEN, 2000).
O mercado comum é a etapa seguinte na escala de integração econômica, 
uma vez que além das barreiras internas e externas permite livre movimentação 
de fatores de produção, como mão de obra, capital e informações. 
Para Quandt (2004), os benefícios podem aumentar conforme a redução dos 
custos de transação, uma vez que estes tendem a diminuir com a proximidade 
geográfica,	 infraestrutura	 compartilhada,	 normas	 comuns	 e	 regras	 táticas	 para	
cooperação.
Logo, as “transações” comerciais, de certa forma facilitadas por ocasião dos 
acordos de cooperação, implicam diretamente as estratégias logísticas que se 
beneficiam	de	 tais	 acordos,	 permitindo	 agilidade	e	 flexibilidade	no	processo	ao	
longo da cadeia logística.
A seguir, você pode estudar o texto sobre a retaliação brasileira ao algodão. 
A matéria explicita um pouco a forma como esses acordos ou negociações, de um 
modo geral, podem impactar nas questões logísticas.
Retaliação brasileira ao algodão norte-americano poderá sair 
em dois meses, diz ABRAPA
A Câmara de Comércio Exterior (Camex) apresentará a 
retaliação que o País aplicará contra os Estados Unidos por causa 
de subsídios ao setor de algodão, diz o presidente da Associação 
Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Haroldo Cunha. Ele 
se reuniu com a secretária executiva da Camex, Lytha Spíndola, para 
discutir o assunto.
Um grupo técnico está estudando os produtos americanos que 
sofrerão a retaliação tarifária determinada pela Organização Mundial 
do	Comércio	(OMC),	no	último	dia	31	de	agosto,	no	valor	de	até	U$	
800 milhões. Cunha explicou que os técnicos estão preocupados 
em não gerar mais custos aos produtoresbrasileiros, taxando, por 
exemplo,	fertilizantes	e	máquinas	agrícolas.	Outra	questão	que	aflige	
30
Estratégia de logística global
o presidente da Abrapa é a possibilidade de que o governo, em 
vez de retaliar os americanos, com tarifas às importações, negocie 
outra compensação qualquer, como a abertura de mercados a outro 
produto, deixando o algodão de lado. 
“Isso é inaceitável. Não podemos perder de vista o objetivo 
principal que é a redução de subsídios. Para que haja alguma 
movimentação no Congresso americano para um estudo de sua lei 
agrícola, é preciso que haja pressão para isso, e o mecanismo legal 
que	temos	é	exatamente	a	retaliação”,	afirmou.	Cunha	acredita	que	
o preço do algodão no mercado internacional pode aumentar até 
20%, caso o governo dos Estados Unidos deixe de subsidiar seus 
produtores. 
Atualmente, os estoques mundiais de algodão em pluma estão 
muito	 altos,	 fazendo	 com	 que	 os	 preços	 fiquem	 muito	 baixos,	 e	
outros países produtores também subsidiam o produto, uma política 
que pode ser revista, segundo Cunha, a partir da decisão da OMC e 
da forma como o Brasil aplicará a retaliação. Caso o governo tome a 
decisão pela compensação, o presidente da Abrapa defende que ela 
venha para o setor de algodão. 
“Se não temos como competir com os americanos em termos 
de subsídios, que tenhamos a condição de competir em termos da 
mesma capacitação no setor produtivo, e é isso que esperamos 
do	governo”,	disse,	apontando	as	dificuldades	do	setor	de	algodão	
em tecnologia, defesa vegetal, logística e promoção e marketing do 
produto nacional. As informações são da Agência Brasil.
Fonte: MACEDO, Danilo. Retaliação brasileira ao algodão norte-americano 
poderá sair em dois meses, diz ABRAPA. Agência Brasil, 21 set. 2009. 
Disponível em: <http://www.direito2.com.br/abr/2009/set/21/retaliacao-
brasileira-ao-algodao-norte-americano-podera-sair-em-dois>. 
Acesso em: 3 mar.2010.
Atividade de Estudos: 
1)	 Realize	uma	pesquisa	para	identificar	os	principais	prejuízos	que	
o Brasil teve por conta do caso mencionado no texto.
31
Cadeia de Abastecimento Internacional 
e Blocos ComerciaisCapítulo 2
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Localização	e	Complexidade	de	
Cadeias	Globais
Vamos compreender, a seguir, as diferenças fundamentais entre as cadeias 
de	 suprimentos	 locais	 e	 globais,	 em	 que	 as	 distâncias	 geográficas	 são	 triviais	
para o processo de envolvimento nas visões usadas por empresas globais para 
lidar com as complexidades das taxas de câmbio e algumas inadequações 
infraestruturais.
À medida que uma empresa cresce, surge a necessidade de tomar a decisão 
em operar no mercado internacional, gerando, assim, uma área da empresa que 
será responsável pela divisão internacional.
À proporção que as atividades da cadeia de suprimentos se localizam em todo 
o	mundo	e	os	fluxos	de	produtos	começam	a	atravessar	as	fronteiras	nacionais,	
os gerentes das operações logísticas enfrentam as incertezas e complexidades 
da rede logística globalizada. Entretanto, diversas características diferenciam as 
cadeias de suprimentos globais das nacionais. Vamos discutir um pouco sobre a 
distância	geográfica,	como	esta	questão	pode	impactar	nas	cadeias	globais?
A	 distância	 geográfica	 implica	 lead times de transporte mais longos. As 
empresas compensam-no com estoques maiores no canal de distribuição. 
Contudo, os tempos mais longos de transporte não aumentam simplesmente 
o comprimento médio dos lead times de suprimento. Adicionam, também, 
variabilidade aos lead times. Nesse caso, as entregas de produtos que cruzam as 
fronteiras nacionais estão sujeitas a complicações e atrasos imprevisíveis devido 
aos procedimentos alfandegários burocráticos. Essa incerteza adicionada é 
tratada por estoques pulmão maiores, os quais contribuem para o comportamento 
errático do efeito de chicoteamento (whiplash effect ou bullwhip effect). A 
volatilidade resultante no nível de estoque pode levar a situações custosas de 
falta de materiais e produtos, falta de resposta oportuna às necessidades do 
cliente e altos custos administrativos.
32
Estratégia de logística global
No entanto, empresas que gerenciam uma rede global de plantas de 
produção	enfrentam	os	desafios	de	implementar	produção	JIT	(Just In Time) com 
fornecedores	geograficamente	distantes.	Algumas	acham	praticamente	impossível	
atingir a coordenação apertada do programa requerido e o feedback frequente da 
informação com uma ampla base de clientes.
Caro aluno, nos parágrafos anteriores, você compreendeu que a sensibilidade 
da cotação de uma ação resultante no nível de estoque pode ser levada a situações 
difíceis, como falta de materiais e produtos, bem como a falta de resposta adequada 
às necessidades do cliente e altos custos administrativos.
Portanto, podemos entender que tempos de respostas, aumentados devido 
às	maiores	distâncias	geográficas,	sempre	complicam	a	tarefa	de	previsões	para	
mercados	 internacionais.	 Locais	 geograficamente	distantes,	 na	maior	 parte	dos	
casos, implicam que as empresas operem em diferentes ambientes culturais, 
usando diferentes línguas e observando diferentes práticas de operação. Essas 
diferenças	 potencializam	 substancialmente	 as	 dificuldades	 de	 comunicação,	
criando visões distintas e suposições nas quais se baseiam cenários para a 
evolução do mercado futuro. Somando todas essas complexidades, as empresas 
ver-se-ão com um problema agudo de informação altamente distorcida e sem 
acurácia, usada para propósitos de planejamento.
No que diz respeito a essa visão, os fabricantes e varejistas acabam 
carregando maiores níveis de estoque e devem lidar, devido ao efeito exacerbado 
do chicoteamento, com maior volatilidade em seus níveis de estoque. Essa teoria 
tradicional	 de	 estoques	 especifica	 que	 os	 estoques	 de	 segurança	 necessários	
para cobrir a incerteza da demanda variam com o tamanho do erro da previsão. 
Esses	efeitos	 são	agravados	pela	dificuldade	 típica	de	 coordenar	os	efeitos	de	
uma campanha de marketing em nível internacional e de controlar os impactos 
das atividades promocionais no ponto de venda, uma vez que, em dependências 
estrangeiras, a localização dos pontos é bastante distante. 
O efeito do chicoteamento se refere à variação da demanda 
que tende a aumentar em função da distância dos produtos até o 
consumidor	final,	ao	 longo	da	cadeia,	quando	pequenas	mudanças	
no comporto da compra do consumidor podem repercutir em 
grandes	 variações	 de	 pedidos	 ao	 final	 ou	 ao	 longo	 da	 cadeia.	
Consequentemente,	 as	 oscilações	 podem	 ser	 significativas,	 à	
medida que cada empresa procura equacionar o problema diante de 
um	ponto	de	vista	único.	Em	situações	de	cadeias	com	dimensões	
internacionais, isto é bastante comum, em virtude do distanciamento 
do	ponto	de	origem	do	produto	até	o	consumidor	final.	
33
Cadeia de Abastecimento Internacional 
e Blocos ComerciaisCapítulo 2
Se você quiser aprofundar seus conhecimentos a respeito do 
efeito chicote, leia o artigo: O Efeito Chicote e o seu impacto na 
Gestão das Cadeias de Suprimentos, basta acessar:
http://www.aedb.br/seget/artigos07/1167_Artigo%20-%20
Efeito%20Chicote%20-%20SeGet.pdf 
Outras	Incertezas	
Macroeconômicas
Quando trabalhamos com dados de mercado, a velocidade das 
transformações	e	a	quantidade	de	fatores	a	serem	considerados	são	significativos.	
Consideramos não somente localização ou aspectos culturais e sociais, conforme 
vimos anteriormente. Há uma série de fatores e incertezas que devemos 
considerar,no entanto, há algumas incertezas que repercutem de maneira mais 
direta nas empresas. Dois fatores macroeconômicos complicadores e de bastante 
importância no ambiente da cadeia de suprimentos global são as taxas de câmbio 
e	a	inflação,	que	não	poderiam	ficar	de	fora	de	nossa	análise.	
As	taxas	de	câmbio	influenciam	significativamente	uma	empresa	que	tenha	
negócios, seja com compradores, fornecedores, concorrentes estrangeiros, 
seja por meio de seu impacto nos custos de entrada, preços de venda e volume 
de venda, devido às muitas variações que o câmbio acarreta nas moedas. Na 
conversão	de	câmbio,	alguns	países	podem	ficar	prejudicados,	devido	à	situação	
econômica	 local,	ou	perderem	poder	de	barganha,	dificultando	as	negociações.	
O monitoramento das equipes econômicas vai desde o acompanhamento dos 
agentes	financeiros,	das	variações	das	ações	nas	bolsas,	do	preço	de	algumas	
mercadorias com o propósito de minimizar impactos ou serem pegos de surpresa. 
Então cabe um questionamento, veja a atividade de estudo: 
Atividade de Estudos: 
1) O que você acha que as empresas podem fazer? Como as 
empresas devem proceder para contra-atacar os movimentos 
desfavoráveis na taxa de câmbio?
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Estratégia de logística global
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A resposta que poderíamos considerar para a questão anterior 
é que: 
As	 empresas	 devem	 usar	 a	 flexibilidade	 na	 estrutura	 de	 sua	
cadeia de suprimentos global, adotando uma tática frequente, 
a qual consiste em a empresa mudar suas compras para aqueles 
fornecedores que, por virtude de sua localização, podem fornecer 
entradas a um custo inferior na moeda local. Sob essa tática, as 
empresas estabelecem relacionamentos com fornecedores em uma 
variedade de países, de forma a melhor usar sua experiência de 
fornecimento global na implementação de tal estratégia. Às vezes, 
essa tática ajuda até a estabelecer um fornecedor internacional onde 
um sequer existe. 
Portanto,	cadeias	de	suprimentos	globais	com	fontes	de	produção	múltiplas	
para o mesmo produto e alguma capacidade em excesso podem desenvolver 
uma	 segurança	 adicional	 contra	 flutuações	 na	 taxa	 de	 câmbio	 e	 incertezas	 do	
macro ambiente. Atingem essa condição usando a capacidade excedente na rede 
e alocando a produção entre diferentes países.
35
Cadeia de Abastecimento Internacional 
e Blocos ComerciaisCapítulo 2
Em	países	em	desenvolvimento,	com	ambientes	inflacionários,	em	situações	
hiperflacionárias,	as	práticas	na	cadeia	de	suprimento	são	altamente	eficazes	e	
essenciais. Para se ter sucesso em tais ambientes, recorremos à implementação 
instantânea pelas empresas de aumentos de preços mínimos e prazos de 
pagamento aos clientes. A empresa deve enfatizar os canais de distribuição 
que são simples para servir e pagar instantaneamente. Para muitos ambientes 
e	 indústrias,	 isso	 significa	 um	 uso	 mais	 pesado	 de	 atacadistas	 e	 cadeias	 de	
supermercados nacionais. Para essa transação, a cobertura de vendas deve 
ser persistente em garantir a comunicação instantânea e completa aos clientes. 
Tal	 comunicação	 facilita	 o	 anúncio	 e	 implementação	 de	 aumentos	 de	 preços.	
Consideramos, então, que os lead times na cadeia de suprimentos devem ser 
reduzidos até o valor possível para garantir a distribuição rápida e acurada, 
permitindo que as empresas minimizem os estoques dos canais de distribuição 
e evitem atrasos em pagamentos devido à discrepância entre a fatura e a 
mercadoria recebida.
Para ilustrarmos as questões abordadas no parágrafo anterior, 
vejamos a situação a seguir:
Uma empresa sueca projetou um equipamento para produzir 
embalagens de papel que permitissem que o leite esterilizado fosse 
mantido sem refrigeração por até três meses, superando, assim, a 
falta de refrigeração em países em desenvolvimento.
As	 deficiências	 que	 as	 empresas	 encontram	 quando	 começam	 a	 operar	
são substanciais em recursos infraestruturais (redes de transporte, capacidade 
de	 telecomunicação,	 qualificação	 do	 trabalhador,	 qualidade	 de	 materiais/
fornecedores, equipamentos, etc.).
Para conhecermos mais essas inadequações infraestruturais, vamos 
comentar alguns desses fatores, segundo Dornier et al. (2000). Consideremos a 
qualificação do trabalhador: uma empresa pode alterar ou limitar suas escolhas 
tecnológicas	 por	 falta	 de	 algumas	 qualificações	 dos	 trabalhadores.	 Podemos	
citar, por exemplo, tarefas em máquinas de controle numérico reduzem muito o 
conteúdo	 de	 qualificação,	 pois	 os	 operadores	 são	 substituídos	 por	 preparadores	
e programadores de máquina mais facilmente treinados. Chega-se à conclusão 
de	 que	 as	 dificuldades	 em	 encontrar	 um	 fornecimento	 adequado	 de	 operadores	
treinados derivam do crescente uso dessa tecnologia nos países da América do Sul. 
36
Estratégia de logística global
Outra inadequação de infraestrutura pode ser compreendida como a 
disponibilidade de fornecimento e qualidade do fornecedor: para minimizar 
o uso de materiais escassos, as empresas têm forçado-se a projetar suas 
tecnologias de equipamentos de processo e seus produtos para que a escassez 
de material não cause problemas para as cadeias de suprimentos globais. 
As matérias-primas importadas são frequentemente escassas devido às 
restrições de importação causadas por falta de divisas estrangeiras. Em outros 
casos, problemas de suprimentos derivam de um quadro subdesenvolvido de 
fornecedores ou do sistema de transporte. Assim, as empresas tendem a assumir 
diversos métodos e ações criativos para superar tais problemas de suprimentos. 
Vamos conhecer outros exemplos, podemos citar o McDonald’s 
que enfrentou problemas substanciais para desenvolver fornecedores 
russos	 confiáveis	 de	 alta	 qualidade	 em	 suas	 operações	 de	
restaurantes	na	Rússia.	A	cadeia	de	fast-food empregou com sucesso 
uma estratégia de integração vertical por meio do desenvolvimento de 
suas próprias instalações de fabricação e distribuição para processar 
a carne, produzir batatas fritas, preparar os laticínios e assar os pães 
e tortas de maçã. Cultivou até suas próprias batatas nos estágios 
iniciais de suas operações russas. 
Em outro exemplo, um fabricante de aço brasileiro desenvolveu 
uma tecnologia para substituir o carvão mineral, que não existia 
localmente, por carvão vegetal. 
Podemos concluir, com esses exemplos, que a falta de 
suprimentos e programas irregulares podem criar um caos no 
processo de planejamento da cadeia de suprimentos global. A reação 
típica de manter altos níveis de estoques de matérias-primas ou 
estoque em processo exacerba a dinâmica perversa do efeito de 
chicoteamento.	Por	isso,	fica	impossível	manter	em	certas	redes	de	
fábricas os princípios do fornecimento e produção JIT. Muitas vezes, 
pode levar as empresas a trocar processos de produção normalmente 
contínuos por processos em grandes lotes.
Podemos ainda considerar outras inadequações de infraestrutura, apontadas 
também por Dornier et al. (2000), como: a falta de equipamentoe tecnologias 
de processos locais: em determinados países, a falta de equipamentos e 
tecnologias de processo pode limitar seriamente os etapas de desenvolvimento 
e produção de determinados produtos. O problema se torna sério quando 
37
Cadeia de Abastecimento Internacional 
e Blocos ComerciaisCapítulo 2
questões como restrições de importação forçam o desenvolvimento e uso de 
equipamentos e tecnologias locais. Nesses casos, as empresas são forçadas 
a realizar o P&D localmente e a desenvolver equipamentos e tecnologias de 
processos locais. Outras questões a serem consideradas são: inadequações na 
infraestrutura de transporte e telecomunicações: os canais de distribuição em 
países em desenvolvimento são muitos longos e fragmentados. Dessa forma, as 
deficiências	nas	comunicações	criam	sérias	imperfeições	no	mercado,	que	podem	
impedir	a	competitividade	de	uma	empresa	global	despreparada.	A	deficiência	na	
infraestrutura de transporte pode aumentar os lead-times de distribuição. Passa 
a ser comum, nesses países, um produto mudar de mãos de quatro a oito vezes 
antes	 de	 atingir	 o	 consumidor	 final.	A	 falta	 de	 serviços	 de	 telefonia	 confiáveis	
significa	que	o	suprimento	e	a	demanda	de	dados	não	estão	disponíveis	de	forma	
imediata, necessitando, assim, de investimentos substanciais da empresa no 
desenvolvimento	de	sistemas	de	informações	eficazes.	
O McDonald’s organizou seu próprio sistema de distribuição com 
seus	próprios	 caminhões.	Na	Rússia,	a	 causa	principal	 da	 falta	de	
comida tem menos a ver com a produção do que com a distribuição.
Analisando as inadequações infraestruturais, concluímos que 
num ambiente competitivo global essas empresas são forçadas a 
fornecer	 produtos	 e	 serviços	 altamente	 customizados	 para	 múltiplos	
mercados nacionais, o que gera a proliferação explosiva de modelos de 
produtos e opções de serviços oferecidos pela empresa. Na fabricação 
de um produto adequado para diferentes mercados, as empresas se 
obrigam a fabricar um produto básico que contenha a maior parte das 
características	 e	 componentes	 do	 produto	 final	 e,	 então,	 acrescentar	
aqueles	 componentes	 de	 último	 minuto	 que	 tornam	 o	 produto	
específico	para	o	mercado.	Temos	como	exemplo	desse	tipo	de	ação	
computadores para diferentes países que são fabricados com diferentes 
módulos	de	fonte	de	energia,	específicos	para	o	país	a	fim	de	acomodar	
a voltagem, frequência e convenções de conectores locais. Além disso, 
teclados e manuais devem, também, adequar-se à língua local. Essas 
variações, aparentemente pequenas, podem levar a empresa a produzir 
mais de uma centena de variações de um computador aparentemente 
idêntico,	 levando	 consigo	 um	 impacto	 significativo	 na	 proliferação	 de	
produtos na cadeia de suprimentos.
Em cadeias de suprimentos globais mal planejadas, predizer a 
demanda de milhares de itens é um pesadelo de previsões. Incertezas 
Em cadeias de 
suprimentos globais 
mal planejadas 
predizer a demanda 
de milhares de itens 
é um pesadelo 
de previsões, 
incertezas de 
demanda levam 
à formação de 
estoques erráticos 
e a significativos 
atrasos. Muitas 
empresas acabam, 
assim, mantendo 
níveis de estoques 
de segurança 
extremamente 
elevados, a fim 
de que possam 
garantir uma taxa 
de atendimento 
razoável.
38
Estratégia de logística global
de	demanda	 levam	à	 formação	de	estoques	erráticos	e	a	significativos	atrasos.	
Muitas empresas acabam, assim, mantendo níveis de estoques de segurança 
extremamente	elevados,	a	fim	de	que	possam	garantir	uma	taxa	de	atendimento	
razoável. Dessa forma, podemos concluir que o nível de serviço fornecido ao 
cliente, em termos de disponibilidade de produtos e de lead-times, deteriora-
se drasticamente. Se essas empresas estiverem estocando produtos de alta 
sazonalidade ou de vida curta, acabam com perdas substanciais devido à 
obsolescência dos produtos.
Para compreender melhor o funcionamento da cadeia de 
suprimentos de uma empresa brasileira no mercado internacional, 
a leitura do artigo Cadeias de Valor Global: condições para a 
inserção de uma cooperativa exportadora de suco de maracujá 
concentrado no mercado global é bastante enriquecedora. 
Acesse: ftp://ftp.sp.gov.br/ftpiea/publicacoes/asp1-2-05.pdf
Atividade de Estudos: 
1) Leia a reportagem A cadeia do frio: do Brasil para o mundo, 
disponível no material de apoio da disciplina.
 A seguir, pesquise as estratégias de um setor agroindustrial 
para	 identificar	o	perfil	dos	consumidores,	os	 fatores	que	afetam	
sua decisão de compra com relação à escolha do local e aos 
atributos dos produtos, a percepção que eles têm sobre a origem 
e	qualidade	de	determinado	produto	e	exemplifique	num	texto.	
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Cadeia de Abastecimento Internacional 
e Blocos ComerciaisCapítulo 2
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Integração	Vertical	em	Cadeias	de	
Suprimentos	Globais
Em diferentes países ou ambientes de mercado, muitas variáveis 
podem afetar o grau de integração vertical de cadeias de suprimentos 
globais.
Para cada variável e para os diferentes níveis de intensidade 
dessas variáveis o quadro a seguir, extraído da obra de Dornier et 
al.	 (2000),	 identifica	 a	 prática	 preferida,	 se	 ela	 se	 relaciona	 com	 o	
desenvolvimento de um maior nível de integração vertical para trás 
(IV)	ou	com	a	intensificação	do	esforço	para	desenvolver	fornecedores 
locais (FL). Oferecemos argumentos suportando diversos pontos de 
vista. Em linhas gerais, temos que ter em mente que cada caso requer 
uma análise particular detalhada.
Para uma melhor compreensão, sugiro que você considere a linha das 
condições de variáveis como uma régua. Tomemos como exemplo a leitura da 
primeira linha destacada do quadro, em que aparece a alta condição de variáveis 
envolvidas no que diz respeito ao ambiente do país, a sua dimensão de tamanho 
e o crescimento do mercado. 
Da mesma forma, prossiga com a leitura interpretativa, correlacionando as 
colunas (TIPOS DE VARIÁVEIS x CONDIÇÕES DE VARIÁVEIS) em cada uma 
das linhas das colunas. 
Em diferentes 
países ou 
ambientes de 
mercado, muitas 
variáveis podem 
afetar o grau de 
integração vertical 
de cadeias de 
suprimentos 
globais.
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Estratégia de logística global
Quadro 1 - Integração vertical para trás (IV) versus 
desenvolvimento de fornecedores locais (FL).
Tipos de Variáveis
Condições de Variáveis
_________________________
Alta ←_____________ → Baixa
Ambiente do país
Tamanho e crescimento do mercado
Custo de mão de obra
Qualificação	de	mão	deobra
Capacidade gerencial local
Risco político
Controle de importação de PA 
 (controles de importação de MP)
Compatibilidade cultural
Situação competitiva
Concentração	da	indústria
Forças competitivas relativas
Características da empresa
 Produto
Maturidade
Diferenciação de marca
Diversidade da linha
Intensidade de serviços
Tecnologia
Maturidade
Estabilidade
Complexidade
Recursos
Capital
Gerencial
Experiência anterior
Grau de globalização
 FL IV
 IV FL
 FL IV
 IV FL
 IV FL
 FL(IV) IV (FL)
 FL IV
 FL IV
 FL IV
 IV FL
 FL IV
 IV FL
 FL IV
 IV FL
 FL IV
 FL IV
 FL IV
FL IV
FL IV
FL IV
Fonte: Dornier et al. (2000, p.388).
A seguir vamos comentar, de forma geral, alguns dos aspectos por nós 
considerados mais relevantes para cada uma das variáreis apontadas no 
quadro anterior e as implicações em cadeias de abastecimento globais. No que 
se refere ao Ambiente do País, foram considerados: Tamanho e crescimento 
do mercado: quanto maior o mercado e maior sua taxa de crescimento, maior 
a probabilidade de a empresa desenvolver integração com as atividades 
desenvolvidas pelo fornecedor. Já no que se refere ao custo de mão de obra, 
41
Cadeia de Abastecimento Internacional 
e Blocos ComerciaisCapítulo 2
os ambientes com menor custo de mão de obra tendem a favorecer a viabilidade 
econômica ao longo do tempo, estimulando investimentos de longo prazo em 
integração vertical. A qualificação de mão de obra leva em conta a falta de 
trabalhadores	 preparados	 e/ou	 qualificados,	 o	 que	 complica	 substancialmente	
a tarefa de expansão da empresa global e, consequentemente, aumenta a 
complexidade nas atividades de suprimentos da cadeia. 
Considerando, ainda, o quadro anterior, vamos seguir com mais algumas 
variáveis que devem ser interpretadas no Ambiente do País. Dentre estas 
variáveis, destacamos a capacidade gerencial local, o tempo de recursos 
gerenciais é um ativo vital para a maior parte das empresas globais. Infelizmente, 
em muitos casos, há falta de oferta. A falta de capacidade gerencial local complica 
substancialmente a tarefa de integração vertical (IV). Ao mesmo tempo, aumenta a 
demanda sobre a gerência atual em relação a sua habilidade em implementar uma 
estratégia global. Embora ela ainda possa ser compreendida como uma variável 
controlável por parte do corpo diretivo empresarial. No que se refere ao Risco 
político, a IV aumenta a exposição do ativo capital da empresa em ambientes 
de risco político, tornando a IV menos desejável, pois não há como uma empresa 
intervir em questões políticas e econômicas. Outra variável diz respeito aos 
Controles de importação: os controles de importação, em termos de produtos 
acabados vendidos pela empresa no mercado, favorecem a alternativa de IV. 
Esses controles criam um mercado protegido, no qual a empresa pode facilmente 
justificar	 seu	 investimento	 em	 integração	 vertical.	 Contudo,	 se	 os	 controles	 de	
importação se aplicam às matérias-primas e a outros críticos importados, então, a 
probabilidade de problemas no controle das operações aumenta. O investimento 
de capital em tais situações se torna muito mais arriscado. Comentamos aqui ainda 
a variável Compatibilidade cultural: quanto maior o nível de compatibilidade 
cultural, mais simples é a tarefa gerencial de integrar verticalmente as atividades. 
A compatibilidade cultural reduz também o risco cultural e os custos de transação. 
Seguimos agora com a segunda variável apontada no quadro, a Situação 
Competitiva. Vamos entender o que pode ser analisado dentro desta variável, 
ainda utilizando a visão de Dornier et al. (2000). Os autores sugerem que na 
situação competitiva é preciso avaliar a concentração da indústria em ambientes 
oligopolistas, pois as empresas preferem competitividade forte, o que lhes 
proporciona, assim, mais controle sobre seu próprio ambiente de atuação. Na visão 
dos autores, também é possível considerar a força competitiva relativa, em que 
as empresas mais fortes preferem ações de maior controle sobre suas operações 
e posição competitiva. Uma vez que os recursos tendem a não ser restrições 
significativas	para	essas	empresas,	a	IV	é	tipicamente	uma	opção	preferida.	
Ainda complementando a análise do quadro 1, vejamos alguns aspectos 
que podem ser analisados para a integração vertical, levando em consideração 
as Características da Empresa, a respeito de seu Produto e o estágio de 
42
Estratégia de logística global
desenvolvimento em que ele se encontra no mercado. A Maturidade diz respeito 
ao	tempo	de	vida	útil	de	um	determinado	produto	em	relação	ao	seu	volume	de	
vendas.	 Produtos	 maduros	 que	 se	 aproximam	 do	 final	 de	 seus	 ciclos	 de	 vida	
geram	 fluxos	 de	 receita	 que,	 normalmente,	 não	 justificam	 novos	 investimentos	
em integração vertical. Estão estagnados, sem perspectiva de crescimento. O 
desenvolvimento de fornecedores locais se torna uma necessidade dentro de 
um esforço para esticar a vida do produto em um novo mercado. Uma empresa 
que desejar Diferenciação de marca deverá adotar	 uma	 filosofia	 baseada	 na	
necessidade de preservar a qualidade e a imagem do serviço. Essas empresas 
lutam pelo controle das operações e a IV serve-lhes muito bem. Já empresas 
que	 têm	 características	 de	 atuação	 em	 diversificação	 precisam	 centrar-se	 em	
velocidade. A Diversidade de linhas para a empresa com linhas de produtos 
altamente variadas é um pesadelo gerencial, pois tentar produzir diferentes 
componentes	é	uma	dificuldade	significativa.	Para	essas	empresas,	a	velocidade	
e a profundidade de penetração no mercado têm maior propriedade e tal 
estratégia pode ser suportada usando fornecedores locais. Já empresas que 
assumem características de Intensidade na prestação de serviços, cujos 
produtos requerem serviços pós-vendas substanciais, tendem a preferir a IV. Seus 
clientes apreciam respostas rápidas e de alta qualidade a problemas no campo. 
Consequentemente, uma alternativa que permite a redução de distâncias e uma 
melhor comunicação é preferível. 
Tecnologia: em países com menor nível de desenvolvimento tecnológico a 
escassez	 de	 fornecedores	 qualificados	 é	 sempre	 um	 problema,	 além	 disso,	 as	
empresas são forçadas no curto prazo a ser seus próprios fornecedores. E uma 
vez que o desenvolvimento em tecnologia chega à estabilidade sofrem rápida 
transformação de produto/processo e o investimento em IV é evitado. E quanto 
mais Complexa a tecnologia, maior o nível necessário de controle sobre o 
processo produtivo para garantir níveis de qualidade consistentes. Empresas de 
baixa tecnologia preferem tipicamente fornecedores locais. 
Ainda	 para	 finalizar	 o	 quadro	 1,	 é	 considerada	 dentro	 da	 variável	
característica da empresa a questão dos recursos, em que a restrição de 
capital	 para	 a	 IV	 é	 uma	 alternativa	 difícil	 de	 ser	 justificada	 em	 longo	 prazo.		
Quanto à gerência, também	há	dificuldades,	pois	quanto	mais	restrita	a	empresa	
em termos de talento e tempo gerencial, menor a possibilidade de investir em 
uma alternativa por recursos gerenciais como a IV. Alavancagem: levar para 
outro país o que já se tem como Experiência anterior em atividades similares: 
a inexperiência nas atividades consideradas para a IV é uma forte criadora de 
inércia contra a IV. E, ainda, o Grau de globalização: empresas que buscam 
estratégias globais requerem oferta de qualidade uniforme do produto e serviço 
consistente para uma variedade de mercados locais; exigem níveis muito altos de 
controle e coordenação da produção. A IV oferece

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