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@veterinariando_ Tegumento • A pele é considerada o maior órgão do corpo • Funciona como barreira natural contra o meio externo, promove a termorregulação, proteção contra perdas hídricas e auxilia na produção de imunoglobulinas É a camada de tecido conjuntivo, localizada abaixo da epiderme Está contido nessa camada anexo cutâneos, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos Possui as papilas dérmicas (projeções da derme para epiderme) Camada mais superficial da pele e é constituída de queratinócitos e possui 5 camadas Camada basal: é a mais interna e próxima da derme. Possuo alta capacidade mitótica que garante a renovação da pele, além disso a quantidade de queratina aumenta à medida em que os queratinócitos migram para a superfície Camada espinhosa: ou camada de Malpighi, possui células unidas por meio dos desmossos, dando aparência de espinhos. A constituição dessa camada permite que a epiderme seja mais resistente a atritos Camada granulosa: possui grânulos lamelares, que auxiliam na impermeabilização da epiderme por meio da formação de uma barreira Camada lúcida: última camada em que é possível encontrar células vivas, constituída de queratinócitos Camada córnea: camada rica em queratina citoplasmática Camada mais profunda, conhecida como panículo adiposo. Confere proteção mecânica (amortecendo traumas), termogênese (isolamento térmico), armazenamento de energia (depósito de calorias) e função endócrina PARTE I Piodermite • Caracterizada pela entrada de bactéria na camada mais profunda da epiderme, gerando um processo inflamatório • Flogose (termo utilizado para processo inflamatório na pele) • Sempre que uma bactéria consegue invadir as distintas barreiras cutâneas da pele de animal suscetível, há a probabilidade de se instalar um processo piodérmico • A piodermite é uma das principais causas de busca ao veterinário • Menos frequente em gatos (manifestações clínicas diferentes) Tem como agente etiológico a bactéria Staphylococcus pseudointermedius, que é uma bactéria cocos GRAM + e coagulose + É uma bactéria que convive na pele dos animais, porém é capaz de gerar problemas se a população bacteriana estiver mais elevada que o normal Essa bactéria é capaz de se aderir a camadas superficiais da pele e posteriormente colonizar esse tegumento, gerando eventualmente um quadro de infecção Alopecia Prurido Eritema Descamação Fístulas Pápulas Pústulas Crostas Úlceras – perda tecidual até derme profunda e/ou hipoderme Exulceração – perda tecidual até derme papilar Rarefação pilosa Colarinho epidérmico – formado quando há ruptura de pústula • Superficial – quando há acometimento da epiderme • Profunda – quando há acometimento de derme e hipoderme • Primárias (ocorrência natural) – há questionamentos de sua existência, mas podem ser de origem idiopática ou por fatores imunológicos • Secundárias – podem ser de causa parasitárias, alérgicas, fúngicas, endócrinas, medicamentosa, quimioterápicas, manejo, psicogênico Piodermites superficiais → Possui caráter agudo e está associado a lambedura, coçadura e prurido → Depois que se instala o pus decorrente da infecção, costuma formar uma placa junto ao pelo do animal. Por isso é importante realizar a tricotomia para arejar o local e limpar a lesão com mais facilidade → Há presença de exulceração, necrose tecidual e secreção purulenta → Animal possui bastante sensibilidade (dor) na região, se assemelha muito a uma queimadura → Consiste na inflamação e irritação causada por trauma de atrito → Localizada em áreas de atrito ou dobras cutâneas e vulvar, pois predispõe ao acúmulo de secreções → É uma condição muito associada a limpeza dessas dobras → Em alguns casos muito recorrentes há indicação cirúrgica para correção da dobra cutânea → É caracterizada como uma dermatopatia superficial que está associado a pústulas em áreas glabras (sem pelo) → Muito comum em filhotes e animais imunossuprimidos, além de animais com parasitoses gastrointestinais → Vai se apresentar com diversos pontos vermelhos na região (pápulas e pústulas) → Acomete áreas de transição de pele e mucosa, como em região perilabial → Pode estar associada a dermatopatias autoimunes, parasitárias e lesões por irritação ao plástico → É a forma mais comum de piodermite superficial, caracterizada pela inflamação superficial do folículo → Há formação de pústula que após seu rompimento formam o colarinho epidérmico → Se apresenta de forma arredondada (semelhante a lesões por fungos) – lesões características de colarinho epidérmico → Ocorre principalmente em região de dorso e abdômen Piodermite profunda → Pode haver um processo infeccioso com acometimento da região mais distal do folículo → Formação de fístulas que drenam conteúdo purulento → Tem maior potencial para gerar processo séptico → Se essa infecção acometer a hipoderme pode ocorrer celulite ou paniculite → Requer uso de antibioticoterapia mais agressiva → Pode estar associada a irritação por plástico ou parasitária → Caracterizada como um processo piogranulomatoso → É uma doença inflamatória localizada na parte distal dos membros Diagnóstico • Pode ser clínico, por meio das características e sinais clínicos apresentados pelo paciente • Diagnóstico diferencial – pênfigo que pode gerar dermatite pustular semelhante as piodermites • Pode ser feito citologia com Swab ou escarificação, para identificar presença de bactérias • Raspado, biopsia, cultura e antibiograma também devem ser feitos • Citologia Presença de neutrófilos degenerados com núcleos segmentados O que determina o processo de piodermite: presença de bactérias, presença de neutrófilos degenerados, neutrófilos degenerados fagocitando a bactéria (clássico da piodermite) Tratamento • Tratar a causa base pode resolver o problema de piodermite • Piodermite profunda – realizar tratamento sistêmico • Piodermite superficial – tratamento tópico ou uso de produtos antissépticos Visa reduzir a população bacteriana da superfície cutânea Evitam que ocorra recolonização Indicada como terapia única em quadros superficiais Shampoos – utilização em todas as piodermites, geralmente com uso semanal (auxilia na redução ou eliminação da população bacteriana) Antibiótico em forma de spray, gel, locação – mais utilizados são: clindamicina 1 a 2%, neomicina 0,5%, peróxido de benzoíla 2,5 a 5%, clorexidina 1 a 2% Soluções adstringentes (ajudam a secar a lesão) – mais utilizado são: permanganato de potássio 0,1mg, nitrato de prata 0,25% e acetato de alumínio (solução de Burrow) É importante lembrar de sempre tratar as causas subjacentes, tosas ou realizar a tricotomia do local se necessário, reconstruir a barreira cutânea e realizar a hidratação após a eliminação das bactérias e a reconstrução da pele O tempo de tratamento para as piodermites superficiais é de cerca de 3 semanas Em casos de piodermite profunda, quando a terapia tópica for ineficiente ou quando a terapia tópica for dificultada A primeira escolha para antibiótico: cefalexina, amoxicilina + clavulanato, clindamicina, sulfa, cefovecina Antibióticos receitados baseados na cultura e antibiograma: quinolonas, ciprofloxacina, rifampicina, gentamicina, amicacina Piodermites profundas tempo de tratamento vária de 4 a 8 semanas Nunca realizar subdose e sempre tentar utilizar a dose máxima permitida