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THS e TEA - Treino de Habilidades Sociais

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THS e TEA – Treino de Habilidades Sociais 
Aplicada ao Autismo
Mariana Cervi, Psicóloga (UNESP) Especialista em Análise do Comportamento Aplicada à Educação de 
Pessoas com TEA e atraso no Desenvolvimento Intelectual (UFSCar); Mestranda em Educação Especial 
com ênfase em Análise do Comportamento Aplicada (University of West Florida) 
Objetivos do Curso
oIntrodução aos critérios diagnósticos de autismo (TEA) e como eles se relacionam com as
habilidades sociais
oIntrodução aos conceitos do Treino de Habilidades Sociais com Adolescentes e Adultos
oApresentação de Modelo de Avaliação Comportamental
oApresentação de estratégias para desenvolvimento de pré-requisitos
oDiscussão sobre estratégias de prevenção: sexualidade, bullying e violência, drogas
oApresentação de técnicas referentes ao Treino de Habilidades Sociais
oDiscussão de Casos
Mariana Cervi - THS e TEA 2
Módulos
1. Introdução (TEA, THS)
2. Avaliação Comportamental
3. Pré-requisitos e Prevenção
4. Técnicas Comportamentais
5. Exemplos Práticos
Mariana Cervi - THS e TEA 3
Módulo 1: Introdução (TEA, THS) 
Mariana Cervi - THS e TEA 4
Transtorno do Espectro Autista – TEA
DSM V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª Edição, 2014) –
Critérios Diagnósticos para o Transtorno do Espectro Autista:
1. Déficits na comunicação/interação social
2. Padrões restritos/repetitivos de comportamentos, interesses e atividades
3. Sintomas presentes desde o início do desenvolvimento
4. Sintomas causam prejuízo significativo em diversas áreas da vida
Mariana Cervi - THS e TEA 5
DSM V – Critérios Diagnósticos (exemplos)
1. Déficits na comunicação/interação social em diferentes contextos:
o Dificuldade para estabelecer, responder e/ou manter uma conversa
o Descompasso entre comportamentos não-verbais (tom de voz, sorriso) e o contexto da conversa
o Contato visual reduzido ou ausente
Mariana Cervi - THS e TEA 6
DSM V – Critérios Diagnósticos (exemplos)
2. Padrões restritos/repetitivos de comportamentos, interesses e atividades
o Estereotipias motoras (rocking, flapping) ou vocais (ecolalias)
o Brincadeiras disfuncionais (enfileirar ou empilhar brinquedos, sem contexto aparente)
o Incômodo visível e intenso com mudanças na rotina ou no ambiente
o Interesses restritos pelos mesmos desenhos (ou partes deles) ou objetos (nem sempre funcionais)
o Hiper ou hipo sensibilidade a estímulos sensoriais (cheiros, texturas, gostos, sons, etc.)
Mariana Cervi - THS e TEA 7
DSM V – Critérios Diagnósticos (exemplos)
3. Sintomas presentes desde o início do desenvolvimento
o Ainda que o indivíduo tenha sido diagnosticado tardiamente, os sintomas aqui citados estavam
presentes desde a infância
4. Sintomas causam prejuízo significativo em diversas áreas da vida
o Critério comum aos transtornos descritos no DSM e se refere ao fato de muitas pessoas (se não
todas!) apresentarem características que se assemelhem a critérios diagnósticos, mas que essa
eventualidade e ausência de prejuízo significativo em múltiplos contextos os exclui do diagnóstico
Mariana Cervi - THS e TEA 8
DSM V – Critérios Diagnósticos (níveis)
Além dos critérios diagnósticos, o DSM V também classifica as pessoas com TEA em
três níveis fundamentados na gravidade do quadro e em quanto auxílio elas precisam para
realizar atividades cotidianas. Pessoas com TEA com gravidade nível 1 precisam de menos
apoio do que uma pessoa com TEA nível 3
Mariana Cervi - THS e TEA 9
Comunicação/Interação Padrões/Restrições
Nível 
1
Conseguem realizar atividades de maneira 
independente, mas, sem apoio os prejuízos são 
notáveis, tanto na emissão quanto na 
compreensão desses comportamentos
Dificuldade na transição entre atividades; na 
organização e no planejamento (possíveis 
obstáculos para a independência total), por 
prejudicarem a pessoa em diversos contextos
(trabalho, relacionamentos)
Nível
2
Consegue se comunicar por meio de um 
repertório limitado de frases e interações, 
muitas vezes ecolalias contextualizadas; 
consegue interagir desde que no contexto de 
seus interesses restritos
Padrões e dificuldades são notados por 
observadores casuais e interferem no 
funcionamento social, mas são menos intensos e 
frequentes
Nível
3
Fala inteligível/ausência completa de fala; inicia 
interações apenas para satisfazer suas 
necessidades, mas muitas vezes de maneiras 
inapropriadas (choro, auto e hétero agressão)
Apego intenso a padrões e determinados objetos; 
estereotipias e ecolalias prejudicam o convívio 
social; sofrimento intenso a mudanças, por 
vezes acompanhado de auto/hétero agressão
Mariana Cervi - THS e TEA 10
TEA e THS - Importância das Habilidades Sociais para 
pessoas com TEA 
oFalhas na comunicação (THS para ampliar o repertório, tanto no que diz respeito a ação
quanto para a reação e para a análise dos diferentes contextos sociais)
oInteresses e comportamentos restritos (THS para ampliar repertório, uma vez que
tais interesses restritos e padrões tendem a prejudicar o indivíduo quando em grupo, por
não aceitar mudanças em seu ambiente nem participar de diferentes brincadeiras, ou
mesmo querer assistir apenas uma parte de um único desenho, entre outras situações
socialmente limitantes que não convidam ou permitem a inclusão de um outro)
Mariana Cervi - THS e TEA 11
Treino de Habilidade Sociais - THS
oDefinição
oAssertividade
oHabilidades Sociais (na prática)
oComponentes não-verbais
Mariana Cervi - THS e TEA 12
THS – Definição
Habilidades Sociais: repertório comportamental individual, cujo objetivo é
estabelecer e desenvolver relacionamentos interpessoais de maneira satisfatória,
aumentando a probabilidade de reforçamento natural (Caballo, 2003).
o Quanto mais socialmente habilidoso, mais fácil é enfrentar as situações sociais do dia-a-dia que
envolvem outras pessoas
o Quanto menos, mais difícil, o que tende a gerar comportamentos de fuga/esquiva (círculo vicioso)
o Questões éticas: ser tímido/reservado não é algo a ser modificado. A questão central é a pessoa
conseguir atingir seus objetivos com autonomia, mesmo que com alguma dificuldade (padrão)
Mariana Cervi - THS e TEA 13
THS – Definição
O comportamento socialmente habilidoso não é um traço geral, e deve ser
interpretado em seu contexto
o Variações externas ao indivíduo: culturais (árabes, indianos), gênero, idade, classe social (roupas,
cabelos, gírias). Quem for auxiliar a pessoa com TEA, precisa ter esses conhecimentos/modelos
o Variações internas: regras individuais, padrões de comportamento, diferentes contextos
(hierarquia, locais)
Obs.: Não precisamos seguir o que é esperado (o que é mutável!), mas é importante saber
o que é esperado, para podermos nos preparar para contrariar
Mariana Cervi - THS e TEA 14
THS – Assertividade
oSinceridade (sinceridade ≠ grosseria)
oObjetividade (mentalismos e generalizações)
oResposta eficaz mínima (resolver o problema ou descontar minha raiva? “Escalada”!)
oPreocupação com o outro (feedback e desenvolvimento do outro)
oUso do “eu” (foco em si, não no outro)
Obs.: habilidades que muitos neurotípicos não possuem (modelos)
Mariana Cervi - THS e TEA 15
FONTE: RIMM & MASTERS, 1983
THS – Habilidades Sociais (na prática)
oRecusar/fazer um pedido/convite
oFazer/responder perguntas
oElogiar/receber elogios
oPedir/Aceitar desculpas
oPedir/Oferecer ajuda
oExpressar medo, insatisfação, incômodo, 
confusão, falta de conhecimento, falha
oExpressar interesse romântico
oFornecer/solicitar/aceitar críticas 
construtivas
oIniciar/continuar/encerrar conversa
oInsistir, resistir, cobrar, discordar, 
discutir, solicitar mudança de 
comportamento
oNarrar/ouvir eventos
Mariana Cervi - THS e TEA 16
FONTE: RIMM & MASTERS, 1983
Mariana Cervi - THS e TEA 17
THS – Nível 3
/fazer um pedido/convite
oElogiar/receber elogios
oPedir/Aceitar desculpas
, 
confusão, falta de conhecimento, falha
oExpressar interesse romântico
oFornecer/solicitar/aceitar críticas 
construtivas/continuar/encerrar conversa
oInsistir, resistir, cobrar, discordar, 
discutir, solicitar mudança de 
comportamento
oNarrar/ouvir eventos
Mariana Cervi - THS e TEA 18
THS – Nível 3
oIniciar por comportamentos básicos e complexificar conforme o desenvolvimento do
indivíduo
oPrevine comportamentos inadequados (pedido, negar, pedir um tempo)
oAumenta a probabilidade de reforçamento natural (amigos, atividades prazerosas,
elogios)
oFoco em comportamentos socialmente relevantes, apropriados para a idade
(probabilidade de reforço natural→ aproximação de pares→ aprender com eles)
Mariana Cervi - THS e TEA 19
THS – Componentes Não-Verbais
oContato visual
oTom de voz
oRitmo da fala
oTempo de resposta, duração da resposta
oPostura e inclinação do corpo
oGesticulação
oResposta de ouvinte
oAparência/estilo
Mariana Cervi - THS e TEA 20
FONTE: RIMM & MASTERS, 1983
Módulo 2: Avaliação Comportamental
Mariana Cervi - THS e TEA 21
Modelo de Avaliação
DÉFICITS EXCESSOS RESERVAS
SOCIALIZAÇÃO
CONHECIMENTOS GERAIS
INDEPENDÊNCIA
Mariana Cervi - THS e TEA 22
Modelo de Avaliação
oDéficits: comportamentos que ocorrem em baixa frequência, ou aquém do esperado para 
a idade do indivíduo
oExcessos: comportamentos que, ao contrário do que parece, não estão acima do 
esperado, mas em exagero, em demasia, sendo também prejudiciais
oReservas: comportamentos que compõe o repertório do indivíduo, são o que ele ou ela 
são capazes de fazer
Obs.: atenção especial aos déficits! (os outros dois a pessoa sabe fazer, ainda que de forma 
ou com frequência inadequada)
Mariana Cervi - THS e TEA 23
Modelo de Avaliação
oSocialização: comportamentos que incluem terceiros; ações (iniciar um diálogo,
cumprimentar, fazer perguntas); reações (responder perguntas, dar continuidade a um
assunto); e interpretações (compreender piadas, ironias, emoções do interlocutor)
oConhecimentos Gerais: conteúdos acadêmicos aplicados ao cotidiano (somar as contas
do mês, dividir a conta do restaurante, interpretar uma notícia de jornal, escrever uma
lista de compras, etc.)
oIndependência: desde comportamentos de autocuidado, como banho e pentear os
cabelos, quanto comportamentos mais complexos, mas igualmente relacionados a
autonomia, como pagar contas no banco, dirigir, ou declarar o imposto de renda
Mariana Cervi - THS e TEA 24
O que independência e conhecimentos gerais tem a ver 
com Habilidades Sociais?
Questionamento: que imagem estamos passando para o outro? Essa é a imagem
que queremos passar? Estamos preparados para lidar com as consequências dela?
oAutoestima (higiene, estilo, “personalidade”)
oAutoconfiança (pagar contas, usar cartão, andar de bicicleta)
oAumento da probabilidade de reforçamento natural (“cheiroso”, “inteligente”)
oRedução da probabilidade de ocorrência de situações sociais aversivas (“bafo”, não
entender uma piada)
Mariana Cervi - THS e TEA 25
Modelo de Avaliação
DÉFICITS EXCESSOS RESERVAS
Socialização
Conhecimentos
Gerais
Independência
oGritar?
oComer?
oSentar?
oChorar?
oCantar?
oLavar as mãos?
oBater?
Mariana Cervi - THS e TEA 26
Mariana Cervi - THS e TEA 27
DÉFICITS
EXCESSOS
Módulo 3: Pré-requisitos e Prevenção
Mariana Cervi - THS e TEA 28
Pré-requisitos
oHabilidades básicas (saber perder, dividir, fazer turnos, esperar, fazer o que não gosta,
lidar com frustração)
oIndependência (autocuidado, estudar, chamar um táxi, procurar emprego, declarar
imposto de renda)
oResolução de problemas (o que fazer em caso de: cortes, incêndio, acidentes, pneu
furado, queimaduras, assalto)
oRepertório Socialmente Relevante (séries, jogos, músicas, política, economia)
oEmoções/Empatia (identificar em si e no outro, expressar, reagir)
Mariana Cervi - THS e TEA 29
Prevenção
oSexualidade (abuso, estupro, palavrões, conversas, sexualidade, planejamento familiar,
DSTs e outros riscos)
oBullying e violência (identificar, defender-se, procurar ajuda)
oÁlcool e drogas (riscos à saúde, colocar-se em situações de risco, dizer não)
Mariana Cervi - THS e TEA 30
Considerações
oEducação Intencional x Acidental
oApresentar consequências naturais/reais
oMentir só quebra a confiança (internet)
oNem sempre os pais estarão com seus filhos para nortear suas decisões
oOportunidades de treino! (não faz→ faz com ajuda→ faz sozinho)
oIndependência, maturidade, responsabilidade... Treino! (o mesmo para dizer não, se
defender, argumentar... Se não tenho essas oportunidades em casa, dificilmente agirei
dessa maneira quando necessário no futuro)
Mariana Cervi - THS e TEA 31
Módulo 4: Técnicas Comportamentais
Mariana Cervi - THS e TEA 32
Técnicas Comportamentais
oRole-playing* (ensaio comportamental): semelhante a um teatro, com representações
de situações e “personagens” que já aconteceram ou que podem acontecer (permite
rever, ensaiar, praticar, se colocar no lugar do outro→ inversão de papéis e feedback)
oModelo: pode ou não ser parte do ensaio comportamental. Consiste exatamente em dar
um modelo de atuação diferente, visando ampliação do repertório → esvanecimento,
para que a pessoal encontre seu próprio “tom” (ex.: chamar alguém para sair)
oSocial Stories* (“histórias sociais”): histórias estruturadas que descrevem situações
sociais específicas de maneira a facilitar a visualização de pontos chaves (apoio visual) e
a compreensão do contexto
Mariana Cervi - THS e TEA 33
FONTE: OTERO In: ABREU & GUILHARDI, 2004
*Role-Playing Game (RPG)
oTreino em grupo (modelo, amizades)
oIdades próximas
oHabilidades sociais “na prática” (interpretação)
oResolução de problemas
o“Feedback” (consequências)
Obs.: Generalizar para grupos sociais que saiam juntos 
(shopping, pizzaria, cinema)
Mariana Cervi - THS e TEA 34
*Social Stories
oEstruturado
oDo ponto de vista da pessoa (homem/mulher; 
criança/adolescente)
oIdentificar pontos chave (Que? Quem? Onde? 
Quando? Porque? Como?)
oLinguagem objetiva, simples e positiva (evitar o não)
oExemplos:
o O que eu posso conversar com cada pessoa? 
(professores, desconhecidos, amigos, familiares)
oMetáfora pasta de amendoim e geleia (opinião)
Mariana Cervi - THS e TEA 35
Photo by Jonathan Pielmayer on Unsplash FONTE: Olçay-Gül, & Tekin-Iftar, 2016; Gray, 2020
https://unsplash.com/@jonathanpielmayer?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText
/s/photos/jelly?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=creditCopyText
Técnicas Comportamentais
oAnálise de Tarefa e Encadeamento: quebrar um comportamento (escovar os dentes)
nas pequenas respostas que o compõem (abrir e fechar a torneira/pasta de dente, pegar
a escova, etc.) e ensiná-las individualmente, encadeando-as*
oModelagem: reforçamento diferencial (reforço e extinção) por aproximações
sucessivas em direção a um comportamento final esperado
oDicas* (prompts): (“least to most”, “most to least”) apresentar/remover dicas de
acordo com a necessidade do aluno, visando sempre a independência (esvanecimento)
oExposição: gradualmente (evitar aversivos) ser exposto à situações em que seja possível
treinar as habilidades aprendidas, mas em contextos reais (ex.: ir ao banco, fazer
compras, chamar alguém para sair→ online primeiro, depois frente-a-frente)
Mariana Cervi - THS e TEA 36
FONTE: COOPER et al., 2020
*Encadeamento – Escovar os Dentes
Mariana Cervi - THS e TEA 37
ANTECEDENTE RESPOSTA CONSEQUÊNCIA
Escovas de dente da família
Pegar a escova correta com a direita 
(discriminação)
Escova correta na mão direita
Escova correta na mão direita, pasta de
dentes na pia
Pegar a pasta de dente com a esquerda Pasta de dente na mão esquerda
Pasta de dente na mão esquerda
Abrir a pasta de dentes com uma mão ou 
duas (e com a escova na mão)
Pasta de dente aberta
Pasta de dente aberta Pressionar o tubo da pasta (força exata) Pasta saindo do tubo
Pasta saindo do tubo Passar a pasta na escova Pasta na escova
Pasta na escova, torneira Abrir a torneira Torneira aberta
Torneira aberta Molhar a escova Escova molhada
Escova molhada,torneira Fechar a torneira Torneira fechada, etc...
*Dicas – Escovar os Dentes
Mariana Cervi - THS e TEA 38
TOTAL PARCIAL INDEPENDENTE
FÍSICA Mão sobre mão
Toque leve, auxiliar com a posição, 
movimento, força
Escovar sozinho
GESTUAL Dar o modelo completo Apontar, gesticular Escovar sozinho
VERBAL Instrução passo-a-passo Orientações pontuais, correções Escovar sozinho
Mariana Cervi - THS e TEA 39
Retomando: pré-requisitos
oHabilidades básicas (saber perder, dividir, fazer turnos, esperar, fazer o que não gosta,
lidar com frustração)
oIndependência (autocuidado, estudar, chamar um táxi, procurar emprego, declarar
imposto de renda)
oResolução de problemas (o que fazer em caso de: cortes, incêndio, acidentes, pneu
furado, queimaduras, assalto, perder-se dos pais)
oRepertório Socialmente Relevante (séries, jogos, músicas, política, economia)
oEmoções/Empatia (identificar em si e no outro, expressar, reagir)
Mariana Cervi - THS e TEA 40
São as habilidades comuns nas diversas áreas da vida (pré-requisitos): o
comportamento de usar o banheiro, por exemplo, acontece tanto no trabalho quanto na vida
pessoal, o mesmo para falar ao telefone, comer, ou iniciar uma conversa
Obs.: técnicas como exposição e dicas são utilizadas na maioria das intervenções.
Importante: comportamentos socialmente relevantes para a idade!
Habilidades Gerais
Mariana Cervi - THS e TEA 41
Habilidades Básicas Independência
Resolução de 
Problemas
Repertório
Emoções/
Empatia
Comportamentos Esperar* Procurar emprego* Perder-se* Jogar jogos Expressar emoções
Estratégias Modelagem Role-playing Role-playing Modelagem Vídeo modelo
Onde estamos?
Aonde queremos 
chegar?
Como chegar? Mensuráveis de Sucesso
Esperar Espera 2min Esperar 30min
Aumentar gradualmente a 
exigência, reforçar a melhora, 
dicas com temporizador 
(remover posteriormente)
Estar em um ambiente neutro (sem 
reforçadores, uma sala de espera sem 
bateria no celular, por exemplo) por 30min 
sem emitir nenhum comportamento 
inadequado (definir)
Procurar
emprego
Emudece na 
presença de 
estranhos
Apresentar-se e ao 
próprio currículo a 
estranhos, 
responder 
perguntas
Role-playing, modelo, feedback, 
exposição gradual (hierarquia e 
generalização: pessoas, locais, 
conteúdo da conversa, começar 
por interesse restrito!)
Conversar com um estranho de maneira 
profissional (cumprimentar, sem gírias, sem 
palavrões, postura, contato visual), 
apresentar-se, relatar histórico 
profissional, responder a todas as perguntas
Habilidades Gerais – Planejamento
Mariana Cervi - THS e TEA 42
Mariana, 5 anos, neurotípica, mora em um 
condomínio de prédios na cidade de Campinas, no 4º 
andar. Gosta muito de ser independente, ir ao parque 
sozinha, mas não sabe voltar. Tem boa memória e já 
decorou (treino) que mora no J-41, caso se perca e 
precise pedir ajuda. Sabe também o nome do seu 
condomínio, o nome de seus pais e o telefone de sua 
casa. Na praia, gosta de ir buscar picolé ou ir ao mar, 
de frente para a barraca dos pais. Celulares ainda não 
existem, ou são muito caros.
oTreino de elevador
oTreino de shopping
oTreino de praia
Mariana Cervi - THS e TEA 43
Onde
estamos?
Aonde queremos 
chegar?
Como chegar?
Mensuráveis de 
Sucesso
Shopping
/Praia
Anda sozinha, 
mas sob 
supervisão a 
distância
Caso se perca, saber 
encontrar os pais, 
pedindo ajuda para 
pessoas confiáveis, 
se necessário
Saber falar (para quem você 
pede ajuda? Aonde você está 
hospedada? A barraca dos seus 
pais é aonde? Perto do que? 
Qual o nome dos seus pais?) →
Saber fazer (RPG) → Fazer 
(exposição)
Encontrar os pais no 
shopping/praia 
sozinha ou pedindo 
ajuda a um 
segurança/guarda-
vidas
Elevador
Já decorou 
qual é o seu 
prédio e o nº 
do apto (J-41)
Ir ao parque e voltar
para casa sozinha, de 
elevador e de escada, 
em segurança, sem 
se perder
Dicas e esvanecimento (botão 
do elevador com adesivo, gibi da 
Mônica colado no vidro do 
elevador e no botão para 
chama-lo). Remover cada um 
individualmente*
Voltar para casa 
todos os dias, por 
uma semana, 
sozinha do parque
Mariana Cervi - THS e TEA 44
Passo-a-passo (Exemplo! Não é receita de bolo!)
oPrimeiro: você vai com ela, por alguns
dias, mostrando todo o trajeto entre o
parque e o apartamento, apontando para
ela pontos de referência (atentar-se)
oSegundo: você vai com ela, mas pede que
ela te ensine o caminho, apontando pontos
de referência
oTerceiro: você vai com ela até o elevador,
coloca-a dentro, e a mãe a espera do
outro lado (atenção para medo!)
oQuarto: você a deixa na porta do prédio, a
mãe a espera em casa
oQuinto: ela vai sozinha, com você olhando,
a mãe a espera em casa
oSexto: ela vai sozinha, a mãe a espera
oSétimo: ela vai sozinha
Obs.: em caso de erro, retornar à fase
anterior! (O gibi entra como apoio visual, se
necessário)
Mariana Cervi - THS e TEA 45
Mariana Cervi - THS e TEA 46
Segurança – Autismo Nível 3
oTreino de voltar para casa (modelo→ exposição→ esvanecimento de dicas / pontos de
referência)
oTreino de pedir ajuda (PECS, sinais) (modelo→ exposição→ esvanecimento de dicas)
oPrevenir (aparelhos que impeçam o afastamento) x Remediar (colar/pulseira de
identificação, assim como em idosos, diabéticos...)
Mariana Cervi - THS e TEA 47
Habilidades Específicas
Refere-se às habilidades que,
dependendo do contexto (trabalho, amor,
amigos) exige algumas especificidades
(falar com o chefe é diferente de falar com
o namorado, brigar com o irmão e discutir
com colegas de trabalho também). Quanto
maior a habilidade da pessoa, mais detalhes
são necessários para o seu
desenvolvimento (pintar por lazer x pintar
profissionalmente).
Mariana Cervi - THS e TEA 48
AMOR
AMIGOS
TRABALHO
Mariana Cervi - THS e TEA
o Compreensão
o Avaliação
o Modelo
o Ensaio
o Treino (exposição)
o Feedback
o Repete.
Mariana Cervi - THS e TEA
Exposição Gradual
Teoria In Loco In Vivo
Mariana Cervi - THS e TEA 51
Módulo 5: Estudo de Caso
Mariana Cervi - THS e TEA 52
Exemplos Práticos
oPacientes reais, com diagnóstico de TEA
oNomes trocados por nomes de personagens autistas do cinema (sigilo)
oSeis exemplos (dois de cada nível; incluindo exemplos femininos)
oAs descrições dos casos são mistos de diversos pacientes reais (sigilo)
Mariana Cervi - THS e TEA 53
Caso 1 – Adam, 31 anos (nível 1) 
Adam tem 31 anos e foi diagnosticado há 2 anos, faz acompanhamento psicológico
desde então. Trabalha registrado, em uma área diferente da que estudou (técnico em
elétrica, seu interesse restrito). Teve apenas um relacionamento duradouro (1 ano), e suas
outras experiências foram com , justamente por não precisar de habilidades
sociais para tanto. Já se colocou em e
conhecimentos a respeito de sexualidade em geral. Na adolescência era “zoado” por não
conseguir , o que atrapalhava em eventos
extra curriculares. Atualmente, tem conseguido conversar com algumas pessoas
virtualmente de maneira adequada e, pessoalmente (no contexto terapêutico), tem feito
mais contato visual e conseguido manter diálogos por mais tempo.
Mariana Cervi - THS e TEA 54
Caso 2 – Temple, 24 anos (nível 1)
Temple tem 24 anos, recebeu o diagnóstico de TEA aos 18 anos e faz
acompanhamento psicológico desde então. Concluiu a faculdade de administração, e hoje
cursa sua segunda faculdade, engenharia de alimentos, e precisa de
e para realizar algumas . Trabalha com vendas,
mas teve muita (hora extra, “mentiras”,
prender o cabelo). Seu . Ainda não conseguiu tirar carta de
motorista em razão da elevada em provas. Na adolescência, tinha muita
, pois só conseguia conversar
sobre novelas e alguns outros programas de TV, além da
Atualmente, está em seu
segundo relacionamento sério e faz parte de uma turma de amigos.
Mariana Cervi - THS e TEA 55
Caso 3 – Wendy, 17 anos (nível 2)
Wendy tem 27 anos, recebeu o diagnóstico de TEA quando criança e sempre
participou de diversas terapias. Gosta muito de computadores e redes sociais,
, masconsegue andar de ônibus quando precisa e
frequentar alguns shows (entrada/passagem gratuita). Tirando isso, não faz mais nada
sozinha (tarefas domésticas, autocuidado). Sua , mantém sempre o mesmo
tom, sem diferenças de entonação ou expressões faciais. Seu vocabulário é extenso, mas
só consegue dar continuidade a assuntos do seu interesse.
Quando relata um fato que a incomodou, relata tudo em detalhes.
Machuca os cantos das unhas até sangrar ( ). O pai faleceu quando ela era criança
e , a de Wendy é uma de suas maiores preocupações.
Mariana Cervi - THS e TEA 56
Caso 4 – Sam, 16 anos (nível 2)
Sam tem 16 anos, e possui altas habilidades em eletrônica, elétrica e mecânica. Se
interessa sobre como as coisas são feitas, e deseja muito ser independente. É carinhoso,
sorridente, mas tem , tanto no que diz respeito à articulação das
palavras quanto em seu conteúdo que, em sua maioria, é composto por de
desenhos e vídeos, ainda que consiga se fazer entender, ao menos
. Foi considerado durante muito tempo por seu colégio como
, por causa de seus comportamentos (bater a cabeça com força nas
superfícies), ou por colocar-se em situações de risco, como escalar muros e correr para a
rua. Atualmente, com ajuda de uma auxiliar de sala especializada, acompanha a sala,
chegando a se destacar em algumas matérias, como matemática, artes visuais e física;
inicia algumas poucas interações com pares, e já não se machuca.
Mariana Cervi - THS e TEA 57
Caso 5 – Raymond, 16 anos (nível 3)
Raymond tem 16 anos, recebeu o diagnóstico de TEA quando criança, e sempre
frequentou educação especial, mas, atualmente, não faz nenhum acompanhamento, por
motivos financeiros. Raymond consegue se (não
necessariamente LIBRAS), mas . É carinhoso, faz contato
visual, gosta de beijos e abraços, sempre foi muito carinhoso com suas professoras e
terapeutas. No entanto, em casa, quando nervoso, (enforca, bate,
arranha), com exceção do pai (com ele, grita e chora até conseguir o que quer, mas não
agride), e quebra objetos. Só se acalma com TV, a TV da sala,
fazendo com que a . É completamente dependente, usa
fraldas.
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Caso 6 – Steven, 10 anos (nível 3)
Steven tem 10 anos, recebeu o diagnóstico de TEA quando criança, sempre
participou de diversas terapias, mas, atualmente, frequenta apenas a escola regular e é
acompanhando pela mãe, que também é sua auxiliar de sala. Steven não fala nenhuma
palavra, apenas emite alguns sons, mas consegue se comunicar perfeitamente: aponta o
que quer, faz contato visual, sorri, se empolga, compartilha atividades. Compreende tudo o
que lhe é dito. No entanto, suas habilidades motoras finas são comprometidas, e não
apresenta interesse por , com exceção de comidas.
. Consegue comer sozinho,
mas precisa de ajuda para todas as outras atividades.
Mariana Cervi - THS e TEA 59
Referências
oAmerican Psychiatric Association (2013).
DSM V – Manual Diagnóstico e Estatístico
de Transtornos Mentais (5ª Edição)
oCaballo, V. E. (1996). Manual de Técnicas
de Terapia e Modificação do
Comportamento (1ª Edição). Santos.
oCooper, J. O., Heron, T. E., & Heward, W. L.
(2020). Applied Behavior Analysis (3ª
Edição). Pearson.
oGray, C. (2020) Carol Gray Social Stories.
https://carolgraysocialstories.com/socia
l-stories/social-story-sampler/
oOtero, V. R. L. In: Abreu, C. N., Guilhardi, H.
J. (2004). Terapia Comportamental e
Cognitivo-Comportamental: Práticas
Clínicas. Roca.
oRimm, D. C.; Masters, J. C. (1983). Terapia 
Comportamental: Técnicas e Resultados 
Experimentais. Manole.
Mariana Cervi - THS e TEA 60
https://carolgraysocialstories.com/social-stories/social-story-sampler/

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