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AN02FREV001/REV 4.0 49 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE FISIOTERAPIA APLICADA À GERIATRIA E GERONTOLOGIA Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 50 CURSO DE FISIOTERAPIA APLICADA À GERIATRIA E GERONTOLOGIA MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 51 MÓDULO III 8 FISIOPATOLOGIA DO ENVELHECIMENTO 8.1 SISTEMA NERVOSO FIGURA 8 - FONTE: Disponível em: <http://bluesnake49.blogspot.com.br/2011/02/o-que-e-perfeicao.html> Acesso em: 18 Maio. 2012. O processo de envelhecimento na vida dos indivíduos permanece, ainda, como um dos pontos mais complexos, obscuros e críticos para a ciência, apesar dos grandes esforços que vêm sendo feitos, especialmente desde a segunda metade do século XX. Sendo esse processo inevitável e silencioso no início, mas progressivo e inexorável, não se descobriu, até o presente momento, como ele se desenvolve e evolui nos diferentes órgãos, tecidos e células do organismo como um todo, especialmente, quais os mecanismos que o desencadeiam ou o que possam retardar, já que o processo não se faz de uma maneira uniforme. Existem evidências de que o processo do envelhecimento seja, em sua essência, de natureza multifatorial, dependente da programação genética e das AN02FREV001/REV 4.0 52 alterações que vão ocorrendo em nível celular e molecular, que resultarão em sua aceleração ou desaceleração, com redução de massa celular ativa, diminuição da capacidade funcional das áreas afetadas e sobrecarga, em menor ou maior grau, dos mecanismos de controle homeostático. (FREITAS et al., 2006). Como é um fenômeno biológico normal na vida de todos os seres vivos, não deve ser considerado como doença. Apesar de as doenças crônico-degenerativas, que podem acometer os indivíduos ao longo de suas vidas, estarem paralelamente associadas ao processo do envelhecimento, não seguem a mesma linha de inexorabilidade. Do envelhecimento ninguém escapa até o presente momento, mas isso não significa que todo idoso venha a ter uma ou várias doenças crônico- degenerativas. O sistema nervoso central (SNC) é o sistema biológico mais comprometido com o processo do envelhecimento, pois é o responsável pela vida de relação (sensações, movimentos, funções psíquicas, entre outros) e pela vida vegetativa (funções biológicas internas). Sua perda é fundamental para o desequilíbrio da senescência. O comprometimento do SNC é preocupante pelo fato de não dispor de capacidade reparadora. São unidades morfofuncionais pós-mitóticas, sem possibilidade reprodutora, ficando sujeitas ao processo do envelhecimento por meio de fatores intrínsecos (genético, sexo, circulatório, metabólico, radicais livres, etc.) e extrínsecos (ambiente, sedentarismo, tabagismo, drogas, radiações, etc.), que não deixam de exercer uma ação deletéria com o decorrer do tempo. Sintomas psicológicos podem também ser reações de uma perturbação física. Deve-se ter em mente que, com o envelhecimento populacional, a prevalência de inúmeras doenças crônicas aumentará com a idade; e, também, que o idoso poderia ser, muitas vezes, portador de várias dessas doenças crônicas (diabetes, artrite reumatoide, câncer, doenças cárdio e cerebrovasculares, pneumopatias, entre outras). Assim, ele estará mais susceptível a perturbações mentais, por apresentar mais sintomas depressivos, mais ansiedade, menor autoestima e menor capacidade de controle emocional. AN02FREV001/REV 4.0 53 FIGURA 9 – CÉREBRO HUMANO FONTE: Disponível em: <www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/filo-corda> Acesso em: 27 out. 2009. Nos últimos 100 anos tem havido um aumento da altura média da população e, consequentemente, do peso médio do cérebro (efeito secular), de acordo com dados de populações de diferentes épocas. Por outro lado, se analisarmos o cérebro, ao longo da vida dos indivíduos, a estimativa do volume cranioencefálico nos mostra uma diferença de volume, com o envelhecimento. O peso do cérebro é constituído por células gliais (astrócitos, oligodendroglia e epêndima), mielina, vasos sanguíneos e um número astronômico de neurônios, estimado cautelosamente em 20 bilhões. O cérebro pesa 1,350 kg, atingido na metade da segunda década de vida. A partir dessa etapa, inicia-se um declínio ponderal discreto e lentamente progressivo, em torno de 1,4 a 1,7% por década. Nas mulheres, o declínio é mais precoce que nos homens. Acima dessa idade, o peso do cérebro diminui em relação ao peso corporal. Por outro lado, o volume cerebral, quando comparado com a caixa craniana, permanece constante até a meia-idade (60 anos), em torno de 93%. Nessa época ocorre um decréscimo discreto, que se acentua entre as décadas de 70 e 90 anos, quando pode chegar a 80%. AN02FREV001/REV 4.0 54 Na fase terminal da vida pode haver congestão e edema cerebral, e, também, a fixação em formol pode aumentar o peso em torno de 10%. Alterações morfológicas da substância branca e corpo caloso resultam em perda de grandes e pequenos neurônios e/ou retração dos grandes neurônios corticais que são observados a partir dos 65 anos. O RNA citoplasmático reduz regularmente com a idade, nos neurônios do córtex frontal, giro hipocampal, células piramidais do hipocampo e células de Purkinje do cerebelo, entre outros; associado à redução da substância de NISSL e mais o acúmulo de lipofucsina, resulta em atrofia neuronal simples ou pigmentar, observada em maior grau no córtex cerebral, principalmente nas células piramidais. Os eventos do desenvolvimento embrionário são acompanhados por morte programada de células neuronais e refletem a transitoriedade premeditada de unidades biológicas dentro do organismo. Portanto, neurônios defeituosos e supérfluos são perdidos mesmo durante esse intervalo inicial de vida. Esse conceito tem validade, pois os neurônios não podem reproduzir-se; células oligodendrogliais não podem remielinizar-se, e os vasos sanguíneos cerebrais têm capacidade limitada para reparação estrutural. Sabe-se que o SNC humano tem um processo de reparação denominado plasticidade, que sugere que os neurônios maduros têm uma capacidade de desenvolver-se e formar novas sinapses. Daí a formação de novos circuitos sinápticos, significando a capacidade de aprender e adquirir novos conhecimentos, de lembrar novos fatos e a flexibilidade de desenvolver novas habilidades. A demência pode ocorrer em pacientes que apresentem espaços ventriculares normais para sua idade. Outras mudanças que ocorrem no cérebro incluem: depósito de lipofucsina nas células nervosas, depósito amiloide nos vasos sanguíneos e células, aparecimento de placas senis e, menos frequentemente, emaranhados neurofibrilares. Embora as placas e emaranhados sejam característicos de doença de Alzheimer (DA), eles podem aparecer em cérebros de idosos em evidência de demência. Mudanças nos sistemas de neurotransmissores, particularmente os dopaminérgicos, ocorrem com a idade. Por exemplo, níveis de acetilcolina, receptores colinérgicos, ácido gama-aminobutírico, serotonina e catecolaminas são baixos. Embora o significado dessa diminuição não esteja completamente entendido, AN02FREV001/REV 4.0 55 existe uma correlação com mudanças funcionais, como por exemplo, baixa de colina acetiltransferase na doençade Alzheimer, e de dopamina em doença de Parkinson. Por outro lado, ocorre um aumento de atividade de outras enzimas, como a monoaminoxidase. No envelhecimento normal cerebral a redução moderada da atividade colinérgica resulta em uma redução discreta da atenção e da capacidade de aprendizado. Mudanças cognitivas no envelhecimento e queixas de declínio de memória são sintomas muito frequentes no relato de pessoas entre os 60 e 70 anos e, às vezes, mesmo em indivíduos mais jovens. Segundo o senso comum, o esquecimento é uma característica da velhice, sendo parte inexorável e inevitável do processo de envelhecimento. Embora exista um fundo de verdade nessas crenças, nem todo esquecimento é normal ou inevitável nos idosos, principalmente naqueles de boa saúde física e mental. A síndrome do declínio mental relacionado com a idade indica que pacientes podem sofrer distúrbios subjetivos e objetivos, manifestados mais tipicamente por: Disfunção intelectual ou cognitiva: ausências, distúrbios de memória e, na evolução, alteração na orientação temporoespacial e dificuldade de linguagem; Alteração de humor e sensação de bem-estar, falta de interesse, grosseria no tratamento, ansiedade, labilidade de humor e tendência a depressão; Comportamento: apatia, irritabilidade e agressividade. A característica clínica essencial da doença degenerativa primária é a deterioração intelectual progressiva, lenta e gradual, que evolui tipicamente por meio dos seguintes estágios: Dano de memória e distúrbios de orientação; Distúrbios da fala (afasia), da capacidade de reconhecer objetos (agnosia) e incapacidade de executar movimentos dirigidos, gestos ou manipular objetos (apraxia) nos anos subsequentes; AN02FREV001/REV 4.0 56 Incontinências e imobilidade total (em caso de acamamento) na sua fase terminal. Dentre as situações, devem-se observar aquelas que são reversíveis como: depressão, hipo ou hipertireoidismo, e outros quadros endócrinos; má nutrição e deficiências vitamínicas, anemia, desidratação e distúrbios eletrolíticos, medicações infecções, embolias, insuficiências metabólicas, mas que podem provocar quadros confusionais agudos (delirium), que podem ser confundidos com demência. Mesmo que o paciente saia do estado de confusão, pode ficar algum dano cerebral que deve ser avaliado se é reversível ou não. 8.2 SISTEMA CARDIOVASCULAR FIGURA 10 – CORAÇÃO HUMANO Fonte: Disponível em: < http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/Circulacao.php> Acesso: 18 de Maio 2012. http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/Circulacao.php AN02FREV001/REV 4.0 57 Após o desenvolvimento neonatal, o número de células miocárdicas não aumenta. Estudos realizados demonstraram que há modificações bioquímicas e anatômicas que acompanham o envelhecimento, mas é importante avaliar a importância fisiológica desses dados, pois nem sempre uma alteração bioquímica pode estar relacionada com a idade, levando a uma reação global. Portanto, as alterações na função cardiovascular que acompanham o envelhecimento podem ser decorrentes de alterações de padrões de doença, variáveis do estilo de vida ou resultantes simplesmente do próprio envelhecimento, sendo este o fator de maior dificuldade de definição. O sistema cardiovascular sofre significativa redução de sua capacidade funcional com o envelhecimento. Em repouso, contudo, o idoso não apresenta redução importante do débito cardíaco, mas em situações de maior demanda, tanto fisiológicas (esforço físico) como patológicas (doença arterial coronariana), os mecanismos para a sua manutenção não podem falhar, resultando em processos isquêmicos. Com o avanço da idade, o coração e os vasos sanguíneos apresentam alterações morfológicas e teciduais, mesmo na ausência de qualquer doença, sendo que, ao conjunto dessas alterações, convencionou-se o nome de “coração senil” ou presbicardia. 8.2.1 Alterações Morfológicas Em razão da elevada incidência de doenças cardíacas e vasculares no idoso, há uma dificuldade de reconhecimento das alterações decorrentes especificamente do processo de envelhecimento. 8.2.1.1 Pericárdio AN02FREV001/REV 4.0 58 Na maioria das vezes, as alterações do pericárdio são discretas, em geral decorrentes do desgaste progressivo, sob forma de espessamento difuso, particularmente nas cavidades esquerdas do coração, sendo comum o aparecimento do aumento da taxa de gordura epicárdica, não havendo alterações degenerativas ligadas diretamente à idade. 8.2.1.2 Endocárdio As alterações encontradas no endocárdio são o espessamento e a opacidade, em especial no coração esquerdo, com proliferação das fibras colágenas e elásticas, fragmentação e desorganização destas com perda da disposição uniforme habitual, em virtude do resultado de hiperplasia irritativa resultante da longa turbulência sanguínea. 8.2.1.3 Miocárdio As alterações do miocárdio são as mais expressivas, embora em determinadas necrópsias, mesmo de indivíduos idosos, não se destacam por sua intensidade. No miocárdio há acúmulo de gordura principalmente nos átrios e no septo interventricular, mas pode também ocupar as paredes dos ventrículos. Na maioria dos casos não apresenta expressão clínica, sendo que em algumas situações parece favorecer o aparecimento de arritmias atriais. Observa-se também moderada degeneração muscular com substituição das células miocárdicas por tecido fibroso, sem correlação com lesões de artérias coronárias. Portanto, estas alterações podem ser indistinguíveis das resultantes de isquemia crônica. O aumento da resistência vascular periférica pode ocasionar uma moderada hipertrofia miocárdica concêntrica principalmente da câmara ventricular esquerda. A presença de depósitos amiloides está relacionada frequentemente com a maior AN02FREV001/REV 4.0 59 incidência de insuficiência cardíaca independente da presença ou não de outra causa. O depósito amiloide pode ocupar áreas do nódulo sinoatrial e/ou do nódulo de Tawara, podendo acarretar complicações de natureza funcional, como arritmias atriais, disfunção atrial e até bloqueio atrioventricular. FIGURA 11 – CORTE LONGITUDINAL DO CORAÇÃO FONTE: Rebelatto, 2007. 8.2.2 Alterações das Valvas O tecido valvar, composto predominantemente por colágeno, está sujeito a grandes pressões. Com o envelhecimento, observa-se degeneração e espessamento dessas estruturas, sendo que, histologicamente, as valvas de quase todos os indivíduos idosos apresentam algum grau dessas alterações, mas somente uma pequena proporção irá desenvolver anormalidades em grau suficiente para desencadear manifestações clínicas. Dentre os processos de degeneração, está a calcificação das valvas, mas também com pouca complicação e sintomatologia. AN02FREV001/REV 4.0 60 8.2.3 Alterações do Sistema de Condução ou Específico Processos degenerativos e/ou depósitos de substâncias podem ocorrer desde o nódulo sinusal aos ramos do feixe de His. O envelhecimento se acompanha de uma acentuada redução das células do nó sinusal, podendo comprometer o nó atrioventricular e o feixe de His. A infiltração gordurosa separando o nó sinusal da musculatura subjacente contribui para o aparecimento de arritmia sinusal, sendo a mais frequente nesta faixa etária a fibrilação atrial. Essas alterações se instalam de forma lenta e gradual após os 60 anos e não estão, geralmente, relacionadas à doença coronariana, sendo que os distúrbios do ritmo relacionados a esse processo variam de arritmias benignas até bloqueios de ramos que evoluem para bloqueios atrioventriculares, podendo levar até a crise de Stokes-Adams. A crise de Stokes-Adams é um modelo exemplar de síncope por diminuição do débito cardíaco. A hipóxiacerebral depende de uma queda do fluxo sanguíneo encefálico, apresentando a estes doentes uma alteração da condução atrioventricular com pulso lento permanente. O quadro clínico pode se exteriorizar apenas por tontura transitória, por síncope e, nos acessos mais prolongados, por crise convulsiva. 8.2.4 Alterações da Aorta A modificação principal que ocorre, sem considerar a arteriosclerose, seria a alteração na textura do tecido elástico e aumento do colágeno. Os processos ocorrem na camada média, sob a forma de atrofia, de descontinuidade e de desorganização das fibras elásticas, aumento de libras colágenas e eventual deposição de cálcio. A formação de fibras colágenas não distensíveis predomina sobre as responsáveis pela elasticidade intrínseca que caracteriza a aorta jovem, resultando, portanto, em redução da elasticidade, maior rigidez da parede e aumento do calibre. AN02FREV001/REV 4.0 61 Normalmente, as implicações clínicas das modificações da parede e do diâmetro da aorta são pouco acentuadas e observa-se, ocasionalmente, aumento da pressão sistólica e da pressão de pulso, com moderadas repercussões sobre o trabalho cardíaco. 8.2.5 Alterações das Artérias Coronárias As alterações das artérias coronárias não são, em geral, expressivas quando não é considerada a arteriosclerose vascular podendo ser encontradas, como condição habitual de envelhecimento, perdas de tecido elástico e aumento do colágeno acumulando-se em trechos proximais das artérias. Eventualmente, ocorre depósito de lípides com espessamento da túnica média. É comum a presença de vasos epicárdicos tortuosos, ocorrendo mesmo quando não há diminuição dos ventrículos. No coração a coronária esquerda altera-se antes da direita. Estas alterações são diferentes da arteriosclerose; outra situação discutida seria a de artérias coronárias dilatadas, que não encontrou apoio em verificações de necropsia antigas. Outra alteração significativa é a calcificação das artérias coronárias epicárdicas, observada com frequência em indivíduos muito idosos, muito comum nesta população, podendo atingir o tronco coronário e as três grandes artérias, ocupando geralmente o terço proximal desses vasos. Em alguns casos, podemos ter a amiloidose das artérias coronárias. 8.3 SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO Há uma grande influência do sistema nervoso autônomo sobre o desempenho cardiovascular. As consequências funcionais da diminuição da influência simpática sobre o coração e vasos do idoso são observadas AN02FREV001/REV 4.0 62 principalmente durante o exercício; portanto, à medida que o idoso envelhece o aumento do débito cardíaco durante o esforço se obtém com o maior uso da lei de Frank-Starling, com dilatação cardíaca, aumentando o volume sistólico para compensar a resposta atenuada da frequência cardíaca. O envelhecimento determina modificações estruturais que levam à diminuição da reserva funcional, limitando a performance durante a atividade física, bem como reduzindo a capacidade de tolerância em várias situações de grande demanda, principalmente nas doenças cardiovasculares. O débito cardíaco pode diminuir em repouso, principalmente durante o esforço, tendo uma influência importante do envelhecimento por meio de várias determinantes: Diminuição da resposta de elevação de frequência cardíaca ao esforço ou outro estímulo. Com o envelhecimento, temos diminuição da complacência do ventrículo esquerdo, mesmo na ausência de hipertrofia miocárdica, com retardo no relaxamento do ventrículo, com elevação da pressão diastólica desta cavidade, levando à disfunção diastólica no idoso, muito comum, e que se deve principalmente pela dependência da contração atrial para manter o enchimento ventricular e o débito cardíaco. Ocorre diminuição da complacência arterial, com aumento da resistência periférica e consequente aumento da pressão sistólica, com aumento da pós-carga dificultando a ejeção ventricular em razão das alterações estruturais na vasculatura. Diminuição da resposta cronotrópica e inotrópica às catecolaminas, mesmo com a função contrátil do ventrículo esquerdo preservada. Diminuição do consumo máximo de oxigênio (VO2 máx.) pela redução da massa ventricular encontrada no envelhecimento. Diminuição da resposta vascular ao reflexo barorreceptor, com maior suscetibilidade do idoso à hipotensão. Presença de diminuição da atividade da renina plasmática, sendo que nos hipertensos poderemos encontrar níveis de aldosterona plasmática normais, com diminuição da resposta ao peptídeo natriurético atrial, embora a sua concentração plasmática esteja aumentada. AN02FREV001/REV 4.0 63 No idoso, teremos maior prevalência de hipertensão sistólica isolada, mais frequente do que a sistodiastólica acima dos setenta anos, estando associada a um maior risco de doenças cárdio e cerebrovasculares. AN02FREV001/REV 4.0 64 8.4 SISTEMA RESPIRATÓRIO FIGURA 12 FONTE: Disponível em: < http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/funcionamento-sistema- respiratorio-552993.shtml> Acesso em : 18 Maio de 2012. O aparelho respiratório pode sofrer alterações anatômicas e funcionais, que variam de amplitude, porém são inerentes ao processo normal e natural do envelhecimento, não devendo ser avaliadas como fator isolado. Vários fatores podem afetar a função pulmonar, sendo, frequentemente, agravantes do processo de envelhecimento, tais como o tabagismo, poluição ambiental, exposição profissional, doenças pregressas pulmonares ou não, diferenças socioeconômicas, constitucionais e raciais. A frequente associação com outras enfermidades, principalmente as de caráter crônico-degenerativas, faz com que os idosos apresentem maior comprometimento da função pulmonar. A redução dos parâmetros funcionais do idoso sadio, de acordo com vários autores, é da grandeza de aproximadamente 20%. (CASSOL, 2004). http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/funcionamento-sistema-respiratorio-552993.shtml%3e%20%20Acesso http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/funcionamento-sistema-respiratorio-552993.shtml%3e%20%20Acesso http://revistaescola.abril.com.br/ensino-medio/funcionamento-sistema-respiratorio-552993.shtml%3e%20%20Acesso AN02FREV001/REV 4.0 65 8.4.1 Alterações Estruturais do Sistema Respiratório Entre as principais alterações fisiológicas do aparelho respiratório destacam- se: Perda das propriedades de retração elástica do pulmão; Enrijecimento da parede torácica; Diminuição da potência motora e muscular. Para Freitas et al. (2002), alterações da elasticidade, da complacência e dos volumes pulmonares, decorrentes das mudanças do tecido conectivo pulmonar, da redução de massa muscular e da acentuação da cifose fisiológica, são descritas como fatores limitantes na terceira idade. Esses fatores podem frequentemente comprometer a reserva funcional dos idosos, tornando-os sintomáticos. As propriedades mecânicas do pulmão do idoso estão fisiologicamente alteradas quando comparadas com as do adulto jovem. FIGURA 13 – CURVA DE COMPLACÊNCIA DO PULMÃO AN02FREV001/REV 4.0 66 FONTE: Rebelatto, 2007. 8.4.1.1 Pulmão A maior alteração encontrada no pulmão senil é a diminuição do tamanho da via aérea, principalmente associada às alterações do tecido conectivo de suporte. O estreitamento de bronquíolos, o aumento dos ductos alveolares e o achatamento dos sacos alveolares são resultantes das alterações nas concentrações de elastina e colágeno observadas no envelhecimento. No interstício pulmonar, as fibras elásticas, o colágeno e a musculatura lisa desempenham importante papel na tensão elástica pulmonar, podendo também sofrer influências do volume sanguíneo pulmonar e do muco brônquico. No pulmãosenil, o aumento do volume de ar nos ácinos decorre do aumento do volume de ar nos ductos alveolares, levando ao que chamamos de ductectasias, sendo considerada uma alteração fisiológica, não constituindo enfisema pulmonar propriamente dito. A redução do número e da atividade das células mucociliares, do epitélio de revestimento brônquico leva a maior dificuldade do clareamento das vias aéreas, predispondo a maior incidência de infecção nesse grupo. As alterações anatômicas, em combinação com a reorientação das fibras elásticas, podem ocasionar as AN02FREV001/REV 4.0 67 seguintes alterações fisiológicas na senescência: redução da elasticidade pulmonar, aumento da complacência pulmonar, redução da capacidade de difusão de oxigênio, fechamento prematuro de vias aéreas, fechamento de pequenas vias aéreas, redução dos fluxos expiratórios. FIGURA 14 – ALTERAÇÕES DAS VIAS AÉREAS INFERIORES FONTE: Rebelatto, 2007. 8.4.1.2 Parede torácica O enrijecimento do gradeado costal é a principal alteração fisiológica do envelhecimento associado à parede torácica, podendo ser atribuído ao processo de osteoporose e osteoartrose senil, caracterizado por descalcificação das costelas e vértebras, calcificação das cartilagens condroesternais e alterações nas articulações costovertebrais. A complacência total do aparelho respiratório no idoso está reduzida à custa, principalmente, do enrijecimento da parede torácica em contraposição aos AN02FREV001/REV 4.0 68 efeitos da redução da elasticidade pulmonar, ocasionando mudanças no formato do pulmão e na dinâmica respiratória. 8.4.1.3 Músculos respiratórios No envelhecimento fisiológico ocorre substituição de tecido muscular por tecido gorduroso, o que, associado aos elevados índices de inatividade e até imobilismo, compete para a redução da massa e da potência da musculatura esquelética, acarretando menor capacidade de sustentar o trabalho muscular (endurance). A redução da massa e da potência muscular é certamente fator de grande importância para o declínio da função pulmonar e que pode ser modificado por meio de programas de atividade física, fisioterapia motora e respiratória e suplementação nutricional. 8.4.1.4 Alterações da função pulmonar As alterações no tamanho da via aérea e da superfície alveolar contribuem para a redução do volume pulmonar útil para as trocas gasosas e para o aumento do espaço morto. As vias aéreas servem como conduto para gases inspirados e expirados (zona de condução), e, com o envelhecimento, tornam-se maiores, comprometendo a eficiência das trocas gasosas. O volume de ar inspirado contido no espaço morto aumenta de 1/3 para 1/2 do volume corrente em idosos. A redução da complacência torácica, o aumento da complacência pulmonar e a redução da força dos músculos respiratórios promovem a redução da capacidade vital (CV). A capacidade residual funcional (CRF), que corresponde ao volume de gás nos pulmões no final da expiração, e o volume residual (VR), que corresponde ao volume de gás nos pulmões após expiração forçada, aumentam com a idade, enquanto a capacidade pulmonar total (CPT) e o volume corrente (VC) pouco se alteram. AN02FREV001/REV 4.0 69 A capacidade vital forçada (CVF) e o volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEFl) reduzem com a idade, assim como a relação VEFI/CVF (índice de Tiffeneau). Tais alterações podem ser atribuídas à redução da pressão de recolhimento e consequente fechamento das vias aéreas em grandes volumes pulmonares. As desordens respiratórias do sono, a obstrução e apneias são, reconhecidamente, distúrbios comuns em idosos, os quais apresentam uma redução da qualidade e na estrutura do sono. 8.5 SISTEMA DIGESTÓRIO FIGURA 15 FONTE: Disponivel em http://www.auladeanatomia.com/digestorio/sistemadigestorio.htm Acesso em: 18 de Maio 2012. Para Ribeiro e Marin (2009), com o envelhecimento, o aparelho digestório apresenta alterações estruturais, de motilidade e da função secretória que variam em intensidade e natureza em cada segmento do mesmo. As consequências clínicas dessas alterações são, na maioria dos casos, pouco perceptíveis, mas, em seu conjunto, adquirem importância para a compreensão e o manuseio de sintomas e para a previsão de alterações na farmacocinética de diversas medicações. http://www.auladeanatomia.com/digestorio/sistemadigestorio.htm AN02FREV001/REV 4.0 70 Com o envelhecimento, a musculatura lisa do esôfago pouco se altera, porém ocorre importante e progressiva redução de sua inervação intrínseca. De maneira geral, reconhece-se diminuição da pressão de repouso e alterações da sincronia e magnitude do relaxamento do esfíncter superior do esôfago (que pode causar disfagia alta), aumento da incidência de contrações não peristálticas (síncronas e falhas) e manutenção da pressão de repouso do esfíncter inferior do esôfago. Mesmo em pessoas assintomáticas, implicações clínicas importantes, como a necessidade de se administrarem medicamentos, por via oral, na posição ortostática, acompanhados de razoável quantidade de líquido. Outra importante implicação consiste no fato de que materiais ácidos refluídos do estômago permanecem por mais tempo em contato com a mucosa esofágica, com maior potencial de lesão. A secreção de pepsina quer basal, quer estimulada, também se mostra reduzida com o envelhecimento. Também tem sido demonstrada redução significativa da presença de prostaglandinas na mucosa gástrica, o que aumentaria sua susceptibilidade a fatores lesivos. O pâncreas sofre importantes alterações estruturais com o envelhecimento. O seu peso se reduz de uma média de 60 + ou - 20 gramas menos de 40 gramas na nona década de vida. Porém, a reserva funcional pancreática é elevada. Os estudos acerca dos efeitos do envelhecimento sobre as alterações estruturais do cólon são, da mesma forma que em relação ao delgado, escassos e controversos. Três fatos evidentemente idade-relacionados ocorrem, no que se refere ao cólon: - Aumento da prevalência de constipação; - Aumento da incidência de neoplasias; - Aumento da prevalência de doença diverticular. Alguns dados explicam parcialmente essas alterações e eles serão aqui discutidos. A ocorrência mais frequente de constipação entre os idosos pode ser explicada por uma série de fatores extrínsecos ao cólon, como o sedentarismo, a AN02FREV001/REV 4.0 71 redução na ingestão de fibras e líquidos e alterações hormonais. O tempo de trânsito colônico se mostrou aumentado em diversos estudos, mas inalterado em outros. Uma possível causa para distúrbios do trânsito seria a redução dos neurônios do plexo mioentérico associada ao envelhecimento. No entanto, pouco se conhece sobre a regulação do trânsito colônico em idosos e eventuais modificações desta em relação a faixas etárias mais jovens. A prevalência de incontinência fecal aumenta claramente com o envelhecimento, com consequências pessoais e sociais importantes. Diversos mecanismos extrínsecos contribuem para a ocorrência de incontinência, como déficit cognitivo, impactação fecal, acidentes vasculares cerebrais, neuropatia diabética. 8.6 SISTEMA ENDÓCRINO FIGURA 16 FONTE: Disponivel em : < http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemaendocrino.php> Acesso em : 18 de Maio de 2012. Alterações no sistema endócrino (e imune) associadas à idade levariam à deterioração do organismo e ao processo do envelhecimento. A teoria http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Corpo/sistemaendocrino.php AN02FREV001/REV 4.0 72 neuroendócrina sugere a presença de um marca-passo central que levaria à falência do sistema endócrino. Essa teoria se baseia no fato de que muitos indivíduos jovens com doenças endócrinas (osteoporose, diminuição da secreçãode hormônio de crescimento, hipogonadismo) apresentam alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas (diminuição da massa óssea, diminuição da massa muscular, hipertensão arterial) que são encontradas em indivíduos idosos “sem doenças”. As secreções hormonais obedecem a um ritmo de 24 horas (maiores ou menores) e são influenciadas por fatores endógenos e exógenos. Vários estudos demonstram relação entre o ritmo de sono e o ritmo de secreção hormonal (por exemplo, secreção de hormônio de crescimento). No exemplo citado, deveríamos elucidar totalmente se a insônia do indivíduo idoso pode contribuir para a diminuição de secreção de hormônio do crescimento (GH) nesse grupo etário. A menopausa é definida como a falência total da função ovariana (produção de esteroides e ausência de ovulação), resultando em amenorreia permanente. Uma ausência de menstruação por um período de doze meses confirma o diagnóstico em mulheres idosas. Portanto, a menopausa é um diagnóstico retrospectivo. O climatério é uma terminologia usada para caracterizar as alterações fisiológicas e os sintomas que decorrem da transição do período reprodutivo para o não reprodutivo da mulher. Outra situação que apresenta relação com a deprivação hormonal é a osteoporose, que tem uma correlação fisiopatológica, preventiva e terapêutica com os níveis estrogênicos. A real incidência de sintomas precoces é muito discutida na literatura e sua prevalência em relação a diferentes faixas etárias promove controvérsias. Analisando uma população com idades entre 46 a 62 anos, observou-se que os sintomas vasomotores foram relatados em 57%, depressão/irritabilidade em 57,1%, distúrbios do sono em 52%, sintomas osteomusculares em 57%, perda de libido em 57% e secura vaginal em 21%. Como observado anteriormente, a relação entre esses sintomas e o estado de hipoestrogenismo possibilita, nos casos em que não existam contraindicações e haja desejo do paciente, que se inicie a terapia de reposição hormonal. A terapia hormonal apresenta, de acordo com resultados, 90% de resposta positiva. Como no sexo feminino, o homem apresenta, com o envelhecimento, alterações hormonais. A suspeita clínica de hipogonadismo deve ser feita quando o AN02FREV001/REV 4.0 73 indivíduo se apresenta com queixas de alteração de libido, vigor, potência sexual, fraqueza muscular e diminuição de massa muscular. Ocasionalmente, no idoso podem também vir ondas de calor. A questão é, então, a formulação, a dosagem e a monitoração da reposição com testosterona. Os resultados de reposição de testosterona em indivíduos idosos são muito conflitantes e não existem, no momento, trabalhos publicados referindo-se ao efeito em idosos com doenças crônicas. O número de pacientes é pequeno e a terapia é curta. Sabe-se que a terapêutica com testosterona tem que ser usada com cautela. 8.7 SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO FIGURA 17 FONTE: Arquivo Pessoal, ano. Segundo Edison Rossi (2008), a atrofia óssea com o envelhecimento não se faz de forma homogênea, pois, antes dos 50 anos, perde-se, sobretudo, osso trabecular e, após essa idade, principalmente osso cortical. AN02FREV001/REV 4.0 74 FIGURA 18 FONTE: Adaptado de Rebelatto, 2007. O envelhecimento cartilaginoso traz consigo um menor poder de agregação dos proteoglicanos (complexos de proteínas-mucopolissacarídeos) aliados a uma menor resistência mecânica da cartilagem; o colágeno adquire menor hidratação, maior resistência à colagenase e maior afinidade pelo cálcio. FIGURA 19 – ETAPAS DA LESÃO DEGENERATIVA DA CARTILAGEM ARTICULAR NA OSTEOARTROSE AN02FREV001/REV 4.0 75 FONTE: Adaptado de Rebelatto, 2007. Nos discos intervertebrais, a degeneração aumenta com o envelhecimento. A degeneração discal compreende rupturas estruturais grosseiras e alterações na composição da matriz; estudos recentes indicam que sobrecargas mecânicas moderadas e repetidas, sobretudo nos discos de indivíduos dos 50 aos 70 anos, podem ser a causa inicial do processo. Sabe-se que os condrócitos de idosos têm menor capacidade de proliferação e capacidade reduzida de formar tecido novo, o que explica, em parte, a associação entre idade e osteoartrite. Com o envelhecimento, há uma diminuição lenta e progressiva da massa muscular, sendo o tecido nobre paulatinamente substituído por colágeno e gordura. AN02FREV001/REV 4.0 76 O número de fibras musculares no velho é aproximadamente 20% menor que no adulto, sendo o declínio mais acentuado em fibras do tipo II. A sarcopenia contribui para outras alterações idade-associadas, como, por exemplo, menor densidade óssea, menor sensibilidade à insulina e menor capacidade aeróbica. Uma diminuída massa magra idade-dependente resulta, sobretudo da sarcopenia, o que traz consigo menor taxa de metabolismo basal, menor força muscular e menores níveis de atividades físicas diárias. Com o envelhecimento, diminui a velocidade de condução. Há um aumento no balanço postural, diminuição dos reflexos ortostáticos e um aumento do tempo de reação. O centro de gravidade das pessoas idosas muda para trás do quadril. Aumenta o número de fibras nervosas periféricas, que mostram alterações morfológicas (degeneração axonal; desmielinização segmentar). O maior estudo sobre dor já conduzido revelou uma redução da dor relacionada à idade em todas as Iocalizações anatômicas, exceto nas articulações. A osteoartrite é, sem dúvida, o distúrbio doloroso mais comum no idoso. A dor neuropática, principalmente, a neuralgia do trigêmeo e a pós-herpética ocorrem com frequência, enquanto síndromes dolorosas crônicas não malignas comuns aparecem com mais frequência do que no adulto. FIGURA 20 – DIFERENÇAS ENTRE ADULTO E IDOSO AN02FREV001/REV 4.0 77 FONTE: Adaptado de Rebelatto, 2007. 8.8 SISTEMA URINÁRIO FIGURA 21 FONTE: Disponivel em :< http://educacao.uol.com.br/ciencias/sistema-excretor-rins-filtram-impurezas- e-as-eliminam-na-urina.jhtm> Acesso em: 18 de Maio de 2012. A partir da quarta década inicia-se o processo de envelhecimento renal, com diminuição do seu peso, que pode atingir cerca de 180 gramas, reduzindo a área de filtração glomerular e, consequentemente, das suas funções fisiológicas. Por ser intensamente vascularizado, o rim recebe aproximadamente 25% do débito cardíaco por minuto, que circula principalmente pelo córtex, para o processo de filtração glomerular, que é o ponto de partida da ação fisiológica renal, promovendo depuração sanguínea de substâncias originárias do metabolismo e manutenção da homeostase. A partir dos 40 anos todos os vasos renais sofrem progressiva esclerose, levando à diminuição da sua luz, com consequentes modificações no fluxo laminar do sangue, o que facilita a deposição lipídica na parede vascular, propiciando a http://educacao.uol.com.br/ciencias/sistema-excretor-rins-filtram-impurezas-e-as-eliminam-na-urina.jhtm http://educacao.uol.com.br/ciencias/sistema-excretor-rins-filtram-impurezas-e-as-eliminam-na-urina.jhtm AN02FREV001/REV 4.0 78 substituição e células musculares por depósitos de colágeno, o que leva à diminuição da sua elasticidade. O número de glomérulos mantém-se constante até a quarta década, quando se inicia o processo de envelhecimento renal, havendo uma progressiva redução dessas estruturas, atingindo na sétima década cerca de um terço do número de glomérulos iniciais. A principal consequência dessas alterações é a diminuição da área de filtração e da permeabilidade glomerulares, proporcionando, dessa forma, a diminuição do ritmo de filtração. Em decorrência das modificações estruturais observadas com o envelhecimento renal, teremos algumas modificações funcionais, as quais podem ser atribuídas ao denominado envelhecimento bem-sucedido,já que, apesar dessas perdas, são preservadas as funções de equilíbrio do meio interno, que é mantido dentro dos níveis de normalidade fisiológica, bem como as excretoras e endócrinas do rim. Desse equilíbrio resulta a preservação do metabolismo celular. Como citado anteriormente, as modificações funcionais são diretamente proporcionais à redução das medidas renais. No entanto, trabalhos longitudinais, como o estudo de Bronx, revelaram que essas perdas do envelhecimento não são homogêneas, classificando os idosos em três categorias: redução da filtração glomerular acentuada, intermediária e sem comprometimento. 8.8.1 Envelhecimento da Bexiga Aspectos do envelhecimento diferenciado entre os sexos: A origem embriológica comum da bexiga, uretra, ureter e trato genital respondem, na mulher, ao estímulo estrogênico, cujo declínio de produção com que acompanha o climatério pode trazer consequências na sua fisiologia, participando como facilitador do aparecimento, por exemplo, de infecções urinárias. Nos homens, associados aos processos degenerativos próprios, a bexiga está vulnerável, principalmente, ao aumento prostático e consequente acentuação do prejuízo aos processos primários do seu envelhecimento. AN02FREV001/REV 4.0 79 8.9 ENVELHECIMENTO CUTÂNEO FIGURA 22 FONTE: Cobbis,. As alterações macroscópicas são: a pele torna-se lisa, fina, com a aparência de um papel, há palidez, diminuição da extensibilidade e elasticidade. O panículo adiposo pode estar reduzido em certas regiões: face, nádegas, mãos e pés. Os pelos são mais finos, rarefeitos, quebradiços e menos numerosos na cabeça, axila, púbis e membros, principalmente, nas pernas. Os cabelos brancos são explicados pela diminuição progressiva dos melanócitos dos folículos pilosos. As unhas se tornam mais frágeis, quebradiças, finas ou espessadas, com diminuição do brilho tornam-se opacas e apresentam estriações longitudinais, chegando, às vezes, a fissurar. A densidade do colágeno diminui significativamente. As fibras elásticas praticamente desaparecem a partir dos 30 anos de idade. AN02FREV001/REV 4.0 80 FIM DO MÓDULO III IA E GERONTOLOGIA FISIOTERAPIA APLGERONTO
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