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Infecções nosocomiais IRAS (infecções relacionadas à assistência à saúde). Antigamente eram chamadas de infecções hospitalares São infecções adquiridas durnate a hospitalização e que não estava presente e nem em período de incubação quando o paciente foi admitido. São geralmente diagnosticadas a partir de 72 horas após a internação Também consideram hospitalares as infecções que se manifestam antes de 72 horas quando associadas a procedimentos diagnósticos ou terapêuticos realizados Prevalência das Infecções hospitalares: Infecção de sitio cirúrgico, infecção de vias aéreas, infecção de trato urinário Ministério da Saúde : Qualquer tipo de infecção adquirida após a entrada do paciente em um hospital ou após a sua alta quando essa infecção estiver diretamente relacionada com a internação ou procedimento hospitalar Fonte de infecções hospitalares Infecção incubada em um paciente no momento da admissão não é IH Fonte exógena: infecção cruzada ou a partir do ambiente; Fonte endógena : auto infecção – a partir de outro sítio no mesmo paciente. Infecções adquiridas na comunidade e disseminadas no ambiente nosocomial são IH para outros pacientes e para o staff do hospital O tempo reduzido de internação no período pós-operatório pode diminuir a chance de IH. Comissões de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH): É um órgão de assessoria à autoridade maior das instituições de saúde, ele tem como finalidade elaboração, execução e avaliação das ações de prevenção e controle de infecção hospitalar, IRAS. Superbactérias Staphylococcus aureus, resistente à Meticilina, sendo denominada MRSA. Klebsiella pneumoniae, produtora de carbapenemase, ou KPC, conseguem produzir uma enzima capaz de inibir a atividade de alguns antibióticos. Acinetobacter baumannii, encontra : na água, solo e ambiente hospitalar, sendo algumas cepas resistentes aos aminoglicosídeos, fluoroquinolonas e beta- lactâmicos, Pseudomonas aeruginosa, um microrganismo oportunista causando infecção principalmente nas UTIs em pacientes como o sistema imunológico comprometido; Enterococcus faecium, causa infecções do trato urinário e intestinal em pessoas que estão internadas; Proteus sp., relacionada principalmente com infecções urinárias nas UTIs e que vêm adquirindo resistência a diversos antibióticos; Neisseria gonorrhoeae, bactéria responsável pela gonorreia e algumas cepas já foram identificadas como multirresistente, apresentando maior resistência à Azitromicina, e, por isso, a doença causada por essas cepas é conhecida como supergonorreia. Descontaminação e desinfecção Descontaminação : remoção de materiais orgânicos como fezes , urina, vômito e secreções de uma superfície com auxílio de solução desinfetante Desinfecção: processo que elimina formas vegetativas de microrganismos patogênicos das superfícies inanimadas. Deve ser realizada por meio de processo químicas , com o uso de soluções desinfetantes padronizados pela CCIH em superfícies previamente limpas Biossegurança Sistemas automatizados A necessidade de automatizar a rotina de microbiologia em função: Aumento do número de amostras recebidas diariamente nos laboratórios clínicos. Necessidade de investigações epidemiológicas decorrente do aumento do número de micro-organismos multidroga resistentes Surgimento de novos mecanismos de resistência, considerados desafios na rotina dos serviços de microbiologia. A automação tem sido considerada uma solução: fase pré-analítica até a pós-analítica. uso de códigos de barra permite rastrear as amostras desde a recepção pelo laboratório até a liberação do resultado. Cerca de 50 a 70% do tempo gasto pela equipe técnica pode ser substituído pelo uso da automação Vantagens do sistema automatizado: Identificação precisa de numerosos micro-organismos, muitos dos quais impossíveis de serem identificados por métodos manuais. O tempo necessário para a identificação final da maioria das bactérias ocorre entre 4 e 18 horas de incubação e em até 18 horas para leveduras, antecipando em até 24 horas a liberação de resultados finais, quando comparado às metodologias convencionais. Os testes de sensibilidade aos antimicrobianos (TSA) são realizados em paralelo com a identificação dos micro- organismos e liberados nos mesmos prazos. O TSA automatizado é liberado não só por categorias Sensível, intermediário ou resistente, Mas consta ainda com indicação da concentração inibitória mínima (CIM) de cada fármaco, permitindo a escolha de dosagens mais adequadas para o tratamento do paciente. Os principais mecanismos de resistência bacteriana: produção de enzimas tipo betalactamase de espectro ampliado (ESBL) em bactérias Gram-negativas, ou resistências a Meticilina e vancomicina em Gram- positivos, são detectados e informados. Desvantagens Alto custo quando comparado com a rotina convencional. Impossibilidade em fornecer uma CIM exata, na maioria dos casos, pois os sistemas automatizados. Disponibilizam poucas diluições dos antimicrobianos, Não diluições seriadas como acontece com a metodologia de micro diluição em placa, o gradiente de diluição em ágar, que fornecem uma CIM com maior exatidão. Bactérias podem ser divididas em grupos de acordo com suas exigências nutritivas Fototróficos: organismos que usam energia radiante como fonte de energia Fotolitotróficas: utilizam o CO2 como principal fonte de carbono Fotorganotróficas : bactérias que exigem um composto orgânico Quimiotróficos: organismos incapazes de utilizar a energia radiante; dependem da oxidação de compostos químicos para a obtenção de energia. bactérias que utilizam o CO2 como fonte de carbono e oxidam compostos inorgânicos ou elementos químicos para obtenção da fonte de energia, são chamadas quimiolitotróficas. As que utilizam compostos orgânicos para obter energia, são chamadas quimiorganotróficas As bactérias fotolitotróficas e quimiolitotróficas são conhecidas, comumente, como autotróficas As espécies fotorganotróficas e quimiorganotróficas são designadas heterotróficas. (As bactérias heterotróficas apresentam exigências nutritivas mais simples.) Podem crescer e se reproduzir numa mistura de compostos químicos simples devido a grande capacidade de síntese. Neste grupo se encontram todas as bactérias patogênicas para o homem, para outros animais e para os vegetais, assim como a maior parte da população microbiana do ambiente humano. Bactérias heterotróficas podem ser: Consumidoras: alimentando-se de outros organismos vivos; Saprófitas: que se alimentam de matéria orgânica morta. Simbiontes: mantém uma relação estreita com um organismo de espécie diferente. Estas simbiontes podem ser: comensais: que nem ajudam, nem prejudicam seu hospedeiro; Parasitas: que causam dano ao hospedeiro (caso das bactérias patogênicas). Meio da cultura Conjunto de substâncias nutritivas em que se cultivam os microrganismos em laboratório Exigência: decorrentes do maior ou menor poder de síntese da espécie Microrganismos que demonstram exigências de nutrientes específicos, como vitaminas e outras substâncias estimulantes são chamados de heterotróficos fastidiosos, e necessitam de meios especiais para seu cultivo, isolamento e reconhecimento Ágar é um solidificante ideal ( devido a não ser metabolizado pelas bactérias de interesse clinico ) Permite distribuição em tubos e placas Natureza polissacarídica (D-galactose e L- galactose) Uma vez solidificado só se liquefaz se aquecidoa 100ºC Uma vez liquefeito se solidifica a 45ºC Gelatina :Obtida da osseína (proteína rica em aminoácidos) Desvantagem: Hidrolisada por algumas bactérias, com o que perde sua qualidade de gel Temperatura de 36ºC ela apresenta-se líquida Sílica-gel :Obtida pela reação de HCl sobre o silicato de sódio, formando ácido silícico Vantagem: Apresentar composição química definida, não possuir nenhum elemento nutritivo, ideal para solidificar os meios sintéticos. Classificação dos meios de Cultura Quanto à Procedência Naturais ou Complexos: Ingredientes com composição química definida, tais como extratos de vegetais (malte, tomate, amido, peptona de soja), de animais (carne, cérebro, fígado, caseína) e de microrganismos (levedura). Artificiais (sintéticos ou quimicamente definidos) composição química é conhecida e os seus componentes servem para suprir as exigências nutritivas dos microrganismos, em fontes de carbono, nitrogênio, vitaminas, energia, sais minerais. Classificação dos meios de Cultura Quanto à Consistência Sólidos: Contêm agentes solidificantes (ágar) na proporção de 1 a 2,0%. Sólidos a temperatura ambiente. Semi-sólidos: Quantidade de ágar é de 0,075 a 0,5%. Consistência intermediária. Líquidos: Sem agentes solidificantes Apresentam-se como caldo Classificação dos meios de Cultura Quanto à Composição Meios básicos : permitem o crescimento bacteriano sem satisfazer nenhuma exigência especial Meios complexos: cumprem exigências vitais de determinados microrganismos Classificação dos meios de Cultura Quanto à Finalidade Meio de enriquecimento: geralmente líquido, de composição química rica em nutrientes, com a finalidade de permitir que as bactérias contidas em uma amostra clínica aumentem em número. Meio de Transporte: consiste em um meio isento de nutrientes, contendo um agente redutor (Tioglicolato ou cisteína). Geralmente mantém o pH favorável, previne a desidratação de secreções durante o transporte e evita a oxidação e auto-destruição enzimática dos patógenos presentes. Meio Seletivo: a finalidade deste tipo de meio é selecionar as espécies que se deseja isolar e impedir o desenvolvimento de outros microrganismos (adição de corantes, antibióticos, sais biliares e outras substâncias com capacidade inibitória para alguns microrganismos). Meio Diferencial: possibilita a distinção entre vários gêneros e espécies de microrganismos, por possuir substâncias que permitem uma diferenciação presuntiva, evidenciada na mudança de coloração ou na morfologia das colônias. Meio Indicador: Utilizado no estudo das propriedades bioquímicas das bactérias, auxiliando, assim, sua identificação. Caracterização Morfológica das colônias Caracterização Morfológica das colônias Em meio sólido, as células bacterianas se multiplicam formando colônias. Conforme as bactérias consomem os nutrientes do meio de cultura, elas crescem e se multiplicam. Suas células começam a se acumular, ficando visíveis a olho nu. O conjunto dessas células são chamados de colônias bacterianas. Hemólise : algumas bactérias produzem enzimas que lisam as hemácias presentes no meio ágar sangue.. Formam 3 tipos de hemólise : Beta- hemólise – lise completa das hemácias ( zona clara em torno no crescimento bacteriano). Alfa- hemólise – lise parcial das hemácias ( cor esverdeada próxima as colônias – presença de biliverdina) . Gama – hemólise – acontece quando o organismo não produz hemólise Pigmentação: bactérias que possuem pigmentos quando crescem nos meios de cultura. Tamanho : o tamanho pode variar muito mas geralmente : grande >1mm de diâmetro . Médias = 1mm . Pequenas < 1mm Forma , elevação e margem : muito importante na interpretação do crescimento bacteriano Densidade transparente (pode ver através da colônia )/ opaca ( não é possível ver através da colônia) / translucida ( pode ver através da colônia apenas com auxílio de luz) Consistência observada quando toca a colônia com uma alça bacteriológica . EX: amanteigada , pegajosa, secas, mucoides e quebradiças Superfície pode apresentar aspectos rugoso, granular, embaçado, cremoso ou brilhante Odor o odor característico de algumas bacterias podem auxiliar na interpretação ( não é recomendável cheirar direto da placa) EX: uva( Pseudomonas aeruginosa) , queijo( staphylococcus aureus) Técnicas de semeadura Isolamento de um microrganismo: Consiste na obtenção de uma cultura pura (colônias isoladas de um único microrganismo, separando-os de outros que se encontram no mesmo material) Finalidade do isolamento: identificação do microrganismo Repique: Consiste na transferência de um microrganismo de um meio de cultura para outro Semeadura: Consiste na inoculação ou plantio de um microrganismo em um meio de cultura, a partir de um material contaminado qualquer Semeadura em meio líquido: Uma alçada da colônia ou da bactéria é introduzida no meio líquido, com agitação da alça, para maior difusão dos microrganismos. (Objetivo: é um repique genérico para crescimento bacteriano em meio líquido.) Semeadura em meio semi-sólido: Introduzir a agulha carregada de microrganismo no interior do tubo, utilizando-se uma agulha de platina. A inoculação deverá ter a profundidade de 2/3 do meio semi-sólido (ou até o fundo), ao qual se aplicará apenas uma picada. (Objetivo: verificar fermentação e motilidade bacteriana) Semeadura em ágar sólido inclinado: Semear com agulha bacteriológica, fazendo uma linha reta, com cuidado de não ferir o ágar, partindo da base para a extremidade do bizel (superfície inclinada do meio). Na superfície inclinada semear em estrias (zig-zag). ( Objetivo: Obtenção de intensa massa de microrganismos, provas bioquímicas de identificação) Semeadura por esgotamento: consiste em depositar o material coletado sobre uma parte da placa e depois espalhá-lo com a alça de platina em campos diferentes de modo a obter quantidades progressivamente menores do material Semeadura por espalhamento Consiste em espalhar o material com o auxílio de um swab (para obtenção de tapete uniforme) ou alça de Drigalski (para obtenção de colônias isoladas após diluição), fazendo a semeadura por toda a superfície da placa de Petri a ser utilizada nesta técnica. Deve-se ter o cuidado para que toda a superfície da placa seja semeada, evitando regiões sem semeadura. Recomenda-se que faça o procedimento de semeadura com o swab em três direções distintas, com a alça em toda a superfície rodando a placa. Semeadura “Pour-plate” (em profundidade ou incorporação): Transferir 1 ml da cultura para placa de Petri vazia, colocar 10 – 20 ml do meio fundido (e resfriado a cerca de 45 – 50°C) sobre a cultura e homogeneizar suavemente com movimentos circulares. Objetivo: quantificar microrganismos Semeadura por “Spread-plate” ou distensão Transferir 0,1 ml da cultura para o meio sólido na placa e espalhar uniformemente com a própria ponta da pipeta, ou alça bacteriológica / swab / alça Drigalsky. (Objetivo: obtenção de crescimento confluente, ou para contagem bacteriana. Esta técnica é muito utilizada na realização de antibiogramas.) Semeadura com alça calibrada: Imergir a alça calibrada na amostra de forma vertical. Observar se preencheu todo o espaço do aro com a amostra. Observar se não ficou bolhas no líquido que preenche o aro. Semear fazendo-se, inicialmente, uma linha reta no centro da placa e completando-se o espalhamento com uma série de passagens em um ângulo de 90º, através da linha original. (Objetivo: Quantificar microrganismos em amostras líquidas. Isolar colônias de microrganismos permitindo assim a descriçãoda sua morfologia) Por que controlar o crescimento microbiano? Para prevenir a transmissão de doenças, evitar decomposição de alimentos, evitar contaminação da água e do ambiente. Esse controle de microrganismos é possível pela ação de agentes físicos e químicos, que possuem propriedades de matar a célula microbiana, ou de impedir a sua reprodução Esterilização: destruição de todas as formas de vida microbiana. (é o método indicado para uso em itens que de forma alguma podem ser usados quando houver qualquer tipo de contaminação, classificados como “críticos”. Que penetrarão em pele e mucosa, ou serão introduzidos diretamente na corrente sanguínea, sendo portanto de alto risco.) Desinfecção: destruição de patógenos vegetativos Anti-sepsia: destruição de patógenos vegetativos em tecido vivo. Sanitização: tratamento destinado a reduzir as contagens microbianas nos utensílios alimentares até níveis seguros Assepsia: Procedimentos que visam evitar o retorno da contaminação a um objeto, superfície ou local. Métodos Físicos mais frequente Temperatura Calor: Úmido e Seco Radiação ultravioleta Radiação ionizantes Filtração Temperatura esterilização por calor Melhor maneira de garantir a destruição de microrganismos presentes em instrumentos e equipamentos é mediante o uso do calor. Estufa ou forno de Pasteur : é realizado a temperaturas de 140ºC a 180ºC, com tempo de exposição de 60 a 120 minutos em estufas elétricas equipadas com termostatos. A utilização do calor seco leva mais tempo que o calor úmido, mas como existem materiais que não podem ser esterilizados no calor úmido, o calor seco é o preferido. indicado para esterilizar vidrarias, instrumentos de corte ou de ponta, os quais podem oxidar na presença do vapor da autoclave, e materiais impermeáveis como ceras, pomadas e óleos. Calor seco – Flambagem – Bico de Bunsen Calor úmido pode ser utilizado para destruir microrganismos presentes em materiais através das formas de: vapor d’água, água fervente e água aquecida abaixo de seu ponto de ebulição. Autoclave - O vapor d’água sob pressão é a mais prática e segura aplicação do calor úmido. A autoclavação é feita a 121º C com tempo de exposição de 15 a 30 minutos. A penetração do vapor no material garante maior nível de destruição dos microrganismos, e por este motivo é mais rápido.( processo mais eficiente para destruir os microrganismos e os esporos, que o calor seco.) Controle da Esterilização- O controle deve ser realizado através de métodos químicos e bacteriológicos. Os métodos químicos utilizam uma fita especial que mostra, através da mudança de cor, se a temperatura desejada foi atingida. Métodos bacteriológicos utilizam a bactéria chamada Bacillus subtilis, que por ser produtora de esporos, é uma eficiente indicadora da qualidade do processo Temperaturas Baixas: os microrganismos são mais resistentes ao frio do que ao calor. a temperatura de geladeira (4°C) pode ser empregada para conservação de culturas. congelamento lento promove a formação de cristais de gelo, que perfuram a membrana e a parede celular. O congelamento brusco a temperaturas inferiores a -30°C seguido de dessecamento à vácuo – liofilização – é usada na conservação de microrganismos Ultravioleta: luz UV danifica o DNA das células expostas. Inibem a replicação correta do DNA durante a reprodução celular. radiação não é muito penetrante. comprimentos de onda mais eficazes estão entre 240-280 nm. usadas na desinfecção de ambientes e materiais cirúrgicos. Radiações Ionizantes: raios gama, raios X, ou feixes de elétrons de alta energia. (muito mais penetrantes que as radiações UV.) Usado para esterilizar produtos farmacêuticos e suprimentos médicos. Filtração: A passagem de soluções ou gases através de filtros de poros suficientemente pequenos é usado para reter bactérias e fungos (não vírus). utilizada na esterilização de materiais sensíveis ao calor, como meios de cultura, enzimas, vacinas e soluções antibióticos. Podem ser de carvão, algodão, papel , lã de vidro e membrana poliméricas Filtros de membrana- Apresentam poros de dimensões menores do que os microrganismos a serem retirados (0,2-0,45 μm). Agentes químicos: Desinfecção de pisos e superfícies. Também são utilizados quando equipamentos de operações unitárias ou componentes de uma instalação industrial não admite esterilização pelo vapor de água saturado. Desinfecção: Físico (Pasteurização) e Químico (desinfetantes) Temos desinfecção de alto, intermediário ou de baixo nível, dependendo da quantidade de microrganismos inativados Desinfecção de alto nível : Inativa todos os microrganismos, exceto esporos. Este tipo de desinfecção é indicado para itens classificados como “semi-críticos”, ou seja, que entram em contato com mucosas íntegras e pele não íntegra Desinfecção de nível intermediário: É aquela que inativa bactérias na forma vegetativa (M. tuberculosis), fungos e a maioria dos vírus. É indicada para uso em itens classificados como “não-críticos”, ou seja, aqueles materiais que entram em contato apenas com a pele íntegra Desinfecção de baixo nível: Inativa a maioria das bactérias na forma vegetativa, exceto M. tuberculosis, alguns fungos e vírus. É indicada também para itens de uso “não-crítico”. Desinfecção por agentes físicos Pasteurização: é o aquecimento lento a baixas temperaturas, suficiente para eliminar as células vegetativas de microrganismos, mas não os esporos, portanto, é um método de desinfecção de alto nível. É indicado o uso de temperatura de 77ºC por 30 minutos Método de Desinfecção de alto nível: Glutaraldeído: é indicado qualquer objeto sensível ao calor, e para rápida desinfecção de itens reutilizados. É utilizado em solução a 2% com pH alcalino (7,5-8,5) por 30 minutos. Ação germicida: alteração do RNA, DNA e síntese protéica. Formaldeído: Pode ser encontrado na forma sólida (pastilhas formalina) ou como solução aquosa 37-40% (diluído em álcool ou água). A solução deve ser usada por 30 minutos sendo a concentração de 8% em solução alcoólica e 10% em solução aquosa. Espectro de ação: bactericida, fungicida, viruscida. Peróxido de Hidrogênio: Age em presença de matéria orgânica e deve-se fazer a imersão do material em solução com concentração de 3-6% por 15-30 minutos. Solução com menos de 6% deve ser desprezada. Desnaturação protéica, ruptura da permeabilidade da membrana celular. Compatibilidade com materiais: corrói zinco cobre e latão. Ácido Peracético: A concentração de uso é variável para a desinfecção, sendo que o tempo de exposição deve ser no mínimo de 20 minutos. Método de Desinfecção de nível intermediário: Compostos Clorados: Causam a inibição de reações enzimáticas intracelulares, desnaturação de proteínas, e inativação de ácidos nucléicos. Apresentam atividade antimicrobiana de amplo espectro, tem baixo custo e ação rápida, entretanto seu uso é limitado, pois é irritante, instável por 24 horas, fotossensível e volátil, além de ser corrosivo para metais. Seu uso é indicado para artigos de vidro e borracha, sendo contra-indicado para metais (é corrosivo). Apresenta-se na forma líquida (ex: Hipoclorito de sódio) e na forma sólida (ex: Hipoclorito de Cálcio), e o tempo de exposição dos artigos a estes compostos é de aproximadamente 10 minutos. Álcoois(Etílicos e Isopropílicos): Seu mecanismo de ação é através da desnaturação de proteínas e ruptura da membrana celular. São usados em concentração de 70% peso por 10 minutos, para a desinfecção de superfícies. O uso destas substâncias é contra-indicado para materiais médico-cirúrgicos, borracha, plásticos eacrílico. Fenólicos: Seu mecanismo de ação é através do rompimento da parede celular, precipitando proteínas, quando usado em alta concentração, e alteração dos sistemas enzimáticos fundamentais, quando utilizado em baixa concentração. Sua concentração para uso é de 0,4-5% sendo que o tempo de exposição deve ser menor ou igual a 10 minutos. Seu uso é indicado para descontaminação de ambiente hospitalar, itens cirúrgicos e médicos não-críticos, sendo que devem ser consideradas as limitações devido a toxicidade (hiperbilirrubinemia – crianças – berçários), e ação residual em materiais porosos. O cresol e o orto-fenilfenol são os compostos fenólicos mais utilizados como desinfetantes de superfícies Espectro de ação: bactericida, viruscida, fungicida. Iodóforos: Sua ação é através de seu alto poder de penetração na parede celular, levando a ruptura de proteínas. São utilizados em concentração de 30 a 50 ppm por um tempo menor ou igual a 10 minutos. O iodo está disponível como tintura de iodo, usado principalmente na desinfecção da pele e no tratamento das feridas. Método de Desinfecção de baixo nível: Álcoois Compostos Clorados Fenólicos: em concentração menor que 5% Iodóforos: em concentração menor que 30 ppm Compostos de Amônio Quaternário: Age através da inativação de enzimas, desnaturação de proteínas essenciais, ruptura da membrana celular. Sua concentração para uso é de 0,4 a 0,6% por um tempo de no mínimo 10 minutos. É indicado para a limpeza de ambiente hospitalar (pisos, paredes e superfícies). Detergentes: São agentes tensoativos, com ação detergente, umectante e emulsionante. Podem ser classificados como Catiônicos (p. ex. Quaternários de Amônio), Aniônicos (p. ex. sabões, detergentes sulfatados ou sulfonados), e Enzimáticos. Este último tem como princípio ativo enzimas proteinases, amilase e lípases, e, portanto, causam transformações em proteínas, polissacarídeos e gorduras (ex: Endozime) COCOS GRAM POSITIVOS DE INTERESSE CLÍNICO Staphylococcus Espécies: S. aureus; S. epidermidis; S. saprophyticus Streptococcus Espécies: S. pyogenes; S. agalactiae; S. pneumoniae; Grupo Viridans; Grupo D Enterococcus Espécies: faecalis; faecium; bovis Staphylococcus Gram positivos Aglomerados em cachos “ cachos de uva” São imóveis ( n tem flagelos) Produzem catalase Anaeróbios facultativos Família Micrococcaceae Ubíquos : colonizam água, terra , produtos derivados de animais , pele S. aureus, S. epidermidis, S saprophyticus ( mais importantes ) Colonizam a pelo dos seres humanos : narinas, axilas, região inguinal e períneo Principais fontes de contaminação : outros seres humanos, superfície e objetos contaminados , alimentos / infecções : cortes, picadas de insetos, queimaduras, higiene precária Os Estafilococos são as bactérias não esporuladas que mais resistem no meio ambiente Sensível a clorexidina Crescimento em meio ágar sangue S. aureus Mais virulenta e patogênica Possui pigmento caratenoide chamado de estafiloxantina – coloração amarelo- dourado para a colônia Os fatores de virulência produzidos por S. aureus não são expressados a toda hora, são dependentes da fase de crescimento da bactéria. Coagulase positiva ( enzima capaz de coagular o plasma do sangue ) Hemólise de hemácias do tipo Beta , soltando um pouco de gordura Causa doenças por meio da produção de toxinas e pela indução de inflamação piogênica ( feridas com pus ) Podem estar divididos em três tipos: as infecções superficiais (abscessos cutâneos, infecções de ferida) infecções sistêmicas (bacteremia, endocardite, osteomielite, artrite, miosite, pneumonia) e os quadros tóxicos (síndrome do choque tóxico, síndrome da pele escaldada e intoxicação alimentar) Piogênicas abscessos com pus , foliculite , síndrome da pele escaldada ( bebês ou idosos com pele parecendo queimada) , Impetigo ( pústulas no nariz e boca) Conjuntivite bacteriana , intoxicação alimentar : É decorrente da ingestão de enterotoxinas pré-formadas no alimento contaminado pela bactéria. Os sintomas da intoxicação alimentar consistem em náuseas, vômitos, diarreia e dores abdominais. As enterotoxinas são termoestáveis, dessa forma a cocção dos alimentos não as destroem Bacteremias Processo mais comum em pacientes internados. A infecção geralmente é adquirida quando do emprego de cateteres intravenosos. A bacteremia pode dar origem a diversas outras infecções e pode evoluir pra sepse com mortalidade elevada. Endocardites A infecção é adquirida pelo uso de injeção intravenosa e a válvula mais comprometida é a tricúspide. Alta taxa de mortalidade. Pneumonia e Empiema pneumonia pode ser devido a aspiração da secreção oral ou disseminação hematogênica a partir de um foco infeccioso. A pneumonia estafilocócica pode ser caracterizada de empiema (coleção de material purulento na pleura). Osteomielite A bactéria pode alcançar os ossos por via hematogênica ou por extensão de infecções em tecidos contíguos. Staphylococcus epidermidis Segunda espécie mais importante do gênero Staphylococcus Faz parte da flora normal da pele e da mucosa de seres humanos e animais superiores Colônias brancas Encontrada principalmente na pele Profissionais hospitalares são mais propensas Coagulase negativa / hemólise negativa Infecções nosocomiais ( hospitalares) , endorcardite , doenças de pele Staphylococcus epidermidis é um risco para pacientes imunocomprometidos e para usuários de drogas intravenosas, podendo causar endocardite e infecções generalizadas não-piogênicas. Pode causar septicemia, endocardite, peritonite, ventriculite e infecções em locais com prótese. Coloração branca; Coagulase Negativa; DNAse Negativa; Catalase positiva Fermentação do manitol negativa; Novobiocina Sensível; Habitante Normal da pele e mucosas; Causa ocasionalmente sepses. Staphylococcus saprophyticus é de interesse clínico pois frequentemente causa infecção do trato urinário, especialmente em mulheres, podendo chegar a causar cistite, uretrite e pielonefrite, e em casos extremos bacteremia. Encontrado na mucosa do trato genital feminino ( principalmente) Colônias brancas Coagulase negativa /hemólise negativa Relacionada a infecções do trato urinário Coloração branca; Coagulase negativa; Catalase positiva DNAse negativa; Fermentação do Manitol negativa; Novobiocina resistente; Causa Infecções genito-urinárias. PROVAS BIOQUÍMICAS PARA IDENTIFICAÇÃO DOS Staphylococcus Prova da Catalase: Com uma amostra gram+ , a determinação da família é feita pela prova da catalase. prova da catalase consiste em colocar uma amostra de bactéria em contato com o peróxido de hidrogênio, e pesquisar a formação de bolhas de oxigênio. Com a alça bacteriológica ou com um palito coleta-se o centro de uma colônia suspeita e esfrega- se em uma lamina de vidro. Colocar sobre este esfregaço uma gota de água oxigenada a 3% e observar a formação de bolhas. Prova da coagulase é exclusiva ao Staphylococcus aureus critério para a identificação de uma amostra como pertencente à espécie coagulase em lâmina: A maioria das cepas de Staphylococcus aureus possui a coagulase ligada (ou fator aglutinante) “clumping factor” na superfície da parede celular, que reage com o fibrinogênio do plasma causando a coagulação do mesmo. coagulase em tubo baseia-se na presença da coagulase livre que reage com um fator plasmático formando um complexo que atua sobre o fibrinogênio formando a fibrina. Hemólise : α- parcial β– total (S.aureus) γ – sem hemólise (S. epidermidis) CRESCIMENTO EM ÁGAR MANITOL: O Staphylococcus aureus tem a capacidade de fermentar o manitol em meio contendo 7,5 % de cloreto de sódio, denominado ágar manitol salgado ou Meio de Chapman. O indicador de pH é o vermelho de fenol, que indica uma reação positiva quando o meio ao redor das colônias se torna amarelo, e negativa quando permanece avermelhado. DNAse: inoculação de colônias em meio contendo DNA, (DNAse test agar) obtido comercialmente. O meio adicionado com corante demonstra uma melhor facilidade na leitura, e permite o repique da amostra positiva para o teste de sensibilidade aos antimicrobianos, evitando que se retorne à placa original onde nem sempre as colônias estão bem isoladas Positivos: formação de um halo transparente em torno do crescimento bacteriano ( HCL2% revelador de solução) Resistência à Novobiocina A cepa é semeada de maneira semelhante ao antibiograma em placa de Muller Hinton acrescida de um disco teste de novobiocina contendo 5 µg. As amostras resistentes mostram zonas de inibição de 6 a 12 mm, enquanto as susceptíveis apresentam halos de 16 mm ou mais. As cepas de Staphylococcus aureus são sensíveis. Streptococcus Família - Streptococcaceae Gênero – Streptococcus Streptococcus - 20 espécies: S. pneumoniae (ou pneumococo - principal agente de infecções trato respiratório - pneumonias bacterianas) S. pyogenes – (coloniza garganta - faringites e amigdalites) S. mutans – (microbiota cavidade oral - cárie dental) estreptococos de importância médica são divididos em : estreptococos beta-hemolíticos (ou estreptococos piogênicos), pneumococos, estreptococos do grupo D e streptococcus viridans a maioria dos streptococus faz parte da microbiota normal da garganta , pele e do intestino, só causando doença quando consegue acesso aos tecidos e ao sangue Características : gram +,organizado em cadeias ou pares , catalase negativa, não possui flagelo, oxidase negativa, anaeróbios oi anaeróbios facultativos, presença de hemólise e o cultivo em ágar-sangue Colônias Pequenas e Translúcidas Padrão de hemólise: tipo de classificação Alfa-hemólise: hemólise parcial com presença de zona esverdeada ao redor da colônia Beta-hemólise: hemólise total ao redor da colônia, apresentando transparência do meio de cultura Gama-hemólise: não acontece hemólise o meio permanece inalterado Grupos de Lancefield Classificados de acordo com a presença do carboidrato C (características antigênicas) na parede celular Grupos A, B, C, D, F ,G ( de interesse clínico) S. pneumoniae e S. viridians também são de interesse clinico, mas não são agrupáveis S.treptococus Beta- hemolíticos : presença do carboidrato C , presença da proteína M (responsável pela virulência das doenças) Estreptococos do grupo A sem proteína M não são virulentos. Resistência a fagocitose (na ausência de Ac contra proteína M) 80 tipos diferentes de proteína M GRUPO A (presença da proteína M) S. pyogenes ( Mais importante , também conhecida como bactéria devoradora de carne) Sensível à Bacitracina O crescimento em ágar-sangue é inibido pelo antibiótico Bacitracina Provocam Infecções nas Vias aéreas superiores e pele; Febre reumática, glomerulonefrite (natureza imunológica); Possui várias toxinas e enzimas (hemolisinas): Virulência e patogenicidade Doenças : Faringite – infecção por bactéria na faringe As faringites são causadas por vírus e bactérias, sendo entre as bacterianas em torno de 90% são causadas pelo S.pyogenes. A infecção é transmitida por gotículas infectadas provenientes de pacientes com o mesmo tipo de processo. Se não tratada pode evoluir para uma sinusite ou meningite Celulite: lesão purulenta Piodermites : É uma infecção purulenta da derme que acomete principalmente crianças com hábitos higiênicos precários. A bactéria penetra na derme através de lesões da epiderme. Em 50% dos casos a infecção é mista com a participação de staphylococcus aureus. Erisipela infecção aguda da pele que se caracteriza por vermelhidão da área afetada, dor local, febre, calafrios Faceite ( fascite) necrosante Infecção profunda do tecido conjuntivo subcutâneo, se caracteriza por destruição do tecido muscular e gorduroso e se dissemina ao longo do plano facial Síndromes tóxicas mais comuns são a escarlatina e o choque tóxico escarlatina é uma complicação das faringites causadas por amostras de S.pyogenes lisogenizadas por fagos O choque tóxico caracteriza-se por febre, calafrios, mal-estar geral, náuseas, hipotensão, e choque, promovendo a falência múltipla de órgãos. Febre Reumática Caracteriza-se por lesões inflamatórias não supurativas (acompanhadas por pus), envolvendo o coração, as articulações,os tecidos celular subcutâneo e sistema nervoso central. Glomerulonefrite doença glomerular caracterizada por uma reação inflamatória, com infiltração leucocitária e proliferação celular dos glomérulos, ou que aparentam ser o resultado de uma lesão glomerular imune. Grupo B S. agalactiae São beta- hemolítcos Infecções na via Genito-urinária Resistente à Bacitracina Hidrolisam hipurato O S. agalactiae pode colonizar assintomaticamente a vagina de mulheres e causar infecções graves em recém-nascidos. Em recém nascidos: Existem 2 tipos de síndromes. A síndrome tardia, e a síndrome precoce.( As infecções precoces ocorrem na primeira semana de vida, e as infecções tardias de 7 à 90 dias após o nascimento) As manifestações clínicas precoces mais comuns incluem pneumonia, artrite séptica, sepse e meningite A infecção tardia mais comum é a bacteremia associada a meningite. As fontes de infecção mais prováveis são a própria mãe, ou outras crianças doentes. Em parturientes: Os estreptococcus do tipo B, estão relacionados a doenças que variam desde infecção urinária branda até quadros de sepse grave, trombofeblite séptica e meningite. Em homens e mulheres não parturientes O trato gastrointestinal é um reservatório importante para essas bactérias e o trato genital masculino é também considerado uma fonte de pielonefrite (inflamação da pelve renal) e prostite (inflamação da próstata). Grupo D Enterococos faecalis, faecium, bovis Microbiota Intestinal -Hemolíticos (Sem Hemólise), mas também pode apresentar padrões , ou - Hemolíticos Hidrolisam a Bile Resistente a penicilina G ( enterococos) , uma combinação sinergística de penicilina e um aminoglicosídeo é necessário para matar os enterococos Resistentes a vancominicina S. bovis Organismo menos resistente , estreptococos não enterocócios Inibidos ao crescer em NaCl e mortos pela penicilina G Endocardite Streptococcus pneumoniae Pneumococos Pares em forma de chama de vela Pneumonia bacteriana em 90% dos casos Hemólise parcial / alfa- hemolíticos Sensível Optoquina (5µg/mL infecção pneumocócica tem início com a colonização da nasofaringe pelo microorganismo. A partir da região inicialmente colonizada, os pneumococos podem alcançar o ouvido médio, e os pulmões através dos brônquios. Podem também entrar na corrente circulatória. Doenças : Pneumonia É uma infecção aguda, normalmente precedida de um estado gripal. A pneumonia ocorre quando os microorganismos sobrevivem a fagocitose pelos macrófagos pulmonares e proliferam- se nos alvéolos, onde sofrem autólise promovendo a liberação de substâncias que provocam inflamação. Meningite O S.pneumoniae é um dos agentes mais comuns da meningite purulenta. Pode resultar de bacteremias primáriasmais muitas vezes se instala em associação a otites, sinusites e pneumonias Bacteremia Otite Sinusite Endocardite Artrite Streptococcus Grupo Viridans Microbiota normal da boca, mucosas, pele e Intestino Streptococcus sanguis, salivarius, mitis, mutans Ocasionalmente causam processos endocárdicos e caries dentarias -Hemolíticos (Hemólise Parcial); Resistentes à Optoquina (5µg/mL). Viridians : microbiota normal da faringe humana Sensível Optoquina (5µg/mL Principais Provas de Identificação Laboratorial Catalase ( negativa) Hidrólise do Hipurato ( positivo fica roxo / azul escuro .Negativo fnão há mudança de cor) Prova de CAMP; Hidrólise da Esculina (usados para identificação presuntiva das espécies de Enterococcus e Streptococcus do grupo D (Streptococcus bovis). Tolerância a Caldo Salgado (NaCl 6,5%); Sensibilidade à Optoquina; (diferenciar o Streptococcus pneumoniae de Streptococcus viridans.) Sensibilidade à Bacitracina.( para identificação presuntiva do Streptococcus grupo A (sensíveis) (Os grupos C,F,G, são sensíveis a bacitracina e a sulfametoxazol-trimetropim) Prova de CAMP (identificação dos Streptococcus do grupo B) Resultado positivo (S. agalactiae – grupo B) = alargamento da zona de lise, forma de ponta de flecha Hidrólise da Esculina Todos os estreptococos do grupo D de Lancefield apresentam a bile esculina positiva, seja Enterococcus sp ou Streptococcus do grupo D não enterococo (Streptococcus bovis). PYR : Teste do Pyr (Hidrólise do L- pyrrolidonyl-N-naftilamida). identificação dos Streptococcus pyogenens do grupo A e espécies de Enterococos. Pode substituir a bacitracina / sulfametoxazol – trimetropim e NaCl 6.5%. Mycobacterium Bacilos aeróbios, Imóveis, possuem a parede celular rica em lipídios Crescimento lento / cerca de 70 espécies e a maioria associada a doenças humanas Família : Micobacteriaceae Mais importantes na área clínica: complexo M. avium, Complexo M. tuberculosis, Mycobacterium leprae, micobactérias não tuberculosas ( MNT) Complexo M. avium: Infecções oportunistas em pacientes com AIDS Micobactérias não tuberculosas - MNT: Infecções linfáticas, pulmonares, esqueléticas, cutâneas e disseminadas Identificação das micobactérias As micobactérias podem ser separadas em grupos de acordo com: utilização de algum substrato pela micobactéria, o tempo de crescimento, a temperatura ótima para que esse crescimento ocorra, a produção de pigmento quando exposta à luz e a morfologia da colônia das diferentes espécies. Crescimento: tempo necessário para as colônias serem observadas a olho nú, em meio solido. Crescimento rápido < 7 dias / crescimento lento > 7 dias Pigmentos : fotocromogênicas – produzem pigmento somente após exposição a luz/ scotocromogênicas – produzem pigmento tanto no escuro quanto no claro/ Não fotocromogênicas – não produzem pigmentos Mycobacterium tuberculosis Acidorresistente( devido ao elevado teor lipídico) – retém o corante carbolfucsina Não são gram positivo e nem negativos Coloração de Ziehl- Neelsen Agente etiológico da tuberculose Bacilos aeróbios obrigatório ( preferência por tecidos mais oxigenados) bacilo de Koch Crescimento lento e imóveis Meio de Lowenstein- jansen (contem nutrientes complexos) os corantes inibem a microbiota normal indesejado presente na amostra Parede celular é o fator de virulência mais importante nesta bactéria Transmissão transmitido por aerossóis respiratórios (tosse de indivíduos com esfregaço positivo) ( o pulmão é o sitio de infecção inicial) É parasita intracelular infecta macrófagos Humanos são o reservatório natural M. bovis pode ser encontrado em bovinos – pode ser encontrado em leite de vaca podendo causar tuberculose gastrintestinal Não produz e não tem exotoxinas e endotoxinas Infecção iniciada quando os bacilos atingem os alvéolos pulmonares Tubérculo- granuloma circundado por tecido fibroso que sofreu necrose caseosa central Tuberculose miliar quando ocorre a disseminação para outros órgãos e tecidos Infecta qualquer órgão sendo mais comum: pulmão , cérebro/meninges, fígado , ossos e pele Pode acometer vários órgãos ou tecidos, geralmente por disseminação hematogênica, a partir de um foco pulmonar primário. Manifestações clínicas : Tuberculose Pulmonar ( Infecção primária) : tosse com catarro por mais de 15 dias , febre ao entardecer , calafrios, sudorese noturna, falta de apetite, perda de peso , cansaço fácil , dificuldade de respiração,, infecção nos gângliso linfáticos ( Linfadenopatia do pescoço) , eritema nodoso Tuberculose miliar : lesões disseminadas por múltiplas lesões disseminadas similares a grãos Tuberculose do TGI: pode ser causada pela deglutição do escarro proveniente da lesão pulmonar M.bovis ingerido a partir de produtos lácteos não pasteurizados Sintomas gerais como febre e emagrecimento acompanhado de dor abdominal e diarreia Tuberculose Orofaríngea : úlcera indolor Tuberculose renal: disseminação através do sangue e é o 3 sítio mais afetado após os pulmões e linfonodos. Sintomas: disúrias, hematúria e dor de flanco . Urina contem leucócitos Diagnóstico : clínico, raio x e tomografia. Teste cutâneo de tuberculina - mecanismo de reação de hipersensibilidade tardia Teste de PPD: teste de tuberculina , suspeita ou investigação de contato com Mycobacterium tuberculosis,( Intradermica , mistura de proteínas de baixo peso molecular) Lesão inflamatória ( Nódulo endurecido) positivo Indica infecção previa pelo organismo, não necessariamente a doença ativa A imunização com vacina BCG pode provocar um teste positivo , mas com reações de 5-10 mm que diminuem com o tempo . se for de 15mm ou mais considerado infecção mesmo tendo recebido a vacina BCG Exame bacteriológico – Baciloscopia – pesquisa de BAAR: coloração acidorresistente do escarro ( ZIehl-Neelsen) Permite descobrir a fonte de infecção, indicados para pacientes adultos com sintomas resp. e pacientes que apresentem alterações no RX . Positivo com a presença de bacilos corados em coloração avermelhada Cultura- após tratamento com hidróxido de sódio e centrifugação é realizado o cultivo por até 8 semanas Também podem ser usados meios líquidos como o BACTEC Não cresce em ágar sangue Tratamento com múltiplos fármacos na tentativa de reduzir cada vez mais que a bactéria desenvolva resistência a um determinado fármaco apenas e por ser um tratamento de longa duração ( 6-9 meses) Isoniazida ( Base do tratamento) , rifampicina e pirazinamida Etambutol acrescentado para paciente imunocomprometidos O escarro torna-se não infeccioso no período de 2-3 semanas Provas bioquímicas de identificação Catalase : quase todas as micobactérias produzem catalase ( catalase positiva) Uréia : capacidade ou não de hidrolisar a uréia. ( positivo : rosa forte ou vermelho / negativo não ocorre mudança de cor) . Se ficar levemente rosado deve ser repetido o teste e persistir classificar como negativo crescimento em MC sem cristal violeta : utilizado para diferenciar as diferentes espécies de micobactérias de crescimento rápido. teste da arilsulfatase: verificar em que condições a enzima arisulfatase é produzida (geralmente é testado após 3 dias de cultura / 2 semanas em meio arilsulfatase / 6 gotas de Na2CO3 2N ) Resultado é positivo com a coloração rosa pink Telurito ( verificar redução de Telurito) positivo forma um precipitado preto no fundo do tubo / negativo não forma precipitado utilização do ferro( verificarconversão do citrato de ferro amonical em óxido de ferro): negativo não há mudança de cor / positivo as colônias ficam escuras- oxidadas hidrólise do Tween : hidrólise enzimática do tween . Positivo: meio fica pink ou vermelho Mycobacterium leprae Agente causador da lepra Também conhecida como hanseníase (doença de Hansen) Bactéria: intracelular obrigatória Acidorresistente (devido ao elevado teor lipídico) – retém o corante carbolfucsina Bacilos aeróbios Não são gram positivo e nem negativos ZIehl-Neelsen Não consegue crescer em meio livre de células Microscopia sensível apenas para a forma lepromatosa Reprodução lenta ( 12-14dias) Cresce preferencialmente na pele e em nervos superficiais (temp. ótima de crescimento 30 °C) Não é cultivável em vitro (bacteriológico artificias e cultura). Cultivada em pastas de camundongos ou em tatus Hanseníase se apresenta de 2 formas: Tuberculoide (neural) / Lepromatosa (progressiva) Tuberculoide (neural): apresenta uma ou poucas lesões com pouca destruição tissular, ausência ou pequena quantidade de bacilo nas lesões, baixa probabilidade de transmissão, teste cutâneo de lepromina (positivo – presença de lesão endurecida após 48h ) , resposta mediada por células M. leprae ( presente) Lepromatosa (progressiva): várias lesões, com marcante destruição tissular, grande quantidade de bacilos, alta probabilidade de transmissão, resposta mediada por células M. leprae( reduzida ou ausente), teste cutâneo de lepromina ( negativo- por causa da ausência de uma resposta imunológica eficaz) Transmissão: adquirida por contato prolongado com pacientes que possuem hanseníase lepromatosa, que expelem grande n° de M. Leprae nas secreções nasais e a partir de lesões cutâneas Humanos são os hospedeiros naturais, tatu pode corresponder a um reservatório para a infecção humana Patogênese ( Tuberculoide) : sobrevive a fagocitose por macrófagos e invadem as células da bainha de mielina Tuberculoide (neural) (Paubacilar ou paucibacilar) : crescimento limitado (resposta imune mediada por células), com pouquíssimos bacilos, formação de granuloma contendo células gigantes, no local da lesão há perda de sensibilidade (dano nos nervos) e alopécia Manifestações clinicas: lesões despigmentadas assimétricas (sem forma específica) na pele, circundada por uma borda de pequenos nódulos e anestesia (diminuição da sensibilidade). Estável e benigna, recuperação algumas vezes ocorre de forma espontânea Lepromatosa (progressiva) (multibacilar): células da pele são infectadas e nódulos desfigurantes se formam por todo o corpo. O mínimo de resposta imune celular, resposta humoral está efetiva (anticorpos não são protetores- não desenvolvem memoria imunológica), lesões histiócitos esponjosos Manifestações clínicas: são observadas múltiplas lesões cutâneas nodulares (gerando a face leonina), desenvolvimento de eritema nodoso leprótico (enl) – sinal do restabelecimento da imunidade mediada por células (nódulos dolorosos ) Anestesia cutânea resulta em queimaduras e outros traumas, reabsorção óssea leva a perda de características dos dedos e do nariz, pregueamento da pele Diagnóstico laboratorial: coloração de Ziehl- Neelsen Lepromatosa- presença de bacilos que é facilmente demonstrada pela coloração das lesões da pele ou raspados Tuberculoide – poucos organismos são observados e o aparecimento de granulomas típicos é o suficiente para o diagnostico Nenhum teste sorológico é útil e as culturas são negativas (o organismo não cresce em meios artificiais) Tratamento tem como base a dapsona (recomendando a terapia combinada) Lepromatosa- dapsona, rifampicina e clofazimina Tuberculoide – dapsona e rifampicina Tratamento administrado por pelo menos 2 anos ou até que as lesões estejam desprovidas de microrganismo Prevenção: isolamento dos pacientes acometidos pela lepromatosa Neisseria Cocos gram ( -) aeróbios , dispostos em pares ( lembram grãos de café ) São imóveis Oxidase positiva Maioria produz catalase Oxidação de carboidratos produz ácido (mas não por fermentação). Não fermentam carboidratos, oxidam Gonococos e meningococos causam apenas doenças em humanos Neisseria gonorrheae Homem é o único hospedeiro natural Doença sexualmente transmissível / pelo parto Bactéria aeróbias Crescem melhor em meios de culturas complexos (ágar chocolate e ágar Thayer Martin) Rapidamente são destruídos pelo ressecamento, luz solar, calor úmido e desinfetantes Não possui capsula polissacarídica / apresenta múltiplos sorotipos ( mais de 100 tipos) Acentuada antigênica das fimbrias dos genococos ( apresentam 3 proteinas na membrana externa) A proteína 2 desempenha papel na adesão do organismo as células dos hospedeiros Fatores de virulência: Fimbrias ( pili) – aderência inicial as células humanas não ciliadas , interfere na morte dos fagócitos , variação antigênica ( classificação dos sorotipos) Lipooligossacarídeo( endotoxina) – efeito tóxico – desencadeia intensa resposta inflamatória IgA protease- cliva e inativa imunoglobulinas A de mucosas B- lactamase – hidrolisa o anel B-lactâmico da penicilina Proteínas de membrana externa: Proteína I (proteína por ) – porina promove a sobrevivência intracelular prevenindo a fusão fagolisossoma nos neutrófilos Proteína II ( Opa) proteína de opacidade- garante a aderência firma as células eurcarioticas Proteína III: ( Rmp) Proteína modificada por redução – protege ouros antígenos de superfície da ligação dos anticorpos bactericidas Proteínas de ligação a transferrina- aquisição de ferro para o metabolismo bacteriano Proteínas de ligação a lactoferrina – aquisição ferro para o metabolismo bacteriano Proteínas de ligação a hemoglobina - aquisição ferro para o metabolismo bacteriano Patogênese: Geralmente é sintomática em homens, mas em geral assintomática em mulheres ( mas podem transmitir a doença para o parceiro e para o bebê durante o parto) Fímbrias são um dos mais importantes fatores de virulência (por causa que controlam a adesão as superfícies das células e mucosas) Gonococos com fímbrias são usualmente virulentos Manifestações clínicas: infecções localizadas (geralmente no trato genital) e infecções disseminadas ( colonização de vários órgãos) Em homens a gonorreia é caracterizada por uretrite acompanhada de disúria( dor ao urinar) de descarga purulenta. Epididimite pode ocorrer Mulheres infecção localizada principalmente não endocérvix , provocando secreção vaginal purulenta e sangramento intermenstrual ( cervicite). Complicações infecção das tubas uterinas Outros sítios de infecção – região anorretal , garganta e olhos Infecções anorretais ocorrem mais em homens e mulheres homossexuais – frequentemente são assintomáticas Garganta – ocorre faringite – frequentemente assintomática Conjuntivite gonocócica em adultos ocorre como o resultado da transferência do organismo para os olhos Infecções gonocóccica disseminada – casos raros – infecção generalizada – devido a bacteremia gonocóccica Sintomas: febres, lesões cutâneas e poliartralgia ( dor articular) , podendo haver complicações como endocardite e meningite . Pode causar artrite séptica Gonorreia na gravidez – a maioria não associa risco para a mãe Pode gerar complicações para o feto , aumentando risco de aborto Conjuntivite neonatal - Oftalmia neonatorum., podendo evoluir para um quadro de cegueira Diagnóstico laboratorial: Pacientes do sexo masculino : exame bacterioscópico – detecção de diplococos gram (-) no interior de PMNsde um espécime de secreção uretral - coloração de gram Cultivo de secreção uretral após exame bacterioscópico negativo , com suspeita clinica persistindo Pacientes do sexo feminino: exame bacterioscópico isoladamente pode ser de difícil interpretação Cultura : secreção endocervical ( rotina), diagnósticos de faringite ou infecções anorretais suspeitas, oftalmia gonocóccica , cultura de sangue( infecções disseminadas) Teste da catalase – Neisseria gonorrhoeae – catalase positiva Prova da oxidação – avaliar capacidade da produção das enzimas oxidativas - Neisseria gonorrhoeae – oxidação positiva Teste de diferenciação a partir de uma avaliação de uma prova bioquímica de fermentação de carboidratos- Neisseria gonorrhoeae- oxidação da glicose + Ágar CTA – glicose , maltose , lactose e sacarose Podem ser usados testes rápidos como o ELISA, Sondas genéticas, PCR, imunofluorescência com anticorpos monoclonais e imunológicos baseados com a reação da proteína I ( NÃO SUBSTITUEM A IDENTIFICÇÃO BACTERIOLÓGICA) Tratamento: ceftriaxona + doxiciclina ( ou azitromicina) Espectinomicina ou ciprofloxacina são utilizados em pacientes alérgicos a penicilinas Cultura de acompanhamento deve ser feita após 1 semana da conclusão do tratamento Prevenção : não há vacinas , prevenção envolve o uso de preservativos e o rápido tratamento dos pacientes sintomáticos e de seus parceiros Unguento de eritromicina para prevenir a conjuntivite gonocóccica em recém-nascidos Neisseria meningitides Cocos gram – Agrupam em pares Encapsulada e imóveis Aeróbios restritas Fermentam o carboidrato Crescem em ágar chocolate ou em Thayer Martin Sensíveis ao calor e a umidade Oxidase e catalase positiva Colônias transparentes e sem pigmentação Segunda causa mais comum de meningite em adultos ( meningite meningocócica) Diferenciada da gonorrhoeae por causa da presença de uma capsula polissacarídica Única bactéria capaz de provocar surtos e epidemias de meningite Classificação antigênica: sorogrupos ( através dos polissacarídeos capsulares) ( grupos A, B, C, Y , W135 – importantes) sorotipos ou subtipos de acordo com os antígenos proteicos de parede externa do meningococo imunotipos ( LOS) – 12 tipos ( L1 –L12) – Endotoxina – presente em todas as bactérias gram – ( principal é o LPS). Meningitidis – lipooligossacarídeo ( LOS) Fatores de virulência Fimbrias ( pili) – adesão bacteriana as células hospedeiras Proteínas de membrana externa- colonização das células humanas (sorotipagem de antígenos) Cápsula de polissacáridios – resistência a fagocitose por leucócitos Endotoxina LOS – responsável pela manifestação clínica IgA protease- adesão das bactérias ao trato respiratória Epidemiologia Humanos são os únicos hospedeiros naturais Transmissão por gotículas transmitidas pelo ar (tosse ou espiro) Portadores geralmente assintomáticos Colonizam as membranas da nasofaringe Atinge muito indivíduos que vivem em ambientes confinados – recruta militares , universitários residindo em alojamentos Corresponde a segunda causa de meningite quando comparada a S. pneumoniae Indivíduos de 2-18 anos são o público alvo Meningococos do grupo A apresenta maior probabilidade de epidemias de meningite Manifestações clínicas: Apresenta 2 mais importantes Meningite meningocócica – inflamação das membranas ( meninges) que revestem o SNC Meningococcemia – caracterizada por estado séptico associado a manifestações hemorrágicas em pele e mucosas Forma mais grave é a síndrome é a Waterhouse- Friderichsen – febre alta, choque, púrpura disseminada, coagulação intravascular disseminada, trombocitopenia e insuficiência adrenal Patogênese A partir da nasofaringe o organismo pode atingir a corrente sanguínea e disseminar-se a sítios específicos como as meninges (dura- máter, aracnoide e pia-máter) ou articulações, ou para todo o corpo (meningococcemia) Edema cerebral (inchaço do cérebro ) – hipertensão intracraniana ( sintomas : alteração dos níveis de consciência , edema do nervo óptico, dilatação da pupila – midríase, bradicardia , dispneia) / se não tratado pode evoluir para coma Sintomatologia inicial Mal-estar geral Febre alta Estado mental alterado Cefaleia Vômitos Rigidez na nuca Consequências – problemas de comportamento até danos cerebrais irreversíveis Meningococcemia (disseminado por todo o corpo através do sangue) - taxa de letalidade entre 15-30%, elevado índice de sequelas – surdez, retardo mental e amputações, manifestações de efeito vascular como petéquias( manchas roxas em toda a pele) e erupções cutâneas Liberação da LOS é o principal fator de virulência bacteriano em que o alvo principal é a microvasculatura Diagnóstico laboratorial Principais são o esfregaço e a cultura de sangue e fluido espinal Elevado n° de PMNs ( polimorfos nucleares) + diplococs gram – intra e extracelularmente Cultura – ágar chocolate, sangue, Thayer Martim Oxidase e catalase positiva Reduzem nitrato a nitrito. Resistente à vancomicina Meio CTA – diferenciação de meningitidis e gonorrhoeae Glicose e maltose – Positivo – formação da coloração amarelada que aparece na superfície dos meios Imunofluorescência também pode ser utilizada – detecção de Ag polissacarídeos Teste para verificar presença de anticorpos séricos Teste de quelung – ac específicos para polissacaridios Tratamento – penicilina G tratamento de escolha ( resistência são raras) Resistência a sulfonamida é comum – Quimioprofilaxia – rifampicina ou ciprofloxacina - utilizadas na profilaxia de indivíduos que tiveram contato próximo com doentes Imunização – vacina meningocócica Vacina conjugada ( menactra ) recomendado para crianças de 11-12 anos Vacina não conjugada ( menomune) Identificação de bacilos Gram negativos – Enterobactérias A maioria das enterobactérias é encontrada no trato gastrointestinal ( muitos como microbiota normal) Anaeróbios facultativos Catalase positiva Oxidase negativa Fermentadoras de lactose: escherichia , klebsiella, enterobacter, serratia Não fermentadoras de lactose : shigella, salmonela, proteus, providência, Morganella, yersínia Considerados enteropatógenos por causarem preferencialmente infecções gastrointestinais. São responsáveis por de cerca de 70% das infecções urinárias e 50% das septicemias. Principais gêneros das enterobactérias (cerca de 99% dos isolamentos de enterobactérias de importância clínica): Escherichia coli, Klebsiella spp., Enterobacter spp., Proteus spp., Providencia spp., Morganella spp., Citrobacter spp., Salmonella spp., Shigella spp., Serratia spp. Destacam-se na infecção da comunidade : Escherichia coli, Klebsiella spp., Proteus spp., Salmonella spp., Shigella spp. Shigella Patógeno principalmente do trato intestinal ( porque invadem as células da mucosa do íleo distal e colon) Gram – Não fermentam a lactose ( lactose negativa) São imóveis , não produz H2S, não produzem gás a partir da fermentação da glicose ( fatores que diferenciam da salmonela) Possuem o antígeno O – antígenos usados para dividir o gêneros em 4 grupos : A,B,C D Causa a shigelose ou disenteria bacilar Grupo A: Shigella dysenteriae (toxina Shiga),- 12 sorotipos. Mais virulenta – responsável por surtos graves de disenteria bacilar que pode ser fatal Grupo B : Shigella flexneri – 6 sorotipos – mais frequentemente isolada no Brasil Grupo C Shigella boydii – 23 sorotipos – mais frequentemente isolada noBrasil Grupo D: Shigella sonnei – 1 sorotipo - mais comumente isolado nos EUA Doença Causa Enterocolíte – disenteria bacilar Disenteria – diarreia sanguinolenta Shigelose é uma doença apenas de humanos Shigelas – patógenos mais efetivos dentre as enterobactérias São altamente contagiosas. Ingestão de apenas 10 a 100 bactérias já causam a doença Transmissão via – fecal oral Principais fatores envolvidos são os dedos, moscas, os alimentos e as fezes Surtos por alimentos superam os surtos pela água Não há estado de portador prolongado associado a infecção por shigella Inflamação local acompanhada de ulceração , mas os organismos raramente passam a parede ou atingem a corrente sanguínea ( diferente das salmonelas) Toxinas shiga são codificadas por bacteriófagos lisogênicos Manifestações clínicas: 1-4 dias de incubação Febre e cólicas abdominais , seguidas por diarreias que inicialmente poder apenas aquosa e posteriormente conter sangue e muco Diarreia frequentemente regride em 2 ou 3 dias / casos severos antibióticos podem ser utilizados Após a recuperação surgem anticorpos mas não são protetores pois o organismo não atinge o sangue Varia de branda a severa -2 fatores que determinam – dependendo da espécie da shigella e da idade do paciente – idosos e crianças afetados de forma severa Shigella dysenteriae- mais grave responsável pela disenteria bacilar Shigella sonnei- doença mais branda Diagnóstico laboratorial Formam colônias não fermentadoras de lactose ( incolores) em ágar MacConkey ou BEM Determinação de shigella e determinação do grupo são feitas pela aglutinação em lamina Azul de metileno de uma amostra fecal visando encontrar neutrófilos é um importante coadjuvante no diagnostico Tratamento Reposição de fluidos e eletrólitos em casos brandos Em casos severos também se faz uso de antibióticos fluoroquinolonas Trimetoprim- sulfametoxazol é uma escolha alternativa Fármacos antiperistálticos são contraindicados, pois prolongam a febre , diarreia e excreção do organismo Não há vacina Escherichia coli Lactose positiva Oxidase negativa Gram – Patógeno interno e externo ao trato intestinal Mais abundante nas fezes e colon Possui 3 antigenos – O,H,K Motilidade positiva Membro da microbiota intestinal normal do homem. Doenças Causa mais comum de infcção do trato urinário r sépsis associada a bacilos gram negativos Agente causador da meningite neonatal Agente causador da diarreia aquosa ( diarreia do viajante ) Linhagens O127:H7 são enterro hemorrágicas e provocam disenteria ( principal reservatório é o gado bovino) Reservatório de infecção : inclui humanos e animais E. coli – infecção do trato urinário – própria microbiota colônica do paciente E. coli – meningite neonatal – infecção adquirida durante o nascimento E. coli – Diarreia viajante – ingestão de água , alimentos contaminados Fatores de virulência : Pili , cápsula, endotoxinas LPS 3 exotoxinas ( enterotoxinas) – 2 causam diarreia aquosa ( termolábil e toxina termoestável) Verotoxina – diarreia sanguinolenta – também chamada de toxinas do tipo shiga Patogênese E. coli enterotoxigênica: infecção do trato intestinal : adesão das células no jejuno e íleo através da pili, após aderidas as bactérias produzem enterotoxinas( termolábil e termoestável) que atuam no nas células do íleo e do jejuno causando a diarreia ( aquosa) – levando ao efluxo de eletrólitos e liquido na luz do intestino Não causa inflamação , não invadem a mucosa intestinal e causam diarreia aquosa , não a sanguinolenta E. coli enterro-hemorrágica – causam diarreia sanguinolenta ( disenteria) por produzirem verotoxina. A toxina atravessa as membranas epiteliais intestinais e se disseminam através da circulação sanguínea , ligando –se ao receptor de glicosídeo e entra na célula sendo transportada em vesículas ligadas a membrana até o retículo endoplasmático , a toxina remove uma adenina do RNA interrompendo a síntese proteica – esse dano endotelial ativa a cascata de coagulação gerando os microtrombos , consumos de plaquetas ( trombocitopenias- n° reduzido de plaquetas – por causa que as plaquetas aderem a superfície endotelial danificada) e fragmentação de hemácias( há receptores para verotoxina na superfície do endotélio de pequenos vasos sanguíneos) e insuficiência renal ( há receptores para a verotoxina na superfície do eptelio renal e a morte das células epiteliais leva a insuficiência renal) – principais caract. Da síndrome hemolítica urêmica ( as hemácias que atravessam as áreas danificada tornam-se intensamente distorcidas ( esquistócitos) em seguida sofrem lise Transmissão E. coli enterro-hemorrágica – associadas a ingestão de hambúrguer( a bacterias do interior que está malcozido sobrevivem) e frequentemente m restaurantes do tipo fast-food Infecção sistêmica ( Sépsis) – cápsula e endotoxina ( responsável pela características da sépsis por gram negativo, como febre, hipotensão e coagulação intravascular) . Capsula interfere na fagocitose intensificando a capacidade de cuasar infecções em vários órgãos Infecções do trato urinário – certos sorotipos O – causam preferencialmente infecções do trato urinário. – Denominadas de uropatogênicas – pili com proteínas que se ligam aos receptores do epitélio do trato urinário. Principal causa de infecções urinário adquiridas na comunidade – ocorre principalmente em mulheres ( Uretra cura, proximidade entre uretra e o ânus e colonização da vagina por membros da microbiota fecal) Causa frequente de infecções nosocomiais do trato urinário e são associados ao uso de cateteres urinários de longa duração Infecção bexiga – cistite- dor ( disúria) e micção frequente / infecção estendida do sistema coletor até os rins – Pielonefrite- febre , calafrios e dor no flanco Diagnóstico laboratorial: Cultivados inicialmente em placa ágar sangue (meio diferencial) e seletivo -como ágar EAM ou ágar MacConkey E. coli que fermenta a lactose gera colônias róseas Em ágar EAM ( Azul de metileno) – as E. coli apresenta um brilho verde E.coli uropatogênicas – urocultura Tratamento – depende do sítio da doença e do perfil de resistência do microrganismo Não complicada do trato urinário – trimetoprim-sulfametoxazol oral, ou ua penicilina oral Sépsis- antibióticos parentais Meningite neonatal – combinação de ampicilina e cefotaxima Diarreia aquosa o tratamento com antibiótico não é recomendado , apenas reposição de líquidos Salmonella Não forma esporos Bacilo gram – ( coloração mais rosada) Anarobios facultativos Possuem fimbrias Fermentam a glicose Reduzem o nitrato Produz H2S Lactose negativa Catalase positiva Oxidase negativa Não faz parte da microbiota humana – os reservatórios animais Até bem pouco tempo as salmonelas eram consideradas a causa mais comum de diarréia associada a alimentos no mundo ocidental. Transmissão geralmente por alimentos contaminados, principalmente alimentos derivados de aves Grupos de maior risco < 5 anos e > 60 anos e imunodeprimidos Uso constante de omeprazol é um risco para adquirir salmonela pois ele aumenta o pH d estomago deixando ele mais alcalino / menos ácido > 2500 sorotipos Mais comum é a Salmonella entérica – causa gastroenterite Incubação de 6-48h, com evolução autolimitada 2-7dias , diarreia aquosa não sanguinolenta com a presença de cólicas, febres , mialgia , vômitos e náusea Diagnóstico – coprocultura e hemocultura Bacteriologia e antibiograma Tratamento – fluoroquinolonas, ceftriaxonas, azitromicina Salmonella typhi também é comum – causa a febre tifoide Transmissão oral fecal – alimentos contaminados Possui evolução grave Sintomas – febre e sintomas gastrointestinais Incubação 10-14 dias Complicações como sepse e perfuração intestinal – alta letalidade Ceftriaxona e fluoroquinolonas Ampicilina – resistência antimicrobiana Síndromes clínicas: Gastroenteritis (S. choleraesuis, S. enteritidis) Febre entérica ou tifóide (S. typhi) Bacteremias (S. choleraesuis, S. typhi, S. paratyphi) Klebsiella pneumoniae Bacilo não esporulado Anaeróbio facultativos Fermentam a glicose Catalase positiva Oxidase negativo Lactose positiva H2S negativo Reduzem o nitrato Cápsula proeminente – fator de virulência Colônias mucoides Amplamente distribuídas na natureza e trato gastrointestinal de humanos e de animais Maior risco para pessoas hospitalizadas e imunossuprimidos. Crianças e idosos Causam infeções pulmonares em pacientes hospitalizados. Podem causar uma forma de pneumonia que tende a ser destrutiva com intensa necrose e hemorragia KPC : multirresistência Endotoxina LPS – responsável pela manifestação clínica Sideróforos – capitação de ferro do ambiente para utilizar em seu metabolismo Possui as B-lactamases – consegue degradar antibióticos – resistência aos antimicrobianos Manifestações clínicas – Pneumonia, ITU ( infecções do trato urinário) , infecção de sítio cirúrgico infecções de vias biliares , infecção de dispositivos intravasculares , peritonite, meningite , infecções hospitalares graves Diagnóstico – cultura principalmente em ágar sangue e Mac Conkey Tratamento – depende do perfil de sensibilidade Amoxicilina – clavulanato Cefalosporinas,fluoroquinolonas, aminoglicosídeos, carbapenêmicos Enterobacter aerogenes Gram negativa Anaeróbia facultativa Bacilo / não forma esporos residem no intestino de muitas pessoas saudáveis e raramente causam infecção nessas pessoas Pode ser encontrado em vida livre ou no trato intestinal. Provoca infecção das vias urinárias e sepse Responsável por uma ampla gama de infecções hospitalares Lactose positiva Oxidase negativa Catalase positiva Citrato positiva Diagnostico com provas de sensibilidade de antimicrobianos Melhores meios de cultivo: ágar sangue, ágar MacConkey, azul de metileno, Pode causar bacteremia , osteomielitis, artrites séptica, infecções do trato urinário , gastrointestinal , respiratório e na pele Sintomas Tratamento com B- lactâmicos , como as fluoroquinolonas Serratia marcescens Gênero Serratia apresenta 10 espécies reconhecidas Serratia marcescens é a espécie mais importante e está associada a varias infecções , inclusive pneumonia e septicemia em pacientes com neoplasias reticuendoteliais Oportunista hospitalar e causador de infeções urinárias Dotado de propriedades invasores e com tendência a resistência a vários antibióticos Em condições quentes e úmidas formam colónias vermelhas distintivas Causa pneumonia, bacteremia e endocardite em viciados em narcóticos Principais formas de diagnóstico para Serratia marcescens – Podem produzir pouco gás a partir da glicose (50%) Lactose positiva (Fermentam lactose lentamente)e sacarose positiva Indol negativas – Motilidade positiva – Lisina positiva H2S negativo – Citrato positivo – Urease negativa – A DNase é um teste fundamental para a identificação de Serratia, e recomenda-se a utilização rotineiramente. Proteus spp Gênero encontrado em solo, água e alimentos contaminados P. mirabilis: espécie mais isolada em seres humanos Agentes causadores de infeções no trato urinário e feridas Promovem alcalinidade da urina propiciando a formação de cristais P. vulgaris: hospedeiros imunossuprimidos Provoca infecção em humanos apenas quando deixam o trato intestinal. Provoca infecção urinária (ITU), bacteremia, pneumonia e lesões focais em pacientes debilitados ou que recebem infusões intravenosas. P. mirabilis – Infecção urinária P. vulgaris e Morganella morganii – infecções hospitalares As espécies produtoras de urease quando provocam ITU favorecem a formação de cálculos. Principais formas de diagnóstico para Proteus mirabilis – Produzem gás a partir da glicose. Não fermentadoras de lactose e sacarose. Indol negativo. Proteus vulgaris: Indol positivo – Motilidade positivo – Lisina negativa – H2S positivo – Citrato positivo – Urease positivo Providencia spp São membros da microbiota intestinal normal. Causam infecções das vias urinárias – principalmente em pacientes com sondas de espera ou quimaduras extensas Gram negativas São patógenos oportunistas em humanos Algumas linhagens são sensíveis a ampicilina Bacilos Lactose negativa Indol e citrato positivo Oxidase negativo Citrobacter O gênero Citrobacter possui 11 espécies Encontradas nas fezes de humanos e animais além de amostras ambientais como solo, água, alimentos e esgoto. Complexo C. freundii é a espécie mais identificada em infeções gastrointestinais com quadros de diarreia, febre e distensão abdominal Podem ocasionar infeções urinárias. Espécie C. koseri é a mais frequente em casos de meningite esporádica e abcessos cerebrais em RN e lactentes. Principais formas de diagnóstico para Citrobacter freundii. Produzem gás a partir da glicose – Lactose, sacarose e manitol positivas Podem apresentar prova de Indol positiva ou negativa Motilidade positiva – Lisina negativas H2S positivas – Citrato positivas – Hidrólise de uréia positivas/negativas Yersinia spp. Yersinia enterocolitica (alimentos) – gastroenterite Pode atingir a circulação linfática e sanguínea – pulmões, fígado. Mais comum, febre, dores abdominais semelhante à apendicite e diarreia. Leite não pasteurizado, água não tratada, carne de porco contaminada, crua ou mal cozida. Dose infectante: baixa (10 a 200 células) Crianças através de contato com pessoas infetadas – alvo Principais formas de diagnóstico para Yersinia enterocolitica : Não produz gás a partir da glicose Sacarose positiva Indol +/- – Móvel a 22ºC; https://pt.wikipedia.org/wiki/Ampicilina imóvel a 35ºC – Lisina negativa Não produz H2S – Citrato negativa – Urease +/- Yersinia pestis- Agente etiológico da peste bubônica/peste negra (bubônica, septicêmica e pneumônica) Picada de pulgas de um reservatório roedor ETAPAS DA IDENTIFICAÇÃO DE ENTEROBACTÉRIAS A identificação de uma enterobactéria começa com a análise do material semeado. Em geral temos os seguintes meios para interpretar: Secreções: ágar sangue e Mac Conkey Líquidos nobres e biópsias: Ágar Chocolate e Mac Conkey Fezes: Mac Conkey e Salmonella-Shigella Urina: CLED ou ágar sangue e Mac Conkey Fezes: para melhor identificação da Salmonella: meio selenito e tetrationato TSI - Diferenciar os diferentes gêneros das Enterobacteriaceae. Distinguir esta família de outros bacilos Gram negativos de origem intestinal. Produção de H2S -Se a bactéria produzir a enzima tiossulfato redutase ela irá degradar o tiossulfato de sódio presente no meio produzindo H2S, este reage com o sulfato ferroso formando um precipitado preto de sulfeto ferroso. Produção de Gás-Há bactérias que degradam o ácido fórmico proveniente da fermentação da glicose produzindo H2; CO2 devido a ação da enzima formiase. A produção de gás é evidenciada pela formação de bolhas e ou o meio pode rachar. Se houver
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