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Tema 3 – Câncer de pele Maria Laura Gonçalves Vieira – T XIV Carcinoma Basocelular Carcinoma basocelular = epitelioma basocelular = basalioma. Câncer de pele mais benigno. Constituído por células que se assemelham às células basais da epiderme, e também por diferentes partes do aparelho folicular (epitelioma). Baixa probabilidade de formar metástases, mas apresenta malignidade local, podendo invadir e destruir tecidos subjacentes, inclusive ossos. Prevalência: homens e idosos (efeito acumulativo do sol). Fatores predisponentes: • Exposição à luz solar • Pele clara (fototipo 1) • Radioterapia prévia • Absorção de compostos de arsênio • Cicatrizes (processo irritativo crônico) • Condições genéticas (história familiar e pessoal) • Traumas, vacinação e tatuagens Fisiopatologia: raios UV provocam mutação de genes de células- tronco da camada basal. Características da lesão: • Perolada • Brilhosa • Friável • Presença de crosta • Exulceração ou ulceração • Pode ser pigmentada • Sangra fácil • Presença de teleangiectasias Locais mais comuns: áreas expostas (face, nariz, pescoço...) Subtipos: • Nodular (mais comum – 60%): pápula arredondada, bem delimitada, coloração clara, rosada ou perolada, com superfície lisa e brilhante com teleangectasias. Sangra fácil. Podem ser pigmentadas. • Superficial: placa eritematosa e descamativa, com pontos peroláceos na borda. • Esclerodermiforme (mais agressivo): crescimento infiltrativo e irregular com aspecto cicatricial (pele dura). Nodular Superficial Esclerodermiforme Histopatologia: massas de células basalioides que se dispõem perifericamente, em paliçada. Formas histológicas: Superficial; Nodular; Infiltrativo; Basoescamoso; Queratótico; Pinkus; Micronodular; Diferenciação anexial. Síndromes – xeroderma pigmentoso: doença autossômica recessiva • Fotossensibilidade severa • Envelhecimento precoce • Surgimento de CA de pele na juventude • Pode estar associada a problemas oculares e neurológicos • Fisiopatologia: incapacidade de reparação dos danos no DNA Diagnóstico: clínico com confirmação histopatológica - biopsia incisional ou excisional (1-3mm de margem de segurança) Tratamento: Depende da localização, tamanho e profundidade do tumor. Lesões de maior risco: • > 1cm em áreas de risco (cabeça, pescoço, pés e mãos) ou > 2cm em outras áreas • Subtipos esclerodermiforme e micronodular • Lesões recidivadas Excisão cirúrgica: margem de segurança de 0,5 a 1mm Cirurgia micrográfica de Mohs: lesões muito grandes ou em casos recidivados em áreas delicadas (face) Curetagem e eletrocoagulação: lesões > 1cm Terapia fotodinâmica: drogas fotossensibilizantes que estroem membranas lipídicas das células Radioterapia: quando contraindicado a cirúrgica convencional. Carcinoma Espinocelular Carcinoma espinocelular = epidermoide. (maligno). 2º mais comum Proliferação atípica de células espinhosas, de caráter invasor. Pode apresentar metástases (0,5 a 6% dos casos), especialmente em linfonodos regionais. Mais frequentes em lesões recorrentes e em lesões que invadem estruturas profundas ou nervos cutâneos. Fisiopatologia: mutações do DNA dos queratinócitos da camada espinhosa da pele e inibição dos genes supressores tumorais pela ação direta dos raios UV (UV-B). Fatores de risco: • Fotoexposição solar • Imunossupressão • Tabagismo • HPV 6, 11, 16 e 18 • Exposição químico (arsênio) • Inflamação crônica Manifestações clínicas: • Inicia com área queratósica infiltrada e dura ou nódulo (menor chance de sangrar) • Aumenta gradualmente e ulcera-se Raios UV-B predominam de 10h até 16h e causa danos superficiais Raios UV-A é constante durante o dia • Na evolução pode apresentar aspecto de ulceração com infiltração na borda ou tornar-se vegetante ou córnea • Pode apresentar corno cutâneo Sintomas: dor, prurido e sangramento Localizações mais comuns: lábio inferior, orelhas, face, couro cabeludo, dorso das mãos, mucosa bucal e genitália externa. CEC de alto risco: • Lesões em mão, cabeça ou pescoço > 0,6cm ou >2cm em outras áreas • Bordas mal delimitadas • Crescimento rápido • Lesões sobre áreas inflamatórias crônicas • Imunossuprimidos • Tumor recidivante • Grau de diferenciação histológica (mais diferenciado é pior) CEC in situ: • Eritroplasia de Queyrat: lesão avermelhada, exulcerada na região genital masculina • Carcinoma verrucoso • Doença de Bowen: CEC in situ com crescimento em extensão e não profundidade • Tumor de Buschke-Lowenstein: grande, verrucoso, de região anal, perianal e genital • Epitelioma cuniculatum: CEC no dedo Histopatologia: células espinhosas atípicas e células diferenciadas que forma centros córneos. Diagnóstico: confirmação histopatológica por biopsia incisional ou excisional e fazer avaliação dos linfonodos regionais Diagnóstico diferencial: queratoses actínicas, queratoacantoma, epitelioma basocelular, granuloma piogênico, queratose seborreicas, melanoma amelanócito. Tratamento: Excisão cirúrgica: margens de segurança entre 0,6 e 1,5cm Curetagem e eletrocoagulação: tumores de baixa risco (recentes e <1cm) Cirurgia micrográfica de Mohs: tumores de alto risco ou recidiva Radioterapia: tumores de alto risco com recidiva, invasão perineural ou inoperáveis Confirmação linfonodal → linfadenectomia e radioterapia complementar. Melanoma É a forma mais grave de CA de pele com alto potencial para produzir metástases, letalidade aumentada e incidência baixa. Origina-se dos melanócitos. Prevalência: 20 – 50 anos em pessoas com pele clara. • Homens: tronco • Mulheres: pernas e quadril Fatores etiopatogênicos: • História familiar (genes CDKN2A e CDK4) • Exposição solar cumulativa e frequência de queimaduras solares • Fototipo claro • Nevos congênitos (proporcional ao tamanho e quantidade) • Maior de 50 anos • História pessoal de melanoma • Imunossupressão Fisiopatologia: desconhecida, mas parece multifatorial: • Exposição aguda dos raios UV na infância • Capacidade de transformação maligna de nevos atípicos preexistentes ou nevos congênitos • Maioria dos melanomas “surgem de novo” ABCDE do melanoma: BENIGNO MALIGNO A Simétrico Assimétrico B Bordas regulares Bordas irregulares C Coloração única Coloração variada D Diâmetro < 5mm Diâmetro > 5mm E Evolução: sem mudanças Evolução: mudança de tamanho, forma, cor ou outro traço Tipos clínicos: Lentigo maligno – melanoma (5%): lesão maculosa de bordas irrugulares com crescimento radial prolongado, presente em áreas fotoexpostas, principalmente em idosos. É uma evolução da melanose solar, após a proliferação de melanócitos atípicos na epiderme. Melanoma extensivo (70%): mácula pigmentada ou placa levemente elevada com mistura de cores e bordas irregulares. Melanoma nodular (15%): pápula ou nódulo preto-azulado ou amelanócito com crescimento vertical de evolução rápida. Melanoma lentiginoso acral (10%): lesão plana, marrom a negra com bordas irregulares e pode ter presença de nódulos ou pápulas. Palmas e planta dos pés. Lentigo maligno Melanoma extensivo Melanoma nodular Melanoma lentiginoso acral Dermatoscopia: • Nevos: lóbulos distribuídos de forma simétrica • Padrão em favo de mel – rede reticular Forma particular – melanoma amelanócito: concentração muito baixa de pigmento melânico. São nodulares ou dermoplásticos ou são lesões de melanoma metastático. • Pode confundir com CBC Diagnóstico: • Biopsia excisional com margens de 1 a 2mm • Biopsia incisional apenas em tumores extensos ou áreas nobres Metástase loco-regional: Nodal: envolvimento linfonodal regional, reconhecido pela clínica ou pela imagem ou pela avaliação do linf. sentinela (metástase oculta) Não nodal:micrometástases patologicamento detectadas ou pelas lesões satélites ou em trânsito • Satélite: tumor grosseiramente visível até 2cm do primário • Microsatélites: metástases microscópicas, cutâneas e/ou subcutâneas encontradas no exame histológico, descontinuas do foco primário • Em trânsito: a partir de 2cm do primário em direção ou não ao primeiro foco de drenagem linfática. Suspeita ou confirmação de doença metastática: exames de imagem ou PET-CT. Biopsia comprova. Tratamento - dependerá de: • Índice de Breslow • Presença de linfonodos acometidos • Presença de metástases Indicação de biopsia de linfonodo sentinela: • Breslow >1mm • Breslow entre 0,8 e 1mm se índice mitótico ≥ 1mm2, presença de ulceração ou invasão angiolinfática • Breslow subestimado por margem profunda positiva. Linfonodos palpáveis ou biopsia positiva para LS = dissecção de toda cadeia linfonodal Lesões pré-cancerígenas Ceratoses actínicas: potencial risco de evoluírem para CE. • Dano acumulativo solar • Áreas fotoexpostas • Diagnóstico clínico com confirmação anatomopatológica • Tratamento: fotoproteção, crioterapia, cauterização química, ECT, exérece, tópico com 5FU e imiquimode. Prevenção Avaliação com dermatologia – dermatoscopia (20x) Autoexame Medidas fotoprotetoras: mínimo FPS30 Vitamina começa seu metabolismo na pele, passa pelo fígado e termina nos rins. Bronzeamento artificial é proibido no Brasil.
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