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Apendicite Aguda

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FSM – P8 – M13 | Heloysa Ribeiro 
 
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 Cirurgia Heloysa Ribeiro 
Apendicite 
aguda 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 O apêndice vermiforme é uma estrutura 
tubular e alongada, fixado no ceco, em 
sua porção posteromedial na confluência 
das tênias colônicas – ponto de 
orientação cirúrgica. 
 Localização retroceal é a mais comum, 
mas pode está em posição pélvica e 
retroperitoneal. 
 A inflamação do apêndice é a causa mais 
clássica e mais comum de abdome agudo 
em ambos os sexos, na gestante e na 
criança. 
 Incidência: 
• Rn - raro (-1%) 
• Lactentes - 2% 
• Aumento da incidência - 4 anos 
• Incidência máxima - 8 aos 12 anos 
• Pico: entre a segunda década 
 
O Ponto de McBurney é o local de máxima 
sensibilidade na apendicite – corresponde, a 
grosso modo, à posição da base do apêndice 
Fisiopatologia 
 Evento desencadeante: Obstrução da luz 
do apêndice 
 Causas: fecálitos ou apendicolito, 
hiperplasia dos folículos linfoides, 
neoplasias, parasitos ou corpos estranhos 
e tumores 
• Causa mais comum: fecálito 
• Causa mais comum em criança: 
hiperplasia linfoide. 
 Etapas da inflamação do apêndice 
1. Obstrução do lúmen apendicular 
2. Acumulo de secreção com 
supercrescimento bacteriano 
3. Aumento da pressão intraluminal 
4. Distensão do apêndice – provoca uma 
dor periumbilical vaga (peritônio 
visceral). 
5. Comprometimento do retorno venoso 
6. Edema 
7. Necrose 
8. Isquemia – em 12-24h, causa uma dor 
em fossa ilíaca direita, mais localizada 
(peritônio parietal). 
 Perfuração e extravasamento de pus 
podem levar: 
• Perfuração bloqueada - Bloqueio com 
formação de plastrão (massa resistente 
palpável na fossa ilíaca direita e que 
é resultante de uma reação peritoneal 
à volta do apêndice.): 95% das vezes 
• Peritônio livre para o peritônio: 5% em 
menor de 2 anos e maior de 65 anos – 
dor abdominal de grande intensidade 
e difusa, com presença de abdome em 
tábua. 
 Perfuração: Ocorre na borda 
antimesentérica do apêndice 
 Fases da perfuração: 
1. Hiperêmica: intraluminal, mucosa 
2. Edematosa: edema da parede 
P8 – M13 
Prof: Dr. Arthur Elesbão 
FSM – P8 – M13 | Heloysa Ribeiro 
 
3. Fibrinosa: extensão até a serosa 
4. Flegmonosa: coleção purulenta no 
lúmen 
5. Gangrenosa/Perfurativa: trombose 
venosa, isquemia da borda 
antimesentérica 90% por fecálito 
 Regressão espontânea da crise: Ocorre 
quando a desobstrução espontânea do 
lúmen pela eliminação do fecálito ou 
regressão da hiperplasia linfoide 
Fecálito 
 Agente bacterianos mais comum: 
Escherichia coli e Bacteroides Fragilis 
• Indicação de exame de cultura do 
liquido peritoneal – pct 
imunodeprimidos, pct que fizeram uso 
recentemente de antibióticos e aqueles 
provenientes de ambientes hospitalares 
ou de cuidadores de saúde. 
QUADRO CLÍNICO 
1. Dor periumbilical que migra para FID 
2. Anorexia - quase sempre, questionar 
se não presente 
3. Náuseas – 90% 
4. Vômitos após a dor: 50%, uma ou 
duas vezes: se vier antes, questionar 
5. Febre - é um sinal tardio e quando 
excede 39ºC sugere complicações 
como ruptura do apêndice 
6. Disúria 
7. Íleo paralítico - geralmente normal, 
diarreia ou constipação 
Exame Físico 
 temperatura 
 inspeção passiva e ativa 
 palpação superficial 
 palpação profunda 
 Sinais clássicos: 
 Sinal de Blumberg – descompressão súbita 
dolorosa em McBurney 
 
 Sinal de Rovsing – pressão FIE e dor FID 
 
 
 Sinal de Dunphy – dor FID que piora com 
tosse 
 Sinal de Lenander – não é especifico para 
apendicite aguda. T. retal > T axilar em 
pelo menos 1ºc 
 
DIAGNÓSTICO 
 História clássica, homem, jovem... – Clinico 
4 Grupos que merecem maior atenção no 
diagnostico: idosos, crianças, gestantes e obesos. 
 Exames complementares 
• Hemograma (geral, leucostase desvio a 
esqueda...), VHS 
• exame de urina 
• raio x simples de abdome e tórax 
• ultrassonografia: Melhor exame – 
mostra: Diâmetro maior 6 mm (ou 7mm), 
fecálito dentro da luz, líquido 
peritoneal ao redor 
• tomografia – mais sensível que a USG, 
usado quando há duvidas da USG. 
Não é um exame de rotina 
 Achados clássicos: 
• Crianças ou gestantes: Usg: > ou igual 
a 7mm, espessamento, aumento da 
vascularização 
Obs: se na gestante, a USG inconclusivo – RM sem 
contraste 
3 
 
• Homem ou não gestante: tomografia: > 
ou a 7 mm, espessamento, borramento 
da gordura perpendicular, abscesso, 
apendicolito 
 
USG 
 
 
 
 
 
 
 
 
TC 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Complicações 
→ 0,1%, nas não complicadas, 
→ 0,5% nas gangrenosas 
→ 3 a 5% nas perfuradas 
→ Mortalidade maior: idosos e crianças 
→ Maior causa de óbito: septicemia 
Em crianças 
→ Perfuração: 100% abaixo de 1 ano e 50% 
até 5 anos 
→ Peritonite: elevada devido à falta de 
desenvolvimento do omento e retardo 
diagnóstico 
→ Morbidade e mortalidade: altas 
Em gestantes 
→ 1 em 2.000 
→ É a indicação mais comum de laparotomia 
na gravidez 
→ localização variável com o volume uterino 
→ vômitos, dor abdominal, leucocitose, são 
frequentes 
→ laparoscopia e ultrassonografia, bastante 
úteis 
→ Complicações maternas e fetais, elevadas 
após perfuração 
Em idosos 
→ Incidência aumentando devido a maior 
longevidade 
→ 50-90% dos casos têm perfuração 
→ Mortalidade elevada: retardo no 
diagnóstico, insuficiência vascular, 
doenças concomitantes, infecção grave 
→ Sintomas típicos: são menos pronunciados, 
febre e leucocitose: ausentes. 
→ Dor: discreta e difusa no QID. 
→ Distensão abdominal: frequente 
TRATAMENTO 
 Apendicectomia 
 Hidratação endovenosa, 
 Antibióticos (esquema tríplice), 
 Remoção apêndice com/sem bolsa 
 Na presença peritonite, lavagem 
cavidade SF 
 Incisão fechada por planos 
 
→ Simples e precoce (>48H) – 
apendicectomia + ATB profilático 
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FSM – P8 – M13 | Heloysa Ribeiro 
 
→ Complicada ou tardia (>48H) – exame de 
imagem 
• Não complicada – apendicite simples 
• Abscesso: drenagem + ATB + colono 4-
6sem) + considerar necessidade de 
apendicectomia tardia 
• Fleimão (espessamento peritoneal): ATB 
+ colonoscopia (4-6 semanas) + 
considerar apendicectomia tardia 
→ Peritonite difusa 
• Cirurgia de urgência + ATB 
Obs: se faz a colonoscopia para afastar algum 
tipo de neoplasia. 
Apendicite clássica 
 Deixar em dieta zero 
 Obter acesso venoso periférico 
 Fazer medicações sintomáticas. 
 Iniciar hidratação IV. 
 Iniciar antibioticoterapia IV – 
Amoxicilina/Ácido Clavulânico ou 
Ciprofloxacina + Metronidazol. 
 Administrar analgésicos IV (dipirona ou em 
caso de dor intensa opiáceo em baixas 
doses) 
 Remover para hospital de referência para 
realizar cirurgia. 
Quadros suspeitos 
 Deixar em dieta zero. 
 Obter acesso venoso periférico, se 
necessário. 
 Fazer medicações sintomáticas caso 
necessário (anti-eméticos e analgésicos). 
 Remover para realização de exames 
especiais e parecer cirúrgico. 
Pacientes de alto risco 
 Crianças com menos de 6 anos, idosos e 
gestantes devem ser removidos para 
consulta cirúrgica. 
Baixa probabilidade de apendicite 
 Realizar exames básicos e observar. 
 Orientar este paciente para retorno em 
caso de piora da dor ou sua não 
resolução com a medicação prescrita, 
vômitos frequentes ou febre alta. 
Tto Cirúrgico 
1. Apendicectomia laparoscópica 
• Melhor esteticamente 
• Menos dor pós-operatória 
• Retorno mais precoces atividades 
•Cirurgia por 3 trocateres 
 
2. Apendicectomia aberta 
 
 
Obs: a escolha da técnica varia de cirurgião 
para cirurgião. Situações especiais de 
videolaparoscopia: obesos, mulheres, peritonite 
difusa (contraindica se houver instabilidade 
hemodinâmica). 
 Complicações pós operatórias: 
• infecção da ferida operatória 
• abscesso intracavitário 
• hemorragia 
• íleo paralítico 
• obstrução intestinal 
• esterilidade 
• fístula estercoral 
• sepse 
5 
 
ESCORE DE ALVARADO 
 
 avalia a probabilidade de um quadro de 
abdome inflamado se tratar de apendicite 
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