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Currículos, Programas e Projetos Pedagógicos unidade 1 - ebook

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Prévia do material em texto

Currículo, BNCC, 
Educação Profissional 
e Superior
Unidade 1
Marly Savioli
Tatiane Kuckel
Currículos 
e Projetos 
Pedagógicos
Diretor Executivo 
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial 
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico 
TIAGO DA ROCHA
Autor 
MARLY SAVIOLI
TATIANE KUCKEL
AS AUTORAS
Marly Savioli
Olá! Meu nome é Marly Savioli. Sou mestranda em Educação 
e pós-graduada em Ética, Valores e Cidadania na Escola. Além disso, 
sou formada em Pedagogia, com especialização em Administração e 
Supervisão Escolar. Tenho 35 anos de experiência técnico-profissional na 
área educacional, durante os quais trabalhei para escolas particulares, 
Prefeituras Municipais e Assessorias Educacionais em geral. Como 
educadora, exerci nas escolas diversos papéis, como professora, 
orientadora educacional, coordenadora pedagógica, vice-diretora e 
diretora. Por acreditar nas pessoas e na capacidade de mudar o mundo 
por meio da educação, trabalho atualmente para a Fundação Lemann 
como formadora de educadores e gestores educacionais, orientando-
os e subsidiando seus trabalhos com caminhos mais eficazes. Por isso, 
fui convidada pela Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores 
independentes. 
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e 
trabalho. Conte comigo!
Tatiane Kuckel
Olá. Meu nome é Tatiane Kuckel e sou Mestre em Educação e 
Novas Tecnologias. Sou formada em Desenho pela Escola de Música 
e Belas Artes do Paraná e em Gestão da Informação pela Universidade 
Federal do Paraná. Tenho mais de 15 anos de experiência em processos 
e projetos para EAD, arte visuais, sistemas de informação, monitoramento 
informacional e games. Possuo trabalhos publicados nas linhas de 
Inteligência Artificial, EaD, Gamificação e Artes visuais. Atualmente, sou 
Gerente de Projetos e Inovação na Onilearning.
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez 
que:
INTRODUÇÃO:
para o início do 
desenvolvimento de 
uma nova compe-
tência;
DEFINIÇÃO:
houver necessidade 
de se apresentar um 
novo conceito;
NOTA:
quando forem 
necessários obser-
vações ou comple-
mentações para o 
seu conhecimento;
IMPORTANTE:
as observações 
escritas tiveram que 
ser priorizadas para 
você;
EXPLICANDO 
MELHOR: 
algo precisa ser 
melhor explicado ou 
detalhado;
VOCÊ SABIA?
curiosidades e 
indagações lúdicas 
sobre o tema em 
estudo, se forem 
necessárias;
SAIBA MAIS: 
textos, referências 
bibliográficas e links 
para aprofundamen-
to do seu conheci-
mento;
REFLITA:
se houver a neces-
sidade de chamar a 
atenção sobre algo 
a ser refletido ou dis-
cutido sobre;
ACESSE: 
se for preciso aces-
sar um ou mais sites 
para fazer download, 
assistir vídeos, ler 
textos, ouvir podcast;
RESUMINDO:
quando for preciso 
se fazer um resumo 
acumulativo das últi-
mas abordagens;
ATIVIDADES: 
quando alguma 
atividade de au-
toaprendizagem for 
aplicada;
TESTANDO:
quando o desen-
volvimento de uma 
competência for 
concluído e questões 
forem explicadas;
SUMÁRIO
Conceito de currículo e a história das disciplinas escolares ..10
Definição de currículo .................................................................................................................. 10
Trajetória histórica do currículo............................................................................................. 14
O início .................................................................................................................................. 14
Concepções de currículo e sua evolução .................................................................... 16
Currículo tecnicista ..................................................................................................... 17
Linha Progressista........................................................................................................ 19
Pedagogia crítica .......................................................................................................... 21
Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ....................................................................22
Currículo na Educação Infantil .............................................................. 26
Currículo no Ensino Fundamental e Ensino Médio ....................... 29
Ensino Profissionalizante e Educação Superior ............................. 30
7
CURRÍCULO, BNCC, EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E SUPERIOR
UNIDADE
01
Currículos e Projetos Pedagógicos
8
INTRODUÇÃO
Dentre tantos aspectos que devem ser estudados e compreendidos 
sobre a pedagogia, o currículo talvez seja, um dos mais importantes, 
apesar de muitas vezes ser desvalorizado pela comunidade escolar.
Por que não se valoriza um documento tão importante? Normal-
mente é pela falta de compreensão de sua importância na vida escolar.
Considerando essa falta de entendimento, vamos neste estudo 
constatar como o currículo deve influenciar a aprendizagem do aluno e o 
trabalho do professor. Vamos identificar também que o currículo deve ser 
resultado de muita reflexão e intencionalidade. Ele não poderá ser apenas 
mais um documento para ser guardado em sua gaveta e que foi feito para 
satisfazer uma burocracia inerente as ações educativas. 
O currículo deve ser um documento norteador e inspirador para o 
educador e prazeroso para o estudante. 
Este estudo é somente o primeiro momento de vários que ocorrerão, 
e tenho certeza que ao final entenderão todos os desafios que envolvem 
as questões curriculares.
Currículos e Projetos Pedagógicos
9
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar 
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o 
término desta etapa de estudos:
1. Conhecer os conceitos sobre currículo e sua trajetória histórica;
2. Identificar as características e estruturas que envolvem um 
currículo de educação infantil;
3. Identificar as características e estruturas que envolvem um 
currículo de educação básica;
4. Identificar as características e estruturas que envolvem um 
currículo de educação profissional e ensino superior.
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao 
conhecimento? Ao trabalho! 
Currículos e Projetos Pedagógicos
10
Conceito de currículo e a história das 
disciplinas escolares 
INTRODUÇÃO:
Neste capítulo, estudaremos o conceito de currículo e o 
processo de construção das divisões das tão conhecidas 
disciplinas escolares.
Para a maioria das pessoas, ao pensarmos na palavra “Currículo” 
logo relaciona-se à história profissional, onde empresas poderão analisar 
a vivência de um determinado individuo e com isso determinar se essa 
pessoa tem habilidades para realizar o trabalho que lhe será confiado.
Na educação, a palavra “Currículo” é abrangente e muitas vezes 
complexa. Através dele vamos delinear o trabalho realizado em cada 
disciplina, ou seja, ele é um norteador do trabalho realizado em sala de 
aula.
[...] o curriculum pode ser entendido como um plano de 
orientação tecnológica que se prende com aquilo que deve 
ser ensinado e como deve ser, em ordem a um máximo de 
eficiência. Neste sentido, o professor é um mero “operário 
curricular” que tem a tarefa de executar um plano. (CORREIA 
e DIAS, 1998, p. 115)
Definição de currículo
Antes de intensificar os estudos sobre currículo, cabe-nos entender 
de onde essa palavra surgiu e o que ela significa na forma léxica.
Segundo o dicionário Michaelis, a palavra “Currículo” tem algumas 
interpretações, mas o que cabe a este curso são as seguintes:
 • Programação de um curso.
 • Conjunto de matérias incluídas em um curso de uma escola, de 
uma faculdade etc.
Currículos e Projetos Pedagógicos
11
DEFINIÇÃO:
O termo currículo advém da palavra latina “scurrere”, que 
pode ser traduzida como correr, referindo-se a curso a 
ser seguido, mais especificamente a ser apresentado 
(GOODSON, 1995). Observem que a ideia de percorrer um 
caminho nos leva a refletir sobre,de que forma o currículo 
escolar se relaciona a essa expressão com sentido 
aproximado.
Pensando em educação, entendemos que currículo seja um 
caminho a ser seguido no ensino, em cada disciplina, ou na união delas, 
considerando a relevância da multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e 
transdisciplinaridade.
Mas essa reflexão deve se aprofundar cada vez mais, pois 
necessitamos elaborar um currículo que venha atender às necessidades 
dos alunos. 
Dessa forma, o currículo deve ser construído para nortear um 
trabalho que atenda à realidade da comunidade escolar que será inserido, 
respeitando a demanda local, mas também considerando a realidade de 
um país, sua legislação, sua intencionalidade educativa. 
Mas por que o currículo deve atender as demandas locais?
Temos um país muito grande, com regiões caracterizadas por 
diferenças culturais, socioeconômicas, e necessidades diferentes, como 
podem observar na figura 1. Pensar em um currículo igual para todos é 
negligenciar essas características e necessidades.
Currículos e Projetos Pedagógicos
12
Figura 1 - Diversidade brasileira - Preciso de uma imagem que mostre as diferenças 
culturais das regiões brasileiras
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
REFLITA:
Será que uma sequência didática pensada para atender 
alunos de um bairro privilegiado de São Paulo se adequa 
igualmente para os alunos que vivem na seca do nordeste? 
E para os índios e quilombolas? Sabemos que é impossível, 
pois a realidade de estudante e suas necessidades são 
muito diferentes dos outros.
Considerando isso, o currículo deve refletir uma realidade mais 
específica. Dentro de nosso país, temos referenciais norteadores, que 
garantem que não haja um distanciamento muito grande de aprendizagens 
de uma região para outra, porém, flexível o suficiente para ser adaptado 
ao meio que será trabalhado. 
VOCÊ SABIA?
Hoje dispomos da BNCC (Base Nacional Comum Curricular) 
que vem garantir essa unidade de ensino em todo território 
brasileiro.
Cada estado também elabora sua estrutura, assim como algumas 
cidades.
Currículos e Projetos Pedagógicos
13
As escolas, têm liberdade de, observando essas referências, 
adequar o currículo para sua realidade local.
Figura 2 - Construção do currículo escolar
MEC - BNCC
Currículo Estadual 
e Municnipal
Fonte – Elaborado pela autora, 2020.
Dessarte, o currículo consiste em uma relação daquilo que será 
ensinado, e como será ensinado aos alunos, em cada ano da escolaridade, 
em cada disciplina, e que deve atender ao público a que se destina.
Para essa construção é preciso considerar as referências nacionais 
e regionais. Em cada Projeto Político Pedagógico deve ficar expressa a 
intencionalidade de seus encaminhamentos, os quais serão viabilizados 
pelo currículo definido.
IMPORTANTE:
Por ser um documento de extrema importância, um 
referencial para os professores, o currículo deve trazer 
também a identidade local, suas características e, 
especialmente, atender suas necessidades.
 Considere também que a adequação do currículo pode ser 
desenvolvida de forma explícita ou implícita, e considerar as disciplinas 
de forma transversal.
Currículos e Projetos Pedagógicos
14
Mas todas essas questões ainda serão exploradas durante nossos 
estudos e teremos oportunidade de aprofundar cada aspecto que envolve 
essa manifestação de intencionalidade pedagógica.
Trajetória histórica do currículo
“As teorias do currículo (…) buscam justificar por que ‘esses 
conhecimentos’ e não ‘aqueles’ devem ser selecionados” (SILVA, 1999, p. 
15)
Como tudo na vida, existe um histórico de evolução, e em alguns 
casos, dependendo do momento factual vivenciado, identificamos até 
mesmo uma involução das estruturas e aplicabilidade curricular.
A história do currículo vem demonstrar o quanto ele é influenciado 
pelo momento histórico, político e social, e conhecê-lo é essencial para 
atender as demandas atuais. Isso nos ajudará a decifrar melhor a escola 
contemporânea e como ela se desenvolveu.
No século XIX o currículo era entendido como uma sequência de 
conteúdo a serem trabalhados em cada disciplina.
Atualmente, currículo é visto como algo maior, mais aprofundado, 
mais aberto e adaptável ao meio. Dessa forma, o currículo é um documento 
norteador que se transformará em um projeto pedagógico que o aborde 
da maneira mais significativa em cada espaço.
Vamos na sequência, de forma sintética, trazer as informações mais 
relevantes ocorridas na história da escola e consequentemente seus 
currículos.
O início
Na Grécia antiga a educação se dava informalmente, sem divisões 
disciplinares, e era desenvolvida por filósofos. Os estudantes eram 
pessoas interessadas em refletir sobre determinados assuntos que 
envolviam a sociedade.
Currículos e Projetos Pedagógicos
15
Platão, foi um dos grandes filósofos que chegou a criar (787 a. C) 
nos jardins de “Academos” (gerando expressão “academia”), uma escola 
onde se ensinava algumas ciências como Filosofia e Matemática.
Em 343 a.C., as famílias ricas pagavam um preceptor para ajudar 
as crianças nos estudos. Dessa forma, somente famílias abastadas 
financeiramente podiam proporcionar aos seus filhos alguma instrução.
Figura 3 - Educação na antiguidade
Fonte: Freepik
A evolução da instituição escolar foi se constituindo vagarosamente, 
até que no Séc. XII, na Europa, onde são alicerçadas as primeiras escolas 
nos moldes atuais, e eram administradas pelo Clero, que valorizavam e 
propagavam o fundamentalismo cristão.
Especificamente no Brasil, em 1549, foi fundada a primeira escola, 
também orientada pelo Clero e atendendo somente as famílias burguesas.
Os livros usados para ensinar fundamentavam as descobertas 
científicas de forma rígida. Assim, o conhecimento era apresentado 
fechado, inquestionável, indiscutível. Pode-se afirmar que o ensino era 
doutrinário.
A partir do século XVI, os educadores começam a defender que a 
experimentação e observação complementaria a aprendizagem de livros 
e assim se impulsiona o Iluminismo ou Idade da Razão do século XVII e 
XVIII.
Currículos e Projetos Pedagógicos
16
Os enfoques científicos defendidos por Bacon, Descartes, Locke, 
Rousseau, Comenius, Galileu e Newton, permitiram questionamentos 
sobre o ensino com princípios religiosos. Essa doutrinação religiosa e o 
conhecimento encerrado nos livros foi sendo substituída pela pesquisa, 
pela observação, e o aprendizado vivenciado. 
EXEMPLO: Antes o aluno era informado que uma semente se 
transformava em uma planta. Através da pesquisa, o aluno observava o 
crescimento de uma planta e ia construindo sua aprendizagem. 
Até esse momento acreditava-se que o aprendizado se construía 
como a formação de músculos, ou seja, exercitava-se a mente para 
alcançar o conhecimento. A repetição e a decoração deveriam garantir 
essa força mental.
Nos Estados Unidos, ao longo do século XIX, aconteceram 
ampliações de oferta de ensino. Pensando nas novas gerações, e a 
insuficiência do que era ensinado nas escolas para a preparação desse 
futuro cidadão, surgem os debates sobre o que ensinar e em qual 
sequência.
A partir das intervenções de Francis Parker (final do século XIX), um 
americano influenciado por teóricos europeus, propõe-se um currículo 
que atenda os interesses das crianças. Isso quer dizer que o que interessa 
e é significativo para o aluno deve ser explorado como forma de ensino.
Essas ideias influenciaram fortemente estudos sobre o currículo 
como um campo da educação a ser desenvolvido.
Junto com essas forças, o mundo se transformava. A revolução 
industrial, a sociedade, imigração e mais recentemente a tecnologia 
que se aperfeiçoa a cada instante influenciando nossa sociedade e 
diretamente a escola.
Concepções de currículo e sua evolução
Podemos perceber que a evolução do mundo por meio da tecnologia 
entre outros, vem influenciando consideravelmente a construção dos 
novos currículos escolares.Currículos e Projetos Pedagógicos
17
Movimentos sociais, políticos, tecnológicos foram influenciadores 
da concepção de ensino e aprendizagem, tanto como na elaboração do 
currículo escolar. Nesse contexto, vamos dar ênfase a dois movimentos 
muito importantes.
O primeiro movimento denominado como “Tecnicista” e o segundo 
“Progressista”.
Currículo tecnicista
Na demanda mundial emergia a revolução industrial, onde as 
indústrias, em busca do lucro sobre a produtividade, exploravam um 
trabalho em que cada funcionário fazia parte de esquema hierárquico 
maior, porém, sem acesso ou mobilidade nessa hierarquia. 
O trabalhador realizava seu serviço de forma individual e 
concentrava-se em parte do trabalho, de forma mecanizada e racional.
Chamada de “Linha de Produção”, a pessoa não tinha envolvimento 
com os demais setores e cabia-lhe ter eficiência em desenvolver seu 
trabalho proporcionando produtividade contínua.
Figura 4 - Linha de produção
Fonte: Pixabay
Diante das transformações da adoção do modelo taylorista-
-fordista na produção fabril, há, consequentemente, uma mo-
Currículos e Projetos Pedagógicos
18
dernização social, a qual engloba todos os aspectos, “[...] mol-
dando nossos valores, inclusive nossa maneira de conceber 
a educação e a escola, e dando à nossa sociedade seu feito 
tecnológico específico”. (DOLL, 2002, p. 55)
NOTA:
A linha de produção consiste em um trabalho repetitivo, 
onde os trabalhadores desenvolvem, em forma sequencial, 
a montagem de produtos a serem comercializados.
Denominada de Taylorismo, pois foi desenvolvido por Frederick 
Winslow Taylor (1856-1915), pai da Administração Científica, defendeu que 
o sucesso do trabalho estava associado ao sucesso da organização.
Esse perfil de trabalhador influenciou a formação escolar e o 
currículo, e até hoje ainda é desenvolvido em grandes empresas e em 
muitas escolas.
Objetivando uma escola eficiente, onde os estudantes seriam 
treinados para serem excelentes profissionais adequados à realidade 
social e capitalista, o currículo escolar foi moldado para atender essa 
demanda. Essa estrutura foi proposta por Franklin John Bobbit (1918).
Segundo Silva (1999, p. 24), na concepção de Bobbit, 
[...] a questão do currículo se transforma numa questão de 
organização. O currículo é simplesmente uma mecânica. A 
atividade supostamente científica do especialista em currículo 
não passa de uma atividade burocrática. (...) o currículo se 
resume a uma questão de desenvolvimento, a uma questão 
técnica. O estabelecimento de padrões é tão importante na 
educação quanto, digamos, numa usina de fabricação de 
aços, pois, de acordo com Bobbitt, a educação, tal como a 
usina de fabricação de aço é um processo de moldagem”. 
Essa influência se deu nos Estados Unidos por volta da metade do 
século XX e no Brasil nas décadas de 60 e 70.
Currículos e Projetos Pedagógicos
19
Ciente dessa influência, o currículo era estático, compartimentado, 
e o professor era a autoridade inquestionável. Os estudantes eram levados 
a aceitação de tudo sem questionamentos. Obediência é a palavra de 
ordem.
Figura 5 - Padronização do ensino
Fonte- Elaborado pela autora, 2020.
Como grande influenciador dessa postura temos no Brasil o Regime 
Militar, onde havia grande interesse de domínio e ordem estabelecida. Os 
currículos escolares deveriam trazer essa formatação aos alunos.
Linha Progressista
[...] O tecnocrático destacava a abstração e a suposta inutilidade 
(…) das habilidades e conhecimentos cultivados pelo currículo 
clássico. (…) O modelo progressista (…) atacava o clássico por seu 
distanciamento dos interesses e das experiências das crianças 
e dos jovens. (…) o currículo clássico só pôde sobreviver no 
contexto de uma escolarização secundária de acesso restrito 
à classe dominante. (SILVA, 1999, p. 26, 27)
As ideias de John Dewey, impactaram fortemente as percepções 
de currículo.
Currículos e Projetos Pedagógicos
20
Em contraposição a inalterável estrutura curricular tecnicista, as 
propostas progressistas sugerem um currículo aberto e pronto para 
atender dialogicamente as ideias de professores e alunos, que iriam 
conceber a estrutura curricular, ou seja, construir o caminho a ser 
percorrido na sala de aula.
Figura 6 - Quadro comparativo entre as linhas
Linha Tecnicista Linha Progressista
Preparo para mão de obra 
industrial
Eleva o nível de consciência 
do estudante em relação ao meio
Modeladora de Comportamento 
Humano
Relação de Diálogo Horizontal
Informações Lineares Convivência Grupal
Professor como Autoridade 
e Detentor do Saber
Temas Geradores
Professor Mediador
Movimento
Espirituaidade
Fonte – Elaborado pela autora, 2020. 
Essas percepções vinham atender as diversidades encontradas na 
escola.
A sociedade deveria ser incorporada à escola, ou seja, a escola 
seria um protótipo de sociedade, onde os alunos já iniciavam suas 
expressividade e percepções ajudando em sua formação para a vida.
Segundo Moreira (1990), “a teoria curricular de Dewey revela um 
compromisso tanto com o crescimento individual como com o progresso 
social” (p. 54).
No Brasil, seus princípios educativos tiveram grande influência nas 
ideias escolanovistas de educação que foram dominantes no país no 
período de 1945 a 1960 (MOREIRA, 1990).
Currículos e Projetos Pedagógicos
21
Quando pensamos em uma educação que prepare o aluno para a 
sociedade, percebemos que esse currículo sugerido por Dewey, e mais 
tarde por Maria Montessori, deve ser alicerçado, no que chamamos hoje 
de “protagonismo do aluno” e “contextualização do ensino”. Transformando 
a aula em um laboratório da realidade e pensando em converter a 
sociedade, contradizendo a escola tecnicista que quer perpetuar uma 
sociedade sem questionamentos.
Kliebard (1995) explica que seus proponentes percebiam “o currículo 
organizado em torno de problemas sociais reais, e que estes não teriam o 
potencial de substituir o que caracterizava os estudos sociais em salas de 
aula, mas educariam com uma preocupação voltada para justiça social”.
Essa postura rompe com o tradicionalismo da escola, a postura 
suprema do educador, que passa a ser um mediador da aprendizagem.
Considerando que nos anos 50 a “Guerra Fria” estava presente no 
mundo, e a guerra tecnológica influenciava grandemente as nações que 
disputavam o poder, o currículo sofreu um retrocesso que reavivou o 
currículo tecnicista, exaltando as ciências na escola, inclusive no Brasil.
Quando questões fundamentais de currículo não são dirigidas 
por educadores, os caprichos econômicos ou políticos 
formam o caminho e as práticas educacionais são governadas 
à revelia. (SCHUBERT, 1986, p.1)
Em meados dos anos 60, discussões como inclusão das diferenças 
raciais, sociais e sexuais entre outros considerados como minoria, 
desponta a pedagogia crítica, que pretende dinamizar uma sociedade 
sem discriminações.
Pedagogia crítica
Em resposta ao período histórico e as contestações trazidas 
pela necessidade de igualdade social, surge a pedagogia crítica, que 
vem propor um currículo voltado aos problemas sociais, econômicos e 
políticos contemporâneos.
Currículos e Projetos Pedagógicos
22
Em 1970 Paulo Freire lança o livro “Pedagogia do Oprimido”. Suas 
convicções chegam para transformar o modelo de organização curricular, 
pois uma organização de ensino tradicionalista não atende à diversidade 
encontrada no Brasil.
Apesar de ainda buscarmos essa estrutura curricular, muito da 
escola tecnicista domina nossos espaços escolares, mas a luta por essa 
conquista continua.
Figura 7 - Contexto histórico-sociopolítica e a organização da prática escolar
SINOPSE DA EVOLUÇÃO DO CONCEITO DE CURRÍCULO
PERÍODO
CONTEXTO HISTÓRICO 
SÓCIO-POLÍTICO
ORGANIZAÇÃO 
DA PRÁTICA ESCOLA
Século XVI
REFORMA 
Religiosa/Renascença
Classes, Currículo 
prescrito e 
sequenciado em 
estágio de Níveis
Século XIX Revolução IndustrialIdentificador e 
Mecanismo de 
Diferenciação Social 
(Pedagogia da 
Sociedade Industrial)
Século XX
Pós-Guerra 
e Globalização
Ordenamento de 
Saberes Educativos; 
Currículo como 
Matéria Escolar
Fonte: A Autora
Nos próximos itens vamos nos aprofundar um pouco mais em cada 
segmento da educação e suas estruturas curriculares.
Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Currículos e Projetos Pedagógicos
23
Entende-se por educação básica o período de escolaridade que 
compreende desde a educação infantil até a 3ª série do Ensino Médio.
Para ficar claro, a educação básica está dividida da seguinte forma:
 • Educação Infantil- crianças de zero a 5 anos;
 • Educação Fundamental- 1º ao 9º ano;
 • Ensino Médio- 1ª a 3ª série.
A BNCC (Base Nacional Comum Curricular) é uma diretriz normativa 
que orienta o progresso de aprendizagens essenciais para todos os 
alunos. Lá estão as competências e diretrizes para direcionar os currículos 
escolares.
Homologada em 2017 pelo MEC, sua elaboração contou com a 
participação de muitos especialistas e foi discutida amplamente com 
educadores, técnicos, e a sociedade em geral, para que atenda às 
necessidades do século XXI.
Figura 08 - O processo de construção da BNCC
A CONSTRUÇÃO DA BASE
2014
Setembro de 
2015
Maio de 2016 Abril de 2017
Início da 
Elaboração
Versão 1: 12 
milhões de 
contribuições 
recebidas
Versão 2: 
Consed e 
Undime reuni 9 
mil especialistas
Vesrão 3: O MEC 
entrega a Base 
ao CNE
Fonte: A autora
A BNCC deve ser entendida como um início para se avançar o 
trabalho na escola, garantindo o básico de aprendizagem aos estudantes, 
por todo país, permitindo assim, equidade no acesso a informação e 
aprendizagem.
A BNCC não pode ser entendida como uma grade curricular para 
todas as escolas, com apenas distribuição de disciplinas e conteúdo. 
Também não pode ser comparada aos PCNs (Parâmetros Curriculares 
Currículos e Projetos Pedagógicos
24
Nacionais). Estes garantem e asseguram uma direção, com muita 
flexibilidade, mas não asseguravam o aprendizado mínimo dos alunos.
Figura 9 - Diferença entre BNCC e currículo
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
Apoiada por nossa Constituição Federal e a Lei de Diretrizes e Bases 
da Educação Nacional, a BNCC permite que cada região, cada espaço 
geográfico, adapte seus conceitos à sua realidade, pretendendo garantir 
sempre o desenvolvimento de um cidadão consciente, crítico e apto para 
desenvolver uma sociedade responsável.
 Cada escola define seus conteúdos e metodologias, porém, 
seguindo a BNCC, o aluno será estimulado a ir além, sendo permitido que 
ele apresente novas formas de resolução de desafios, sejam de quaisquer 
áreas que pertençam.
Você deve estar se perguntando o motivo desse movimento, e 
saiba que as avaliações externas nos mostram que uma das causas do 
insucesso escolar, e a disparidade do que é ensinado de uma escola para 
outra. A BNCC vem balizar esse processo.
Ressalta-se o fato de que o currículo deve ser permeado sempre 
pelo respeito às diferenças, inclusão, igualdade e direitos humanos, de 
forma explicita ou oculta. Cabe ainda ressaltar que nesse período da 
escola, as competências para o mundo do trabalho devem ser garantidas 
e estimuladas.
Currículos e Projetos Pedagógicos
25
Figura 10 - Currículo permeado pelos temas transversais
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
Currículos e Projetos Pedagógicos
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Currículo na Educação Infantil
INTRODUÇÃO:
Entendendo a Educação Infantil como aquela que dá acesso 
a espaços escolares, para as crianças de zero a cinco anos, 
vamos conhecer um pouco da estrutura curricular que vem 
sendo amplamente discutida pela sociedade e educadores.
Para iniciarmos, é importante considerar que esse currículo deve 
atender a nossa constituição e as diretrizes e bases da educação nacional 
(Lei 9394/96). Essas legislações orientam o que e como será explorado 
no desenvolvimento curricular.
Como já esclarecido em outros itens dessa sistematização 
de informações, mesmo falando de crianças da educação infantil, 
já se inicia na construção desse currículo, aspectos que permitam 
um desenvolvimento pedagógico abrangente, dialógico e visando a 
preparação para a sociedade.
Tentando evitar as mesmas estruturas rígidas do ensino fundamental 
para as crianças, o currículo fica denominado como projeto pedagógico. 
Como sabemos, as crianças gostam de brincar, e usar brincadeiras 
para explorar um currículo é um caminho mais adequado. Através das 
interações permite-se articular suas experiências com saberes que as 
ajudam perceber a sociedade e a cultura em que estão inseridas. Isso 
tudo é possível através de práticas planejadas e podem ser elencadas em 
um currículo.
Assim, as experiências vividas no espaço de Educação Infantil 
devem possibilitar o encontro de explicações pela criança 
sobre o que ocorre à sua volta e consigo mesma enquanto 
desenvolvem formas de sentir, pensar e solucionar problemas. 
Nesse processo, é preciso considerar que as crianças 
necessitam envolver-se com diferentes linguagens e valorizar 
o lúdico, as brincadeiras, as culturas infantis. Não se trata assim 
de transmitir à criança uma cultura considerada pronta, mas 
Currículos e Projetos Pedagógicos
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de oferecer condições para ela se apropriar de determinadas 
aprendizagens que lhe promovem o desenvolvimento de 
formas de agir, sentir e pensar que são marcantes em um 
momento histórico. (OLIVEIRA, s/d, online)
Figura 11 - A criança se percebendo como parte da sociedade
Fonte: Pixabay
Através dessa vivência escolar a criança se apropria do todo, e 
principalmente de sua parcela de contribuição nessa estrutura (como 
ilustrado na figura 10). Para isso deve-se propiciar o envolvimento com 
diversas linguagens através do lúdico. 
Fundamental que nesse período escolar, não haja um currículo 
estático onde o professor é o grande centro do trabalho. É preciso 
sensibilizar a criança para as descobertas do mundo que a cerca.
As Diretrizes Curriculares Nacional da Educação Infantil (DCNEIs) 
orientam o planejamento escolar com princípios éticos, políticos e 
estéticos.
Segundo as DCNIs, a escola deve garantir que a criança se sinta 
acolhida, estimulada a aprender, desenvolver a curiosidade e desmistificar 
a escola como um lugar chato e desgastante. 
Currículos e Projetos Pedagógicos
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Essa meta pode ser atingida com um trabalho bem estruturado, onde 
se valoriza a participação, diálogo, respeito, valorização das diferenças e 
suas experiências pessoais, usando espaços e materiais adequados e 
atraentes, onde poderão praticar a criatividade e serem estimulados de 
forma afetiva, emocional, cognitiva e linguística.
Não se deve perder de vista que a avaliação nesse período de vida 
deve ser processual, registrando a evolução atingida, sem cobranças e 
notas.
Figura 12 - Orientações de estruturação da educação infantil segundo a BNCC
Fonte: A Autora
Currículos e Projetos Pedagógicos
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Currículo no Ensino Fundamental e 
Ensino Médio
Como já nos inteiramos sobre a educação infantil, vamos agora 
explorar informações sobre a Educação Fundamental, que abrange do 1º 
ao 9º ano, e Ensino Médio, que abrange de 1ª a 3ª série.
O ensino fundamental está organizado em 9 anos, cinco áreas do 
conhecimento, que embora preservadas em sua singularidade, devem 
ser mantidas uma conexão entre elas. Cada área tem suas competências 
definidas. (continuar escrevendo sobre o Ens Fundamental e as 5 áreas 
do conhecimento. 
Já o Ensino Médio no Brasil, mesmo com toda essa orientação, 
permite uma disfunção de competências entre escolas, que deve ser 
evitada. Isso se deve ao fato de existirem escolas que preparam seus 
alunos para a aprovação no vestibular, sem critérios cuidadosos para 
garantir a aprendizagem mínima.
 Muitas vezes o aluno se forma pronto para entrar em qualquer 
universidade, porém, não está pronto para usar seus conhecimentos na 
vida.Talvez por isso encontremos jovens considerados tão inteligentes, 
mas sem condições de estabelecer relações interpessoais, ou mesmo 
após a formação superior, sem condições de aplicar os conhecimentos 
adquiridos.
 Conforme estabelecido na Lei qw.415/2017, o tempo mínimo do 
estudante do Ensino Médio na escola, passou de 800h para 1.000 horas, 
devendo ser adequada até 2022. Dessa forma, caberá aos gestores 
adequarem progressivamente a distribuição da carga horária por disciplina, 
permitindo ao aluno a escolha de um itinerário formativo. Dessa forma, se 
o estudante preferir as áreas das ciências e suas tecnologias, haverá uma 
carga horária maior em seu curso com foco na sua escolha.
Esse encaminhamento permitirá maior possibilidade de escolha ao 
estudante com sinalização maior na escolha profissional.
Currículos e Projetos Pedagógicos
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 O que a reforma traz de inovação é que o cumprimento da parte 
comum não poderá exceder 1.800 horas do total da carga horária do 
Ensino Médio.
Isso possibilitará também, que ao final do Ensino Médio, o estudante 
receba uma certificação técnica.
São obrigatórios os seguintes componentes curriculares ao longo 
dos três anos do ensino Médio:
Figura 13 - Disciplinas obrigatórias do Ensino Médio
Língua Portuguesa
Matemática
Educação Física
Artes
Sociologia e Filosofia
Lingua Estrangeira
Fonte: Elaborado pela Autora
Cada escola optará pelo itinerário formativo que mais se adeque as 
necessidades locais.
Mesmo com essas inovações, nenhum aluno ficará sem os 
conhecimentos básicos essenciais que atualmente são oferecidos.
Mas e para além do Ensino Médio? Como são organizados os 
currículos?
No próximo bloco vamos nos aprofundar sobre esses temas que 
abrangem o Ensino Profissionalizante e a Educação Superior.
Ensino Profissionalizante e Educação 
Superior
Pensar em Ensino Profissionalizante e Educação Superior, pode nos 
trazer a sensação de “terra sem lei”.
Currículos e Projetos Pedagógicos
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Na educação profissionalizante há um catálogo definido de cursos 
possíveis e na Educação Superior também; ambos passam por revisão da 
Secretaria de Educação ou da Secretaria da Educação Superior. 
Há certa liberdade na estruturação de currículo, mas com uma pré-
formatação definida e autenticada pelos órgãos competentes.
O que precisamos sempre recordar é que as instituições de ensino 
profissional e educação superior devem preparar o estudante para a vida, 
para o trabalho, para a pesquisa, para a produção de conhecimentos, 
tratando o ser humano como um ser integral; o estudo deve ser-
lhe garantido como rege a LDB que solicita a garantia ampliada de 
aprendizagem e criatividade.
Vejam algumas normativas que foram adequadas ao longo dos 
alunos para o Ensino Profissionalizante.
 • Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento 
dos objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes 
níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da 
ciência e da tecnologia.(Redação dada pela Lei nº 11.741, de 2008)
 • § 1o Os cursos de educação profissional e tecnológica poderão ser 
organizados por eixos tecnológicos, possibilitando a construção 
de diferentes itinerários formativos, observadas as normas do 
respectivo sistema e nível de ensino. (Incluído pela Lei nº 11.741, 
de 2008)
Agora conheça parte da legislação (LDB) que rege o Ensino 
Superior.
Art. 53. No exercício de sua autonomia, são asseguradas às 
universidades, sem prejuízo de outras, as seguintes atribuições:
 • I - criar, organizar e extinguir, em sua sede, cursos e programas 
de educação superior previstos nesta Lei, obedecendo às normas 
gerais da União e, quando for o caso, do respectivo sistema de 
ensino; 
 • II - fixar os currículos dos seus cursos e programas, observadas as 
diretrizes gerais pertinentes;
 • III - estabelecer planos, programas e projetos de pesquisa 
científica, produção artística e atividades de extensão;
Currículos e Projetos Pedagógicos
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 • IV - fixar o número de vagas de acordo com a capacidade 
institucional e as exigências do seu meio;
 • V - elaborar e reformar os seus estatutos e regimentos em 
consonância com as normas gerais atinentes;
 • VI - conferir graus, diplomas e outros títulos;
 • VII - firmar contratos, acordos e convênios;
 • VIII - aprovar e executar planos, programas e projetos de 
investimentos referentes a obras, serviços e aquisições em 
geral, bem como administrar rendimentos conforme dispositivos 
institucionais;
Apesar de todo esse direcionamento, essas áreas são normalmente 
criadas e seus currículos determinados pelas instituições que as oferece.
Como estamos verificando, muito se evoluiu em termos de currículo, 
porém alguns cursos ainda se encontram sem muito rigor científico e, ao 
mesmo tempo, contextualizado, a fim de atender às necessidades da 
população.
Após ser aceito em uma Universidade ou curso Profissionalizante, 
o estudante agora se depara com posturas que podem diferir muito das 
que vivenciou nas escolas básicas.
Encontramos muitas vezes professores com posturas mais 
arcaicas e dominadoras, não existindo muita troca com os alunos. Muitas 
universidades mantem os tablados onde o professor fica mais alto na sala, 
dando a impressão de domínio.
Diante da falta de supervisão nessas instituições, é comum 
instituições recém-criadas copiarem currículos de instituições mais 
reconhecidas. Isso pode ser um benefício para a instituição, mas também 
pode ser um prejuízo, pois quem garantirá que a organização da outra 
escola está correta?
Com a falta de estrutura supervisionada, contamos que as 
instituições tenham profissionais que articulem os saberes e garantam 
uma construção curricular interligada e que proporcione ao estudante a 
visão geral das partes, pois será na visão geral que irá trabalhar.
Currículos e Projetos Pedagógicos
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Além disso, atualmente se valoriza profissionais que saibam 
trabalhar em conjunto, e que usufruam de relações interpessoais para 
o crescimento da empresa. Será que existe alguma escola que está 
preocupada com essas características são necessárias no mercado atual? 
Provavelmente existem sim, mas não temos registros para identificar 
quais são. 
Já os ensinos à distância, chamados EAD, estão sendo muito 
explorados por serem de fácil acesso, e permite que o estudante adeque 
seus horários de estudos as suas possibilidades diárias. É uma tendência 
que vem crescendo a passos largos.
Será que o ensino profissionalizante não fica comprometido com 
cursos EAD?
Não serão comprometidos, a partir do momento que sejam 
realizadas à distância, as matérias que são teóricas e reflexivas. Já a 
parte prática, precisa de ocorrer presencialmente, sendo oferecida com 
um mínimo de estrutura para que o aluno vivencie experiências práticas 
antes de ser lançado ao mercado. Já imaginaram um dentista recém-
formado que nunca fez uma obturação? Você iria realizar uma cirurgia 
do coração com um médico que nunca operou? Tenho certeza que nem 
esse profissional estaria confiante para realizar um procedimento.
O que fica de mais fundamental, é que os currículos são construídos 
mediante o Regimento Interno de cada Instituição de Ensino, e devem ser 
adequados pelo Projeto Pedagógico, que se recomenda ser construído 
de forma aberta, democrática, ouvindo toda a comunidade escolar.
Na figura abaixo podemos encontrar características que devem 
ser consideradas na gerência da autonomia na construção de cursos 
profissionalizante e superior.
Currículos e Projetos Pedagógicos
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 Figura 14 - Informações que devem ser consideradas na autonomia de cada instituição 
de ensino
Fonte: Elaborado pela autora, 2020.
RESUMINDO:
As escolas têm por objetivo o ensino e a consequente 
aprendizagem.
Para que não haja desigualdades entre as escolas em nosso 
território nacional, a BNCC vem balizar os conhecimentos 
mínimos a serem desenvolvidos em todo país.
Cada escola, terá autonomia para adequar essa referência de 
acordocom sua realidade, considerando as características 
locais e a relevância de preparar os estudantes para serem 
cidadãos conscientes e aptos para contribuir no seu 
desenvolvimento de forma positiva e respeitosa.
Já as escolas que cuidam da preparação profissional desses 
estudantes são autônomas em suas decisões de currículos 
o que pode gerar resultados alarmantes dos exames do 
ENADE (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes).
Currículos e Projetos Pedagógicos
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REFERÊNCIAS
CORREA, H. C.; DIAS, G. P. P. De volta a gestão de estoques: as técnicas 
estão sendo usadas pelas empresas? In: SIMPÓSIO DE ADMINISTRAÇÃO 
DA PRODUÇÃO, LOGÍSTICA E OPERAÇÕES INDUSTRIAIS, 1., 1998, São 
Paulo. Anais...São Paulo: FGV. 1998
GOODSON, I. F. Currículo: teoria e história. Petrópolis: Vozes, 1995
MENEZES, Ebenezer Takuno de; SANTOS, Thais Helena dos. 
Verbete pedagogia progressista. Dicionário Interativo da Educação 
Brasileira - Educabrasil. São Paulo: Midiamix, 2001. Disponível em: <http://
www.educabrasil.com.br/pedagogia-progressista/>. Acesso em: 10 dez. 
2020.
MOREIRA, A. F. Currículos e programas no Brasil. Campinas: 
Papirus, 1990. _________, Didática e currículo: questionando fronteiras. 
In: OLIVEIRA, M. R. N. S. Confluências e Divergências entre Didática e 
Currículo. Campinas: Papirus, 1998, p. 33-52.
OLIVEIRA, Z.M.R. O currículo na educação infantil: O que propõem 
as novas diretrizes nacionais. FFCLRP-USP e ISE Vera Cruz. Disponível 
em: http://portal.mec.gov.br/docman/dezembro-2010-pdf/7153-2-1-
curriculo-educacao-infantil-zilma-moraes/file. Acesso em:10 dez. 2020.
SILVA. T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias de 
currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999.
Currículos e Projetos Pedagógicos
Marly Savioli
Tatiane Kuckel
Currículos e Projetos 
Pedagógicos
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