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Lei Maria da Penha

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(
LEI MARIA DA PENHA
)
A lei n° 11.340/06 é considerada lei multidisciplinar, com reflexos penais, processual penal, civis, processual civil, direito administrativo e até trabalhista.
 (
Exemplo de direito civil na lei Maria da penha: art. 22, V, Lei n° 11.340/
06
)
 (
Exemplo de direito processual civil na lei Maria da penha: art. 15, I ao III da Lei n° 11.340/
06
)
 (
Exemplo de direito 
administrativo na lei Maria
 da penha: art. 9, §2° da Lei n° 11.340/06
)
 (
Exemplo de direito do trabalho na lei Maria da penha: art. 9
, §2°
 da Lei n° 11.340/
06
)
A lei Maria da penha é fruto de ação afirmativa para respeitar o principio da proporcionalidade da faceta de vedação a proteção deficiente. [footnoteRef:1] [1: A constituição nos garante o principio da proporcionalidade e dele deriva a:
Vedação ao excesso, que veda o excesso de punição – ex. não ter a mesma pena os artigos 121 e 129 do CP
Vedação á proteção deficiente que veda a punição deficitária, ou seja punir menos que o necessário.] 
Atenção: Apesar do homem também ser afetado pela violência domestico familiar, a comunidade 
internacional entendeu que para se igualar a mulher precisava de mais.
Com exceção do art. 24-A da lei n° 11.340/06 (descumprimento de medida protetiva), a lei Maria da Penha não tipifica condutas como criminosas, apenas traz uma serie de consequências que poderão ser aplicadas em qualquer procedimento, desde que haja motivo para sua incidência (conduta que constitua ato de violência domestica ou familiar contra a mulher, nos termos do art. 5° e 7° da LMP).
Sendo caso de Maria de Penha JAMAIS se permite a aplicação da insignificância conforme sumula 589, STJ
Atenção: Nem todo ato de violência domestico ou familiar contra a mulher será infração penal – Ex. Adultério (art. 7,II,LMP) é considerado forma de violência domestica mas não é infração penal
A LMP para ser aplicada em sua totalidade exige que a vitima da violência domestica ou familiar seja mulher. 
Atenção: a jurisprudência aceita a aplicação para transexuais.
As seguintes disposições podem ser aplicadas em favor de homens vitima de violência domestica ou familiar, desde que menores, enfermos, idosos ou pessoas com deficiência: Medida protetiva de urgência (art. 22,23 e 24 de lei n°11.340/06) e a qualificadora da violência domestica no crime de lesão corporal tipificado no código penal 
Pergunta: Por qual motivo a lei se estende aos homens nas condições acima citadas? As medidas são aplicadas em virtude do art. 313, III, CPP, já o motivo da qualificadora se da pelo §9° do art. 129 não restringindo sua aplicação a pessoa do sexo feminino. 
O conceito de VD esta disposto no art. 5° da LMP.
Embora a LMP reclame a vitima ser mulher, o sujeito ativo pode ser homem ou mulher. 
A LMP pode ser aplicada em relações homoafetivas, desde entre pessoas do sexo feminino. 
A proteção diferenciada contemplada pela lei n°11.340/60 para o gênero feminino terá incidência apenas quando a violência contra a mulher for executada em tais situais de vulnerabilidade, em razão de gênero. 
A contrario sensu, se uma mulher for vitima de determinada violência, mas o delito não tiver sido executado no ambiente domestico, familiar ou em qualquer relação intima de afeto (ex. briga de vizinhos) não se aplicam os contornos da LMP – STJ – AgRg no RESP 1430724RJ2014/0016451-9
Na forma da lei, considera-se violência contra a mulher (art. 5°, LMP) qualquer ação ou omissão baseado no gênero que lhe cause morte, lesão, sexual, psicológico, dano moral ou patrimonial, nos seguintes ambitos: I)unidade domestica; II)familiar; III) qualquer relação intima de afeto independente de coabitação. 
O STJ (STJ no AREsp 1626825-GO-Info 671) define que a LMP se estende as esposas, companheiras, amantes, mães, filhas, netas, sogras, avós ou qualquer outro parente que mantém vinculo familiar ou afetivo com o agressor 
O STJ (HC 542.828/AP) define que é irrelevante o lapso temporal da dissolução do vinculo conjugal, é necessário apenas que a conduta delitiva imputada esteja vinculada à relação intima de afeta mantida entre as partes. 
Para a LMP ser atraída ao caso concreto precisa haver o art. 5°, caput, conjugado com o inciso I, II ou III, NÃO sendo estes cumulativos. 
O art. 7° da LMP NÃO tipifica crime, ele apenas da exemplo de formas de violência doméstica, sendo este rol NÃO taxativo.
Tipos de violência segundo o art. 7°: I) física; II) psicológica; III) sexual; IV) patrimonial; V) moral
A maioria das formas de violência domestica ou familiar contra a mulher configuram infrações penais, mas há as que não, como o adultério. 
As escusas patrimoniais (art. 181, CP) se aplicam, ainda que em contexto que atraia a lei Maria da penha.
A manutenção do vinculo trabalhista será discutida na justiça do trabalho. 
Descumprimento doloso e não justificado da medida protetiva de urgência tem pena definida de 03 meses a 02 anos.
O art. 10-a da referida lei garante atendimento policial PREFERENCIALMENTE do sexo feminino. – é preferencial não obrigatório. 
Em casos de VD a autoridade policial deverá (art. 11, LMP): I) garantir a proteção policial; II) encaminhamento medico e ao IML; III) fornecer transporte para abrigo ou local seguro; IV) acompanhar a retirada de pertences; V) informar os direitos a ela conferidos; 
O art. 12,III define que o delegado deve remeter ao juiz o pedido de medida protetiva no prazo de 48h, tendo o juiz o prazo igual para apreciar o pedido. 
 (
 
 
Informações
 
1
Elementos de convicção
 
 
Provas
 
2
1- são produzidos na investigação. 
2 – em regra são produzidas durante a ação penal
 mas
 excepcionalmente podem ser colhidas na investigação (ex. LMP)
)O §3° do art. 12 da LMP dispõe que ‘serão admitidos como meios de provas os laudos ou prontuários médicos fornecidos por hospitais e postos e saúde. 
O registro de ocorrência é a formalização da noticia crime perante o delegado, para a instauração, se for o caso para tanto, do inquérito policial, mesmo nas infrações de menor potencial ofensivo, sendo vedada a feitura do termo circunstanciado de ocorrência. 
Sendo crime de ação penal publica condicionada a representação, é necessário para a instauração do inquérito (art. 5,§4° CPP) e ate mesmo para lavratura de APFD. 
É possível que a vitima seja conduzida coercitivamente pela autoridade policial se intimada para depor a mesma não comparecer.
Atenção: O STF definiu que o réu não pode ser conduzido coercitivamente. 
 (
Infração penal transeunte é aquela que não deixa vestígio – 
Ex. Injuria verbal
. 
Infração penal não transeunte é aquela que deixa vestígio. – 
Ex. Lesão Corporal
. 
)Sendo caso de infração penal não transeunte, faz-se necessário o exame de corpo de delito (art. 158,CPP), mas se impossível for, prova testemunhal pode suprir sua falta (art. 167, CPP)
A concessão de medida protetiva independe de previa oitiva do Ministério Publico.
O art. 14, LMP dispõe sobre a criação da vara especializada em violência domestica – O caput do artigo fala em juizado, mas se trata de um equivoco legislativo, se tratando de VARA. 
A vara de violência domestica se estende para a vara de execução penal. Geralmente as varas criminais se estendem até o julgamento e depois tem a VEP.
Pergunta: A competência para determinar medida de afastamento do trabalho é do juiz da vara de VD ou do juiz do trabalho? Juiz da Vara de Vd – STJ REsp 1757775-SP. Info 655. 
Pergunta: Qual a natureza jurídica deste afastamento? Sobre quem recai o pagamento? A natureza jurídica do afastamento por até seis meses em razão de VD é de interrupção do contrato de trabalho, incidindo, analogicamente, o auxilio doença, devendo a empresa se responsabilizar pelo pagamento dos primeiros 15 dias, ficando o restante a cargo do INSS
Em processos em que se envolve VD a mulher vitima poderá escolher o foro com base no art. 15
Atenção: O foro eletivo é exclusivo para as demandas cíveis decorrentes de violência domestica; Para as demandascriminas utilizam-se as regras de competência do CPP (art. 70, caput e 72, ambos do CPP) 
O art. 16 da lei 11.340/06 somente se aplica as infrações peais, ainda que praticadas em contexto que atrais a LMP, que se processem por ação penal publica condicionada a representação.
Atenção: o art. 20 diz que o juiz pode decretar a prisão preventiva de oficio mas NÃO pode.
Segundo o STJ cabe HC para apurar eventual ilegalidade na fixação de medida protetiva de urgência consistente na proibição de aproximar-se da vitima. 
A LMP introduziu o crime de violência psicológica no CP (art. 147-B)

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