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Tcc Larissa- Alfabetização Letramento Educação Infantil Processo de aprendizagem

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Alfabetização e letramento na educação infantil
PEREIRA, Larissa Gonçalves[footnoteRef:1] [1: Acadêmica do Curso de Pedagogia pela UNINTER. ] 
NAUROSKI, Everson Araujo[footnoteRef:2] [2: Professor orientador. ] 
RESUMO
O presente artigo versa sobre a importância da alfabetização/letramento no processo de ensino e aprendizagem da criança na educação infantil. Inicialmente, destaca-se uma breve apresentação da relevância da alfabetização na educação infantil, mostrando sua importância desde quando a criança está dentro do ventre de sua mãe. O artigo traz também reflexões relevantes sobre os métodos de alfabetização, o famoso bê-á-bá. Destaca-se também os pensamentos de Piaget nos estágios de desenvolvimento, bem como o papel da alfabetização nos anos iniciais na educação infantil. Nesse sentido, pode-se notar que a alfabetização se constitui como ferramenta essencial no processo de ensino e aprendizagem da criança, favorecendo uma aprendizagem significativa, lúdica e construtiva, além de ser extremamente importante no desenvolvimento dos aspectos emocionais dos sujeitos. O presente estudo tem por finalidade demonstrar o papel da alfabetização na escola no processo de ensino e aprendizagem. Para tanto, optou-se pela metodologia de revisão bibliográfica, a fim de percorrer o objetivo de identificar a importância do letrar como meio facilitador de aprendizagem, de modo a compreender como a prática pedagógica pode ser aliada ao ensino, promovendo o desenvolvimento integral da criança tanto no que se refere ao aspecto cognitivo, como também emocional. Desse modo, pode-se concluir que introduzir a alfabetização/letramento na educação infantil mostra-se um trabalho benéfico para alunos e professores, à medida que os alunos se sentirão motivados a construir o conhecimento de forma mais lúdica e prazerosa.
Palavra-chave: Alfabetização. Letramento. Educação Infantil. Processo de aprendizagem. 
1. Introdução 
A escolha do tema do presente estudo se deve a relevância do mesmo para a busca de reflexões na área da educação. Portanto, abordar a temática referente a alfabetização e letramento desde a educação infantil se faz extremamente necessário diante do contexto educacional no qual estamos inseridos atualmente. Alfabetizar e letrar são conceitos imprescindíveis na atualidade, tendo em vista que estamos envoltos a diversas informações há todo momento, seja ela, por meio da comunicação, por meio dos ensinos educacionais ou pela própria convivência em sociedade. Com isso, temos que estar com os olhos mais sensíveis para nossas crianças, que estão sendo inseridas nesses ambientes de múltiplas informações. É preciso que o professor reconheça sua função de mediador do conhecimento para que possa desenvolver o aluno em sua totalidade dentro do processo de alfabetização e letramento, de modo a proporcionar ao estudante a possibilidade de exercer um papel fundamental na sociedade, onde consiga ser crítico, autentico e saiba respeitar as opiniões diferentes, interagindo em sociedade.
Isso nos demonstra a importância de as crianças estarem desde cedo inseridas no ambiente escolar, aprendendo e trazendo toda a bagagem de conhecimento já existente em seu cotidiano, para dentro da escola. Portanto, o professor precisa utilizar ferramentas para mediar todo conhecimento existente e agregar cada vez mais conhecimentos e ensinamentos para o estudante. 
	É fundamental que o professor proporcione situações didáticas onde o seu aluno reconheça e reflita sobre a importância da linguagem oral e escrita no seu dia-a-dia. Assim, a criança precisa interagir com o mundo da escrita e com as práticas reais e sociais do seu cotidiano. Ao aprender a ler e a escrever, a criança precisa compreender os conceitos básicos da aquisição desse código, e perceber a estrutura de cada texto, para que servem, quais são os contextos de usos, em qual momento e para qual pessoa se deve utilizar. Portanto, é notório a importância desse laço entre o alfabetizar e o letrar. 
 A alfabetização acontece dentro e fora das instituições de ensino, sendo importantíssimo qualquer momento de aprendizagem para o crescimento da criança, para a conclusão do seu processo de alfabetização.
Como vimos, alfabetização e letramento são fenômenos diferentes e complementares, um precisa do outro para concluir o processo de aprendizagem do estudante. A alfabetização é denominada como ‘’tecnologia da escrita’’, desse modo, pode-se dizer que uma criança e/ou adolescente está alfabetizado quando consegue se expressar pela escrita, por meio textos produzidos por sua autoria. Já no processo de letramento, é preciso que o indivíduo insira todo conhecimento que aprendeu a ler e escrever, para então, inserir nas funções sociais dessa leitura e escrita conhecida.
 Atualmente, o domínio da leitura e da escrita tem uma importância completamente inversa da que tinha anos atrás, ao mesmo tempo, maiores e muito diferentes. A leitura e a escrita tornaram-se hoje, portanto, uma ferramenta indispensável à vida em sociedade, sendo necessário verificar como esta vem sendo trabalhada em sala de aula e analisar também como ela vem sendo motivada em casa, observando que, alfabetização e letramento devem caminhar lado a lado.
Contudo, cabe aqui destacar que nos dias de hoje, a infância vem sendo tiradas das crianças e exigindo que elas amadureçam muito cedo, onde crianças com cinco anos, tem que estar bem acostumada com o processo de alfabetização, chegando no ensino fundamental nos anos iniciais, com uma bagagem já cheias de consciência alfabética e numeral, deixando a parte lúdica de lado e cobrando-se responsabilidades demasiadas. 
É importante respeitar o processo de amadurecimento da criança, e buscar, na educação infantil, uma alfabetização de forma lúdica. Nesse sentido, cabe refletir sobre algumas questões, tais como: Qual o papel do professor na alfabetização e letramento? Como a escola proporciona esse processo de alfabetização e letramento na educação infantil? 
No decorrer do presente estudo, pretende-se trazer reflexões para tais questionamentos. 
 
2. A IMPORTÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
 A educação infantil é a primeira etapa da educação básica, segundo o artigo 21, da Lei de Diretrizes e Bases Nacional da educação, n° 9.394 de 20 de dezembro de 1996 e tem como objetivo cuidar e educar de crianças de zero a cinco anos. 
 O maior desafio hoje, para nossos professores é mediar os conhecimentos para as crianças nessa faixa etária, pois a cobrança vem sendo exigida, cada vez mais severa pela família, onde a criança sai da educação infantil para o ensino fundamental anos iniciais, sabendo a ler e escrever. 
 A alfabetização é uma etapa indispensável na formação intelectual do aluno. Segundo Soares (2002, p. 31), “[...] alfabetização é a ação de alfabetizar” e alfabetizar por sua vez “é tornar o indivíduo capaz de ler e escrever”. Durante muito tempo, pensou-se que, codificar e decodificar o código era o suficiente para caracterizar um indivíduo como ‘alfabetizado’ e que o educador era o único responsável por transmitir para o aluno o conhecimento sobre o código alfabético. No entanto, atualmente, entende-se que o processo de alfabetização deve ultrapassar a codificação e a decodificação. O aluno precisa apropriar-se da leitura e da escrita, e fazer uso destas nas mais diversas situações da sociedade. Sabemos ainda, que o educando não aprende apenas na escola, mas sim em todo o meio em que está inserido.
 Segundo Val (2006, p. 22) o processo de integração do processo de alfabetização e letramento em sala de aula deve ser organizado em torno de quatro eixos, que são: a compreensão e valorização da cultura escrita; a apropriação do sistema de escrita; a leitura e a produção de textos escritos.
 Contudo, sabemos que para acontecer de fato esse processo de alfabetização/letramento, o trabalho com a criança vai muito além de ensinar/mostrar o alfabeto e seus fonemas. Segundo Val,
A apropriação daescrita é um processo complexo e multifacetado, que envolve tanto o domínio do sistema alfabético-ortográfico quanto a compreensão e o uso efetivo e autônomo da língua escrita em práticas sociais diversificadas. A partir da compreensão dessa complexidade é que se tem falado em alfabetização e letramento como fenômenos diferentes e complementares (VAL, 2006, p. 21).
 Desse modo, compreende-se que ler consiste na capacidade de extrair a pronúncia e o sentido de uma palavra a partir de sinais gráficos. Escrever consiste na capacidade de codificar graficamente os sons correspondentes a uma palavra. Ler implica, antes de mais nada, a capacidade de identificar uma palavra. 
 O propósito da leitura é a compreensão. O propósito da alfabetização é ajudar as crianças a compreender o que leem e a desenvolver estratégias para continuar a ler com autonomia. Da mesma forma, o propósito de escrever é comunicar, de modo que um leitor, situado remotamente no tempo e espaço, possa compreender o propósito e o sentido do que foi escrito.
 Aprender a ler refere-se à capacidade de identificar palavras numa sentença ou texto. Para que haja compreensão, a identificação de palavras deve ocorrer de forma imediata, isto é, com velocidade e precisão
 Embora, esse processo para ter uma grande valia de compreensão das nossas crianças, elas precisam ter maturidade para compreensão, ter estimulo dentro e fora da escola. Portanto, a família constitui-se em um importante pilar nesse processo de alfabetização. 
 Ao iniciar o processo de alfabetização, o aluno, mesmo que seja inserido na escola desde bebê, está sendo exposto ao mundo. Portanto, todo conhecimento já adquirido é de grande valia e irá auxiliar o professor a explorar seus conhecimentos já obtidos e ampliar os conhecimentos prévios. 
 Para além disso, é preciso levar em consideração toda a exigência e responsabilidade que recai sobre o professor nesses primeiros anos de alfabetização, cobrança esta feita pela própria família e pela sociedade, exigindo que o aluno deva dar início ao ensino fundamental já alfabetizado. 
 Sabe-se que o processo de alfabetizar/letrar uma criança de cinco anos é bastante precoce. A atitude mais adequada é proporcionar meios lúdicos para que a criança se desenvolva naturalmente, sem forçar ou mesmo pular fases tão importantes do desenvolvimento necessário na Educação Infantil. 
 De acordo com a BNCC, documento mais recente que traz as orientações para o trabalho em sala de aula, a alfabetização deve ocorrer até o segundo ano do ensino fundamental. Portanto, pode-se tirar um grande peso que os professores da educação infantil vêm sofrendo pela cobrança de alfabetizar estudantes precocemente. Assim, veremos a importância e o papel fundamental do professor da educação infantil nos anos finais. 
2.1 A RELEVÂNCIA DA ALFABETIZAÇÃO NA INFÂNCIA 
A alfabetização inicia com crianças de seis a sete anos de idades. Mas desde que a criança nasce ela está inserida já no mundo da linguagem. Com isso, tudo o que ela vê, escuta, convive no decorrer da gravidez, dentro do ventre de sua mãe, já está no início do seu processo de linguagem. 
 A educação infantil tem como objetivo preparar a criança para a aprendizagem da leitura e escrita. A leitura é uma ferramenta fundamental nesse processo e, com ela desenvolve-se habilidades como a memória, imaginação e atenção. Por meio dela, as crianças estão sendo motivadas a atividades que estimulem todo esse processo. 
 Vimos que na educação infantil a criança não tem a obrigatoriedade de aprender a ler e escrever, mas é fundamental que ela passe por todo esse processo de aprendizagem para que a alfabetização ocorra de forma eficaz. Portanto, as experiências trazidas pelo ensino são fundamentais na educação infantil, pois permitem que a criança, dentro da escola, estimule sua coordenação motora fina, sua memória, atenção, consciência corporal, equilíbrio, raciocínio logico, que são essenciais para o desenvolvimento efetivo da criança. 
Nesse sentido, é possível perceber que a alfabetização é muito mais que ler e escrever. Trata-se da habilidade de ler o mundo, de continuar aprendendo, é a “chave da porta do conhecimento”, como afirma Paulo Freire. 
 Como vimos, estimular o desenvolvimento de habilidades que preparem a criança para o processo de alfabetização é o foco da educação infantil, como já dizia Paulo Freire. Nesse sentido, os professores podem fazer isso utilizando estratégias como convidando as crianças a falar em rodas de conversas, de modo a promover diálogo com perguntas e respostas simples, que sejam do interesse dos estudantes. 
 Um grande aliado para os professores da educação infantil é a contação de histórias, que permite a professora trazer vocabulários, fonemas, e percepções fonéticas para as crianças. Isto faz com que os estudantes desenvolvam o interesse pela leitura, aprimorem o vocabulário, além de ser algo prazeroso. 
 Por meio da leitura, conseguimos trabalhar rimas, consciência fonológica, ortografia das palavras, conhecer e manipular os sons das palavras, sendo feito de forma lúdica e participativa por todas as crianças. 
 Assim, podemos ver o quanto é fundamental a participação de todos dentro de uma instituição: professores, familiares, coordenador pedagógico, diretor, funcionários de serviços gerais, etc. Portanto, o trabalho em conjunto é imprescindível para que ocorra o interesse e o desenvolvimento da escrita e leitura na primeira infância, na educação infantil. 
 Paulo Freire afirma que, embora todo conhecimento tem que ser transmitido e passado pelo professor, é de grande valia todo o conhecimento que o aluno já traz consigo no seu âmbito social, trazido pela contribuição de vivência em uma sociedade. 
Jean Piaget foi um psicólogo Suíço que se preocupou em estudar “o sujeito epistêmico”, ou seja, como se desenvolve estruturas mentais desde a infância até a vida adulta, num processo de interação com outras pessoas e objeto de conhecimento. Ressaltou que todas as crianças passam por estágios de desenvolvimento cognitivo progressivamente, porém cada estágio se define por surgir estruturas primárias, do qual a construção se difere dos estágios anteriores.
Na teoria do desenvolvimento cognitivo de Jean Piaget, é destacado que as crianças passam por quatro estágios num progresso de aquisição do conhecimento. O primeiro estágio consiste no Sensório-Motor (0 a 2 anos), o segundo estágio, o Pré-Operatório (2 a 7 anos) decorrendo ao egocentrismo praticamente total, onde a única referência é o próprio corpo da criança. O terceiro estágio, trata-se das Operações-Concretas (7 a 11/12 anos), o quarto estágio, Operações-Formais (11/ 12 anos em diante). 
Para Piaget, esses estágios avançam em ampla sequência e contínua, dessa forma o desenvolvimento mental se manifesta através da complexidade, diferenciação e enriquecimento gradativo de um estágio para outro.
Piaget denominou o estágio sensório motor (0-2 anos) como o período mais primitivo do desenvolvimento cognitivo infantil, porém se caracteriza por um extraordinário desenvolvimento mental. É o estágio da coordenação das ações, reflexos e das primeiras emoções. Caracterizado por esquemas de ação mais elaborados, que coordena os esquemas que a criança utiliza.
A característica principal do estágio pré-operatório (2-7 anos) é o desenvolvimento da linguagem e capacidade de representação simbólica, ou seja, a criança já tem mentalizada objetos que está fora do seu campo visual. O jogo simbólico ou brincadeira conhecida como faz-de-conta é uma importante atividade desse período, pois é uma atividade lúdica onde as crianças desenvolvem a autonomia. É ampliada a visão de mundo, tendo facilidade para interagir com novos ambientes e pessoas.
O início do estágio Operações-concretas (7-11/12 anos em diante) pode-se perceber a evolução dos aspectos mencionados anteriormente. A criança desenvolvehabilidade para solucionar problemas concretos, ou seja, capacidade de adquirir personalidade individualizada. Nessa fase passa do pensamento egocêntrico para construção da razão.
 Como podemos ver, é nesse processo de estágio que a BNCC, decretou que as crianças tendem a serem alfabetizadas, pois é nessa faixa etária que vão estar com todo o processo evolutivo decorrente a todo mecanismo utilizado na sua primeira infância, decorrendo de todo trabalho realizado dentro da escola, ou até mesmo em casa, pensando em crianças que não vão à escola na primeira infância, mas são estimuladas em casa com dinâmicas, brincadeiras, jogos, leitura. 
2.2 O BÊ-Á-BÁ DOS MÉTODOS DE ALFABETIZAÇÃO
 O famoso Bê-a-bá é considerado um dos mais antigos métodos de alfabetização que temos na nossa cultura. A proposta é que o indivíduo aprenda os nomes das letras, reconheça-as fora da ordem alfabética e, por fim, tente redescobri-las em palavras ou textos, a partir da soletração.
 Ensinam-se estratégias de soletração, onde o aluno terá que associar o nome da letra, a sua representação visual e ao som que ela adquire. A vantagem desse processo de alfabetização ainda usado em muitas escolas do nosso país, é que permitem que a criança reconheça as letras, e seus respectivos sons, tendo em vista que são fundamentais para o princípio básico de qualquer sistema alfabético. Trata-se, portanto, do método chamado de alfabético ou soletração. 
 Temos também em vigor, o método fonético ou fônico. Foi desenvolvido na França e na Alemanha, onde retrata o fonema e o grafema. Começa sempre dos sons mais simples para os mais complexos, das vogais para as consoantes. Por fim, formam-se as sílabas e as palavras. Há várias maneiras de apresentar os fonemas, partindo de palavras significativas para os alunos ou relacionando uma palavra a uma imagem e a um som. Há exemplos na clássica Cartilha Nacional, do século 19.
 Ao aproximar fonemas e grafemas, o método estabelece relação direta entre a escrita e a fala, outra característica básica de sistemas alfabéticos, abrindo caminho para a codificação e a decodificação dos textos.
 Porém, é um método um pouco arriscado, pois uma mesma letra pode apresentar mais de um fonema, sendo então um pouco complexo sua abordagem.
 O método silábico, é um outro método utilizado, que consiste em pronunciar a consoante juntamente com uma vogal, considerando a sílaba uma linguagem linguística fundamental. O processo se apoia em cartilhas que apresentam as famílias silábicas, que podem ser associadas a desenhos ou palavras-chave, cujas sílabas iniciais são destacadas. Aos poucos, o aluno entra em contato com pequenos textos. 
Por fim, iremos abordar os métodos analíticos em geral, palavração surge como a unidade linguística é a palavra que deve ser reconhecida graficamente sem a necessidade de decompô-la em sílabas, letras ou mesmo fonemas e grafemas. A proposta é de que se forme um repertório antes de construir frases e pequenos textos.
 A sentenciação, é uma proposta mais complexa, pois se retrata da frase. O estudante deve reconhecer e compreender o sentido de uma sentença para só depois analisar as suas partes menores (palavras e sílabas). E por fim, o método global, onde parte-se de um texto, trabalhado por certo tempo, no qual o aluno memoriza e entende o sentido geral do que é “lido”.
2.3 BREVE APRESENTAÇÃO SOBRE ALFABETIZAÇÃO NO BRASIL 
Na época dos jesuítas e do período colonial, em 1554, tiveram os primeiros registros sobre a educação brasileira. Em 1759, quando os padres foram expulsos do país, suas escolas tinham matriculado menos de 0,1% da população. As primeiras tentativas de organizar a educação do país começaram em 1876. Esse período foi marcado pela implementação dos primeiros métodos de ensino de leitura, com base em abordagens sintéticas como o método alfabético. Coincidiram com os movimentos pela formação da República.
A segunda fase da alfabetização no Brasil, depois de 1890, começou em São Paulo, com professores que defendiam a importância da pedagogia (o “como” se ensina) e dos métodos analíticos. Essa visão moderna gerou conflitos entre esse grupo e os adeptos mais tradicionais (sintéticas). O termo “alfabetização” foi criado, mas o foco permaneceu em ensinar os alunos a ler, a escrita ainda estava muito ligada à caligrafia.
A terceira fase da alfabetização começou por volta de 1920, quando os métodos analíticos começaram a ser rejeitados abertamente pelos professores que se tornaram obrigatórios na segunda fase. Foi nesse período em que nasceram os métodos mistos e os testes ABC para medir o desempenho dos alunos.
 Com início em 1980, a quarta fase da alfabetização brasileira surgiu o construtivismo, um paradigma muito diferente da tradição behaviorista. Foi marcada por mudanças sociais e políticas que resultaram na restauração da democracia.
A desvantagem da difusão da perspectiva construtivista foi que ainda não havia um método de ensino-aprendizagem estruturado A ausência de um método estruturado ainda está presente em nossas escolas e deve ser um dos fatores que causa o baixo desempenho dos estudantes de hoje.
Na década de 1990, o sistema educacional brasileiro cresceu e se tornou cada vez mais universalizado. A intenção era permitir que o Brasil fosse competitivo em um contexto globalizado e digital.
O acesso à escola em todos os níveis de educação aumentou consideravelmente, e o país pôde dizer com orgulho que quase todas as crianças já estavam na escola. Apesar de conseguir matricular praticamente todas elas, notou-se que não estavam aprendendo o suficiente. Esse cenário é bastante parecido com a situação atual de nossas escolas.
3. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA/ESTADO DA ARTE
No decorrer dessa pesquisa destacaram-se alguns autores que retratam a importância da alfabetização e letramento na educação infantil. Tais autores trazem grande bagagem para a formação acadêmica e principalmente para as vidas de nossas crianças. 
Segundo Paulo Freire, vimos os pilares que a educação infantil passa no processo de alfabetização, e abrangendo cada vez mais conteúdo importante para o desenvolvimento da criança.
Compreendemos a importância do ensino da forma bê-á-bá que é extremamente significante para a formação das nossas crianças, e o quanto é necessária para aquisição de conhecimento.
Por fim, vimos que a compreensão para o desenvolvimento da criança passa por várias etapas e são fundamentais que ocorram de forma coerente, lúdica e didática, para ser algo prazeroso e admirável para as crianças. Isto é, cada vez que esse trabalho seja realizado de forma totalmente voltado para o bem estar das crianças, é mostrado a importância de estarmos em andamento e cuidado com os alunos nesse processo desafiador que é a alfabetização. 
Trata-se de um processo que tem que ser feito com todo amor, cuidado e encantamento para as crianças, transmitindo cada vez mais conhecimento, e trazendo, com isso, o interesse das crianças nesse novo mundo, que é a alfabetização e letramento, onde eles compreendem que a leitura, a escrita, as histórias, as regras, os jogos, e todo o processo que vemos, é fundamental para o seu desenvolvimento motor, intelectual e cultural. 
Magda Soares destaca que 
Mesmo atividades muito presentes na educação infantil, em geral consideradas apenas pela sua natureza lúdica - repetição de parlendas, a brincadeira com frases e versos trava-línguas, as cantigas de roda, a memorização de poemas -, são passos em direção à alfabetização porque, se nesse sentido orientadas, desenvolvem a consciência fonológica, fundamental para a compreensão do princípio alfabético (SOARES, 2017, p. 142). 
É possível identificar nessa primeira etapa da educação básica, a faceta fundamental da alfabetização que é a consciência fonológica, cujos estímulos que levam a criança a desenvolvê-la devem ser conhecidos também pelos professores da educação infantil, para que no dia a dia, em meio aos demais percursos curriculares, seja trabalhada. Sendo geradosempre a atenção da criança para determinados pontos dessa habilidade:
Se o sistema alfabético representa os sons da língua, é necessário que a criança se torne capaz de voltar sua atenção não apenas para o significado do que fala e ouve, mas também para a cadeia sonora com que se expressa oralmente ou que recebe oralmente de quem com ela fala: que perceba, na frase falada ou ouvida, os sons que delimitam as palavras; em cada palavra, os sons das sílabas que constituem cada palavra; em cada sílaba, os sons de que são feitas. (SOARES, 2017, p.142).
De acordo com Soares “[...] Jogos para o desenvolvimento da consciência fonológica, se realizados sistematicamente na educação infantil, criam condições propícias, até mesmo necessárias, para apropriação do sistema alfabético” (SOARES, 2017, p.142). 
Podemos observar que grande parte das escolas vêm trazendo esses ensinamentos da Magda Soares, onde trazem de volta todo esse processo de brincadeiras e didáticas lúdicas para o maior desenvolvimento da criança. 
4. DESENVOLVIMENTO 
 Para a construção desse artigo foi realizado a escolha do tema, e em segundo momento o desenvolvimento da pesquisa que atribuiu e foi eficaz através do plano de pesquisa. 
 Para o presente estudo foi realizada pesquisa bibliográfica que, segundo Fonseca (2002, p. 32) a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Possibilita ao investigador investigar ampla fonte de conhecimento sob ótica de vários autores. 
 As reflexões partiram de artigos, publicações feitas pela rede de internet, livros acadêmicos e google acadêmico. Com isso, a análise de dados está baseada em toda a pesquisa obtida dessas informações. 
 O método utilizado na construção do presente artigo foi o método de pesquisa qualitativa, onde foram usadas as técnicas de coletas de dados em bibliografias.
 Considerando, no entanto, que a abordagem qualitativa, enquanto exercício de pesquisa, não se apresenta como uma proposta rigidamente estruturada, permite que a imaginação e a criatividade levem os investigadores a propor trabalhos que explorem novos enfoques (Pesquisa qualitativa, tipos fundamentais).
 Desta forma a pesquisa qualitativa não compete a números e sim é conduzida por interpretação, buscando respostas válidas e confiáveis, onde podemos utilizar nossa criatividade e explorar todo conhecimento adquirido no decorrer da nossa formação, onde o pesquisador e o sujeito são geradores de conhecimento.
 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
 Diante de tudo que foi exposto até aqui, é possível concluir que a vida acadêmica do professor regente dentro de uma sala de aula, cada vez mais está sendo modificada no decorrer dos anos, e isso afeta diretamente o ensino aplicado aos alunos. Sendo esse um ponto em vigor, nos traz a ideia de saber oficialmente qual o papel do professor dentro da sala de aula, num processo de alfabetização e letramentos na educação infantil.
 Com isso, é possível compreender e trazer a memória o quanto é importante falar sobre a alfabetização e letramento na educação infantil e o quanto é enriquecedor para seu desenvolvimento. Acredita-se que a educação infantil nada mais é do que um processo onde a criança estará apenas sendo ‘’cuidada’’ e brincando no período que estará na instituição de ensino. 
 No entanto, cabe destacar a importância da educação infantil no desenvolvimento da criança, tendo em vista que a base para uma boa alfabetização se encontra na educação infantil. 
Assim, torna-se imprescindível conhecer melhor o processo de alfabetização nessa faixa etária, analisar corretamente o professor dentro de uma sala de aula, escolher metodologias eficazes nesse processo de alfabetização, adaptar todo esse conhecimento para a realidade da sala de aula. 
 É de grande relevância que o educador possua um maior apreço pelos saberes que os educandos trazem de sua experiência fora da instituição, o estilo de linguagem, o que passa por suas mentes, sua curiosidade por cada conteúdo, e as situações experienciadas com cada tipo de matéria, mas não abandonando o conhecimento já adquirido. 
A utilidade da leitura e da escrita não é o mesmo do que só conseguir escrever e ler, a evolução das atividades produtivas e interpretativas de texto podem auxiliar o educando na assimilação acerca do emprego no âmbito social da leitura e da escrita e desse modo desenvolver-se como indivíduo inserto em um meio social comunicativo e de forma interagida na coletividade.
 Pode-se perceber que esse trabalho é de grande valia e necessário para a maior compreensão de todos que estão inseridos nesse mundo da aprendizagem das crianças. A integralidade possibilita a reflexão futuramente, o quão essa base que a educação infantil traz para a criança, é relevante para o seu desenvolvimento. E abrange que todo processo e estimulo feito nessa faixa etária é primordial para a formação das crianças. 
 O profissional da pedagogia precisa encontrar metodologias de alfabetização e letramento que sejam eficazes para seus educandos, encaixar as melhores formas de conduzir os alunos por um caminho de aprendizado que eleve seus níveis de assimilação, indo além do simples processo de escrita e leitura, ter a capacidade de colocar em prática o aprendido em seu cotidiano, com reflexão, interpretação, compreensão e análise de todos os momentos de seu dia a dia.
5. Referências
ALBUQUERQUE, Eliana Borges c. de and FERREIRA, Andrea Tereza Brito. Artigo – Práticas de ensino da leitura e da escrita na educação infantil no Brasil e na França e os conhecimentos das crianças sobre a escrita alfabética. Educ. rev. [online]. 2020, vol.36 [cited 2021-04-05], e159401.
https://andragogiabrasil.com.br/metodo-paulo-freire-de-alfabetizacao/
Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Básica, 2019.
BRASIL. Conselho Nacional de Educação.
BRASIL. Lei nº 9394/96. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional de 20 de dezembro de 1996.
BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil /Ministério da Educação e do Desporto, Secretaria de Educação Fundamental. Vol.3. Brasília: MEC\SEF, 1998.
DENZIN, N. K; LINCOLN, I.O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. Porto Alegre: Artmed, 2006.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/magda-soares-um-olhar-sobre-os-textos-da-autora-e-sua-importancia-para-a-alfabetizacao.htm
https://novaescola.org.br/conteudo/18881/guia-para-usar-a-bncc-de-educacao-infantil
 
https://novaescola.org.br/conteudo/3003/pne-meta-7
https://novaescola.org.br/conteudo/17568/o-be-a-ba-dos-metodos-de-alfabetizacao
PIAGET, J. A psicologia da criança. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1998.
SANTOS, Laís Paula Freitas. Alfabetizar ou não na Educação Infantil? Possibilidades e críticas acerca desse ensino nessa etapa da educação básica. 
https://www.scielo.br/j/rae/a/ZX4cTGrqYfVhr7LvVyDBgdb/?format=pdf&lang=pt
SOARES, Magda, Letramento e alfabetização: as muitas facetas*, 2003.Universidade Federal de Minas Gerais, Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita.]
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