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Gliconeogênese: Processo de produção de glicose a partir de compostos que não são carboidratos. É importante porque algumas células do nosso corpo praticamente só usam a glicose como fonte de energia. Glicogênio - reserva de glicose, os músculos e fígado armazenam glicogênio. O glicogênio do fígado está justamente para fornecer glicose ao sangue quando necessário. Em jejum, lentamente o fígado vai quebrando glicogênio e liberando glicose no sangue. Acontece que essa reserva abastece o corpo por metade de um dia. Sendo assim, a gliconeogênese é fundamental para manter a concentração do sangue mesmo quando em jejum. - Glicerol convertido em diidroxiacetona fosfato, composto situado entre o piruvato e glicose O glicerol faz parte da molécula de triglicerídeos, onde o glicerol está unido a três cadeias de ácidos graxos. Para extrair energia dos triglicerídeos, é necessário separar o glicerol dos ácidos graxos. O glicerol pode ser usado na gliconeogênese para fazer glicose, entretanto, os ácidos graxos não podem, porque são convertidos em acetil-CoA, e os animais não conseguem converter Acetil-CoA em glicose. O glicerol é convertido em Diidroxiacetona fosfato , que é um intermediário da glicólise. A diidroxiacetona fosfato poderá ser usada tanto na produção de piruvato na glicólise, como na produção de glicose na gliconeogênese. - Aminoácidos (exceto lisina e leucina) - Lactato No fígado o piruvato é convertido em glicose. O músculo em atividade física intensa, faz fermentação onde a glicose é convertida em lactato, que cai no sangue e vai para o fígado, e o fígado converte o lactato em piruvato, que vai ser utilizado na gliconeogênese para produzir glicose. O músculo também é rico em proteínas, essas proteínas podem ser quebradas em aminoácidos que podem ser transportados principalmente na forma de alanina e glutamina, que é levado para o fígado e converte em piruvato. Entram como moléculas intermediárias no processo de respiração celular para tomar uma via contrária e produzir a molécula de glicose Aminoácidos e lactato são convertidos no fígado em piruvato. O glicerol é separado dos ácidos graxos, Metabolismo energético: No metabolismo energético de plantas, animais e micro-organismos a glicose ocupa posição central. A glicose produz energia e é fácil de ser transportada no sangue (facilitando sua oxidação). As Principais vias de utilização da glicose: Matriz extracelular e polissacarídeos da parede celular. - Função estrutural na matriz extracelular - Síntese de polímeros estruturais. Glicogênio, amido, sacarose - armazenamento. Ribose-5-fosfato - oxidação pela via da pentose-fosfato. Piruvato - oxidação por glicólise Glicólise: É uma rota comum a ser seguida em condições aeróbicas e anaeróbicas. Evolutivamente, pode-se dizer que a glicólise parece ter surgido há muitos anos atrás, antes do aparecimento do oxigênio atmosférico. - Herança metabólica das primeiras células que realizam a fermentação. - Primeiro estágio da quebra de moléculas orgânicas pela respiração. A glicólise ocorre em uma série de 10 etapas, cada uma catalisada por uma enzima específica. Fase preparatória da glicólise - fosforilação da glicose e sua conversão a gliceraldeído-3-fosfato. - Tem o investimento de duas moléculas de ATP. - Clivagem de açúcar-fosfato com 6 carbonos em 2 açúcares-fosfato com 3 carbonos. Fase de compensação - conversão oxidativa do gliceraldeído-3-fosfato em piruvato e formação acoplada de ATP e NADH. - Geração de energia Conjunto de reações que fazem a quebra incompleta da glicose. Importância da glicose no metabolismo O papel central da glicose no metabolismo surgiu cedo na evolução, esse açúcar permanece sendo combustível quase universal dos organismos atuais. O cérebro humano requer em média 120g de glicose por dia, mais da metade de toda a glicose estocada como glicogênio. - Depende de glicose, é o principal combustível - Tecidos sensíveis ao uso de glicose. O déficit de glicose causa cefaléia. Gliconeogênese: Importância - cérebro, eritrócitos, testículos, medula renal, tecidos embrionários, a glicose é a principal ou a única fonte de combustível. O organismo precisa de um método para sintetizar a glicose a partir de precursores que não são carboidratos. A gliconeogênese é uma via anabólica que ocorre principalmente no fígado, e em menor extensão no córtex renal e nas células epiteliais. - Síntese de glicose. - Precursores: piruvato, lactato, glicerol e alguns aminoácidos. No organismo alimentado: Fígado: conservação do combustível - o glicogênio é sintetizado e a rota glicolítica e a piruvato desidrogenase são ativadas, hidrolisando a glicose a acetil-Coa para a síntese de ácidos graxos. - Glicose em concentrações altas ativa as vias da glicose. - Tem glicose, começa o processo de respiração celular. Organismo em jejum: Fígado - mantém o nível de glicose no sangue hidrolisando o glicogênio o glicogênio invertendo o fluxo da glicólise para gliconeogênese. - As reações enzimáticas da gliconeogênese são ativadas quando o animal está em jejum. - Ativa a gliconeogênese para compensar o SNC. Em jejum o cérebro sinaliza. O fígado precisa manter o nível de glicose no sangue, hidrolisando (usa água para quebrar a ligação) glicogênio (que foi estocado quando o animal estava alimentado). - A glicose a mais vai ser convertida em aminoácidos (Os corpos cetônicos são mais hidrossolúveis - pode ser usado no cérebro). Síntese de carboidratos a partir de precursores simples: Dois destinos alternativos para o piruvato: - Sofre ação da piruvato-carboxilase e é convertido a oxaloacetato, indo para gliconeogênese. - Sofre ação do complexo piruvato-desidrogenase, onde é descarboxilado e convertido a acetil-Coa, indo para o ciclo de Krebs. Gliconeogênese: - Inicia no piruvato e vai até a glicose. Possui três reações de contorno. Possui 7 reações compartilhadas. Três delas não são compartilhadas com a glicose, porque no ponto termodinâmico (não consegue mudar a conformação) não é possível. Primeira reação de contorno - conversão do piruvato em fosfoenolpiruvato. Saldo de 2 ATP E 2 GTP - Ocorre no citosol. - Utiliza o piruvato ou lactato. Essa sequência de carboxilação-descarboxilação representa uma forma de “ativação” do piruvato. A descarboxilação do oxaloacetato facilita a formação do PEP. O piruvato é transportado para a mitocôndria e é carboxilado convertido a oxaloacetato pela enzima piruvato-carboxilase, que requer a coenzima biotina. - A biotina é um transportador de bicarbonato ativado. - A biotina é coenzima da piruvato-carboxilase, a carboxilação vem do bicarbonato. - O bicarbonato se liga ao grupo da biotina, fazendo com que seja liberado um grupamento carboxila, que se liga ao piruvato. - No sítio ativo da piruvato carboxilase: o CO2 ativado é transferido da biotina para o piruvato: Como a membrana mitocondrial não tem transportador para o oxaloacetato, antes de ser exportado para o citosol, o oxaloacetato vai ser reduzido a malato pela malato-desidrogenase, com consumo de NADH. O malato sai da mitocôndria por um transportador específico, e no citosol ele é reoxidado a oxaloacetato, com produção de um NADH. O oxaloacetato sofre descarboxilação e é convertido a PEP, pela fosfoenolpiruvato-carboxicinase. Lactato - PEP - Essa via predomina quando o lactato é o precursor glicogênico. Essa via faz uso do lactato produzido na glicólise nos eritrócitos ou no músculo em anaerobiose. A conversão do lactato em piruvato no citosol de hepatócitos gera NADH. O piruvato é produzido na reação lactato-desidrogenase, é transportado para a mitocôndria, e é convertido a oxaloacetato pela piruvato-carboxilase. Nesse caso, o oxaloacetato é convertido diretamente a PEP pela isoenzima mitocondrial PEP-carboxicinase, e o PEP é transportado para fora da mitocôndria para dar continuidade à via gliconeogênica. Segunda reação de contorno: Conversão de frutose 1,6 bifosfato a frutose-6 fosfato. Desforsforilação da frutose 1,6 bifosfato pela FBPase-1. A frutose 1,6 bifosfato,é catalisada pela frutose-1,6-bifosfatase que promove a hidrólise do fosfato. Terceira reação de contorno - Ocorre no retículo. A glicose-6-fosfatase está presente no retículo de hepatócitos, de células renais e células epiteliais do intestino delgado. - A glicose é entregue do fígado para outros tecidos via corrente sanguínea. Conversão da glicose 6-fosfato em glicose. Ocorrer a desfosforilação da glicose 6-fosfato para formar glicose, a reação é catalisada pela enzima glicose-6-fosfatase O inverso da reação da hexocinase exigiria a transferência de um grupo fosforil da glicose 6-fosfato para ADP, formando ATP, reação energeticamente desfavorável. A hexocinase aprisiona a glicose para que não volte para o sangue. A glicose é liberado no sangue e enviada para o cérebro O último fosfato é removido porque a glicose fosforilada não passa pela membrana e fica no sangue. Por que realizar gliconeogênese? a glicose formada pode entrar na fermentação ou na via glicolítica Compensando gasto de ATP - Produzindo ainda mais. fundamental para se manter a concentração de glicose no sangue mesmo quando estamos em jejum Intermediários do ciclo do ácido cítrico e aminoácidos glicogênicos Os intermediários do ciclo do ácido cítrico com 4, 5 e 6 carbonos podem ser utilizados para a síntese de glicose. Átomos de carbono dos aminoácidos derivados de proteínas também podem ser utilizados nessa síntese. Aminoácidos glicogênicos - Servem como precursores de intermediários do ciclo do ácido cítrico Relação entre diferentes órgãos na gliconeogênese: Músculo (jejum) : Aminoácidos - alanina (que vai para o fígado) Músculo ( um esforço intenso) - lactato ( que vai para o fígado). No fígado a alanina e o lactato são convertidos em piruvato. Ciclo de cori: O ATP utilizado pelo fígado para ressintetizar a glicose a partir do lactato é reposto pela fosforilação oxidativa. Regulação da glicólise e da gliconeogênese: - Regulação alostérica - Modificações covalentes (fosforilação) - Transcrição gênica - Regulação hormonal Se a glicólise (a conversão de glicose em piruvato) e a gliconeogênese (a conversão de piruvato em glicose) ocorressem simultaneamente em altas taxas, o resultado seria o consumo de ATP e a produção de calor. Regulação hormonal: a insulina inibe o processo de gliconeogênese, e o glucagon estimula o processo de gliconeogênese. Ficar em jejum estimula aumenta a concentração de glucagon. A concentração de glucagon estimula o processo de gliconeogênese, vai utilizar glicerol (gordura), que podem reduzir o peso. Essas duas reações enzimáticas, e várias outras nas duas vias, são reguladas alostericamente e por modificações covalentes (fosforilação). Por ora, basta dizer que as vias são reguladas de forma que, quando o fluxo de glicose por meio da glicólise aumenta, o fluxo de piruvato em direção à glicose diminui, e vice-versa. A glicólise e gliconeogênese são mutuamente reguladas para prevenir o gasto operacional com as duas vias ao mesmo tempo. 3 reações irreversíveis, ou seja, com enzimas diferentes 1) Glicólise - Hexoquinase (doa P para impossibilitar que ela sai da célula) Gliconeogênese - glicose 6-fosfatase (retira um P) a fosfoglicose-isomerase, transformar a glicose 6- fosfato em frutose-6 fosfato, mudando sua isomeria. 2) Glicólise - fosfofrutoquinase - doa uma molécula de P Gliconeogênese - frutose 1,6 bifosfatase retira uma P, tornando-se frutose-6-fosfato. 3) Glicólise - Fosfoenolpiruvato é convertido a piruvato pela piruvato quinase. Gliconeogênese - de piruvato a oxaloacetato pela enzima piruvato carboxilase. E o oxaloacetato para fosfoenolpiruvato pela PEP carboxiquinase.
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