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UHE BELO MONTE - Parte 3

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO
FACULDADE DE ENGENHARIA 
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA INDUSTRIAL
 
 
  
 
 
 
JULIANA PINHEIRO QUEIROZ FERREIRA
 
POSIÇÃO QUANTO À CONSTRUÇÃO DA UHE BELO MONTE
 
  
 RIO DE JANEIRO
2020
	Já há alguns anos, a população mundial está mais ciente dos impactos que geram na natureza e quais as suas devidas consequências. A busca pela sustentabilidade afeta as grandes potências econômicas e as também as mentalidades individuais. É visto um número considerável de empresas multinacionais se unindo para buscar soluções que geram impacto positivo ao meio ambiente e, com isso, uma geração que se importa em crescer agora, pensando no legado que deixarão para as próximas gerações. 
	Sendo assim, um dos principais fatores que pode ser levado em consideração são as fontes renováveis para geração de energia, tendo em vista que as não renováveis são aquelas que se utilizam de recursos naturais esgotáveis, ou seja, que terão um fim, seja em um futuro próximo, seja em um período de médio ou longo prazo. Em alguns casos, esse tipo de energia costuma apresentar problemas de ordem ambiental, além de disputas envolvendo a extração e comercialização de suas matérias-primas (PENA).
Figura 1: Fontes Renováveis e Não Renováveis
Disponível em: < https://amphenolbroadband.com.br/2020/01/06/tipos-de-energia-renovavel-mais-utilizadas-nas-residencias/ > Acesso em: 17/11/2020
	Por mais que o Brasil ainda tenha uma independência muito grande aos combustíveis fósseis, quando comparada com a matriz mundial, podemos perceber que o uso em território nacional é bem mais baixo que os demais. Quase metade da energia consumida no país é renovável, ou seja, que se refaz em um curto período e não é finita. As fontes da matriz energética brasileira, segundo a ANEEL (2005) são umas das mais limpas do planeta. 
Figura 2 Fonte: Empresa de pesquisa energética (EPE)
Disponível em: < https://www.epe.gov.br/pt/abcdenergia/matriz-energetica-e-eletrica> Acesso em: 17/10/2020
	Quando falamos de eletricidade, o Brasil faz parte do grupo de países que tem sua produção majoritariamente nas usinas hidrelétricas (OLIVEIRA, 2014). Essas usinas representam um pouco mais que 70% do total produzido para uso nacional, sendo ele industrial, comercial ou até mesmo residencial. Com isso, percebemos que a matriz elétrica é ainda mais limpa quando comparado ao cenário mundial. 
	O funcionamento das hidrelétricas se dá com o aproveitamento do movimento das águas em rios desnivelados para acelerar as turbinas e gerar eletricidade. Sendo assim, a geração de energia é feita através de recursos hídricos, que são renováveis. Outro fator vantajoso para a utilização de UHE (usinas hidrelétricas) é o custo inferior, uma vez que a construção da mesma não se compara a outras usinas, como eólicas, termelétricas e nucleares, que inclusive, são muito mais poluentes. 
	Em contrapartida, o espaço que as usinas hidrelétricas ocupam diversas vezes são reservas florestais, ricas em fauna e flora. Além disso, esse local pode ser ocupado por população indígena ou ribeirinha, que já possui um modo de vida intrínseco a eles, onde em outro espaço, podem não se adaptar (PENA).
Figura 3 A construção requer o represamento de água em grandes extensões
Disponível em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/hidreletricas-no-brasil.htm> Acesso em: 30/10/2020
	Segundo Fearnside (2015), as barragens hidrelétricas representam grandes investimentos e impactos socioambientais e o principal foco de estudo é a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, antigamente chamada de Kararaô, localizada no rio Xingu. 
	A Usina Belo Monte é um projeto que começou na década de 70 com previsão de quarenta anos de construção, porém mesmo após o prazo estipulado, a obra atrasou em alguns anos. Por conta de muita pressão dos ambientalistas e povos indígenas, o projeto teve que ser refeito algumas vezes. Em 2011, ocorreu uma comoção nacional maior que o esperado, atraindo diversos olhares para a obra, por vezes positivo e outras, negativo. Esses protestos ficaram marcados através dos inúmeros movimentos relacionados à construção, principalmente nas áreas de implantação.
Figura 4: Índios amazonenses protestam em Brasília contra as barragens de Belo Monte
Disponível em: <http://memorialdademocracia.com.br/card/xingu-vivo-para-sempre> Acesso em: 27/10/2020
Alguns dos pontos positivos destacados, além do comprometimento do escoamento do rio, afetando a fauna e flora local, de acordo com a reportagem “Usina de Belo Monte: energia ou impacto ambiental?” publicada na página digital do Guia da Carreira, podem ser destacados:
· Destruição de igarapés que cortam cidades importantes do Pará;
· Inundação de algumas áreas agrícolas, o que faz com que alguns produtores percam suas terras férteis;
· Comprometimento do transporte fluvial, deixando áreas isoladas;
· Destruição de milhares de árvores e mudança na vida marítima através dos alagamentos;
· Construção desnecessária por conta da quantidade de usinas brasileiras que estão sendo subutilizadas e poderiam aumentar sua capacidade sem prejudicar a mais.
E quando falado sobre os aspectos positivos, também retirados da mesma fonte, podemos citar: 
· A usina pode fornecer energia suficiente para abastecer 60 milhões de pessoas, colocando o país em uma posição energética favorável;
· A energia hidrelétrica é considerada uma fonte limpa;
· A obra pode ajudar a desenvolver as cidades localizadas no entorno da usina e melhorar a vida dos moradores, com maior acesso a modernidades que antes não possuíam;
· É considerado um projeto visando o futuro dos moradores da região Norte, ou seja, com a finalização, trará muitos benefícios.
	Porém, é importante ressaltar que com o desenvolvimento da área devido a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, as cidades ao redor cresceram exponencialmente, sem conseguir manter ordem. A população aumentou mais do que o valor referente a metade e trouxe alguns problemas por isso, podendo ser citados:
· Aumento da criminalidade e número de assassinatos;
· Excesso de trânsito e acidentes no tráfego;
· Aumento de custo de vida devido aos impostos;
· Superlotação dos hospitais e escolas;
· Pouca moradia para a quantidade de pessoas que migraram.
	A Norte Energia, responsável pela construção da maior usina hidrelétrica totalmente brasileira, continua devendo às populações ribeirinhas um reassentamento. Uma parcela dessa população chegou a ser mandada até mesmo para áreas urbanas muito distantes do local de origem, onde guarda os seus recursos, a sua história e as suas tradições culturais, tornando-se impossível continuar com o modo de vida habitual. 
	A construção da usina envolve a mão de obra direta e indireta de 40 mil trabalhadores. Muitos deles deverão ser dispensados conforme a construção vai terminando. Ainda não há planos para o que será feito a seguir com esses operadores. Se a maioria resolver se estabelecer nas cidades próximas, sem emprego, isso pode agravar ainda mais o caos social (Usina de Belo Monte: energia ou impacto ambiental?).
	A discussão maior tem se dado através dos impactos econômicos, sociais e ambientas. Além disso, é de conhecimento geral que as usinas espalhadas pelo Brasil ainda não alcançaram sua capacidade produção máxima, ou seja, poderiam produzir energia elétrica e distribuir para o país de forma que sustentasse a demanda da UHE Belo Monte.
	Outro fator que chama atenção é a disponibilidade de exploração de outras fontes renováveis pelo Brasil, como a eólica e a exploração de biomassa, através do plantio e utilização da cana-de-açúcar. A região nordeste é a que mais se utiliza de fontes alternativas e limpas, já que o período de seca é grande e não tem como instalar usinas hidrelétricas para suportar.
Figura 5: Ranking de energia Eólica
Disponível em: < http://pac.gov.br/i/44562bad > Acesso em: 15/11/2020
	Internacionalmente, a construção da usina foi muito criticada diante dos impactos socioambientais e até mesmo econômicos. Podemos tomar como exemplo,primeiramente o Fundo Soberano da Noruega que excluiu o Eletrobrás da carteira de investimento por violação dos direitos humanos, levando em consideração principalmente a não realocação das comunidades ribeirinhas e das perdas das terras indígenas.
	Um dos fatores que fez com que os órgãos reguladores não levassem muito em conta o que foi considerado pelos outros países é pelo Brasil ter uma das fontes mais limpas do mundo, por ser mais da metade gerada através de recursos renováveis e sua geração não causar danos no meio ambiente. Note que os impactos causados durante a geração são diferentes dos impactos durante a construção.
	É nessa perspectiva que se observa a existência de grandes disparidades entre o que foi planejado para a usina e o que realmente é efetivado. Apesar de já estar operando, Belo Monte ainda não atingiu a totalidade da potência instalada (COSTA, 2019). Diante disso, a viabilidade da usina se tornou questionável.
	De acordo com dados da Agência Nacional de Energia Elétrica (AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA, 2005), essa usina se configura com uma capacidade de 11.000 MW, porém com energia firme de apenas 40% (considerando os períodos de seca) e que em contrapartida, a usina hidrelétrica de Tucuruí, possui uma porcentagem maior, equivalente a 49% de energia firme. Com isso, já podemos começar a perceber que a construção de Belo Monte não vem com o intuito de produzir mais, apenas para ser uma produzindo em conjunto e não levando em consideração as capacidades inexploradas das outras hidrelétricas.
Tabela 1: Características técnicas de algumas Usinas na Região Amazônica.
Fonte: (COSTA, 2019).
	É notório que a energia firme da UHE Belo Monte é a de menor percentual quando comparada a algumas outras hidrelétricas também brasileiras. Porém, de acordo com a ELETROBRAS, esses dados não podem ser analisados isoladamente e necessitam de uma análise mais afundo para interpretar os quesitos que agem para essa margem estar mais abaixo.
	De acordo com Fearnside (2015), o tamanho do reservatório na bacia de Xingu (516 km²) é muito pequeno comparado com a capacidade instalada (11.233 MW), tendo que contar com represas complementares, como a de Babaquara para suprir a capacidade não atingida. Esse caso mostra o quanto é necessário reformular o sistema de avaliação ambiental para analisar os impactos que os complementos de projeto podem causar.
	Ao se tratar de localização, a bacia onde Belo Monte se encontra é um local muito propício para a instalação de uma usina e, de acordo com os “barrageiros”, será difícil encontrar algum lugar que seja tão bom quanto para a construção das barragens. Apesar disso, a obra levaria a impactos sociais e ambientais desastrosos em troca do pouco benefício (FEARNSIDE, 2015) para a população brasileira. A UHE em si, é apenas um ponto muito pequeno para discussão, porém quando levado em consideração o projeto inteiro, os impactos são enormes. O alto custo ambiental e social de barragens hidrelétricas indica a necessidade de o país reavaliar a sua alocação de eletricidade a indústrias de exportação elétricas. 
Figura 6: Mapa de Localização da Usina Hidrelétrica (UHE) de Belo Monte
Fonte: Relatório do Processo de Licenciamento - (RPL).RPL - Belo Monte - Ibama
	Diante desse cenário, é perceptível que os benefícios que a usina trouxe foram bem menores diante dos malefícios causados. Contando com as causas ambientais, econômicas, sociais e políticas, que geraram muito atraso para reformular o projeto, desencadearam em multas muito grandes. Essas multas prejudicaram ainda mais a visibilidade do projeto.
	A produção que a usina estava preparada para desempenhar quando projetaram inicialmente, não é compatível com a real. Além disso, quando o projeto começou a ser desenvolvido, não contaram com inúmeros atrasos e tantas multas aplicadas. No geral, o planejado e a realidade são muito diferentes e não trouxeram o retorno esperado. 
	Sendo assim, quando juntamos alguns dos fatores negativos das usinas, como a mudança forçada do hábito de vida das populações ribeirinhas, a expulsão dos índios de terras indígenas, as mudanças de curso no rio que provocam a extinção da vida marinha no local e também as áreas alagadas, com os fatores econômicos, analisamos que a construção da usina foi precipitada e não tão necessária, uma vez que poderiam ter usado o capital para investir em outras fontes renováveis, como a geração de energia através do vento e da cana-de-açúcar.
	Com isso, podemos ressaltar que os protestos por ambientalistas foram bem aplicados, quando analisaram todos os impactos socioambientais que poderiam vir a ocorrer e de fato ocorreram. Já as respostas dadas pelos idealizadores do projeto, que afirmavam que a usina traria um retorno financeiro e até mesmo ambiental, quando começasse a produzir energia, não vieram a se tornar reais, uma vez que o que prejudica mais do que traz benefícios. 
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Energia Assegurada. Cadernos Temáticos da ANEEL, 2005. Acesso em: 11 novembro 2020.
AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA. Atlas de energia elétrica do Brasil. 3. ed. ed. Brasília: TDA COMUNICAÇÃO, 2008.
COSTA, S. D. USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE: ANÁLISE MULTITEMPORAL DA PRODUÇÃO DE ENERGIA E IMPACTOS AMBIENTAIS. Revista Brasileira de Energias Renováveis, Belém, p. 14, 2019.
FEARNSIDE, P. M. Hidrelétricas na Amazônia: impactos ambientais e sociais na tomada de. Manaus: INPA, v. 1, 2015.
OLIVEIRA, S. B. L. Análise da Matriz Energética Brasileira e o Uso da Biomassa no Mercado Nacional. Periódico Científico do Núcleo de Biociências , Belo Horizonte, 04 agosto 2014. 11.
PENA, M. R. A. Geografia: Fontes de Energia: Fontes de Energia Não Renovável. Brasil Escola. Disponivel em: <https://brasilescola.uol.com.br/geografia/fontes-nao-renovaveis-energia.htm>. Acesso em: 06 novembro 2020.
PENA, R. F. A. Hidrelétricas no Brasil. Mundo Educação. Disponivel em: <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/hidreletricas-no-brasil.htm>. Acesso em: 12 novembro 2020.
USINA de Belo Monte: energia ou impacto ambiental? Guia da Carreira. Disponivel em: <https://www.guiadacarreira.com.br/educacao/usina-hidreletrica-belo-monte/>. Acesso em: novembro 2020.

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