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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS MULTIDISCIPLINARES NÚCLEO DE ESTUDOS EM EDUCAÇÃO E PROMOÇÃO DA SAÚDE PROMOÇÃO DE SAÚDE 3 Estudo de Caso : Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência ACADÊMICOS : Sheila Pereira da Silva - 211040340 DOCENTES: Profª Dra Andréa de Oliveira Profº Dr André Ribeiro Profª Dra Alessandra Lisboa Profº Dr Jônatas de França Profº Dr Isaias Nery Profº Dr Felipe Silva Profº Me Jitone Leônidas Profº Me Cássio Costa Profª Me Jackeline Neres Profª Me Tayane Medeiros Profª Esp Carissa Menezes Brasília - DF 2021 ESTUDO DE CASO Introdução : A realização da entrevista foi bastante interessante uma vez que o projeto escolhido por mim foi um que eu, durante o meu ensino fundamente, também participei e diversas falas do entrevistado me fizeram perceber que o projeto realmente é relevante na formação de jovens e adolescente. Ainda que em decorrência da Pandemia da COVID-19 esteja suspenso, escolhi um programa que está presente na minha cidade (Cidade Ocidental-GO) chamado Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), que tem como objetivo orientar os jovens e adolescente, do ensino fundamental, quanto ao uso de drogas a fim de prevenir o consumo tanto de drogas lícitas quanto ilícitas. Esse projeto é realizado nas escolas municipais, e a escola escolhida para obter as informações foi a Escola Municipal Severino Teotônio da Costa, a qual a representante afirmou que há intenções que o projeto seja retomado o mais breve possível. Dados da Entrevista: Como a promoção da saúde visa bem-estar físico e mental do indivíduo, com a escolha do projeto PROERD, a entrevista foi realizada com um jovem que durante o seu ensino fundamental participou desse projeto quando ainda estava vigente, na época esse aluno cursava o 5° ano, e afirmou que o projeto foi de grande valia na sua formação, uma vez que, o fato de as palestras serem dinâmicas, mas ministradas por policiais militares contribuem para que os jovens entendessem a relevância das informações que eram repassadas e que isso deu mais credibilidade no ensino. O contexto de ser palestrar em escolas, voltada para jovens que estão no início da adolescência é um fator bastante relevante pois é exatamente na época em que começam a ter mais contato com pessoas mais velhas e que começa a sofrer mais influências quanto ao consumo de bebidas alcoólicas e cigarro, bem como é o período em que estava passando por maiores transformações e que, se não fossem as aulas semanais com orientações de como recusar, de que não precisa fazer uso de substâncias ilícitas para ser aceito nos grupos, talvez sua realidade fosse outra. Os pontos positivos eram as aulas semanais, e que apesar de serem policiais, eles ministravam as aulas de forma dinâmica sem intimidar os alunos. As aulas eram repletas de teatros e brincadeiras que aludiam situações que os jovens poderiam presenciar, e quais seriam as melhores formas para saírem de tais situações. Outro ponto apontado como positivo era a cartilha que eles recebiam para realizar atividades pois informa que hoje, ao relembrar dos textos, percebe que de fato diversas situações que nelas eram fictícias ocorreram com ele na vida real. O entrevistado ressaltou que o ponto chave para ele foi a formatura que ocorreu no final do ano pois, ali despertou nele a vontade de seguir na carreira militar e desde então vem estudando para essa realização. Além disso o projeto propunha atividades para serem realizados em família o que estreitou mais os laços em sua casa e que possibilitou que seus pais abordassem esse assunto em casa, o que até então não havia ocorrido. E para ele, essa liberdade que esse diálogo com os pais lhe proporcionou também foi bastante relevante para que quando surgiram situações em que se sentiu induzido a experimentar bebida alcóolica, pôde conversar com os pais e ser devidamente orientado. Dentre os pontos por ele apontados como negativo, está o fato de essa formação não ser continuada, pois só ocorria no 5° ano, e no ano seguinte, em que teve que mudar para outra escola, a qual também tinham alunos do Ensino Médio, diversas vezes se sentiu intimidado a aceitar substâncias ilícitas apenas para se sentir aceito no grupo, mas que seus pais sempre buscaram reforçar as coisas que haviam aprendido com o PROERD, já que nas cartilhas tinham atividades para realizar em família. As principais contribuições desse projeto é a prevenção do consumo de substâncias ilícitas por parte dos jovens, o que caracteriza um projeto de promoção de saúde. Pesquisa bibliográfica sobre o tema: Em 2003 estabeleceu-se no Sistema Único de Saúde (SUS) a Política de Atenção Integral aos Usuário de Álcool e outras Drogas, isso torna explícito que as drogas é um problema de saúde pública, o que torna essa problemática ainda mais alarmante é o fato de que cada vez mais cedo os jovens estão sujeitos ao contato com essas substâncias. Nesse contexto, é fundamental o papel da sociedade civil, sobretudo das escolas na conscientização dos jovens e adolescentes na prevenção do uso de drogas. É nesse cenário que se faz necessário debates e estratégias que visem buscar atender crianças, jovens e adolescentes na garantia de que seus direitos à saúde e educação de qualidade sejam preservados e para isso, é essencial que haja políticas públicas que se responsabilizem em garantir que esses jovens tenham acesso amplo a informações pertinentes na prevenção do uso de drogas. Com esse intuito o Programa Educacional de Resistência às Drogas e Violência (PROERD) assume papel primordial na prevenção por meio de atividades pedagógicas que envolvem arte, palestras informativas e promove debates sobre drogas e violência. Educação é muito mais que aprendizado de conhecimentos, e o processo de aprendizado na escola também considera outras questões, como a vida familiar, a situação econômica e, no caso que nos afeta mais diretamente neste livro, a participação da comunidade na escola (MELO, 2011, p. 08) Nesse contexto o PROERD é uma ferramenta relevante de intervenção social, pois desperta no estudante a vontade de seguir distante das drogas, uma vez que a linguagem simples e dinâmica utilizada pelos policiais, instiga a integração dos alunos e os leva a refletir sobre situações em que poderão ser expostas que podem lhes prejudicar tanto durante a juventude quanto na faze adulta, e que eles saibam não apenas identificar essas situações, como também saibam que é importante a tomada de decisão, o dizer “não”. Diante disso percebe-se o importante papel desempenhando pelas escolas na educação da sociedade. Essa parceria Polícia Militar e escola tem como característica se antecipar à oferta de drogas, é justamente por isso que é inserida ainda no final da primeira fase do ensino fundamental, com isso, prepara os alunos à resistência e até mesmo a denúncias no que diz respeito ao uso de substâncias prejudiciais para a saúde. Além de abordar a questão da violência. A PM nesse contexto passa mais confiabilidade aos alunos ao perceberem que é possível construir uma relação de diálogo e de troca entre as diferentes esferas da sociedade. De acordo como a constituição Federal, a segurança e a saúde é direito de todos e dever do Estado, e o PROERD vai ao encontro dessas duas demandas pois, a problemática de drogas e violência são de cunho tanto de saúde quando de segurança pública. E, inserir jovens na discussão dessas tentativas possibilita que cada vez mais os jovens cresçam conscientes de seu papel social no combate a esses problemas os tornando agentes ativos na Promoção da Saúde, pois, ao contrário do que se acredita a promoção da saúde não se restringe a questão saúde-doença. Ela abarca a situação social, pessoa,de bem-estar físico e considerada as diferentes determinantes da saúde. Portanto, se o Estado possibilita condições para que jovens e adolescentes redirecionem seus interesses ao não entrar no mundo das drogas e violência, o município ganha, a família ganha e a sociedade ganha. Logo, programas que relaciona as diferentes esferas sociais tendem a obter melhores resultados. O programa PROERD autorreferência como um mecanismo de “inovação” pedagógica no campo da prevenção. Em meio ao contexto educacional recente e em crise, inovar é uma necessidade existencial, elogiada e solicitada pelas escolas e pela comunidade. Periodicamente, assiste-se ao surgimento aguardado de algum salva-vidas, com novidades e soluções sempre mágicas e pretensamente transformadoras do degenerado presente. (RATEKE, 2006, p.72). Proposições de melhoria : Para que essa promoção à saúde seja ainda mais eficaz, seria de extrema importância que ela se seguisse durante todos os anos de formação do indivíduo, desde o ensino básico até o ensino médio e que esse projeto incluísse ainda mais os familiares dos estudantes. Essa participação contribuiria positivamente nessa prevenção, uma vez que, a característica da promoção da saúde é justamente essa capacitar todos na participação dos projetos que visam promover a saúde da população. Além disso para que os resultados fossem ainda melhores, seria importante que projetos semelhantes fosse realizado fora das escolas, para a comunidade em geral, pois, essa problemática necessita de prevenção contínua. Sabe-se que políticas que visem a prevenção do uso de drogas é uma estratégia pertinente na construção de políticas de promoção da saúde faz com que menos pessoas se tornem dependentes e diminui a sobrecarga no SUS no que diz respeito a tratamento de dependentes químicos. A prevenção ao uso de drogas necessita de uma atitude responsável, ao se considerar que o uso de drogas é mais que um problema do indivíduo que a consome, mas sim um problema social e cultura, portanto é necessário que as crianças, jovens e adolescentes sejam sempre visados quando se pensar nesse cenário de prevenção, pois o jovem de hoje é o adulto de amanhã. Referências Bibliográficas: BÜCHELE, Fátima; COELHO, Elza Berger Salema; LINDNER, Sheila Rubia. A promoção da saúde enquanto estratégia de prevenção ao uso das drogas. Ciência & Saúde Coletiva, v. 14, p. 267-273, 2009. DOS SANTOS, Luiz Ricardo. PROERD: A CONTRIBUIÇÃO ESTRATÉGICA DO POLICIAL MILITAR NA AMPLIAÇÃO DA CONSCIÊNCIA CIDADÃ EM ESCOLAS E COMUNIDADES. Revista Ibero-Americana de Humanidades, Ciências e Educação, v. 7, n. 3, p. 241-250, 2021. MACHADO, Ana Regina; MIRANDA, Paulo Sérgio Carneiro. Fragmentos da história da atenção à saúde para usuários de álcool e outras drogas no Brasil: da Justiça à Saúde Pública. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 14, p. 801-821, 2007. SILVA, Silvio Erasmo Souza da. A mediação escolar apresentada pelo programa educacional de resistência às drogas e à violência (PROERD) como política pública de prevenção e tratamento de conflitos escolares no município de Rio Pardo. 2019. UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
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