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heresias

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A Inquisição foi um movimento político-religioso que ocorreu entre os séculos XII ao XVIII na Europa e nas Américas. O objetivo era buscar o arrependimento daqueles considerados hereges pela Igreja e condenar as teorias contrárias aos dogmas do cristianismo.
A instituição denominada de Inqusitio haereticae pravitatis, mais conhecida como Inquisição, foi criada pelo Papa Gregório IX, em 1233, por meio da bula Licet ad capiendos.
Aos perseguidos, não lhes era dado o direito de saberem quem os denunciara, mas em contrapartida, estes podiam dizer os nomes de todos seus inimigos para averiguação deste tribunal medieval. Com o passar do tempo, esta forma de julgamento foi ganhando cada vez mais força e tomando conta de países europeus como: Portugal, França, Itália e Espanha. Contudo, na Inglaterra, não houve o firmamento destes tribunais. 
Muitos cientistas também foram perseguidos, censurados e até condenados por defenderem ideias contrárias à doutrina cristã. Um dos casos mais conhecidos foi do astrônomo italiano Galileu Galilei, que escapou por pouco da fogueira por afirmar que o planeta Terra girava ao redor do Sol (heliocentrismo). A mesma sorte não teve o cientista italiano Giordano Bruno que foi julgado e condenado a morte pelo tribunal.
As mulheres também sofreram nesta época e foram alvos constantes. Os inquisidores consideravam bruxaria todas as práticas que envolviam a cura através de chás ou remédios feitos de ervas ou outras substâncias. As "bruxas medievais" que nada mais eram do que conhecedoras do poder de cura das plantas também receberam um tratamento violento e cruel.
Assim, a Inquisição visava sobretudo, o arrependimento do pecador, desta maneira, é chamada pela Igreja de "Santa". BRUNA
Tribunal do Santo Ofício
O Tribunal do Santo Ofício foi instituído pelo Papa Gregório IX, em 1233, com o intuito de investigar as heresias dos cátaros, também chamados de albigenses.
Os cátaros eram uma seita que pregavam que o mundo material era intrinsecamente mal e deveria ser destruído. Desta maneira, estimulavam o suicídio e o aborto, além da destruição da matéria e a negação dos prazeres.
Quando a Cruzada contra os Albigenses (1209-1244) terminou, foi instalado um Tribunal do Santo Ofício justamente para decidir quem era culpado ou inocente individualmente.
Os Tribunais do Santo Ofício tinham as seguintes características:
Eram instituídos com um objetivo específico;
Estavam autorizados a funcionar pelo Papa ou pelo Bispo;
Compostos por religiosos com estudos teológicos.
Em 1376 é escrito o “Manual dos Inquisidores”, por Nicolas Eymerich, um religioso dominicano. Neste livro, ele descrevia os métodos que os inquisidores deviam usar para descobrir heresias e bruxarias.
Ele condena, por exemplo, o uso da tortura para arrancar uma confissão e a obra se tornou uma referência para padronizar a ação Inquisitorial.
Principais Características
É preciso lembrar que os tribunais da Inquisição eram temporários e surgiam conforme a necessidade de julgar casos de heresia. Muitas vezes, os acusados eram encontrados “aleatoriamente” e condenados apenas para servirem de exemplo.
Ademais, eram convocados a prestar depoimento aos inquisidores a partir de denúncias de terceiros ou da simples suspeita.
Os julgamentos contavam com a presença de um jurista e um teólogo e perseguiam principalmente judeus, mouros, feiticeiras, filósofos, cientistas e místicos.
Uma pessoa podia ser acusada de:
Heresia - doutrinas ou práticas contrárias aos dogmas católicos;
Bruxaria - invocação de espíritos malignos, conjuros, curas por ervas consideradas malignas;
Continuar a manter costumes das religiões judaica ou muçulmana.
A punição da heresia era feita no âmbito espiritual e temporal. Para os condenados, as penas poderiam ser a prisão (temporária ou perpétua), uso de vestes que revelavam sua condição de condenados (sambenitos) ou, em casos extremos, a morte na fogueira.
É importante ressaltar que o Tribunal do Santo Ofício não executava as penas. Uma vez que a sentença era ditada, o réu era entregue ao poder secular para ser castigado. Naquela época, o crime espiritual era considerado de lesa-majestade e por isso, deveria ser punido também pelo poder civil.
Em 1559 é criada a lista dos livros proibidos (Index Librorum Prohibitorum), pela qual diversas obras filosóficas e científicas são consideradas impróprias. Deste modo, seus criadores e leitores poderiam ser perseguidos pela Inquisição.
Principais Métodos de Tortura da Inquisição
Alguns dos métodos de tortura utilizados pela Inquisição foram:
Tortura d’água: o réu é imobilizado de barriga para cima em uma mesa e é forçado a beber vários litros de água por um funil.
Potro: o acusado é posto em uma cama ou esteira e seus membros são amarrados com cordas, nas quais uma haste fixada é usada como torniquete para pressionar e causar dor.
Roda: o suspeito é amarrado em uma roda posicionada sobre um braseiro ou várias farpas cortantes.
Pêndulo: o incriminado é preso pelas extremidades de seu corpo, suspenso alguns metros e largado bruscamente.
Polé: a vítima é amarrada pelas extremidades de seu corpo, o qual é esticado até romper os ligamentos.
Curiosidades
Galileu Galilei foi perseguido pela Inquisição por afirmar a teoria do heliocentrismo, mas foi absolvido.
Giordano Bruno, o pai da filosofia moderna, e Joana D’Arc foram julgados pela Inquisição e condenados pela justiça secular à morte na fogueira.
Em 1904, a Igreja Católica determina que o Tribunal do Santo Ofício seja chamado de "Suprema Sagrada Congregação do Santo Ofício". Mais tarde, em 1965, recebe o nome de Congregação para a Doutrina da Fé.
 HERESIAS 
A palavra “heresia” vem do grego e quer dizer escolha. Portanto, o herege era um fiel cristão que fazia uma escolha contrária ao que afirmava a doutrina.
Muitos estudiosos consideram o herege como um “revolucionário”, pois ele defendia suas ideias, mesmo correndo o risco de ser condenado à pena de morte.
Para a Igreja, o herege era um pecador e por isso, deveria ser salvo a todo custo. 
Foram considerados heresias todos os movimentos religiosos dentro do Cristianismo que foram condenados pela Igreja Católica por não concordarem com a ortodoxia estabelecida no catolicismo.
BRUXARIA
O processo de substituição do modelo feudal pelo capitalista, como explica a historiadora ítalo-americana Silvia Federici em seu livro Calibã e a Bruxa: Mulheres, Corpo e Acumulação Primitiva, levou ao êxodo das aldeias para as cidades e, nesse ínterim, mulheres começaram a exercer funções e profissões para além das casas e terrenos familiares, seja como pedreiras, seja até mesmo como cirurgiãs. E comumente como prostitutas. Essa aparente liberdade das mulheres, que mesmo exercendo em geral atividades inferiores estavam menos sujeitas ao controle dos homens, não passou desapercebida pela Igreja.
A Inquisição havia nascido no século 12 como forma de eliminar heresias como o catarismo e o valdismo. Mais de um século depois, passou a olhar para a bruxaria como uma forma de heresia. Até então, muitos dos próprios papas poderiam ser acusados de tal prática, dado o enorme interesse de alguns deles pela alquimia e pura e simples magia.
As primeiras medidas que dariam início à Inquisição começam a ser postas em prática em 1184 com o papa Lúcio III (a chamada Inquisição Episcopal). Com o papa Inocêncio II acontece a primeira cruzada inquisitória, contra os cátaros (também chamados albigenses), em 1198. O Tribunal do Santo Ofício, ou a Inquisição Papal, é criado oficialmente em 1229-1230 pelo papa Gregório IX durante o Concílio de Toulouse. Em 1320, finalmente, o papa João XXII inclui a bruxaria no hall de heresias.
As bruxas passam a ser o alvo preferencial da Inquisição a partir do século 14, após o surto de Peste Negra, que dizimou um terço da população europeia e foi lido por líderes religiosos como uma forma de punição pela leniência a heresias e comportamentos não cristãos.
O best-seller assassino
A criação da prensa de Guttenberg é comumente vista com um instrumento de elucidaçãodas massas. Uma visão idílica. Veja o caso do clérigo católico Heinrich Kramer. Em 1487, ele lançaria Malleus Maleficarum. Um livro que deveu seu sucesso ao revolucionário método de reproduzir livros e, por dois séculos, o segundo mais vendido na Europa após a própria Bíblia.
É um guia de caça às bruxas e heresias afins. Nele, Kramer endossa o extermínio, valendo-se de detalhadas análises legais e teológicas, louvando a prática da tortura para obter confissões. E, um ponto central, afirma que mulheres têm tendência natural a se tornarem bruxas.
O Malleus, diz Diarmaid MacCulloch no livro Reformation: Europe’s House Divided, foi escrito como uma forma de vingança e autojustificação por Kramer ter sido impedido de levar adiante um dos primeiros processos contra bruxas na região do Tirol. Kramer foi expulso da cidade de Innsbruck e, após apelar ao papa Inocêncio VIII, este lhe atendeu com uma bula, em 1484, a Summis Desiderantes Affectibus, que lhe garantia jurisdição para atuar na Alemanha.
Até a publicação do livro, a bruxaria era considerada um crime menor, punido com castigos físicos diversos. Uma esquisitice folclórica de velhinhas mal-orientadas pelos padres. Após a publicação do Malleus, autoridades católicas e protestantes passaram a usá-lo no julgamento e condenação de suspeitas de bruxaria, tornando mais brutal a perseguição.
O livro não era usado por inquisidores, mas sim por tribunais seculares, em especial durante a Renascença. Quem queimava os acusados de bruxaria era o Estado, não o clero — o governo da Espanha, Portugal, dos vários Estados alemães etc. Só nos Estados Papais, onde a Igreja também era a autoridade secular, a Inquisição tinha poder para executar — como no célebre caso do teólogo Giordano Bruno, que queimou em Roma, em 1600
AS BRUXAS DO BRASIL COLÔNIA
Mesmo que não existisse um tribunal do Santo Ofício no Brasil, acusados de bruxarias enfrentavam penas severas
Apesar da violência com que atuou em Portugal, no Brasil, à época da colônia, nunca foi instaurado um tribunal do Santo Ofício. Houve, contudo, ocasiões em que inquisidores vieram investigar comportamentos, inibir condutas e avaliar a dimensão dos domínios capirotescos em terra brazilis.
Em Portugal a sentença mais comum imposta a quem fosse acusado de bruxaria era o exílio no Brasil, de forma que o país ficou repleto de benzedeiras e milagreiras. Assim, em uma terra de expatriados, onde os recursos médicos eram escassos, as correntes formadoras do pensamento religioso propiciaram tolerância maior às práticas de curandeiros, parteiras e xamanismos.
Mesmo assim, as devassas inquisitoriais produziram enorme quantidade de processos bem documentados e condenações por práticas variadas, que iam de benzeduras à blasfêmia.
6 HERESIAS: 
https://historiadigital.org/curiosidades/6-heresias-antigas-e-medievais/

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