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PROGRAMA DE INTEGRAÇÃO SAÚDE COMUNIDADE CAPÍTULO 3 - A CONSTRUÇÃO DE UM PROJETO DE INTERVENÇÃO PARA A PROMOÇÃO DE SAÚDE Camila Neumaier Alves e Igor Cesar Santos de Miranda Introdução Nesta unidade, trabalharemos a construção de um projeto de intervenção com o objetivo de executar uma atividade de educação em saúde para ser aplicada na realidade de uma comunidade. Para tal, se faz necessária reflexão sobre alguns pontos: o que é educação em saúde? Como me preparar para observar as necessidades de saúde de uma comunidade? Como os determinantes sociais de saúde se relacionam com a saúde da população? Quais etapas compreendem um projeto de intervenção na saúde? Como devemos construir o projeto para aplicá-lo na comunidade? Durante nosso conteúdo, você estudará as ferramentas para criação de ações de educação em saúde. Para tanto, questões relacionadas à diagnóstico situacional de saúde, avaliação de monitoramento em saúde e comunicação serão conceituados. Acrescenta-se a esse conhecimento o conceito de educação “problematizadora”, que envolve a aprendizagem transformadora da realidade, na qual os sujeitos envolvidos participam de forma a modificar a realidade observada, buscando diálogo e propostas de mudança frente à situação problema encontrada (BORDENAVE; PEREIRA, 2012; VILLARDI; CYRINO; BERBEL, 2015). É importante destacarmos a necessidade do cuidado à saúde de um indivíduo ser baseado em seu ambiente individual e coletivo, já que a saúde desse sujeito está permeada pelas relações de equilíbrio entre vários setores da sociedade, como: educação, trabalho, meio ambiente, perfil populacional, agentes hereditários, acesso à serviços e transporte. Ao considerar que a educação permeia ativamente o meio da saúde, precisamos entender que o objeto de uma intervenção será focado em como este será executado, podendo ser de enfoque em métodos de comunicação, facilitação, organização, condicionamento e treinamento. Deste modo, verifica-se que a educação em saúde pode ocorrer em espaços diferenciados, sendo influenciada, principalmente, pelo contexto de inserção dos sujeitos envolvidos. Além disso, por ser uma ação baseada em diálogo, deve ser caracterizada por interação entre os saberes do educador e do educando (GENIOLE et al., 2011). Ao final desta unidade você estará apto a associar os determinantes de saúde com as necessidades da população, aplicar habilidades de comunicação e de educação em saúde, entender o processo de interação com uma comunidade e construir um projeto de intervenção na saúde. Vamos lá? Acompanhe com atenção! 3.1 Ferramentas para criação de hipóteses de soluções Neste tópico, você estudará a importância da educação em saúde como ferramenta para criação de hipóteses de solução frente a um problema identificado em uma comunidade. É importante você pensar que a educação em saúde é uma estratégia importante, que auxilia nos processos de prevenção e promoção da saúde. Mas, como você acha que isso acontece? Ao tratar da hipótese de solução devemos pensar em uma atividade de educação em saúde que possa ser criada pensando em mudar a realidade do problema observado no momento do diagnóstico situacional. Objetiva-se, por meio de estratégias específicas, contribuir para melhorias no cotidiano da população cujo problema foi identificado, mediante hipóteses de solução elaboradas pensando na realidade observada. A educação em saúde é uma ferramenta utilizada na promoção da saúde, para alcançar a população, com o objetivo de preparar os sujeitos e comunidades para transformar positivamente o contexto em que vivem. Portanto é fundamental entender que a saúde e a qualidade de vida não estão somente relacionadas às questões biológicas, mas, também, estão ligadas à inserção do sujeito em seu contexto sociopolítico, cultural e de seus direitos. Logo, pensar na promoção da saúde de um grupo específico ou comunidade, requer entender todo o seu contexto sociocultural. VOCÊ QUER LER? O livro “Educação em saúde - Diretrizes” estabelece diretrizes para elaboração de projetos de intervenção em educação em saúde para populações específicas. O texto nos convida à refletir sobre a educação em saúde, o papel do educando e da população como transformadores da realidade social, por meio do exercício da cidadania. Para ler na íntegra, clique aqui: http://www.funasa.gov.br/documents/20182/38937/Educa%C3%A7ao++em+Saude +-+Diretrizes.pdf/be8483fe-f741-43c7-8780-08d824f21303 (http://www.funasa.gov.br/documents/20182/38937/Educa%C3%A7ao++em+Saud e+-+Diretrizes.pdf/be8483fe-f741-43c7-8780-08d824f21303). http://www.funasa.gov.br/documents/20182/38937/Educa%C3%A7ao++em+Saude+-+Diretrizes.pdf/be8483fe-f741-43c7-8780-08d824f21303 Devemos pensar o ser humano como um sujeito em desenvolvimento, que mantém relações interpessoais com aqueles que ele convive. A abordagem da educação em saúde é referente à promoção do envolvimento destes sujeitos nas decisões relacionadas à sua própria saúde ou aos grupos aos quais pertencem (ANTONELLI, 2013). A troca de conhecimentos e a interação pessoal precisa estar pautada numa perspectiva horizontal de relação entre o que educa e aquele que compartilha do aprendizado. Vamos assistir à uma videoaula? Para ser considerada uma estratégia efetiva, se faz necessário que a educação em saúde seja planejada partindo de um diagnóstico situacional, que deverá considerar as necessidades de saúde da comunidade, bem como suas especificidades e os interesses dos indivíduos (ABROCESI; PACHECO, 2019). É fundamental que a estratégia escolhida contemple meios e recursos planejados previamente para que, no caso de haver necessidades de mudanças, estas possam ser adequadas seguindo os objetivos da intervenção. VOCÊ QUER LER? O artigo “Educação em saúde” permite refletir e conhecer as abordagens pedagógicas, o processo educativo nas práticas de saúde e a educação permanente em saúde na ação das equipes de saúde da família. Para ler na íntegra, clique neste link: https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unida de09/unidade09.pdf (https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unida de09/unidade09.pdf). 3.2 Diagnóstico situacional em saúde Neste tópico, você estudará os principais aspectos relacionados ao diagnóstico situacional em saúde de uma comunidade. Para isso é importante que você pense criticamente no que precisamos conhecer de uma comunidade para que possamos diagnosticar problemas de saúde que precisam de atenção. Então, como podemos estabelecer um diagnóstico situacional de saúde? Como devemos nos preparar para realizar esse diagnóstico? Como podemos interpretar os resultados identificados no diagnóstico? O diagnóstico situacional é a uma ferramenta que auxilia no reconhecimento de necessidades da população, como questões relacionadas à saúde, educação, segurança, transporte, saneamento e habitação. Ele permite, ainda, conhecer como ocorre a organização dos serviços de saúde ofertados à comunidade, sendo, portanto, de fundamental importância para o levantamento de problemas, que, por https://www.unasus.unifesp.br/biblioteca_virtual/esf/2/unidades_conteudos/unidade09/unidade09.pdf sua vez, fundamenta o planejamento estratégico situacional, permitindo o desenvolvimento das ações de saúde mais focadas e efetivas em relação aos problemas encontrados (SILVA; KOOPMANS; DAHER, 2016). É necessário que você compreenda a importância de basear seu conhecimento nos determinantes sociais de saúde; uma vez que, fazem parte destes, os fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e comportamentais, que influenciam na ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população. Observe na figura a seguir, como esses fatores estão associados à população. VOCÊ QUER VER? O diagnóstico situacional em saúde corresponde a uma etapa importante do reconhecimento de uma comunidade e das necessidades de saúde de uma população. O vídeo “Webpalestra - Diagnóstico Comunitário” destaca conceitos importantes paraa realização do diagnóstico situacional em saúde, mostrando como esta ferramenta pode ser eficaz na atividade de um profissional da saúde. Para assistir, clique aqui: https://youtu.be/-tboGslCZ40 (https://youtu.be/- tboGslCZ40). https://youtu.be/-tboGslCZ40 Os determinantes sociais são segmentados em níveis, dos quais, uns estão mais próximos do perfil do sujeito, enquanto outros relacionam-se ao contexto vivido. Aqueles próximos ao sujeito, dizem respeito ao seu perfil enquanto características pessoais, como: sexo, idade e fatores hereditários. O outro nível, associado aos determinantes, refere-se ao estilo de vida deste sujeito como influenciador das suas condições de saúde. Os sujeitos podem, ainda, ter sua saúde influenciada pelas redes sociais e comunitárias, destacando a forma como ocorrem suas interações na comunidade e em seus grupos sociais. As condições de vida e de trabalho configuram um leque de necessidades a serem observadas, como o ambiente de trabalho, acesso à educação, bens de consumo e serviços sociais de saúde, além de questões relacionadas à empregabilidade e habitação. Essas estratificações são abarcadas pelo contexto das condições socioeconômicas, culturais e ambientais em que o sujeito vive e se relaciona. Figura 1 - Determinantes sociais: modelo de Dahlgren e Whitehead. Fonte: BUSS; PELLEGRINI, 2007, p. 84. Para executar o reconhecimento dos determinantes sociais em saúde é necessário lembrar da metodologia do Arco de Maguerez, baseada na problematização e utilizando os recursos para orientar a prática voltada para a transformação da realidade social, de modo que os sujeitos sejam instruídos e sensibilizados para desenvolver seus papeis na sociedade, direitos e deveres. Pretende-se, dessa forma, que você consiga integrar conhecimentos teóricos e práticos, para que desenvolva um projeto de intervenção na saúde da população (SILVA et al., 2020). CASO Considere a seguinte situação hipotética: o morador de um bairro da periferia de Belo Horizonte procura pelo serviço de saúde da atenção básica, apresentando febre, mal-estar, dor nos olhos, dor nas articulações e alterações na coloração das mucosas. Recentemente, a cidade passou por longos dias de alagamento e este morador é trabalhador da rede de esgoto. Prontamente a equipe de saúde faz o diagnóstico de leptospirose e encaminha o usuário com urgência para o serviço terciário de saúde. A partir disso, você deve refletir sobre a importância de um diagnóstico situacional de saúde, para identificar onde esse morador esteve e quais possibilidades de risco à saúde ele apresenta, bem como incluir os determinantes sociais nessa avaliação, como o contexto de trabalho, ambiente e condições de saúde do usuário. Para realizar um diagnóstico situacional em saúde, você precisará estar munido de instrumentos de coleta de dados, que resultarão nos diagnósticos. Estes, deverão ser avaliados e transformados em uma proposta de projeto de intervenção, pensando de forma criativa e inovadora na busca de melhores resultados para o problema observado. Figura 2 - Processo investigativo do diagnóstico situacional – instrumentos. Fonte: JoyImage, Istock, 2014. 3.3 Avaliação e monitoramento em saúde Os processos avaliativos são necessários para orientar os ajustes e a organização dos sistemas de saúde, uma vez que, ao propor uma intervenção no cenário de uma comunidade é importante considerar avaliar se aquela atividade foi benéfica e eficaz para a população. Deve-se pensar, constantemente, nos aspectos que envolvem a avaliação e monitoramento das estratégias de promoção da saúde, prevenção e controle de agravos. A qualidade do cuidado de saúde está na agenda de saúde global e a segurança do usuário é um dos seus componentes críticos (SCOTT; JHA, 2014). Para tanto é importante visar a qualidade das ações realizadas, considerando a implementação de práticas que avaliem a qualidade das atividades perante aqueles que participam. Uma estratégia interessante para ser utilizada como avaliação do processo das atividades realizadas é a confecção e aplicação de um questionário sobre a satisfação do sujeito que recebeu as orientações de saúde e participou das ações educativas. Para isso, precisamos destacar que este questionário deve estar conectado, teoricamente, ao que foi trabalhado nas atividades práticas educativas, para possibilitar o entendimento aos processos que ocorreram e como eles podem ser melhorados. Um exemplo disso, é o instrumento QualiAB (2014), que é um Questionário de Avaliação e Monitoramento de Serviços de Atenção Básica, que propõe nos seus indicadores avaliações dos serviços de atenção primária (PLACIDELI; CASTANHEIRA, 2017). Esse questionário é composto por questões de múltipla escolha, com o objetivo de gerar indicadores para avaliação global dos serviços de atenção primária à saúde, abrangendo o conjunto diversificado de ações de saúde atribuídas à atenção primária (BRASIL, 2017). Para Peters et al. (2014) e Powell, Proctor e Glass (2014), a pesquisa de satisfação do usuário considera diversos aspectos sobre a implementação do que será avaliado, incluindo situações, consideradas pelo sujeito, capazes de afetar os resultados esperados, em níveis individuais e coletivos, além do estabelecimento de estratégias para a promoção da execução da sua proposta. Assim, para os mesmos autores supracitados, pretende-se, por meio de um questionário, sintetizar como as intervenções propostas foram vistas pelos usuários de saúde que participaram. No quadro a seguir, você verá uma ideia de questionário já validado por serviços de saúde e utilizado em larga escala, para que você reflita sobre como gostaria de questionar ao usuário do serviço de saúde, o que ele achou da ação desenvolvida. Você também pode utilizar um cartão de satisfação, editado exclusivamente para sua ação. Por exemplo, você pode perguntar ao usuário que participou da sua atividade como ele sentiu durante a execução de alguma tarefa; como ele se sentiu realizando alguma atividade; ou, ainda, como foi para ele participar da ação. Veja a seguir um exemplo do cartão. Quadro 1 - Exemplo de questionário de pesquisa de satisfação dos usuários. Fonte: BRASIL, 2004, p. 32. O cartão de satisfação é um método bastante utilizado para respostas rápidas, com o objetivo de coletar a opinião de participantes em determinados momentos, podendo ser aplicado após a execução de um atendimento, após uma ação de saúde ou durante a coleta de dados gerais de atendimento fornecido pelo local. Figura 3 - Modelo de cartão de satisfação do usuário. Fonte: Tero Vesalainen, Istock, 2018. 3.4 Utilização das ferramentas de comunicação em saúde Neste tópico você refletirá acerca das ferramentas de comunicação em saúde. Antes de entrarmos no assunto é importante que você reflita: como podemos atingir a população, por meio de diferentes meios de comunicação? Para que a comunicação entre profissionais e usuários de saúde seja efetiva, espera-se que o comunicador (neste caso, o profissional da saúde), não seja apenas um transmissor de informação ao receptor (ABERMAS, 2003). A comunicação é um processo de competência em informação, que faz parte das habilidades de um profissional atuante no compartilhar de conhecimento; são profissionais devidamente capacitados para exercerem seu papel educador e buscar por informações que sejam pertinentes e eficazes, de acordo com os problemas de saúde da população (BELUZZO, 2005). Portanto, ela deve ser coerente com o que foi planejado no projeto de intervenção, de modo que as informações trabalhadas sejam compatíveis com as necessidades observadas por meio do diagnóstico situacional. Pitta e Magajewsk (2000), destacam que a comunicação em saúde precisa ser realizada a partir do entendimento de que o planejamento da ação deve ser embasado nas questões de gestão do local e epidemiologia. As ferramentas estão em constante evolução e aprimoramento, considerando que passamos da linguagem propriamente dita até softwares mais avançados na tecnologia. Precisamoslembrar que essas ferramentas existem e estão à disposição para criação da melhor estratégia de comunicação que caiba no seu planejamento. Os princípios fundamentais do processo são aplicados de forma a complementar o projeto de intervenção. Clique nas abas e conheça-os. Figura 4 - Ilustração da comunicação interprofissional. Fonte: Quarta_, Istock, 2019. • Horizontalidade Processo de estabelecer relações, por meio da definição objetiva do papel exercido por cada um. São representados por iniciativas que promovam integração equitativa. É a capacidade de alcançar e sustentar interlocuções, ressaltando o compartilhamento de objetivos e estratégias de ação. O link da equipe com a comunidade é importante para o atendimento de diversas demandas, trabalhando na articulação e associação de recursos disponíveis. Mede o envolvimento de cada participante. Trabalhar coletivamente exige desprendimento, capacidade de interação e conjunto de novos procedimentos. A atuação em equipe permite aos profissionais, por meio da prática, aprender fazendo. A gestão da informação é um instrumento indispensável de controle, que deve ser flexível e planejado com os diversos atores do processo para resultar em ações impactantes. • • • • Diversidade Link com a comunidade Dimensão Informação Considerando a videoaula disponibilizada, na qual percorremos o cenário de uma comunidade e uma unidade básica de saúde, você deve ter percebido que o processo de comunicação é extremamente importante. Ao chegar no local, você poderá conversar com os usuários de saúde, com o gestor local e demais profissionais ali localizados. Após esse processo, você irá propor um projeto de intervenção, que contemplará a comunicação como principal habilidade e competência desenvolvida por você. Portanto, fique ligado nas dicas que daremos a seguir, para auxiliá-lo na escolha da melhor estratégia de comunicação que poderá ser adotada. Clique nas setas e conheça-as. VOCÊ SABIA? A Política Nacional de Promoção da Saúde, no seu Art. 3º, que descreve os valores fundantes no processo de efetivação da política, destaca que estabelecer estratégias de comunicação social e mídia direcionadas ao fortalecimento dos princípios e ações em promoção da saúde e à defesa de políticas públicas saudáveis, favorece o estabelecimento da Política Nacional de Promoção da Saúde. Para ter acesso ao texto na íntegra, clique aqui: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.htm l (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.ht ml). Arteterapia: pode ser usado, por exemplo, peças teatrais de curto tempo, para trabalhar processos terapêuticos a favor da saúde da população, com temáticas previamente estabelecidas, atendendo a públicos variados, como gestantes, crianças, idosos e pessoas em situação de vulnerabilidade. Pode ser organizado entre os executores do projeto de intervenção, sendo eles os atores, ou ainda, utilizando fantoches com um narrador. Sala de espera: os profissionais da saúde preparam uma fala sobre determinado assunto para que seja conversado, de forma informal, com os usuários do serviço que aguardam atendimento. Esta atividade não tem duração longa, porém é muito útil para passar informações importantes. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prc0002_03_10_2017.html Podemos destacar, de acordo com Peduzzi e Agreli (2018), a importância da colaboração entre as equipes e os serviços de saúde da rede de atenção à saúde, já que, dessa maneira, a comunicação será efetiva entre os profissionais, usuários e população. Podemos concluir que, a comunicação na saúde, compreende pensar de forma interprofissional, levando em consideração as famílias, usuários, a comunidade e a rede de atenção à saúde, para que a estratégia de intervenção seja produtiva. Materiais audiovisuais: podem ser utilizados meios em que a informação é passada ao usuário em formato de vídeos e áudios, em uma plataforma/televisão disponível na sala de espera, bem como banners e folders informativos, situados no mural/parede ou recepção do local. Atividades em grupos: podem ser realizados com populações específicas, como idosos, hipertensos, diabéticos, gestantes, mulheres que amamentam, fumantes, escolares, crianças, obesos e pacientes com outras doenças crônicas. Aqui podem ser trabalhados assuntos específicos e do interesse do grupo, buscando melhorias na qualidade de vida, por meio do compartilhamento de conhecimento e experiências individuais e coletivas. VOCÊ O CONHECE? O pesquisador Rodrigo Murtinho, atualmente vice-diretor do Instituto de Comunicação e Informação Científica em Saúde (Icict/ Fiocruz), estuda as relações entre Estado, comunicação e cidadania. Durante suas pesquisas, ele realiza a análise dos diálogos entre o direito à saúde e o direito à comunicação e resgata pontos interessantes sobre os meios de comunicação e sua conexão com a saúde (LAVOR; MOROSINI, 2015). Conclusão Finalizamos nossos estudos a respeito da construção de um projeto de intervenção. Agora, você será capaz de associar seus conhecimentos sobre o arco de Maguerez às etapas de um projeto de intervenção que pode ser aplicado em uma comunidade. Lembre-se da necessidade de compreender o alcance das ações e das práticas profissionais junto a uma comunidade, levando em conta a importância da comunicação durante essas atividades, uma vez que o sucesso delas será baseado na criatividade das ações e no compartilhamento do conhecimento de maneira eficaz. Pensar em ações de educação em saúde que envolvam a participação da comunidade (população-alvo), deve ser o ponto destaque durante o planejamento do projeto de intervenção. Nesta unidade, você teve a oportunidade de: associar os determinantes de saúde como condições de vida, de trabalho, acesso a serviços de saúde, escolaridade e meio ambiente, com as necessidades de uma população; aplicar as habilidades de comunicação e educação em saúde com a população envolvida no seu projeto de intervenção; entender o processo de interação com uma comunidade, por meio da execução de um diagnóstico situacional, coletando dados por meio de observação e entrevistas; construir um projeto de intervenção em saúde, baseando-se nos achados do diagnóstico situacional, pensando de acordo com as necessidades de saúde e executando uma ação de educação em saúde na busca por melhorias de um problema de saúde identificado. • • • • Bibliografia ABROCESI, S.; PACHECO, V. C. O ensino da educação em saúde como ferramenta essencial para a criação de ambientes favoráveis à saúde. Revista Redes, [S.I.], n. 2, p. 151 – 160, jan. 2020. 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Competências na era digital: desafios tangíveis para bibliotecários e educadores. ETD: Educação Temática Digital, Campinas, v. 6, n. 2, p. 30-50, jun. 2005. BRASIL. Ministério da Saúde. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Portaria Nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Brasília, DF: 2017. Disponívelem: (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html)http://bvsms.saude.gov .br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html (http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2017/prt2436_22_09_2017.html). Acesso em: 6 mar. 2020. BRASIL. Ministério da Saúde. Consolidação das normas sobre as políticas nacionais de saúde do Sistema Único de Saúde. Portaria de Consolidação n. 2, de 28 de setembro de 2017. Brasília, DF: 2017. 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