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. . . . .METABOLISMO DE CARBOIDRATOS . . . . . - Compostos por C, H e O Dissacarídeos - Podem ser classificados em poli-hidroxialdeídos (C=O na extremidade), poli-hidroxicetonas (C=O no meio da cadeia) ou substâncias que liberam esses compostos quando sofrem hidrólise . . .FUNÇÕES . . . - Fonte de energia: glicose - Reserva energética: amido (vegetais), glicogênio (animais) - Estrutural: celulose (parede vegetal), quitina (invertebrados), ribose e desoxirribose (ácidos nucléicos), glicocálice (membrana plasmática; adesão, reconhecimento, proteção) . .CLASSIFICAÇÃO . . . Monossacarídeos - Carboidratos mais simples - Compostos sólidos, cristalinos, solúveis em água - Geralmente possuem sabor doce Classificação dos monossacarídeos 1. QUANTO À FUNÇÃO QUÍMICA - Aldose: possuem aldeído - Cetose: possuem cetona 2. QUANTO AO NÚMERO DE C - Triose: 3C - Tetrose: 4C - Pentose: 5C - Hexose: 6C - Heptose: 7C 3. QUANTO À CONFORMAÇÃO - Estereoisômeros: isômeros D e L (observar o penúltimo carbono; se a OH estiver na direita é D, se estiver na esquerda é L) - Enantiômeros: isômeros espelhados - Epímeros: possuem 2 açúcares ao redor de um mesmo carbono - Todos os monossacarídeos são redutores - Os mais conhecidos são os de 6 carbonos: glicose, frutose e galactose - Junção de 2 monossacarídeos - Maltose, sacarose e lactose - Obs: maltose = alfa-1,4 isomaltose = alfa-1,6 Polissacarídeos - Junção de centenas ou milhares de monossacarídeos 1. AMIDO: reserva energética dos vegetais; composto por amilose e amilopectina; formado por ligações alfa-1,4, mas nas ramificações há alfa-1,6; utilizado na indústria como espessante, gelificante e umectante 2. GLICOGÊNIO: reserva energética dos animais; presente no fígado e músculos; mais ramificado que o amido; formado por ligações alfa-1,4, mas nas extremidades há ligações alfa-1,6 3. QUITINA: carapaça dos invertebrados 4. CELULOSE: forma a parede vegetal; humanos não conseguem degradar celulose 5. CICLODEXTRINAS: possuem formato cíclico; usados para mascarar odores e sabores desagradáveis, dão estabilidade e solubilidade e diminuem toxicidade - Os polissacarídeos podem ser classificados em homoglicanos (formados por um único tipo de monossacarídeo) ou heteroglicanos (formados por mais de um tipo de monossacarídeo) . .DIGESTÃO . . - A digestão dos carboidratos começa na boca através da amilase salivar, que quebra algumas ligações - Não degrada tudo por conta do breve contato - No estômago não há enzimas para degradar carboidratos e o pH ácido inativa a amilase salivar - A digestão continua no intestino delgado, com a ação da amilase pancreática - No intestino delgado também há as dissacaridases (maltase, sacarase, lactase, isomaltase) - Os produtos da quebra (monossacarídeos) são absorvidos pelo intestino delgado por transporte ativo ou passivo . .INTOLERÂNCIA À LACTOSE . . . - Deficiência da enzima lactase - Desse modo, uma pessoa intolerante à lactose não consegue digerir/quebrar a lactose - Causas: lesões no intestino delgado, doenças digestivas, causas genéticas (cromossomo 2) - A perda da atividade da lactase dependente da idade é resultado da diminuição da quantidade de da enzima - Sintomas: por conta da deficiência na lactase, a lactose não consegue ser convertida à galactose e glicose; o excesso de lactose atrai água, o que causa a diarreia, e as bactérias da microbiota fazem a fermentação da lactose, produzindo ácido e gás; por conta disso, a pessoa pode ter inchaço, diarreia, dor abdominal, fezes aquosas, gases - Os sintomas dependem também do nível de intolerância da pessoa e do quanto de lactose que a pessoa ingeriu - Tratamento: reduzir o consumo de lactose; pílulas de lactase . .GLICÓLISE . . . - Quebra da glicose - Ocorre no citosol - Gasta 2 ATP para formar 4 ATP (saldo = 2ATP) - Forma 2NADH e 2 piruvatos - 10 reações 1ª ETAPA: fosforilação da glicose - O fosfato do ATP se liga ao carbono 6 da glicose, formando glicose-6-fosfato (GASTO DE 1 ATP) - HEXOCINASE 2ª ETAPA: isomerização da glicose-6-fosfato - Forma frutose-6-fosfato - FOSFO-HEXOSE-ISOMERASE 3ª ETAPA: fosforilação da frutose-6-fosfato - Forma frutose-1,6-bifosfato (GASTO DE 1 ATP) - FOSFOFRUTOCINASE 4ª ETAPA: quebra da frutose-1,6-bifosfato - Quebra formando dihidroxiacetona-fosfato e gliceraldeído-3-fosfato - ALDOLASE 5ª ETAPA: isomerização - A dihidroxiacetona-fosfato é isomerizada, formando gliceraldeído-3-fosfato - A partir daqui todas as reações acontecem em duplicata, pois há duas moléculas de gliceraldeído-3-fosfato 6ª ETAPA: oxidação e fosforilação do gliceraldeído-3-fosfato - O gliceraldeído-3-fosfato perde o hidrogênio do C1 para substituir pelo fosfato - Os hidrogênios são pegos pelo NAD, formando NADH, que vai para a cadeia transportadora (FORMA 2NADH) -GLICERALDEÍDO-3-FOSFATO DESIDROGENASE - Forma 1,3-bifosfoglicerato 7ª ETAPA: hidrólise do glicerato - O fosfato sai do C1 (FORMA 2 ATP) - Forma 3-fosfoglicerato 8ª ETAPA: conversão do 3-fosfoglicerato para 2-fosfoglicerato - O fosfato do C3 vai para o C2 - Há a saída de H2O e formação do 2-fosfoglicerato 9ª ETAPA: desidratação - Saída de água - Forma fosfoenolpiruvato 10ª ETAPA: formação do piruvato - Saída do fosfato (FORMA 2 ATP) - Formação de piruvato (2 PIRUVATOS) - PIRUVATO CINASE REGULAÇÃO DA.GLICÓLISE . . - Os pontos de controle da glicólise consistem nas reações irreversíveis - Essas reações são catalisadas pela hexocinase, fosfofrutocinase e piruvato cinase (1ª, 3ª e 10ª) - A mais importante regulação acontece pela frutofosfocinase (a catalisada pela hexoquinase forma glicose-6-fosfato, que não é exclusiva da glicólise) Fosfofrutocinase - ATP: muito ATP inibe a glicólise - AMP: estimula a glicólise - CITRATO: inibe; se tem muito citrato significa que está sendo formado muito piruvato - pH: acidez inibe a fosfofrutocinase; pH ácido estimula fermentação láctica (acidose láctica) Hexocinase - Inibida pelo excesso de glicose-6-fosfato - Quando a fosfofrutocinase é inibida, há um acúmulo de glicose-6-fosfato Piruvato cinase - Inibida pela alta quantidade de ATP e alanina - Insulina atua como um modulador positivo, pois estimula a glicólise - Glucagon inibe a glicólise (modulador negativo) VIAS AFLUENTES DA.GLICÓLISE . Entrada de polissacarídeos - Os polissacarídeos da dieta como o amido e o glicogênio entram na glicólise pois sofrem atuação de enzimas - Amilases salivar e pancreática quebram o amido - Geralmente originam maltose - A maltose é degradada a glicose - O glicogênio endógeno sofre a ação da glicogênio- -fosforilase Entrada de dissacarídeos - Os dissacarídeos sofrem ação das dissacaridases - Maltose é quebrada pela MALTASE - Sacarose é quebrada pela SACARASE - Lactose é quebrada pela LACTASE Entrada de monossacarídeos - Frutose e galactose entram na forma de intermediários da via glicolítica ● FRUTOSE - Sofre ação da hexoquinase, sendo fosforilada a frutose-6-fosfato, intermediário da glicólise ● GALACTOSE - Sofre fosforilação, formando galactose-1-fosfato - Galactose-1-fosfato vira glicose-1-fosfato, que vira glicose -6-fosfato - Há a atuação do UDP (difosfato de uridina) GLICÓLISE AERÓBIA E ANAERÓBIA . - Aeróbia: a glicose passa pelas 10 reações, formando 2 piruvatos; acontece em situações aeróbicas - Anaeróbia (fermentação lática): o piruvato vai ser transformado em lactato (NADH→NAD) - Altas concentrações de lactato no sangue é chamada de acidose láctica CICLO DE CORI . - Ocorre nos músculos e nas hemácias (eritrócitos não possuem mitocôndria) Músculos: o músculo utiliza glicose, formando lactato; o lactato vai até o fígado e é convertido em glicose via gliconeogênese; a glicose volta para o músculo (glicose→lactato→glicose) Hemácias: as hemácias utilizam glicose como fonte de energia, formando lactato; o lactato vai para o fígado, formando glicose GLICONEOGÊNESE . - Formação de glicose a partir de compostos não carboidratos (aminoácidos, lactato, glicerol) - Acontece principalmente no fígado, e em menor extensão no córtex adrenal e no intestino delgado - A gliconeogêneseé o contrário da glicólise (compartilham 7 reações) DESVIOS 1º: conversão do piruvato a fosfoenolpiruvato - Não acontece pela inversão da piruvato cinase - Ela é substituída por 2 reações catalisadas pela piruvato carboxilase e pela fosfoenolpiruvato carboxiquinase - A piruvato carboxilase depende de acetil-CoA, requer a ação da coenzima biotina e converte o piruvato em oxaloacetato piruvato + HCO3 + ATP→oxaloacetato + ADP + Pi - A fosfoenolpiruvato carboxiquinase converte o oxaloacetato em fosfoenolpiruvato oxaloacetato + GTP → PEP + CO2 + GDP 2º: conversão da frutose-1,6-bifosfato para frutose-6-fosfato - Na glicólise: fosfofrutocinase - Na gliconeogênese: frutose-1,6-bifosfatase hidrolisa a frutose-1,6-bifosfato 3º: conversão da glicose-6-fosfato para glicose - Na glicólise: hexoquinase - Na gliconeogênese: glicose-6-fosfatase Essa via permite a síntese da glicose também a partir dos intermediários do ciclo de Krebs (citrato, isocitrato, a-cetoglutarato, succinil-CoA, succinato, fumarato e malato); a maior parte dos aminoácidos são convertidos a piruvato, podendo formar glicose (aminoácidos glicogênicos) Regulação da gliconeogênese - Glucagon: estimula - Insulina: inibe - Acetil-CoA: estimula a piruvato carboxilase - Disponibilidade do substrato VIA DAS PENTOSES-FOSFATO . - Um dos caminhos que a glicose-6-fosfato pode seguir - Gera NADPH, que é utilizado como fonte de energia para órgãos ou tecidos que sintetizam muitos ácidos graxos e colesterol; nos eritrócitos, o NADPH é importante para o dano oxidativo que o defeito na glicose-6-fosfato-desidrogenase pode causar 1. Glicose-6-fosfato sofre oxidação pela glicose-6-fosfato-desidrogenase para formar 6-fosfoglicona-o-lactona, formando NADPH 2. Lactona é hidrolisada a 6-fosfogliconato pela lactonase 3. Formação da ribulose-5-fosfato 4. Ribose-5-fosfato 5. Nucleotídeos, coenzimas, DNA, RNA Importância da via das pentoses-fosfato - Forma NADPH, que serve como fonte de energia - Dá origem a pentoses que auxiliam na formação de DNA, RNA, coenzimas, nucleotídeos GLICOGENÓLISE . - Quebra do glicogênio - Acontece nos músculos e no fígado - A glicogênio-fosforilase catalisa a reação de adição do fosfato inorgânico ao C1 da glicose, liberando glicose-1-fosfato - A glicose-1-fosfato vai ser convertida em glicose-6-fosfato pela fosfoglicomutase - No músculo o processo termina na glicose-6-fosfato - No fígado, a glicose-6-fosfato perde o fosfato, liberando glicose - Essa quebra ocorre nas ligações a-1,4 - Nas ramificações (a-1,6), a enzima de desramificação do glicogênio atua transferindo 3 glicoses para a extremidade e quebrando a ligação da glicose que sobrou Glicogenólise hepática X Glicogenólise muscular - Gera glicose - Gera glicose-6-fosfato GLICOGÊNIO FOSFORILASE - Existem 2 formas: glicogênio-fosforilase a (mais ativa) e glicogênio-fosforilase b (menos ativa) - Quando o nível de glicose está baixo, o glucagon ativa a fosforilase-b-cinase, que converte a fosforilase-b em fosforilase-a, iniciando a liberação de glicose para o sangue - OBS: a fosforilase-a possui fosfato GLICOGÊNESE . - Glicogenina é uma proteína que sofre adição de glicose; a partir de um número de glicoses, começa a se adicionar pelo processo abaixo - Ocorre quebra do ATP, formando glicose-6-fosfato - Glicose-6-fosfato → glicose-1-fosfato - Glicose-1-fosfato → UDP-glicose - Glicose é adicionada ao glicogênio pré-formado a partir da saída do UDP (glicogênio-sintase) - Uma enzima pega 7 glicoses e coloca numa região mais interior GALACTOSEMIA . - DeficiÊncia na enzima que quebra galactose em glicose - Consequência: acúmulo de galactose no sangue - Sintomas: catarata, retardo mental. lesão hepática, crescimento deficiente FRUTOSEMIA . - Deficiência da aldolase DIABETES . Tipo I - Diabetes dependente de insulina - A pessoa possui poucas células beta e são incapazes de liberar insulina em quantidade suficiente - Os tecidos não conseguem captar glicose (a insulina abre os receptores de glicose), consequentemente, começam a utilizar ácidos graxos, liberando corpos cetônicos - O acúmulo desses corpos cetônicos gera um quadro de cetoacidose (diminuição do pH sanguíneo) Tipo II - Resistência à insulina (dessensibilização dos receptores) LACTATO DESIDROGENASE . - Miocárdio, rim, fígado, músculos, hemácias - Infarto agudo do miocárdio, doenças musculares, anemia hemolítica, lesões hepáticas REFERÊNCIAS DEVLIN,T. M. Manual de bioquímica com correlações clínicas. 7 ed. São Paulo: Blucher, 2011. GUERRA, A. T. [et al.]. Cadernos CB Virtual. João Pessoa: Ed. Universitária, 2011. HARVEY, R. A.; TERRIER, D. R. Bioquímica Ilustrada. 5 ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. JÚNIOR, F. P. Enzimas de diagnóstico. 2005. Disponível em: https://pt.slideshare.net/Mariaheht/enzimas-100527 40. NELSON, D. L.; COX, M. M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. 6 ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
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