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Livro Gestão de Materiais e Equipamentos Hospitalares

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Prévia do material em texto

2013
Gestão de Materiais 
e equipaMentos 
Hospitalares
Prof. Luciano Gomes da Silva
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof. Luciano Gomes da Silva
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
362.11068
S586g Silva, Luciano Gomes da
 Gestão de Materiais e Equipamentos Hospitalares/ 
Luciano Gomes da Silva. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 
 224 p. : il
 
 ISBN 978-85-7830-812-4
 
 1. Administração de Hospitais. 2. Saúde. I. Centro 
Universitário Leonardo da Vinci.
Impresso por:
III
apresentação
Para que você, acadêmico(a), possa ampliar seus conhecimentos, 
vamos iniciar nossos estudos sobre Gestão de Materiais e Equipamentos 
Hospitalares. As orientações deste Caderno de Estudos contribuirão para 
direcionar o processo de ensino/aprendizagem. 
A construção deste Caderno de Estudos tem como objetivo sistematizar 
os conteúdos e aspectos teóricos e metodológicos da Gestão de Materiais, 
para que você aprofunde seus conhecimentos enquanto acadêmico(a). 
Também serão apresentadas algumas teorias que fundamentam e contribuem 
no entendimento do contexto da gestão.
Cabe salientar que a Gestão de Materiais e Equipamentos Hospitalares 
vai muito além das informações contidas neste caderno, pois no ambiente 
hospitalar existe uma vasta diversidade de serviços, cada qual com sua 
complexidade. Sabe-se que não serão esgotados os assuntos a serem estudados 
aqui, porém cabe ao caderno contribuir para nortear o aprofundamento na área 
de gestão de materiais, buscando a melhorara da gestão dos Estabelecimentos 
de Assistência à Saúde (EAS), através da compreensão e desenvolvimento 
das práticas de gestão. 
Na Unidade 1, você irá compreender os objetivos, finalidades e 
responsabilidades da gestão de materiais, conhecer suas funções e sua 
influência na administração do EAS. Conhecerá os conceitos iniciais básicos 
sobre gestão de materiais e logística e entender as definições dos diferentes 
tipos de bens patrimoniais existentes no EAS.
Na Unidade 2, você estudará sobre o Nível de Serviço e Demanda 
do Sistema de Gestão de Estoques; irá compreender os níveis de serviço e 
sua finalidade dentro da área de gestão de materiais, classificar os materiais 
de acordo com suas especificidades e graus de necessidade, definir critérios 
para o melhor método de previsão de demanda, fazendo uso das ferramentas 
descritas, definir níveis de estoque e estabelecer controles e fluxo para o 
gerenciamento e ressuprimento dos recursos materiais.
Na Unidade 3, você estudará as Áreas Envolvidas na Gestão de 
Materiais. Irá compreender as áreas envolvidas na gestão de materiais, 
conhecer o processo de compras e sua estruturação, ciclo de ressuprimento 
e aquisição de serviços, desenvolvidos pela área de gestão de materiais, 
verificar a importância sobre o processo de armazenagem, distribuição e 
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há 
novidades em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é 
o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um 
formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova 
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também 
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
transporte, conhecer as ferramentas de controle patrimonial, calcular as taxas 
de depreciação dos patrimônios do EAS e conhecer as funções dos serviços de 
Engenharia Clínica Hospitalar.
Neste contexto delineamos as dimensões da Gestão de Materiais, as 
quais, quando integradas, formam a base do desenvolvimento da gestão. 
Com este contexto vamos iniciar nossas atividades.
Prof. Luciano Gomes da Silva
UNI
V
VI
VII
UNIDADE 1 – GESTÃO DE MATERIAIS ......................................................................................... 1
TÓPICO 1 – DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS ............................... 3
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 3
2 HISTÓRICO DOS EAS ....................................................................................................................... 4
3 OBJETIVO DA ÁREA DE MATERIAIS .......................................................................................... 10
 3.1 DEFINIÇÕES DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS DE SAÚDE ........................................... 10
4 FUNÇÕES DA ÁREA DE MATERIAIS ........................................................................................... 12
5 GESTÃO DE MATERIAIS INSERIDA NA ORGANIZAÇÃO HOSPITALAR ...................... 13
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 17
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 24
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 25
TÓPICO 2 – PLANEJAMENTO DA GESTÃO DE MATERIAIS – ESTRATÉGIA 
 EMPRESARIAL ................................................................................................................ 27
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 27
2 O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO COMO FERRAMENTA DA GESTÃO DE 
 MATERIAIS .......................................................................................................................................... 32
3 FERRAMENTAS PARA TOMADA DE DECISÕES E PLANEJAMENTO DE 
 METAS ................................................................................................................................................... 35
 3.1 PLANEJAR ....................................................................................................................................... 38
4 ORÇAMENTO ...................................................................................................................................... 40
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 43
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 46
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 48
TÓPICO 3 – ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ......................................................................... 51
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 51
2 LOGÍSTICA .......................................................................................................................................... 52
3 CADEIA DE SUPRIMENTOS ........................................................................................................... 57
4 BENS MATERIAIS .............................................................................................................................. 60
5 PACOTES DE SERVIÇOS .................................................................................................................. 61
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 62
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 65
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 66
UNIDADE 2 – NÍVEL DE SERVIÇO E DEMANDA DO SISTEMA DE GESTÃO DE 
 ESTOQUES ................................................................................................................... 69
TÓPICO 1 – ANÁLISE DE CUSTOS E PROCESSOS ..................................................................... 71
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 71
2 NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO .................................................................................................. 76
2.1 NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO COMO UM DIFERENCIAL ............................................. 78
2.2 MEDIÇÃO DO NÍVEL DE SERVIÇO .......................................................................................... 79
suMário
VIII
2.3 COMPETÊNCIA LOGÍSTICA – PLANEJAMENTO DO NÍVEL DE SERVIÇO 
PELO GESTOR – ADMINISTRAÇÃO ............................................................................................... 82
2.4 CONTROLE E MONITORAMENTO DO NÍVEL DE SERVIÇO LOGÍSTICO ...................... 85
2.5 A GESTÃO POR PROCESSOS ...................................................................................................... 89
3 IMPACTOS FINANCEIROS ............................................................................................................. 91
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 92
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 98
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 100
TÓPICO 2 – PREVISÃO DE DEMANDA .......................................................................................... 101
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 101
2 CURVA ABC .......................................................................................................................................... 102
3 CURVA XYZ .......................................................................................................................................... 104
4 USO COMBINADO DAS CURVAS ABC e XYZ ........................................................................... 106
5 MÉTODOS E MODELOS DE PREVISÃO DE DEMANDA ....................................................... 106
6 NÍVEIS DE ESTOQUE ........................................................................................................................ 110
6.1 ESTOQUE DE SEGURANÇA ....................................................................................................... 111
6.2 TEMPO DE REPOSIÇÃO .............................................................................................................. 114
6.3 LOTE DE COMPRA ....................................................................................................................... 115
6.4 PONTO DE PEDIDO ...................................................................................................................... 118
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 120
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 124
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 125
TÓPICO 3 – ESTOQUES: ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS ................................................. 127
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 127
2 GERENCIAMENTO DE RECURSOS .............................................................................................. 128
3 GESTÃO DE ESTOQUES .................................................................................................................. 131
4 CONTROLE DE ESTOQUES ............................................................................................................ 134
4.1 SISTEMA DE FERRAMENTAS, CONTROLE E REPOSIÇÃO DOS ESTOQUES ................. 136
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 140
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 144
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 145
UNIDADE 3 – ÁREAS ENVOLVIDAS NA GESTÃO DE MATERIAIS ...................................... 147
TÓPICO 1 – SUPRIMENTOS ............................................................................................................... 149
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 149
2 PROCESSO DE COMPRAS ............................................................................................................... 150
2.1 ESTRUTURAÇÃO DO PROCESSO DE COMPRA .................................................................... 155
2.1.1 Compras centralizadas e descentralizadas ........................................................................ 155
2.2 A EMISSÃO DA ORDEM DE COMPRA ..................................................................................... 157
2.3 COMPRAS EMERGENCIAIS ....................................................................................................... 158
2.4 IMPORTAÇÕES DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS ............................................................ 159
2.5 PROCESSO DE CONSIGNAÇÃO/COMODATOS .................................................................... 160
2.6 NEGOCIAÇÃO EM COMPRAS ................................................................................................... 161
2.7 O PROCESSO DE COMPRAS PARA O EAS PÚBLICO ........................................................... 161
3 O CICLO DE COMPRAS OU RESSUPRIMENTO ....................................................................... 163
4 CICLO DE ATENDIMENTO DE MATERIAIS E SERVIÇOS SEM RESSUPRIMENTO 
AUTOMÁTICO .................................................................................................................................... 165
5 AQUISIÇÃO DE SERVIÇOS .............................................................................................................165
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 171
IX
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................... 175
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 176
TÓPICO 2 – ARMAZENAGEM ........................................................................................................... 177
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 177
2 ALMOXARIFADO ............................................................................................................................... 179
2.1 CUIDADOS ESSENCIAIS PARA O ARMAZENAMENTO ..................................................... 184
2.2 RESULTADOS DA OTIMIZAÇÃO DO ARMAZENAMENTO ............................................... 184
2.3 CRITÉRIOS DE TIPOS DE ARMAZENAMENTO ..................................................................... 185
2.4 SISTEMAS DE CONTROLE DE ARMAZENAMENTO – INVENTÁRIO FÍSICO ............... 187
2.5 LEVANTAMENTO ......................................................................................................................... 188
2.6 CONTAGEM .................................................................................................................................... 188
2.7 APURAÇÃO .................................................................................................................................... 189
2.8 CONCILIAÇÃO .............................................................................................................................. 190
3 DISTRIBUIÇÃO .................................................................................................................................. 190
4 TRANSPORTE ..................................................................................................................................... 192
RESUMO DO TÓPICO 2 ....................................................................................................................... 195
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 196
TÓPICO 3 – RECURSOS PATRIMONIAIS ....................................................................................... 197
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 197
2 CLASSIFICAÇÃO, CODIFICAÇÃO E RASTREABILIDADE ................................................... 197
2.1 CODIFICAÇÃO .............................................................................................................................. 199
2.2 DEPRECIAÇÃO .............................................................................................................................. 200
3 CONTROLE PATRIMONIAL ........................................................................................................... 206
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 207
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................... 209
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 210
TÓPICO 4 – EQUIPAMENTOS HOSPITALARES ........................................................................... 211
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................... 211
2 ENGENHARIA CLÍNICA X ENGENHARIA HOSPITALAR .................................................... 212
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................. 215
RESUMO DO TÓPICO 4 ....................................................................................................................... 219
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................ 220
REFERÊNCIAS ........................................................................................................................................ 221
X
1
UNIDADE 1
GESTÃO DE MATERIAIS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• compreender os objetivos, finalidades, e responsabilidade da gestão de 
materiais;
• conhecer as funções exercidas pela gestão de materiais e sua influência na 
administração do EAS;
• conhecer os conceitos iniciais básicos sobre gestão de materiais e logística;
• entender as definições dos diferentes tipos de bens patrimoniais existentes 
no EAS.
Esta unidade está dividida em três tópicos. No final de cada um deles, você 
encontrará atividades que reforçarão o seu aprendizado.
TÓPICO 1 – DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
TÓPICO 2 – PLANEJAMENTO DA GESTÃO DE MATERIAIS – ESTRATÉGIA 
EMPRESARIAL
TÓPICO 3 – ADMINISTRAÇÃO DE MATERIAIS
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
1 INTRODUÇÃO
“Não existe nada mais difícil de fazer, nada mais perigoso de conduzir, 
ou de êxito mais incerto do que tomar a iniciativa de introduzir uma 
nova ordem de coisas, porque a inovação tem inimigos em todos aqueles 
que se têm saído bem sob as condições antigas, e defensores não muito 
entusiásticos entre aqueles que poderiam sair-se bem na nova ordem 
das coisas.” (Maquiavel – O Príncipe)
O mundo hospitalar é velozmente mutante. Os avanços da gestão hospitalar, 
recursos tecnológicos, econômicos e sociais têm levado as organizações hospitalares 
a reformularem suas estratégias e objetivos, passando por um profundo processo 
de transformação e de aprendizado.
A busca de novos horizontes destas organizações aponta com clareza para a 
necessidade de orientar esforços e mobilizar recursos de forma coerente em direção a 
objetivos bem definidos através da gestão de materiais e equipamentos hospitalares.
Os Estabelecimentos de Assistência à Saúde (EAS) estão adotando uma 
postura mais competitiva, buscando formas mais adequadas para sua sobrevivência 
e longevidade frente ao mercado globalizado.
Diante deste contexto, a gestão de materiais e equipamentos hospitalares 
assume grande importância nos hospitais, pois proporciona não só maior 
flexibilidade no gerenciamento financeiro dos hospitais, como também se antecipa 
e responde, com maior rapidez, às mudanças. Assim é preciso que estejam 
estabelecidos os objetivos e diretrizes que estão na base de todas as ações e 
resultados da gestão. 
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
4
A instalação de um comitê de gestão hospitalar estratégica e técnica, 
alinhado com a definição da missão e visão do hospital, identificação de 
diretrizes, metas e indicadores constituem as etapas de desenvolvimento cujo 
objetivo é facilitar e acelerar a implantação de mecanismos definidos a partir dos 
desdobramentos das diretrizes. 
O uso sistemático do planejamento na gestão trará benefícios inestimáveis 
para o futuro do hospital que o adotar, consolidando e fortalecendo seus valores.
A proposta desta disciplina é demonstrar a importância e a necessidade dos 
hospitais desenvolverem o pensamento sobre a gestão de materiais e equipamentos 
hospitalares, com foco no planejamento e gerenciamento estratégicos.
É fato que o impacto destas mudanças no ambiente de negócio hospitalar 
atinge a todos. O problema é como desenvolver metodologias de inovação dentro 
de hospitais que lidam com tantas ameaças, transformaros problemas e ameaças 
em oportunidades, e fazer com que essas oportunidades tragam resultados 
sustentáveis ao longo de um determinado tempo.
Assim a gestão de materiais e equipamentos hospitalares, dada sua 
importância, deverá assumir seu papel e sua responsabilidade na instituição, 
norteando e definindo o método a ser utilizado na aplicação dos seus recursos, no 
intuito de alcançar seus objetivos. 
2 HISTÓRICO DOS EAS
"Para ter um negócio de sucesso, alguém, algum dia, teve que tomar 
uma atitude de coragem." (Peter Drucker)
Os Estabelecimentos de Assistência à Saúde (EAS) existem desde a Idade 
Média e durante muitos séculos foram locais de abrigo, consolo e suporte para 
uma morte menos sofrida e dolorosa. A origem da palavra hospital vem do latim 
hospitalis, adjetivo derivado de hospes (hóspede, estrangeiro, viajante, conviva). 
Durante muitos séculos os hospitais franceses tinham nome de hotel (ex.: Hotel 
Dieu, em Paris, França) e no idioma italiano hospitais têm o nome de ospedale. 
Introduzidos pelas ordens religiosas, muitos EAS brasileiros permanecem 
ligados até os nossos dias à atividade caritativa, e não é coincidência que o 
primeiro hospital brasileiro, fundado em 1543, tenha sido a Santa Casa de 
Misericórdia de Santos.
Os EAS não eram um lugar organizado para o trabalho médico e não 
existiam recursos tecnológicos, seja para diagnóstico, seja para tratamento.
As descobertas científicas a partir do século XVIII foram lentamente 
modificando o caráter do hospital de uma instituição de assistência religiosa 
e beneficente para uma instituição assistencial. Assim o objetivo do hospital 
TÓPICO 1 | DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
5
torna-se trabalhar para reinserir os indivíduos doentes na sociedade e passa a 
ser importante conhecer e quantificar o número de pacientes, inclusive saber o 
período de permanência do paciente no hospital. 
Neste contexto os EAS passaram por um processo de reorganização do seu 
espaço e a contar com um grande número de leitos clínicos e cirúrgicos. Era bastante 
comum que os pacientes permanecessem durante meses ou muitas semanas 
internados, e com isso havia a transmissão de doenças no interior do próprio hospital.
No entanto, na segunda metade do século passado, uma série de inovações 
(nas áreas da eletrônica e pesquisa farmacológica, da genética e da informática 
etc.) permitiu à medicina e aos hospitais prevenir, diagnosticar e tratar doenças, 
algumas antes mesmo de sua manifestação. 
Inúmeros exemplos podem ser citados: a introdução da radiologia simples 
até a ressonância magnética, os transplantes de órgãos com supressão da rejeição, 
a realização de exames por meio de ultrassonografias, as cirurgias cardíacas em 
adultos, crianças e até fetos, a realização de exames laboratoriais com quantidades 
mínimas de sangue, além de milhares de outros exemplos. 
Os EAS passaram a contar com um verdadeiro arsenal de materiais, 
medicamentos e equipamentos médicos, que são capazes de atuar sobre a maioria 
das doenças, muitas vezes curando os pacientes ou pelo menos prolongando sua 
vida com qualidade e dignidade.
Impulsionados pela introdução de novas tecnologias e por décadas de 
crescimento econômico, os EAS cresceram em número, volume e complexidade 
de atividades. 
Este foi um fenômeno mundial, incluindo o nosso país. A partir da 
década de 70, centenas de novos EAS passaram a funcionar e hoje contamos com 
257.450 hospitais, com um total de 504.670 leitos. (Os dados foram extraídos 
das tabelas a seguir).
A maioria destes EAS é particular e de pequeno e médio porte, cuja 
importância está relacionada ao número de leitos, número de salas cirúrgicas, 
número de internações hospitalares.
Assim os EAS são parte integrante de uma organização médica e social, 
cuja função básica consiste em proporcionar à população assistência médica 
integral, curativa e preventiva, sob quaisquer regimes de atendimento, inclusive 
o domiciliar, constituindo-se também em centros de educação, capacitação de 
recursos humanos e de pesquisas em saúde, bem como de encaminhamento de 
pacientes, cabendo-lhes supervisionar e orientar os estabelecimentos de saúde a 
eles vinculados tecnicamente.
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
6
TABELA 1 – SERVIÇOS DE SAÚDE NO BRASIL CADASTRADOS NO MS
FONTE: CNES (ago. 2013). Disponível em: <http://www.cns.org.br/links/
DADOS_DO_SETOR.htm>. Acesso em: 24 ago. 2013.
TABELA 2 – HOSPITAIS DO BRASIL
FONTE: CNES (ago. 2013). Disponível em: <http://www.cns.org.br/links/
DADOS_DO_SETOR.htm>. Acesso em: 24 ago. 2013.
TABELA 3 – LEITOS HOSPITALARES NO BRASIL
FONTE: CNES (ago. 2013). Disponível em: <http://www.cns.org.br/links/DADOS_
DO_SETOR.htm>. Acesso em: 24 ago. 2013
Vejamos agora alguns dados do setor da saúde no Brasil.
TÓPICO 1 | DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
7
TABELA 4 – SERVIÇOS COMPLEMENTARES NO BRASIL
FONTE: CNES (ago. 2013). Disponível em: <http://www.cns.org.br/links/
DADOS_DO_SETOR.htm>. Acesso em: 24 ago. 2013.
TABELA 5 – NÚMERO DE EQUIPAMENTOS
FONTE: CNES (ago. 2013). Disponível em: <http://www.cns.org.br/links/DADOS_
DO_SETOR.htm>. Acesso em: 24 ago. 2013.
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
8
TABELA 6 – SISTEMA SUPLEMENTAR
FONTE: ANS (ago. 2013). Disponível em: <http://www.cns.org.br/links/DADOS_
DO_SETOR.htm>. Acesso em: 24 ago. 2013.
TABELA 7 – UNIDADES DE ENSINO NO BRASIL
FONTE: MEC (ago. 2013). Disponível em: <http://www.cns.org.br/links/DADOS_
DO_SETOR.htm>. Acesso em: 24 ago. 2013.
TABELA 8 – PROFISSIONAIS DA ÁREA DA SAÚDE CADASTRADOS NO CNES
FONTE: CNES (ago. 2013). Disponível em: <http://www.cns.org.br/links/DADOS_
DO_SETOR.htm>. Acesso em: 24 ago. 2013.
TÓPICO 1 | DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
9
TABELA 9 – MÉDICOS ATIVOS NO BRASIL POR REGIÃO 
FONTE: CFM (ago. 2013). Disponível em: <http://www.cns.org.br/links/DADOS_
DO_SETOR.htm>. Acesso em: 24 ago. 2013.
Os dados acima apresentados demonstram um panorama dos EAS no país.
 
Com o avanço dos conhecimentos científicos houve o controle e redução de 
várias doenças, principalmente as infecciosas, pulmonares e parasitárias, que eram 
as maiores responsáveis pelos altos níveis de mortalidade no país.
 Com o declínio dos níveis de mortalidade e graças aos avanços do 
Sistema de Saúde Pública (SUS), Previdência Social, Infraestrutura Urbana e 
atavés da Legislações Trabalhistas, ocorreu uma acentuada transformação do 
padrão demográfico da população brasileira, com isso uma significativa queda da 
natalidade e redução da mortalidade infantil.
Outros fatores como o êxodo rural - migrações para áreas urbanizadas, 
as transformações econômicas e culturais e a reorganização na composição do 
tamanho da família brasileira, também contibuíram para estes novos cenários.
Estes cenários foram acentuando ao longo dos anos e um dos resultados 
desse conjunto de mudanças foi o envelhecimento da população, que levou a 
apresentarem variação como: do aumento das doenças crônicas-degenerativas, 
doenças do aparelho circulatório, neoplasias e de causas externas ligadas a 
acidentes e à violência, gerando impactos e novas demandas da saúde.
Um exemplo de novas demandas foi a redução da desnutrição infantil e 
de adultos, com isso o aumento da prevalência de excesso de peso e obesidade na 
população em geral.
Em suma, com a diminuição dos índices de natalidade, envelhecimento 
da população e o aumento da expectativa de vida, excluindo as causas externas, 
os índices nos levam a perceber que a proporção de pessoas afetadas por doenças 
crônicas-degenerativas tenderá a aumentar ao longo dos anos no país, o que 
significa dizer que os serviços de saúde deverão se preparar, quanto ao número 
de EAS, número de leitos, de profissionais e de equipamentos, como uma resposta 
rápida para lidar com uma demanda progressivamente maior buscando por 
atendimento hospitalar e procedimentos especializados.
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
10
3 OBJETIVO DA ÁREA DE MATERIAIS
3.1 DEFINIÇÕES DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOSDE SAÚDE 
Equipamentos e materiais de saúde ou produtos correlatos são aparelhos, 
materiais ou acessórios cujo uso ou aplicação esteja ligado à defesa 
e proteção da saúde individual ou coletiva, à higiene pessoal ou de 
ambientes, ou a fins diagnósticos e analíticos, os cosméticos e perfumes e, 
ainda, os produtos dietéticos, ópticos, de acústica médica, odontológicos 
e veterinários. (ANVISA, 2013).
Este universo, para fins de aplicação da legislação sanitária, compreende os 
seguintes produtos definidos na Portaria Interministerial MS/MDIC nº 692, de 8 de 
abril de 2009, e Portaria SVS nº 686, de 27 agosto de 1998.
Produto médico: produto para a saúde, tal como equipamento, aparelho, 
material, artigo ou sistema de uso ou aplicação médica, odontológica, laboratorial 
ou estética, destinado à prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação ou 
anticoncepção e que não utiliza meio farmacológico, imunológico ou metabólico 
para realizar sua principal função em seres humanos, podendo, entretanto, ser 
auxiliado em suas funções por tais meios. 
Produto para diagnóstico de uso in vitro: reagentes, padrões, calibradores, 
controles, materiais, artigos e instrumentos, junto com as instruções para seu 
uso, que contribuem para realizar uma determinação qualitativa, quantitativa 
ou semiquantitativa de uma amostra proveniente do corpo humano e que não 
estejam destinados a cumprir alguma função anatômica, física ou terapêutica, 
que não sejam ingeridos, injetados ou inoculados em seres humanos e que 
são utilizados unicamente para prover informação sobre amostras obtidas do 
organismo humano.
FONTE: Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/portaria_692.pdf>. Acesso 
em: 24 ago. 2013.
Materiais e equipamentos de saúde compreendem ainda:
Equipamento de diagnóstico: equipamento, aparelho ou instrumento de 
uso médico, odontológico ou laboratorial, destinado à detecção de informações 
do organismo humano para auxílio a procedimento clínico. Exemplo: Aparelho 
de Raio X
Equipamento de terapia: equipamento, aparelho ou instrumento de uso 
médico ou odontológico, destinados a tratamento de patologias, incluindo a 
substituição ou modificação da anatomia ou processo fisiológico do organismo 
humano. Exemplo: Fototerapia
TÓPICO 1 | DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
11
Equipamento de apoio médico-hospitalar: equipamento, aparelho ou 
instrumento de uso médico, odontológico ou laboratorial, destinado a fornecer 
suporte a procedimentos diagnósticos, terapêuticos ou cirúrgicos. Exemplo: 
Ressonância Magnética
Material de uso em saúde: produto para saúde não ativo, isto é, cujo 
funcionamento não depende de fonte de energia elétrica ou qualquer outra fonte 
de potência distinta da gerada pelo corpo humano ou gravidade e que funciona 
pela conversão desta energia. Exemplo: Esfigmomanômetro
Materiais e artigos descartáveis: são os materiais e artigos de uso médico, 
odontológico ou laboratorial, utilizáveis somente uma vez de forma transitória 
ou de curto prazo. Exemplo: seringas e agulhas.
Materiais e artigos implantáveis: são os materiais e artigos de uso 
médico ou odontológico, destinados a serem introduzidos total ou parcialmente 
no organismo humano ou em orifício do corpo, ou destinados a substituir 
uma superfície epitelial ou superfície do olho, através de intervenção médica, 
permanecendo no corpo após o procedimento por longo prazo e podendo ser 
removidos unicamente por intervenção cirúrgica. Exemplo: Órteses e próteses.
Materiais e artigos de apoio médico-hospitalar: são os materiais e artigos 
de uso médico, odontológico ou laboratorial, destinados a fornecer suporte a 
procedimentos diagnósticos, terapêuticos ou cirúrgicos. Exemplo: Catéteres
FONTE: Disponível em: <http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/3b9af80474586df9058d
43fbc4c6735/cartilha.pdf?MOD=AJPERES>. Acesso em: 24 ago. 2013.
A área de materiais tem como objetivo principal suprir as necessidades 
da organização com materiais e serviços, servindo de ponte entre os EAS e seus 
fornecedores.
Segundo Chiavenato (1991, p. 35), “A administração de materiais (AM) 
consiste em ter os materiais necessários na quantidade certa, no local certo e no tempo 
certo à disposição dos órgãos que compõem o processo produtivo da empresa”. 
Para Ballou (1993, p. 61), “[...] o objetivo da administração de materiais 
deve ser prover o material certo, no local de operação certo, no instante correto e 
em condição utilizável ao custo mínimo”.
Dessa forma um dos pontos principais da área de materiais é também atender 
aos solicitantes de maneira eficiente, sempre fornecendo o produto certo, no tempo 
certo, na quantidade certa, visando aos melhores custos econômicos para a EAS. 
Para Paterno (1990), a administração de materiais é o ciclo de previsão, 
aquisição, transporte, recebimento, armazenamento, distribuição, conservação, 
venda de excedentes e análise de controle de inventários.
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
12
4 FUNÇÕES DA ÁREA DE MATERIAIS
Na área de materiais existem diversas funções que serão desenvolvidas 
por diferentes setores dentro do EAS. De modo geral as principais atividades são: 
– Seleção de materiais: é nessa etapa que são definidos os materiais que deverão 
ser adquiridos, padronizados quando necessário e verificadas as especificações 
de produtos a serem cotados, e critérios para compra de novos produtos ou 
substituição de produtos que já estão padronizados pelo EAS.
– Compras: é neste momento que serão realizadas as cotações dos produtos/
materiais que foram solicitados pelos usuários ou anteriormente 
padronizados. É também aqui que os compradores, com uso de algumas 
ferramentas utilizadas pelo setor, irão realizar as negociações dos valores dos 
produtos a ser adquiridos, obviamente sempre visando atender ao usuário 
solicitante e aos interesses do EAS.
– Gerenciamento de estoque: o gerenciamento de estoque será dentro da área 
de materiais, na maioria das vezes é quem ditará o andamento da maior 
parte do volume de compras do EAS, tendo em vista que todo o controle de 
estoque, assim como de reposição de estoque, ficará por conta do gestor dessa 
área. O gerenciamento de estoque deverá ainda criar métodos para prever as 
demandas internas da instituição a fim de que não haja interrupções no serviço 
por falta de material.
– Estoque (armazenagem): no estoque serão armazenados os materiais adquiridos 
pelo setor de compras, e faz parte das atividades do estoque receber esses 
materiais, conferir as especificações do material com as que foram solicitadas 
no ato da compra, acondicionar os materiais de maneira adequada, obedecendo 
a critérios climáticos, como temperatura e umidade quando for necessário, 
dispensar materiais às áreas solicitantes e o controle de validade desses materiais.
TÓPICO 1 | DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
13
FIGURA 1 – ÁREA DE MATERIAIS
FONTE: Ministério da Saúde (1994, p. 17)
Essas são as principais atividades desenvolvidas pela área de materiais, a 
fim de se obter um modelo de gestão de materiais ideal. 
A motivação da administração de materiais é satisfazer as necessidades 
de sistemas de operação, tais como uma linha de produção na 
manufatura ou um processo operacional de banco, hospital etc.; 
essas necessidades provêm das curvas de demanda dos clientes, 
das atividades de promoção e dos programas de distribuição física. 
(BALLOU, 1993, p. 59).
Obviamente que essas áreas poderão receber diferentes denominações, as 
atividades poderão ser acumuladas por um mesmo setor dependendo do tamanho 
do EAS, mas, independente do formato da área de materiais, é muito importante 
que todas as atividades mencionadas sejam desenvolvidas, pois o objetivo é obter 
uma gestão de materiais eficiente.
5 GESTÃO DE MATERIAIS INSERIDA NA ORGANIZAÇÃO 
HOSPITALAR
A gestão de materiais tem como função principal suprir, prover, fornecer 
subsídios às áreas que demandam materiais e equipamentos hospitalares. 
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS14
A administração de materiais (AM) envolve a totalidade dos fluxos de 
materiais da empresa, desde a programação de materiais, compras, 
recepção, armazenamento no almoxarifado, movimentação de 
materiais, transporte interno e armazenamento no depósito de produtos 
acabados. (CHIAVENATO, 1991, p. 35).
É uma área vital, estratégica, dinâmica dentro da organização hospitalar e 
na maioria dos EAS está subordinada à área de apoio, uma vez que sua função é 
dar suporte a praticamente todas as áreas e garantir o funcionamento da assistência 
contínua ao paciente.
Dessa forma, as áreas inseridas dentro da área de gestão de materiais têm 
contato direto com todo o EAS, recebendo as solicitações de compras, distribuindo 
os materiais solicitados, gerando as solicitações de ressuprimento de estoque, 
desenvolvendo novos fornecedores junto a outros setores de apoio e áreas afins, 
entre outras atividades. Veja um exemplo a seguir dessas atividades e de que forma 
elas se relacionam com os diversos setores do EAS.
FIGURA 2 – INTERAÇÕES DA GESTÃO DE MATERIAIS
FONTE: O autor
TÓPICO 1 | DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
15
Na organização hospitalar, como dito anteriormente, a gestão de materiais 
normalmente está inserida dentro da gestão de apoio, porém existem diferentes 
modelos de administração, sendo assim muitas vezes a área de materiais poderá 
estar inserida na área de gestão de finanças (financeiro) da organização, por se 
tratar de uma área diretamente ligada aos custos da instituição. Na figura a seguir 
é possível observar um modelo de organograma institucional de um EAS, onde 
a gestão de materiais está inserida na área de apoio, sendo representada pelos 
setores: suprimentos/compras, almoxarifado, farmácia.
Um aspecto econômico muito importante da gestão de materiais e 
equipamentos hospitalares a ser ressaltado é o enorme volume de transações 
financeiras e de investimentos que transitam e são alocados nestes setores 
acima citados. 
Neste sentido, Chiavenato (1991, p. 35) afirma que “O capital investido em 
estoques normalmente representa uma parcela muito grande do patrimônio da 
empresa e requer uma administração cuidadosa e inteligente”. 
É preciso que o EAS tenha uma eficiente gestão desses investimentos, um 
olhar minucioso e processos estabelecidos e firmados com a alta administração, 
além de um controle rigoroso de materiais e de patrimônio. 
DICAS
Você poderá encontrar muitas informações sobre gestão de 
materiais e equipamentos hospitalares acessando o site da 
ANVISA em <http://portal.anvisa.gov.br>.
Veja um exemplo de organização hospitalar.
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
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TÓPICO 1 | DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
17
No modelo de organização apresentado a interação entre os setores de 
maior demanda por insumos se torna maior, pois, como o próprio nome já diz 
(APOIO), todos os esforços da área estão voltados à atenção ao cliente/usuário. 
Além disso, esse formato favorece maior proximidade entre as principais áreas 
desenvolvedoras de fornecedores, como a engenharia, farmácia e Órteses, Próteses 
e Materiais Especiais (OPME), que são os responsáveis pelos maiores investimentos 
econômicos em estoques.
DICAS
Sugestão de leitura: Gestão de estoques em ambientes hospitalares. Disponível 
em: <http://www.convibra.com.br/upload/paper/adm/adm_3253.pdf>.
A leitura complementar que vem a seguir é um fragmento de pesquisa cujo texto você poderá 
ler na íntegra acessando a página referenciada na fonte.
LEITURA COMPLEMENTAR
GESTÃO DE MATERIAL MÉDICO-HOSPITALAR E O PROCESSO DE 
TRABALHO EM UM HOSPITAL PÚBLICO
Simone Domingues Garcia 
Maria do Carmo Lourenço Haddad
Mara Solange Gomes Dellaroza 
Daniele Bernardi da Costa
Juranda Maia de Miranda
INTRODUÇÃO
No processo gerencial na área da saúde um dos setores mais complexos 
e de maior custo, que exige constantes atualizações devido às mudanças e 
surgimento de novos produtos, é a área de gestão de materiais hospitalares. 
Materiais são considerados insumos ou fatores produtivos, de natureza física, 
com determinada durabilidade, empregados na realização de procedimentos/
atividades assistenciais aos pacientes. A escassez de alguns destes, considerados 
imprescindíveis para assistência, é um dos pontos que mais afligem os gestores 
dos serviços de enfermagem.
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
18
A gestão de materiais é um processo no qual se planeja, executa e controla, 
em condições mais eficientes e econômicas, o fluxo de materiais, partindo das 
especificações dos artigos a comprar até a entrega do produto. Os avanços 
tecnológicos têm impulsionado o aumento constante da complexidade assistencial, 
exigindo um nível de atenção cada vez mais elevado, por parte dos profissionais de 
saúde, criando uma demanda crescente por recursos materiais.
A administração de recursos materiais tem sido motivo de preocupação 
nas organizações de saúde, tanto nas do setor público, como no privado, que 
fazem parte da rede complementar do Sistema Único de Saúde (SUS). As do setor 
público, devido a orçamentos restritos, necessitam de maior controle do consumo 
e dos custos para que não privem funcionários e pacientes do material necessário.
A atuação do enfermeiro na administração de recursos materiais constitui-
se uma conquista nas esferas de tomada de decisão, destacando a importância do 
seu papel na dimensão técnico-administrativa inerente ao processo de cuidar e 
gerenciar. É válido ressaltar que a aquisição de materiais em instituições públicas 
segue a Lei nº 86.666/1993, que norteia as licitações. 
Ao considerar as afirmações descritas e pela análise do cenário atual 
envolvendo a gestão de material médico-hospitalar, justificam-se como relevantes 
e essenciais para o desenvolvimento técnico-científico do enfermeiro maiores 
estudos sobre o assunto. O despertar inicial do pesquisador na área surgiu a 
partir da observação da prática diária, que considera fundamental o conhecimento 
dos materiais utilizados para assistir os pacientes com segurança e qualidade. 
O número de publicações com o tema ainda é escasso no Brasil dada a sua 
importância em todos os âmbitos da saúde, podendo ser visto como estratégia de 
estímulo na produção de artigos por enfermeiros. Com isso, o estudo utilizou a 
seguinte questão norteadora para embasar a pesquisa: Qual a influência da gestão 
de material médico-hospitalar no seu processo de trabalho?
Método 
[…] O estudo foi realizado em um hospital público de média complexidade, 
integrado ao Sistema Único de Saúde e localizado na região norte do Paraná. 
Presta serviço de pronto-atendimento nas clínicas médica, cirúrgica e pediátrica. 
O serviço de internação conta com 14 leitos pediátricos, 20 leitos da clínica médica 
e dez leitos de clínica cirúrgica. O serviço de pronto-atendimento possui 15 leitos 
de observação, dez de internação e duas salas de emergências correspondendo a 
quatro leitos. Possui serviço de cirurgias eletivas de médio e pequeno porte. [...] 
TÓPICO 1 | DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
19
Resultados e discussão 
[…] Após análise das entrevistas formaram-se cinco categorias que 
expressam a influência da gestão de material médico-hospitalar no processo de 
trabalho dos atores envolvidos, sendo: 
1) ausência de autonomia na escolha do matérial médico-hospitalar; 
2) falta de manutenção de equipamentos e material médico-hospitalar; 
3) burocracia no processo de compra; 
4) falta de qualidade de alguns materiais; 
5) ausência de envolvimento profissional na gestão de material médico-
hospitalar. 
As categorias formadas envolvem aspectos positivos e negativos do processo 
de trabalho, respeitando o significado expressado pelos profissionais durante o 
vivenciar de sua tarefa.
Ausência de autonomia na escolha do material médico-hospitalar 
Nessa categoria as falas dos atores são clarasem demonstrar que há 
centralização na tomada de decisão do profissional que compra os materiais, 
caracterizando o sentimento de submissão quanto ao poder de decidir qual seria a 
melhor escolha, conforme expresso nos relatos abaixo:
Dificuldade é que você não tem a oportunidade de escolher o material, tem que 
aceitar o que ele manda. Falta autonomia. Enfermeiro Assistencial (E.A)
Enfermeiro do setor deveria participar do processo licitatório porque nós que 
sabemos se o material é bom ou não. (E.A)
Torna-se visível ao analisar essa categoria a dicotomia existente nas funções 
gerenciais e assistenciais do enfermeiro. É necessário que o enfermeiro hospitalar 
tenha uma visão holística da assistência prestada e desenvolva competências 
gerenciais, demonstrando que a dicotomia existente entre assistência e gerência é 
algo desfavorável ao desenvolvimento do processo de trabalho [...]
[...] A realidade é que não é possível oferecer uma assistência de qualidade 
se não houver uma integração entre as ações gerenciais e as assistenciais, e que o 
enfermeiro necessita atualizar-se quanto aos aspectos essenciais em uma unidade, 
como a escolha do material médico-hospitalar. Outro fator relevante observado 
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
20
durante a entrevista com o enfermeiro responsável pelo processo de compras foi que 
este profissional desconhece as especificações de alguns materiais, interferindo com 
isso na escolha de produtos específicos para determinados setores, principalmente 
os mais especializados como pediatria e centro cirúrgico.
Pessoas envolvidas não entendem de materiais diferenciados no centro cirúrgico. (E.A)
Comprar para cozinha, para o laboratório é responsabilidade do auxiliar 
administrativo, e o enfermeiro que realiza o pedido de compra desconhece o produto, não tem 
noção, quem pede não entende, compra errôneo, não sabe exatamente o que quer. (E.M) [...]
É importante ressaltar que o processo de gestão de suprimento de material 
médico-hospitalar não tem recebido o devido trato profissional, desvalorizando-
se o setor, por conseguinte a empresa hospitalar. Por vezes, delega-se essa 
responsabilidade a colaboradores não qualificados para o exercício da função. [...]
Falta de manutenção de equipamentos e material médico-hospitalar 
Durante as entrevistas o conceito de materiais e equipamentos não 
apresentou diferenciação, demonstrando que os profissionais consideram que 
materiais envolvem desde os de consumo até os equipamentos permanentes. 
Relataram que um dos principais problemas enfrentados é o mau uso dos 
equipamentos e a falta de manutenção, influenciando diretamente na qualidade 
da assistência oferecida. [...]
[...] A manutenção é demorada e não há manutenção preventiva regular. (T.E) (E.A)
Demoram muito os consertos dos equipamentos. (T.E)
A escassez de equipamentos necessários e específicos também foi referida 
como aspecto negativo para a execução do trabalho.
[...] falta tudo, se tivesse número adequado seria mais rápido, mais fácil. (E.A)
A presença de grandes estoques de alguns materiais e a escassez de outros, 
dentro de um hospital, é talvez um dos pontos que mais afligem os profissionais 
envolvidos com o processo gerencial. A escassez implica muitas vezes a interrupção 
da assistência, levando à vivência de situações danosas e estressantes para o cliente, 
família e profissionais. 
Os almoxarifados hospitalares, cuja função é o gerenciamento de estoques, 
não desenvolvem suas atividades com eficiência e eficácia, não controlando 
corretamente o fluxo de materiais. Os motivos mais apontados, entre outros, que 
levam a essa dificuldade de controle são: a diversidade de materiais e a falta de 
informatização nesse setor. Como ponto positivo e diferenciado da instituição em 
TÓPICO 1 | DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
21
estudo é que a mesma possui sistema informatizado para a gestão de materiais, 
otimizando o tempo do funcionário que mantém as informações atualizadas em 
tempo real, como a quantidade de materiais no estoque sem ter que realizar essa 
tarefa manualmente. [...]
[...] A falta de conscientização do uso dos materiais também foi verificada, 
pois não há na instituição um treinamento ou um processo de sensibilização da 
importância do uso correto dos materiais e equipamentos.
Repetidas vezes o serviço de manutenção tem que realizar nova compra do 
equipamento. (E.M) [...]
 
Burocracia no processo de compra 
[...] O processo de compra no campo de pesquisa é feito por meio de 
licitações, que são procedimentos administrativos mediante os quais a organização 
pública seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse, 
visando proporcionar oportunidades iguais aos fornecedores. [...] 
A lentidão nos processos administrativos presenciada nos serviços de 
saúde no Brasil é apontada como problema crônico, gerando formalidade nas 
comunicações, excessiva burocracia, apresentando serviços que não satisfazem os 
colaboradores externos.
Tudo passa por licitação, não pode escolher o material, ganha o menor preço; tempo 
de espera pelo material; não tem acesso ao material antes de chegar, já chega comprado. (E.A)
A aquisição de um produto de qualidade é um processo demorado. (T.E)
Percebe-se que o processo de aquisição de material médico-hospitalar 
adotado na instituição em estudo respeita as normas preconizadas pelo SUS, porém 
nota-se que algo instituído pelo poder público também possui fragilidades, como a 
morosidade na aquisição de materiais.
Falta de qualidade de alguns materiais 
A qualidade, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 
“[...] define-se como um conjunto de elementos que incluem: um alto grau de 
competência profissional, a eficiência na utilização dos recursos, um mínimo de 
riscos, um alto grau de satisfação dos pacientes e um efeito favorável na saúde”. 
A qualidade dos produtos disponíveis na instituição está diretamente ligada ao 
processo de aquisição e uso destes materiais. Em relação à qualidade dos materiais 
os entrevistados referiram:
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
22
A qualidade se torna um defeito e, tendo material em abundância, as pessoas 
desperdiçam. (T.E) (E.A)
[...] usamos muitos materiais de má qualidade. (E.A) (T.E)
[...] Refere-se que a qualidade de um produto ou de um serviço é medida 
pelo conjunto de características capazes de atender as necessidades implícitas do 
cliente, que está ligado ao modo de ser de cada um, ao senso de observação e à sua 
realidade. Por sua vez, as necessidades explícitas estão relacionadas a aspectos 
objetivos expressos formalmente em contratos, especificações de projetos, manuais 
de operações de equipamentos. Por conseguinte, revelam o compromisso que o 
fornecedor assume com o cliente. Entre as reformulações necessárias em busca da 
qualidade do material oferecido está a melhora nas especificações dos materiais 
padronizados e não padronizados. Com a especificação adequada é possível obter 
materiais de qualidade superior e, consequentemente, melhorar a qualidade da 
assistência oferecida. [...]
[...] Abrangendo a questão de desperdício de materiais, além do relato 
acima, a fala abaixo reforça a necessidade de garantir a qualidade dos materiais 
médico-hospitalares. 
Às vezes o produto é mais barato, mas acaba sendo necessário utilizar três unidades, 
tornando relativamente mais caro. (T.E)
O serviço público considera que seus maiores problemas estão centrados 
na falta de recursos financeiros, porém é perceptível que a escassez de alguns 
materiais médico-hospitalares juntamente com a sua má utilização, falta de 
profissionais qualificados e pouca atenção no planejamento logístico de insumos 
interferem na qualidade do que se dispõe. [...]
Para que haja um uso correto dos recursos públicos, a administração 
de materiais dá suporte ao controle do processo das atividades realizadas num 
hospital, para também evitar desperdícios e controlar os custos. Quando se refere à 
percepção que os funcionáriostêm do desperdício, o que vem à mente basicamente 
é o uso de recursos de materiais hospitalares em primeiro plano, já que o gasto 
com eles é maior que os demais recursos, e dele também se faz maior uso devido à 
própria atividade da instituição.
O instrumento de avaliação e o portfólio são elementos educativos e 
facilitadores da análise técnica dos materiais, dando suporte aos enfermeiros dos 
setores no momento de questionar a qualidade dos materiais adquiridos.
FONTE: GARCIA, Simone Domingues et al. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, 
v. 65, n. 2, mar./abr. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0034-71672012000200021>. Acesso em: 24 ago. 2013.
TÓPICO 1 | DEFINIÇÃO E CONCEITOS DA GESTÃO DE MATERIAIS
23
NOTA
Na próxima unidade você estudará sobre planejamento da gestão de materiais – 
como estratégia empresarial.
NOTA
Henry Mintzberg é um autor muito produtivo, escreve sobre estratégia de gerência e de negócios, tem mais 
de 140 artigos publicados e treze livros. Seu livro mais produtivo, “A Ascensão e a Queda do Planejamento 
Estratégico”, critica algumas das práticas de hoje do planejamento estratégico e é considerado leitura essencial 
para qualquer um que queira fazer parte do processo de tomada de decisões dentro de sua organização.
24
RESUMO DO TÓPICO 1
 Os avanços da gestão hospitalar, recursos tecnológicos, econômicos e 
sociais têm levado os EAS a reformular suas estratégias e objetivos, passando por 
um profundo processo de transformação e de aprendizado.
As organizações buscam orientar seus esforços e mobilizar os recursos 
em direção aos seus objetivos, adotando uma postura mais competitiva de 
sobrevivência e longevidade, frente ao mercado globalizado. 
A gestão de materiais e equipamentos hospitalares assume um papel 
de grande importância para antecipar-se, antever mudanças e assim suprir as 
necessidades de materiais, equipamentos e serviços dos EAS.
A gestão de materiais dentro de um EAS tem como objetivo suprir as 
necessidades da organização com materiais e serviços, atendendo os clientes 
internos de forma eficiente, ágil e principalmente com o menor custo possível, mas 
sempre focado no binômio qualidade x preço.
Por se tratar de uma área focada em economia e maximização de lucros, 
geralmente está subordinada à área financeira, mas também pode estar subordinada 
à área de apoio, o que favorece as demais áreas de apoio, pois a supervisão da área 
de materiais estabelece normas e padrões na instituição, o que assegura e preserva 
o abastecimento do EAS.
A administração de materiais e equipamentos médico-hospitalares 
necessita ser tratada com uma abordagem sistemática, responsável e capaz de 
garantir que os materiais e equipamentos sejam eficazes e seguros, apropriados e 
disponíveis para atender com qualidade a demanda do EAS.
Com este preceito é preciso planejar. Estabelecer um planejamento 
que contenha os objetivos que a organização quer atingir, levantando dados 
e informações das áreas para o conhecimento do âmbito das ações a serem 
desenvolvidas, obtendo assim informações eficazes e delineadas para elaborar 
o Planejamento Estratégico que guiarão o EAS a obter um melhor desempenho e 
consequentemente um melhor resultado.
25
1 Quais são as principais funções exercidas pela área de suprimentos?
 __________________________________________________________________
__________________________________________________________________
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2 De que forma a área de materiais interage entre as áreas do EAS?
 __________________________________________________________________
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__________________________________________________________________
3 Como a gestão de materiais pode interferir ou auxiliar na tomada de decisões 
do EAS?
 __________________________________________________________________
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__________________________________________________________________
__________________________________________________________________
AUTOATIVIDADE
26
27
TÓPICO 2
PLANEJAMENTO DA GESTÃO DE MATERIAIS – ESTRATÉGIA 
EMPRESARIAL
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
A palavra estratégia ou expressão estratégia, em seu sentido mais 
restrito, se define no jargão militar como a arte de “dirigir operações 
militares”, enquanto outros definem como a arte de dirigir um assunto. 
Para nosso tema específico de planejamento estratégico, surge outro 
termo que deve ser precisado – a estratégia de ataque – que, em saúde 
aborda fatores de risco e problemas de saúde na medida do possível. 
(MALAGÓN; MORERA; LAVERDE, 2000, p. 48).
A estratégia neste contexto pode ser associada a jogos, bons jogadores são 
estratégicos, articulam-se, no jogo, planejam suas jogadas e seus ataques, formam 
uma equipe, possuem visão de jogo e partilham os mesmos objetivos, possuem 
esperteza. Na figura 4 podemos ver um modelo do processo de desenvolvimento 
de um planejamento estratégico.
Uma organização pode ser comparada a um ser humano: é preciso se 
conhecer, saber quem foi no passado, quem é no presente e quem será no futuro. As 
pessoas mais bem-sucedidas e informadas possuem maior clareza e sabem prever 
o que pode acontecer em suas vidas nos próximos anos, e o mais impressionante é 
que não são adivinhas. 
Os EAS bem-sucedidos, que possuem um planejamento claro e eficaz, são 
capazes de antever e compreender as mudanças que acontecem na organização. 
O planejamento da vida de um EAS é bem mais complexo que um 
planejamento pessoal, já que a organização é constituída por inúmeras pessoas 
que agem e pensam diferente umas das outras.
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
28
FIGURA 4 – PLANEJAMENTO DE UM EAS
FONTE: Disponível em: <http://senhoraseguranca.com.br/planejamento-estrategico-na-
seguranca-privada>. Acesso em: 24 ago. 2013.
Fazer com que todos incorporem os mesmos objetivos da organização é 
um desafio do gestor. É preciso que todos conheçam os objetivos da organização e 
suas metas, que todos tenham conhecimento de suas áreas, seus processos e seus 
produtos, que todos possam ver como os vários setores fazem interface e quão 
dependentes são uns dos outros, e tudo isso deve estar alinhado com a missão e a 
visão a ser cumprida pela organização.
Vamos fazer uma reflexão sobre a importância das metas.
ESTABELECIMENTO DE METAS 
Por Joacir Martinelli
A característica mais marcante das pessoas que realmente conseguem 
resultados efetivos é o estabelecimento de metas. Estas pessoas têm claro onde 
querem chegar. Seus objetivos de curto prazo são mensuráveis e os de longo 
prazo são claros e específicos.
TÓPICO 2 | PLANEJAMENTO DA GESTÃO DE MATERIAIS – ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
29
Mas o que torna tão importante trabalhar com metas bem estabelecidas? 
Qual é a força que isto pode ter para se conseguir resultados efetivos? Não é 
difícil compreender a importância de se saber aonde se quer chegar: muitas 
pessoas são extremamente dedicadas no seu dia a dia; vivem se sacrificando e à 
própria família; fazem tudo com a máxima qualidade; entretanto, não raramente 
reclamam por não estarem sentindo que estão evoluindo. Na maioria das vezes, 
isto ocorre porque elas não sabem para onde querem evoluir. Como não sabem 
a direção a ser tomada, acabam desperdiçando esforços para todos os lados, não 
conseguindopriorizar ações.
Uma pesquisa realizada na década de oitenta com atletas norte-
americanos mostrou um aspecto interessante a respeito do assunto que estamos 
tratando:
Dez atletas saltaram uma vara que se encontrava na altura limite que 
cada um costumava atingir. Dos dez saltos, oito foram bem-sucedidos; dois 
fracassaram. Em outro dia e nas mesmas condições, foi solicitado que estes 
dez atletas saltassem novamente. Deveriam saltar da melhor maneira possível, 
visando superar a marca anterior. Porém, existia agora uma diferença: não 
foi colocada nenhuma vara para definir a altura. Ao invés disto, sensores 
detectavam a altura atingida. Desta vez, o resultado foi contrário ao da etapa 
anterior: apenas dois obtiveram êxito; oito fracassaram. Qual é a diferença entre 
as duas situações? O que fez com que os resultados fossem tão diferentes? A 
diferença significativa foi que, na segunda etapa, os atletas, por mais que se 
esforçassem, não tinham seus objetivos claramente definidos.
Se a persistência foi considerada o combustível das pessoas que 
alcançam êxito, sem dúvida as metas são os seus motores. Quando se tem uma 
verdadeira meta, esta faz com que tenhamos ânimo para vencermos as maiores 
adversidades.
Convém destacar que, para se ter realmente uma META poderosa, é 
preciso lembrar de alguns ingredientes:
M: mensuráveis - se você não puder medir o resultado, como saberá se 
conseguiu ou não atingir seu alvo? “Ter o máximo de clientes possíveis” não é 
uma meta, afinal, quanto representa o máximo? Se você considerar isto como 
meta, qualquer valor que atingir vai achar que este é o máximo...
E: específica - mais uma vez, deixar o mais claro possível aonde se quer 
chegar nos ajuda a descobrir o caminho e concentrar nossos esforços. Dizer “vou 
ter um computador” é bem menos potente do que dizer “terei um Pentium III, 
de 500 mtz e monitor de 17 polegadas”. Cuidado, se definir uma meta com o 
primeiro exemplo, poderá receber um 286...
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
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T: temporal - outra arma poderosa no estabelecimento de metas é o 
prazo para se atingi-las. Não estabelecer um prazo não ajuda a nos organizarmos 
e geralmente se leva mais tempo do que o necessário para se atingir a meta. 
Afinal, se não tivermos prazo teremos a vida toda para tentar...
A: atingível - a meta precisa ser algo tangível. Estabelecer que vou 
visitar Marte até o meu próximo aniversário certamente não me motivará a 
buscar as formas de se realizar tal sonho. Por outro lado, estabelecer uma meta 
que não seja desafiante também não mobiliza esforços para atingi-la. A meta 
deve ter um significado pessoal. Algo que realmente faça com que você levante 
da cama de manhã com “pique” para trilhar mais uma etapa do caminho que 
o aproxime de sua realização.
 “Não há ventos favoráveis para quem não sabe aonde quer chegar”.
FONTE: Disponível em: <http://www.institutojetro.com/artigos/estrategia-e-planejamento/
estabelecimento-de-metas.html>. Acesso em: 24 ago. 2013.
O foco nestas perspectivas, alinhadas com o planejamento, faz com que o 
EAS consiga realmente acompanhar as mudanças de mercado sem correr riscos, 
pois, para que isso aconteça, é preciso que o gestor tenha conhecimento do meio em 
que a empresa está inserida, e isso pode ser observado através do planejamento. 
[...] definimos este enfoque de planejar os sistemas de saúde como 
a forma de privilegiar a estrutura dos objetivos, reconhecer as 
categorias de complexidade, a fragmentação, a incerteza, o conflito e a 
dependência. (MALAGÓN; MORERA; LAVERDE, 2000, p. 47).
Através da análise interna e externa do EAS, é possível realizar um plano 
estratégico, definindo objetivos e metas que devem estar alinhados com a missão 
e visão que a organização estabeleceu, considerando as ameaças e oportunidades 
e identificando-as através de uma análise.
Uma forma de visualizar os objetivos e metas da organização é adotar 
ações por períodos, utilizar planos bimestrais, semestrais ou anuais, com o 
objetivo de médio e longo prazo, mas devem ser acompanhados diariamente 
tornando-se uma ferramenta geradora de informações. Todas as operações 
deverão ser orientadas a fim de se atingir as metas e objetivos que sempre devem 
estar alinhados à visão e missão da organização.
TÓPICO 2 | PLANEJAMENTO DA GESTÃO DE MATERIAIS – ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
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FIGURA 5 – MISSÃO, VISÃO, PLANEJAMENTO
FONTE: O autor
A estratégia é um caminho escolhido, um conjunto de atividades, 
para se atingir a visão que se tem de qual deve ser o posicionamento 
da empresa no futuro. Garantir a entrega de um valor diferenciado ao 
cliente que imprimirá a competitividade necessária à sua sobrevivência 
de longo prazo. (COUTO; PEDROSA, 2007, p. 219).
A estratégia constitui uma visão integrada de toda a complexidade e do 
comportamento da organização, sendo holística, sistemática, já que ela estabelece 
metas, objetivos, planeja, dimensiona, posiciona e aloca os recursos organizacionais 
nas atividades que são básicas para o sucesso da organização.
FIGURA 6 – MISSÃO E PLANEJAMENTO
FONTE: Disponível em: <http://www.fernandocamargo.net>. Acesso em: 24 ago. 2013.
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
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Buscar o alinhamento dos setores do EAS e conhecendo, administrando 
e gerenciando o que acontece em cada um deles é uma forma para buscar 
atingir uma visão.
Todos os esforços empregados ao planejamento podem fracassar quando 
surgem dificuldades após as definições das metas e objetivos, mas através do 
acompanhamento durante a execução, revisando quando necessário, avaliando, 
registrando, mensurando e utilizando os erros e acertos ao final de cada projeto, 
pode-se planejar estrategicamente, rever técnicas empregadas de como estas estão 
sendo usadas para reduzir os riscos ou ameaças ao planejamento.
2 O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO COMO FERRAMENTA 
DA GESTÃO DE MATERIAIS
"Sem um planejamento estratégico competente, ninguém sobreviverá
 nestes tempos globalizados." (Michael Porter)
O planejamento estratégico surge nos EAS, forçando-os a buscar novas 
formas de planejamento e gestão que lhes permite posicionar-se melhor num 
cenário organizacional cada vez mais competitivo. 
O planejamento estratégico pode ser definido como: o processo mediante 
o qual quem toma as decisões em uma organização (chamada, neste 
modelo, estratégica) obtém as informações e, a partir delas, elabora os 
fins (metas) que, com os meios e os recursos, permite a ele elaborar os 
planos. (MALAGÓN; MORERA; LAVERDE, 2000, p. 48).
A essência do planejamento estratégico é produzir as estratégias necessárias 
para permitir ao hospital navegar, com sucesso, em mares de águas turbulentas, 
ventos fortes, enfrentando tempestades e tormentas. 
O planejamento estratégico como ferramenta da gestão busca dar um 
senso de direção ao hospital, identificando objetivos, táticas e metas que permitam 
mensurar o seu desempenho na intenção de alcançar o objetivo final proposto. 
O planejamento estratégico pode ser definido como o desenvolvimento 
de processos, técnicas e atitudes administrativas, as quais proporcionam 
uma situação viável de avaliar as implicações futuras e decisões 
presentes em função dos objetivos empresariais que facilitarão a tomada 
de decisão no futuro, de modo mais rápido, coerente, eficiente e eficaz. 
(OLIVEIRA, 2007, p. 5).
Segundo Couto e Pedrosa (2007, p. 220), o planejamento estratégico não é 
um instrumento para criar estratégias, mas para operacionalizar estratégias que já 
foram criadas por outros meios.
TÓPICO 2 | PLANEJAMENTO DA GESTÃO DE MATERIAIS – ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
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UMA VISÃO DE PLANEJAMENTO – A FÁBULA DA FLAUTA
Certa vez um caçador contratou um feiticeiro para ajudá-lo a conseguir 
alguma coisa que pudesse facilitar seu trabalho nas caçadas.
 
 Depois de alguns dias o feiticeiro lhe entregou uma flauta mágica que, 
ao ser tocada, enfeitiçava os animais, fazendo-os dançar; desse modo, o caçador 
teria facilitado a sua ação. Entusiasmado com o instrumento, o caçador e maisdois outros amigos foram à caça. O grupo se deparou com um feroz tigre e de 
imediato o caçador pôs-se a tocar a flauta e, milagrosamente, o tigre que já estava 
próximo de um de seus amigos começou a dançar e foi fuzilado à queima-roupa. 
 
 E foi assim, a flauta sendo tocada, animais ferozes dançando, caçadores 
matando. Ao final do dia, o grupo deparou-se com um leão faminto, a 
flauta soou, mas o leão não dançou, ao contrário foi devorando os amigos 
do caçador. O tocador de flauta, desesperadamente, fazia soar as notas 
musicais, mas sem resultado algum. E acabou sendo devorado também. 
Dois macacos, em cima de uma árvore próxima, a tudo assistiam e um deles 
observou com sabedoria: 
– Eu sabia que eles iam se dar mal quando encontrassem o surdinho... 
MORAL DA HISTÓRIA:
• não confie cegamente nos métodos que sempre deram certo... Um dia pode 
não dar; 
• tenha sempre plano de contingência; 
• faça planejamento de suas atividades; 
• prepare alternativas para as situações imprevistas; 
• esteja atento às mudanças e não espere as dificuldades para agir; 
• cuidado com o leão surdo.
FONTE: Disponível em: <http://www.aedb.br/faculdades/ped/Downloads/4ano/A_FLAUTA%20
MAGICA_ENC.pdf>. Acesso em: 24 ago. 2013.
Podemos formular as estratégias seguindo o fluxo da figura 7.
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
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FIGURA 7 – FORMULAÇÃO DA ESTRATÉGIA NAS ORGANIZAÇÕES
FONTE: Oliveira (2007, p. 204)
TÓPICO 2 | PLANEJAMENTO DA GESTÃO DE MATERIAIS – ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
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DICAS
Você poderá complementar seus conhecimentos com a leitura 
do livro: PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO, de 
Dijalma de Pinho Rebouças de Oliveira, da 
Editora Atlas, 24ª edição, 2007, São Paulo.
3 FERRAMENTAS PARA TOMADA DE DECISÕES E 
PLANEJAMENTO DE METAS
O mundo globalizado no qual os EAS estão inseridos mostra o quanto é 
necessária a percepção dos gestores sobre o planejamento da gestão.
 
Diante desta necessidade o planejamento se torna uma ferramenta 
fundamental nos hospitais na busca de suas metas e resultados de curto, médio e 
longo prazo, servindo como pilar para a tomada de decisões.
O planejamento estratégico é um instrumento importante para 
nortear a gestão institucional. Sabemos que as necessidades existentes 
são impossíveis de ser atendidas em uma única gestão. Assim, o 
planejamento estratégico também pode ser entendido como uma carta 
de intenções da gestão para todos da instituição; nela estão explicitadas 
as necessidades que serão foco dos esforços institucionais para ser 
atendidas num período estabelecido. (CAMPOS et al., 2005, p. 18).
Através do planejamento de metas, da gestão de materiais e de equipamentos 
médicos hospitalares, podem-se programar ações a ser realizadas dentro de um 
período de tempo determinado. Durante a fase de execução do planejamento 
estratégico dos EAS podem aparecer situações que evidenciarão vários problemas 
e suas causas, que podem afetar os lucros e mesmo evitar prejuízos futuros ou 
gastos desnecessários. 
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
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DICAS
Sugerimos as seguintes leituras complementares, disponíveis na internet:
• Planejamento estratégico dentro do conceito da administração estratégica:
 <http://www.fae.edu/publicacoes/pdf/revista_da_fae/fae_v3_n2/o_planejamento_
estrategico.pdf>
• Administração hospitalar: planejamento estratégico na administração de serviços 
hospitalares:
<http://www.essex.ensino.eb.br/doc/PDF/PCC_2008_CFO_PDF/CD42%201%BA%20Ten%20
Al%20FREDERICO%20DE%20CARVALHO%20ROEDER.pdf>.
Assim um novo modelo de gestão de materiais e equipamentos hospitalares 
vem se disseminando nos EAS que seguem critérios e normas de qualidade, pois 
trata a gestão de materiais não só como uma área operacional para suprir as 
necessidades da instituição como também uma área estratégica, podendo, através 
disto, planejar e organizar os objetivos da instituição.
Segundo Rougante e Padoveze (2005, p. 39), “[...] a normalização dentro de 
uma instituição de saúde é um requisito de qualidade nos processos, envolvendo a 
aplicação de regras para o tratamento ordenado de uma atividade específica [...]”.
Os resultados da normalização e gestão quando utilizadas são facilmente 
identificados pelos clientes externos e internos, e o EAS passa a inspirar uma imagem 
de confiança, agregando qualidade aos serviços e evitando desperdício e retrabalho. 
NOTA
Mas o que é “norma”? 
 A norma dentro de uma instituição de saúde é um requisito de qualidade nos processos, 
envolvendo a aplicação de regras para o tratamento ordenado de uma atividade específica. 
(ROUGANTE; PADOVEZE, 2005, p. 28).
Contudo, há problemas que permeiam e afetam a prática da gestão que 
se caracteriza por um processo que combina aspectos racionais e subjetivos, 
necessários para o desenvolvimento das análises. As análises nem sempre 
conseguem captar certos detalhes do ambiente interno e externo, mas, ao gerar 
a criatividade, evidenciam as necessidades subjetivas que vão além das análises 
superficiais, como fazem muitos administradores. 
TÓPICO 2 | PLANEJAMENTO DA GESTÃO DE MATERIAIS – ESTRATÉGIA EMPRESARIAL
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A gestão de materiais e equipamentos hospitalares deve ser adotada 
como meio de visão pelos hospitais a fim de alcançar a satisfação dos clientes, 
a aprendizagem e se tornar autossustentável, no sentido de causar o mínimo 
impacto possível ao meio ambiente. A gestão deve considerar o impacto ambiental 
dos resíduos gerados (lixo hospitalar) e os equipamentos médicos obsoletos, 
desativados, dando-lhes destino correto. 
A falta de materiais e equipamentos hospitalares pode ser crucial para o 
desenvolvimento das atividades e metas do EAS.
As atividades hospitalares desenvolvidas diária e rotineiramente no 
ambiente hospitalar determinam a necessidade de aquisição contínua de 
materiais, através de processos ininterruptos e de grande impacto na dinâmica 
da assistência hospitalar.
Entende-se por abastecimento e fornecimento a parte da logística que 
trata das atividades desenvolvidas para aquisição, a armazenagem 
e o fornecimento de medicamentos, alimentos e demais materiais e 
serviços ligados à área da saúde e administrativa, de maneira oportuna, 
nas quantidades exatas, com um nível ótimo de qualidade, e no local 
apropriado, de tal forma que o hospital possa cumprir plenamente 
seus objetivos e metas quanto à preservação, diagnóstico, tratamento e 
recuperação da saúde. (MALAGÓN; MORERA; LAVERDE, 2000, p. 351).
A aquisição de insumos, equipamentos e serviços hospitalares para o 
abastecimento do EAS é um processo contínuo e complexo, pois é preciso manter 
a máquina hospitalar operando sem interrupções.
Deve haver uma interação e padronização entre os diversos setores do EAS, 
que são automaticamente dependentes entre si e necessitam de entrosamento a fim 
de garantir a cadeia produtiva cíclica hospitalar.
É preciso planejar, de acordo com a referência do hospital, os estoques e os 
tipos de equipamentos necessários ao desenvolvimento das atividades ou serviços.
Isso se deve ao fato de que a assistência hospitalar ao paciente não pode 
sofrer interrupção, assim é necessário determinar os níveis de estoques de insumos, 
consumidos diariamente, assim como a previsão de dano aos equipamentos.
Gerenciar os estoques e equipamentos hospitalares dentro de um hospital 
é criterioso e complexo, pois estamos falando de uma vasta centena ou até de 
milhares de itens e serviços que permeiam as atividades diárias e rotineiras do 
ambiente hospitalar. 
UNIDADE 1 | GESTÃO DE MATERIAIS
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3.1 PLANEJAR
“O planejamento não diz respeito a decisões futuras, 
mas às implicações futuras de decisões presentes”. (Peter Drucker)
Segundo Holanda (2004), planejar significa fazer plano ou planta de; projetar; 
traçar; elaborar um plano ou roteiro de; programar; planificar; intenção de projetar. 
Planejar é parte essencial do processo para um EAS. É preciso definir onde 
investir, estabelecer os objetivos e a forma como eles serão alcançados, realizando 
planos e desenvolvendo

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