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Estudos Disciplinares Formação Específica Prof. MSc. Maurício Cassar Você tem o hábito de comprar pela internet? Caso tenha, então deve, também, ter se deparado com os websites estrangeiros de lojas de varejo que vendem os mais diversos produtos. Você faz ideia de onde esses produtos vêm? Como chegam até a sua casa? Muitas vezes, um produto é produzido por uma empresa do outro lado do globo terrestre... Em todo o planeta e o tempo todo a logística se ocupa em levar bens, serviços, recursos e informações aonde eles são necessários, no momento desejado e em condições adequadas e competitivas – ou seja, empregando a menor quantidade de recursos e entregando o maior valor possível. Definindo a logística Compra de mercadorias. Planejamento de entrega. Movimentação de mercadorias. Embalagem. Transporte. Armazenagem e estoque. Agrupamento de itens. Rastreamento de deslocamento. Organização de layout de instalações. Entrega. Planejamento de canais de distribuição... Fazem parte da logística Oferta de valor aos clientes, à empresa e aos parceiros; Apoio às atividades operacionais da organização; Apoio estratégico. LOGÍSTICA Isto é logística? Encontramos a logística: Na maneira como as roupas são guardadas em um guarda-roupas. Fonte: Magazine Luiza inaugura o centro de distribuição em Londrina. Agora Londrina. Disponível em: agoralondrina.wordpress.com Fonte: https://ideabrasil.com.br/guarda- roupas-planejados/ Nos centros de distribuição de alimentos e mercadorias, que permitem que as lojas de varejo tenham os produtos que os clientes necessitam. Associamos a logística ao/à(s): Movimento, fluxo, deslocamento – transportes, rotas, modais; Organização de espaços – layout de instalações; Armazenagem e estoque; Compras – suprimentos; Vendas – entregas. Definindo a logística Fonte: Gestão da Cadeia de Suprimentos: 7 Desafios e como superá-los: e-Procurement – Fonte: Adaptado de: ibid.com.br Cadeia de suprimentos A logística está na vida de todos; ela apoia as organizações, as pessoas, os serviços públicos, o lazer, o comércio nacional e internacional. Para as organizações: “Logística é a parte do processo da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla o fluxo bidirecional (para frente e para trás), eficiente e efetivo, e o armazenamento de mercadorias, serviços e informações a elas relacionadas, do ponto de origem ao ponto de consumo, com o propósito de atender às exigências dos clientes” (DAVID, 2018, p. 35). Definindo a logística Fonte: NETO, A. A Gestão da Cadeia de Suprimentos (SCM) no Brasil. Fonte: Adaptado de: www.adolfinoneto.com Fluxo de informações Fluxo financeiro e de produto ConsumidorFornecedor Indústria Distribuição Varejo “A gestão logística é aquela parte da gestão da cadeia de suprimentos que planeja, implementa e controla o fluxo direto/reverso e o armazenamento eficientes, eficazes de bens, serviços e informações relacionadas entre o ponto de origem e o local do consumo, atendendo aos requisitos esperados pelos clientes. As atividades de gestão logística, geralmente, incluem: Gestão dos transportes para a obtenção e a distribuição; Gestão de frotas, armazenagem e manuseio de materiais; Processamento de pedidos; Projeto de rede logística; Gerenciamento de estoque; Planejamento de oferta/demanda; e Gestão de prestadores de serviços logísticos terceirizados”. Gestão Logística segundo o Conselho de Profissionais de Gestão da Cadeia de Suprimentos (CSCMP) “Em diferentes graus, a função logística também inclui o/a: Fornecimento e aquisição; Planejamento e agendamento de produção; Embalagem, unitização, montagem e atendimento ao cliente. Está envolvido em todos os níveis de planejamento e execução estratégica, operacional e tática. A gestão logística é uma função integradora que coordena e otimiza todas as atividades logísticas, além de integrar as atividades logísticas com outras funções, incluindo: marketing, vendas, manufatura, finanças e tecnologia da informação”. FONTE: CSCMP Supply Chain Management Definitions and Glossary. Council for Supply Chain Management Professionals. Disponível em https://cscmp.org/CSCMP/Academia/SCM_Definitions_and_Glossary_of_Terms/ CSCMP/Educate/ SCM_Definitions_and_Glossary_of_Terms.aspx. Acesso em: 29 mai. 2022. Gestão Logística segundo o Conselho de Profissionais de Gestão da Cadeia de Suprimentos (CSCMP) As decisões fundamentais da logística se referem a oferecer os seguintes elementos: O produto/serviço certo; No local correto; Na hora em que é necessário; Em condições adequadas de uso; Gerando a percepção de valor elevada; Garantindo o retorno para a organização – contrapartida. Objetivos da logística A fim de atender aos requisitos de clientes e proprietários, e conseguir realizar os objetivos listados, uma organização deve planejar os seus recursos, métodos e processos para: Objetivos da logística Fabricar os produtos certos (o que); No tempo certo (quando); Na qualidade certa (como); Na quantidade solicitada (quanto); e Da forma mais econômica possível. Para que isso seja possível, cabe ao sistema de planejamento da organização definir, a partir da avaliação de seus materiais, recursos e parceiros: Objetivos da logística O que se pretende fabricar? O que é necessário para fabricar o que se pretende? O que a empresa possui? Do que a empresa precisa? Para Bowersox (2014, p. 32) “A logística refere-se à responsabilidade de projetar e administrar os sistemas para controlar o transporte e a localização geográfica dos estoques de matérias-primas, de produtos em processo e acabados pelo menor custo total”. Ou seja, oferecer o valor aos clientes, à empresa, aos parceiros e às demais partes interessadas através de seu papel de integração. Objetivos da logística Vamos ao nosso próximo desafio? INTERVALO A logística empresarial pode ser dividida em três grandes áreas: Administração de materiais (suprimentos): corresponde ao conjunto das operações associadas ao fluxo de materiais e informações, desde a fonte das matérias-primas até a entrada da fábrica; Logística interna: corresponde aos fluxos de materiais, produtos em processamento e produtos acabados dentro da estrutura produtiva – inclui: layout de instalações, armazenagem, gestão de estoques, embalagem, movimentação de mercadorias, recebimento e expedição, gestão de informações e demais operações, como: triagem, consolidação, roteirização, unitização, entre outras; Distribuição física: corresponde ao conjunto das operações dos bens e das informações associadas, desde o local de sua produção até o local designado no destino, garantindo que os bens cheguem ao destino em boas condições comerciais. Logística empresarial e as suas áreas Logística empresarial e as suas áreas Natureza Centros de distribuição e armazenagem Atacadistas Varejistas Consumidor final Extração Fornecedor nível 2 Fornecedor nível 1 EMPRESA BASE DA CADEIA PRODUTIVA responsável pela confecção do produto que será entregue aos consumidores Administração de materiais – suprimentos Logística interna à organização Distribuição física dos produtos Fluxo de materiais Fluxo de informações Fonte: autoria própria. Com o advento do Just in Time, nos processos de planejamento da produção das empresas, aumentou a preocupação com a redução dos estoques, ao mesmo tempo em que aumentava a preocupação com o aumento na frequência dos transportes, dada a redução dos lotes produtivos. Também se torna essencial a redução do tempo do processamento de pedidos (lead time do pedido), bem como a flexibilidade dos sistemas produtivos, a agilidade dos fornecedores, e a disponibilidade e confiabilidade das informações distribuídasna cadeia produtiva. Logística empresarial e as suas áreas Transportes; Armazenagem; Gestão de estoques; Compras e vendas; Processamento de pedidos; Serviço ao cliente. Principais atividades da logística Fonte: FLEURY, P. F.; WANKE, K. F. F. (Org.). Logística Empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2007, p. 34. Produto PromoçãoPreço Praça Serviço ao cliente Compras ou vendas Estoques Armazenagem Processamento de pedidos Transporte Transportes: Trata do deslocamento físico das mercadorias, envolvendo modais de transportes, equipamentos de transporte, infraestrutura de portos, aeroportos, ferrovias, rodovias e dutovias. Principais atividades da logística Fonte: Adaptado de: FLEURY, P. F.; WANKE, K. F. F. (Org.). Logística Empresarial: a perspectiva brasileira. São Paulo: Atlas, 2007, p. 34. Serviço ao cliente Compras ou vendas Estoques Armazenagem Processamento de pedidos Transporte Armazenagem: Local onde as mercadorias e os produtos serão armazenados, envolvendo os sistemas de manuseio de carga, a organização de armazéns e automação, a localização de instalações, de acordo com as estratégias logísticas e de serviço aos clientes. Principais atividades da logística Compras: Modernamente tratada como os suprimentos, gerencia os fornecedores, e adquire os materiais e os recursos necessários, para a elaboração de produtos e serviços. Vendas: Comercialização de produtos, planejamento de distribuição, roteirização, gestão de pontos de vendas para a garantia do serviço ao cliente. Estoques: Volume acumulado de recursos em um sistema de criação e entrega de valor. Pode ser a quantidade armazenada de matérias-primas em uma empresa, a quantidade de produtos em uma loja de varejo, os materiais na dispensa de sua casa ou, mesmo, a capacidade reserva em um operador de telemarketing; Cabe aos estoques garantir a regularidade dos sistemas de transformação, balanceando as variações entre os materiais recebidos e os produtos manufaturados; O excesso de estoque gera os custos adicionais para a cadeia de suprimentos e seus clientes; a falta de estoque pode acarretar a falta de mercadorias no ponto de venda, prejudicando a imagem da organização. Principais atividades da logística Processamento de pedidos: Tempo que a organização leva para entregar o produto solicitado à seu cliente (do momento em que recebe o pedido até o momento em que entrega o produto ao cliente); Demonstra a agilidade no atendimento aos pedidos de clientes. Principais atividades da logística Serviço ao cliente: Atributos valorizados pelos clientes e que são da responsabilidade da distribuição e comercialização no ponto de venda, como: atendimento, diversidade de modelos, entrega domiciliar, rastreamento de entrega, pontualidade, entre muitos outros elementos percebidos como benefício pelos clientes. Hora do nosso exercício. Mãos à obra É o conjunto organizado de empresas e atividades que obtém na natureza os elementos necessários para, ao longo de etapas de transformação (criação de valor), levar até os consumidores os produtos e os serviços que precisam ou desejam (entrega de valor). Etapas sucessivas de transformação organizações especializadas em cada etapa. Na cadeia como um todo a soma dos resultados positivos dos participantes (e negativos também) valor ao cliente. Cadeia de suprimentos Cadeia de suprimentos e o Supply Chain Management É por meio dos fluxos logísticos que as unidades produtivas criam a riqueza, que se dirige da natureza até o consumidor final em sucessivas atividades de transformação Cadeia de Suprimentos – Supply Chain – Dicionário Financeiro Fonte: Adaptado de: www.dicionariofinanceiro.com Fluxo de criação de riqueza Fluxo de informação Valor percebido pelo cliente Contrapartida oferecida à cadeia de valor SCM = Gerenciamento dos Fluxos da Cadeia de Criação de Valor com a integração entre os seus diferentes agentes “A gestão da cadeia de suprimentos inclui o planejamento e o gerenciamento de todas as atividades relativas à compra e ao aprovisionamento, à conversão e ao gerenciamento logístico [...]. Também inclui a coordenação e a colaboração com parceiros de distribuição, que podem ser fornecedores, intermediários, prestadores de serviços terceirizados e clientes. Em essência, a gestão da cadeia de suprimentos integra o gerenciamento da oferta e da demanda nas empresas e entre elas” (DAVID, 2018, p. 35). Gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management) Lead time na cadeia de suprimento (tempo de processamento de pedido): O tempo é um elemento decisivo para a competitividade de uma cadeia produtiva. Com o desenvolvimento do ambiente virtual, clientes se tornaram mais exigentes e com mais acesso à informação das empresas e de seus produtos; Disponibilidade de produtos e serviços, entrega rápida e custo compatível são atributos diferenciais para a avaliação das cadeias produtivas e da sua integração. Fatores de pressão nos mercados sensíveis ao tempo: A redução do ciclo de vida dos produtos; O esforço para se manter os estoques cada vez mais reduzidos (custos ligados ao estoque); Os mercados altamente voláteis e as previsões de vendas pouco confiáveis; Enxugamento de custos nos canais de distribuição; Opção por baixos estoques e rápida entrega – a quebra de estoque no ponto de venda monitorada por sistemas de informação. Gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management) Lead time na cadeia de suprimento (tempo de processamento de pedido): Fatores que geram o aumento do lead time: Os tempos de espera; a falta de sincronização na movimentação de materiais; As atividades que não agregam valor ao produto e, muitas vezes, são redundantes; As operações realizadas em série que poderiam acontecer ao mesmo tempo, em paralelo; Os problemas de qualidade que causam retrabalho; O excesso de controles; a falta de indicadores de desempenho sobre os fatores críticos; O uso de tecnologias ultrapassadas; A falta de informação, comunicação e coordenação pobres; A falta ou a deficiência no treinamento; procedimentos operacionais defasados ou inexistentes; O uso de arranjos físicos (layouts) inadequados; Tempo de setup acima do padrão dos concorrentes. Gestão da cadeia de suprimentos (Supply Chain Management) Supply Chain Management (SCM – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos) Fonte: Adaptado de: CHOPRA, S.; MEINDL, P. Gerenciamento da cadeia de suprimentos: estratégia, planejamento e operação. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2003. Compromisso da cadeia produtiva integrada: Criação e entrega de valor ao cliente final, cumprindo o seu papel no processo de criação de produtos e serviços; Atender aos requisitos necessários de cada um dos clientes intermediários da cadeia; Promover o fluxo de informações entre os diferentes agentes, possibilitando o adequado planejamento de processos e recursos, bem como a adequação de produtos e serviços à alterações da demanda. Supply Chain Management (SCM – Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos) Hora do nosso exercício. Mãos à obra INTERVALO Recordando o conceito e o propósito da cadeia de suprimentos: Uma cadeia de suprimentos é uma rede de organizações conectadas e interdependentes, trabalhando conjuntamente, em regime de cooperação mútua, para controlar, gerenciar e aperfeiçoar o fluxo de matérias-primas, e de informações dos fornecedores para os clientes finais; Assim, o gerenciamento da cadeia trata da coordenação do fluxo de produtos ao longo de funções e de empresas, a fim de produzir a vantagem competitiva e a lucratividade, para cada uma e para o conjunto das companhias. Cadeia de suprimentos e integração Vamos aprofundar a função compras – suprimentos? A atividadede compras em uma organização é a responsável pelos materiais e recursos necessários aos diferentes processos organizacionais. Com o aumento da competitividade e da integração das cadeias produtivas, a função compras dá lugar a gestão da cadeia de suprimentos. Através da função compras – administração de fornecedores e o Supply Chain Management a organização base garante o fluxo adequado dos materiais necessários para os processos produtivos. Os fluxos de materiais na logística de suprimentos devem ser compatíveis com os fluxos de produtos da distribuição física, evitando, assim, os estoques ou a falta de mercadorias no ponto de venda. A função compras X gestão da cadeia de suprimentos Incertezas no fornecimento e gestão de fornecedores X Incertezas na distribuição e demanda Desafios da atividade de compras: Acompanhar o fluxo de consumo das mercadorias; Definir os critérios de classificação de itens para a gestão de estoques – definir as políticas para os itens de estoque; Tratar da relação do custo da falta X custo do excesso; Tratar do relacionamento com os fornecedores; Racionalizar os custos e garantir a produtividade da operação. A função compras X gestão da cadeia de suprimentos Como surge um modelo – Ferramenta gerencial. Fonte: HOINASKI, F. Krajnik Matrix: conhecendo melhor. Administradores.com. 20 dez. 2016. Disponível em: https://administradores.com.br/artigos/kraljic-matrix-conhecendo-melhor. Acesso em: 08 jun. 2022. Peter Kraljic análise do portfólio de compras da multinacional alemã Basf implantado em 1980 (conceito criado em 1953 por Markowitz). Diante dos resultados apresentados, passa a ser reconhecido com uma importante ferramenta na área de compras. Reduz, drasticamente, a vulnerabilidade no fornecimento de itens importantes para a organização. Matriz de Kraljic – Modelo para o gerenciamento das compras Um modelo clássico, utilizado por muitas organizações, é a Matriz de Compras de Kraljic. Esse modelo, fornece o suporte para a seleção de fornecedores e tem como objetivo principal otimizar a relação entre os custos e o risco de fornecimento. A seguir, é demonstrada a Matriz de Compras de Kraljic: Matriz de Kraljic – Modelo para o gerenciamento das compras Fonte: acervo pessoal baseado em: HAVE, S. T. et al. Modelos de gestão: o que são e quando devem ser usados. 1. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003 (com adaptações) Parâmetros da Matriz Kraljic: Em relação aos itens de estoque, a definição de seu grau de importância e que auxiliam a decisão entre a falta e o excesso é feita através de duas dimensões de análise na matriz Kraljic. Risco do fornecimento X impacto sobre o resultado financeiro: Risco do fornecimento avalia a probabilidade de haver problemas em relação ao fornecimento de determinado item por um fornecedor, como: qualidade, prazo, conformidade; O impacto sobre o resultado financeiro avalia o custo da falta do item para o resultado do negócio; Observe que este modelo não leva em consideração o custo do excesso. Desafios da gestão de suprimentos Matriz de Kraljic: Im p a c to s o b re o re s u lt a d o f in a n c e ir o Risco do fornecimento Fonte: acervo pessoal baseado em: HAVE, S. T. et al. Modelos de gestão: o que são e quando devem ser usados. 1. ed. São Paulo: Prentice Hall, 2003 (com adaptações) Itens estratégicos: apresentam um imenso risco de abastecimento e grande impacto financeiro. São materiais que se caracterizam pela escassez, pelo alto valor e por preços elevados. A estratégia indicada é estabelecer as parcerias com os fornecedores. Itens de alavancagem: trazem reduzido risco de abastecimento, entretanto, apresentam alto impacto financeiro. Devem ser utilizados para as ações de ampliação de mercado e a melhoria de posição competitiva (ofertas de valor). Itens de gargalo: têm um impacto reduzido sobre o lucro da empresa, porém podem representar alto risco de abastecimento, paralisando a produção e o comprometendo a distribuição. Normalmente, são escassos ou estão nas mãos de fornecedores da área de novas tecnologias. Buscar para estes fornecedores alternativos, inclusive no exterior. Itens não críticos: são aqueles que exibem baixo risco de abastecimento e reduzido impacto financeiro, devido à oferta abundante. Priorizar a conveniência de aquisição e logística em relação aos estoques. Desafios da gestão de suprimentos Hora do nosso exercício sobre a função compras. Os custos logísticos representam uma parte importante na composição de custos dos produtos para o consumidor final. Qualquer atividade realizada em uma organização tem um custo, seja da mão de obra empregada, seja dos recursos necessários para a sua realização, manutenção ou, mesmo, proteção. Transportar uma mercadoria sem planejamento pode gerar custos que inviabilizam a comercialização do produto junto ao mercado. Com a evolução dos meios de transporte, os comerciantes verificaram que, se pudessem levar uma mercadoria que fosse abundante em determinado lugar para o outro, onde a mesma fosse escassa e desejada, seria possível vendê-la por um preço mais alto. Porém, com os custos logísticos elevados, isso não seria viável. Custos de transporte, de embalagem, a mão de obra para carregar e descarregar, a necessidade de um local para guardar o produto, a proteção contra os ladrões, as perdas por obsolescência ou avarias, o custo dos equipamentos empregados, necessidade de ganhos de escala, custo de estoques etc. Visão gerencial dos custos logísticos Lote Econômico de Compras (LEC): Metodologia utilizada para definir o equilíbrio entre os custos decorrentes do estoque de mercadorias (quantidade ideal de itens em estoque) e os custos decorrentes da aquisição dos materiais, ou seja, as vantagens e desvantagens de se manter um estoque, buscando a redução do seu custo total. Custo de estocar: custos relacionados ao estoque: custo de armazenamento físico, manutenção dos equipamentos de movimentação de itens, perdas por furto, obsolescência, gastos com a manutenção dos itens, mão de obra de almoxarifado, sistemas de controle etc. Custo de pedir: custos relacionados à aquisição dos materiais: custos gerais de compras, transporte, recebimento e avaliação de conformidade, custo financeiro e de oportunidade do capital parado no estoque. Custos logísticos na gestão de estoques Lote Econômico de Compra (LEC) Figura 1. Custo em função do tamanho do lote (CORRÊA et al., 2001). Custos Tamanho do loteLote econômico (tamanho de lote que minimiza o custo total) O custo total de gerir o sistema é maior para qualquer outro tamanho de lote Considerações: Esta análise é realizada para cada item de estoque, especialmente, aqueles caracterizados como estratégicos, de alavancagem e de gargalo; Para a gestão de estoques, diversas ferramentas administrativas são necessárias além do LEC, como, por exemplo, a Matriz Kraljic (prioridade de cada item), curva ABC ou Diagrama de Pareto (definição de políticas de estoque por nível de importância dos itens), curva Dente de Serra (definição de parâmetros para a manutenção de estoques na relação com os fornecedores) etc. Lote Econômico de Compra (LEC) Gráfico de Pareto ou Curva ABC Fonte: Adaptado de: BORGES, L. Curva ABC de Estoque: O que é e para que serve? Jornada do Gestor, 05 abr. 2018. Disponível em: https://jornadadogestor.com.br/o-que-e/curva-abc- estoque-o-que-e-e-para-que-serve/. Acesso em: 08 jun. 2022. Categoria A: 20% dos produtos com maior valor agregado; Categoria B: 30% dos produtos com valor agregado significativo, menor do que os produtos A; Categoria C: 50% dos produtos, o restante. A Curva ABC Curva de Pareto, ou Curva ABC, ou Curva 80-20 Região A Região B Região C % a c u m u la d a d ev a lo r d e u s o Poucos itens importantes Média importância Muitos itens menos importantes itens (%) Mais um caso sobre o desafio da função compras. INTERVALO O modelo do gráfico dente de serra é uma ferramenta que permite tomar diversas decisões no gerenciamento de determinado item de estoque, a partir do seu grau de importância para a organização. Ao conjunto de decisões relacionadas à gestão dos estoques de uma empresa damos o nome de POLÍTICA DE ESTOQUE. Uma organização pode ter diversas políticas de estoques, atendendo ao grau de importância do item, às estratégias mercadológicas (valor oferecido ao cliente), aos níveis de incerteza no sistema de fornecimento, produção e distribuição, ao custo do item e de sua aquisição, ao custo da manutenção do item, entre outros. Gestão de estoques – Modelagem do consumo de materiais por meio de gráficos “dente de serra” Para a definição de uma política de estoques, são necessárias algumas decisões prévias da organização: Nível de centralização dos estoques; Postergação de ressuprimento vs. cálculo do ponto de pedido; Correções do ESTOQUE DE SEGURANÇA em função da análise do custo da falta e do custo do excesso de um item; Adoção de LEC – Lote Econômico de Compra vs. ressuprimento Just in Time. Políticas de estoque Gráfico dente de serra Fonte: Adaptado de: BALLOU, R. H. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos: Logística Empresarial. Porto Alegre: Bookman Editora, 2009. Taxa de consumo do item em estoque Q u a n ti d a d e d is p o n ív e l Q = Quantidade do pedido ROP = Ponto de reposição LT = Prazo de reposição T = Intervalo entre os pedidos Tempo, semanas Q = 93 ROP = 22 Nível máximo de estoque restaurado Pedido feito Pedido recebido Gestão de estoques – Curva dente de serra com o estoque de segurança Fonte: JÚNIOR, E. H. G. da C.; NETO, S. R. da C.; PIMENTEL, B. A. R. APLICAÇÃO DE UM MODELO DE GESTÃO DE ESTOQUE EM UMA EMPRESA NA REGIÃO METROPOLITANA DE BELÉM-PA: UM ESTUDO DE CASO. XXXVII ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO. Joinville/SC, Brasil, 10 a 13 out. 2017. Disponível em: http://www.abepro.org.br/biblioteca/TN_STP_238_378_34566.pdf. Acesso em: 11 jun. 2022. Nosso desafio, agora, é a gestão de estoques. Sistemas de distribuição direta e escalonados: Sistemas de distribuição escalonados: consiste em uma rede de distribuição com um ou mais armazéns centrais com os centros de distribuição em menor escala localizados em regiões próximas aos potenciais consumidores, conhecido como CDA – Centro de Distribuição Avançado. As mercadorias são deslocadas aos Centros de Distribuição, que são localizados estrategicamente, aproveitando a sua proximidade aos centros consumidores, aos sistemas de transporte mais adequados, à racionalização de custos com os transportes, entre outros; Sistemas de distribuição direta: são sistemas de distribuição onde os produtos são distribuídos a partir da empresa ou de armazéns centrais, diretamente, aos consumidores. Esta modalidade é comum em empresas de e-commerce ou, mesmo, em empresas virtuais. Distribuição física 1.1. Cross-docking: O cross-docking é um processo de distribuição em que a mercadoria recebida é redirecionada sem a armazenagem prévia. A intenção é reduzir o tempo de armazenagem da mercadoria entre o recebimento e o fornecimento ao cliente. O cross-docking é usado para diminuir o armazenamento, o que aumenta a velocidade do fluxo entre o fornecedor e o fabricante (SIMCHI-LEVI et al., 2008); O termo designa um processo utilizado na distribuição de produtos com elevados índices de giro e de perecibilidade. Os produtos não são, efetivamente, estocados; eles, apenas, “cruzam” o armazém, indo direto aos pontos de venda (SIMCHI-LEVI et al., 2008); Na prática, as operações de cross-docking são eficientes para os sistemas de grande porte, pois elas requerem grandes estágios, nos quais os materiais são classificados, consolidados e podem, ou não, ser armazenados (SIMCHI-LEVI et al., 2008). Centros de distribuição Realiza todas as atividades de recebimento, triagem, destinação, armazenagem, unitização e consolidação, expedição, roteirização, entre outros. Pode ser próprio ou terceirizado. Centro de distribuição avançado Fonte: Adaptado de: GONÇALVES, M. L. Distribuição de alimentos. Disponível em: http://cjdistribuicao.blogspot.com/2016/11/logistica.html. Acesso em: 30 mai. 2022. ARMAZÉM CENTRAL FORNECEDOR PONTOS DE VENDA CENTRO DE DISTRIBUIÇÃO AVANÇADO Transit Point, Cross-docking e Merge in Transit. Característica principal: são CDAs que não possuem uma armazenagem permanente. Centros de distribuição especiais Fonte: Grupo Farrapos Transporte e Logística. Disponível em: https://www.grupofarraposblog.com/single-post/2018/06/20/voc%C3%AA-sabe-a- diferen%C3%A7a-entre-crossdocking-e-transit-point. Acesso em: 30 mai. 2020. Transit Point, Cross-docking e Merge in Transit. Característica principal: são CDAs que não possuem uma armazenagem permanente. Centros de distribuição especiais Fonte: Grupo Farrapos Transporte e Logística. Disponível em: https://www.grupofarraposblog.com/single-post/2018/06/20/voc%C3%AA-sabe-a- diferen%C3%A7a-entre-crossdocking-e-transit-point. Acesso em: 30 mai. 2020. No Merge in Transit há a coordenação entre as chegadas e as saídas junto ao Centro de Distribuição Avançado, de modo a minimizar o tempo das mercadorias paradas aguardando todas as chegadas para a sua consolidação. ESTRUTURAS DIRETAS AVANÇADAS Fornecedores Área de recebimento e processamento, e/ou fracionamento final Merge in Transit Entrega aos clientes da carga processada e consolidadaCarga consolidada 1.2. Histórico do transporte no Brasil: Sistema ferroviário: Em 1922, na celebração do 1º Centenário da Independência do Brasil, existia, no país, um sistema ferroviário com, aproximadamente, 29.000 km de extensão, cerca de 2.000 locomotivas a vapor e 30.000 vagões em tráfego (ANTT, 2014); O Brasil contava, em 1958, com 35.598 km e, em 2008, com 37.000 km (ANTT, 2014). Sistema rodoviário: Na década de 1950, o Brasil entrou na era rodoviária. Em poucos anos, a indústria automobilística nacional deixou as suas modestas origens para transformar-se em uma das maiores do mundo (UFRJ, 2014). Breve histórico do transporte no Brasil Transportes no Brasil – Síntese histórica, situação atual, dados sobre cada modalidade de transporte no país Fonte: https://www.gov.br/infraestrutura/pt-br/assuntos/transportes-no- brasil-sintese-historica 1.2. Histórico do transporte no Brasil: Sistema Rodoviário se torna o foco dos investimentos em transportes no país: A criação da Petrobras, a instalação de fábricas de asfalto, e de pavimentação de rodovias e a refinaria de petróleo para a produção de combustíveis foram os fatores preponderantes para a expansão automotiva do país (UFRJ, 2014); Diante do ambiente empresarial e comercial globalizado, no Brasil, 58% do transporte passa a ser realizado por meio de rodovias, 25%, por ferrovias e, apenas, 8% por hidrovias; A logística brasileira depende muito mais do modal rodoviário do que as operações chinesas e russas, nações também em desenvolvimento, onde as atividades rodoviárias representam, respectivamente, 50% e 8% do volume transportado (BRASIL LOGÍSTICA, 2014). Breve histórico do transporte no Brasil Evolução rodoviária: o que possibilitou, a partir da década de 1940, a evolução da malha rodoviária brasileira, foi o Plano Rodoviário Nacional, que previa 27 diretrizes principais distribuídas em seis rodovias longitudinais, 15 transversais e seis ligações, totalizando, na época, 35.574 km, os quais receberam o símbolo BR. Competição de modais: a partir da segunda metade da década de 1940, se intensificou a construção de estradas, muitas delas, com traçados paralelosaos ferroviários. Ao invés de se estimular a integração intermodal de transportes, acirrava-se a competição, principalmente, entre as rodovias, as ferrovias e a navegação de cabotagem. Plano de metas do presidente Juscelino Kubitschek: em 1957, no Governo JK, a implantação de uma indústria automobilística nacional, a partir de multinacionais e a decisão de construir a nova capital no interior do país, impulsionou o desenvolvimento rodoviário do Brasil, direcionando os investimentos para este modal. Evolução dos transportes no Brasil – Aspectos determinantes para a vocação rodoviária Rodoviário: opção prioritária para o transporte de carga no país. Baixa produtividade por unidade de transporte, infraestrutura precária de algumas rodovias. Aeroviário: modalidade dispendiosa, com um elevado custo unitário de transporte. O Brasil apresentou forte melhoria em sua infraestrutura, ampliando a quantidade de passageiros e carga transportados per este modal. Aquaviário: modalidade de transporte responsável pela maioria dos produtos importados e exportados do país. Infraestrutura precária. Maior produtividade por item transportado. Destaque para o transporte de cabotagem. Modais de transporte no Brasil Ferroviário: elevada eficiência operacional, estrutura limitada no país, seria a opção natural para o transporte terrestre no país. Dutoviário: modal em desenvolvimento e expansão no país, especialmente, com a dutovia Brasil – Bolívia, distribuição de combustíveis e petróleo, polos petroquímicos, entre outros. Ainda representa uma pequena parcela do transporte de carga no país. Modais de transporte no Brasil Transportando por diferentes meios: No contexto da distribuição física, as rodovias têm um papel importante na movimentação de materiais. Provavelmente, a flexibilidade e a fácil adaptação aos mais variados tipos de carga façam do transporte rodoviário o mais usado (BERTAGLIA, 2003). Embora o transporte rodoviário seja o mais utilizado, levanta-se a questão do valor do frete. Enquanto o frete rodoviário sofre os constantes aumentos, o ferroviário tem sofrido sucessivas reduções (BERTAGLIA, 2003). A figura a seguir, mostra a participação de cada modal de transporte no total da massa transportada no Brasil, no ano de 2011 (MT, 2012): Modais de transporte As decisões estratégicas tomadas para definir a modalidade de transporte estão vinculadas ao desempenho do tipo de transporte em relação ao preço, ao volume de carga, ao número, à capacidade, à flexibilidade, à agilidade e à localização de terminais de carga, à legislação etc. Modais de transporte comparados – Toneladas por Km útil – remunerada Figura 1. Participação de diversos modais na matriz de transporte brasileira. Fonte. Ministério dos Transportes (2012). Modais de transportes no Brasil e o Investimento Público Federal Fonte: Boletim de Logística – 2017/Empresa de Planejamento e Logística – EPL – Secretaria-Geral da Presidência da República do Brasil. Fonte: https://www.gov.br/secretariageral/pt-br Desafio – transportes e modais. Vamos aos exercícios! AGÊNCIA NACIONAL DE TRANSPORTE TERRESTRE – ANTT. Transporte Ferroviário. Disponível em: http://www.antt.gov.br/index.php/content/view/10868/Ano_2009.html# lista. Acesso em: 08 out. 2014. BERTAGLIA, P. R. Logística e gerenciamento da cadeia de abastecimento. São Paulo: Saraiva, 2003. BOWERSOX, D. J. et al. Gestão Logística da Cadeia de Suprimentos. 4. ed. Porto Alegre: AMGH Editora Ltda., 2014. BRASIL LOGÍSTICA. Perfil rodoviário no Brasil é histórico. Disponível em: http:// brazillogistica.blogspot.com.br/2011/08/perfil-rodoviario-no-br-e-historico.html. Acesso em: 08 out. 2014. Referências DAVID, P. A. Logística Internacional – Gestão de operações de comércio internacional. São Paulo: Cengage Learning, 2018. MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES – MT. Plano nacional de logística e transportes. Disponível em: http://www.transportes.gov.br./public/arquivo/arq1352743917.pdf. Acesso em 08 out. 2014. SIMCHI-LEVI, D.; KAMINSKY, P.; SIMCHI-LEVI, E. Cadeia de suprimentos projeto e gestão: Conceitos, estratégias e estudos de caso. São Paulo: Artmed, 2008 SIMCHI-LEVI et al. Designing and Managing the Supply Chain: Concepts, Strategies, and Case Studies. McGraw-Hill/Irwin, 2008. UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO – UFRJ. O transporte rodoviário no Brasil. Disponível em: http://www.transitocomvida.ufrj.br/Transporte RodoviarioNoBrasil.asp. Acesso em 08 out. 2014. Referências ATÉ A PRÓXIMA!
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