AD1_2022_2_gabarito

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Universidade Federal Fluminense 
Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ 
 
 
Disciplina: Introdução à Semântica 
Coordenador: Prof. Dr. Monclar Guimarães Lopes 
 
AD1 – 2022.2 
 
 
Aluno(a): _______________________________________________________ 
 
Polo: _______________________________ Matrícula: ___________________ 
 
Nota: _______________ 
 
Leia com atenção os textos e as questões da prova. Lembre-se do que estudou nas aulas 01 a 04. Redija 
as respostas de maneira dissertativa e fique atento à coerência, à coesão e à correção gramatical da sua 
escrita. Você deve preencher suas respostas em um arquivo Word, identificar o número de cada questão 
e converter o arquivo em PDF antes de submetê-lo na plataforma. 
 
Assista ao vídeo disponível no link a seguir e responda à questão 1: 
 
https://www.youtube.com/watch?v=Qi7WYvXgzp0 
Texto 1 
 
 
 
Questão 1 – 4,0 pts 
 
Marcelo, marmelo, martelo, conto de Ruth Rocha, serve como uma boa ilustração para a 
questão da arbitrariedade existente entre as duas faces do signo: significante e significado. 
Explique essa afirmação com base no conceito de signo de Ferdinand de Saussure. 
 
Sugestão de resposta: 
Saussure defende que o signo é arbitrário, convencional, porque não há relação entre 
significante (som e letras/imagem acústica) e significado (conceito). Afinal, a palavra “árvore” 
não tem nenhuma relação direta com o referente “árvore”, de modo que cada língua atribui um 
signo diferente para esse mesmo referente. Na história Marcelo, marmelo, martelo, 
observamos que o protagonista se depara com a questão da arbitrariedade e a questiona. 
Acredita que as palavras deveriam lembrar a própria coisa (por que “parede” é “parede”, e não 
“bacalhau”?). Embora a personagem tente romper com a arbitrariedade do signo, propondo, 
pelo menos, que palavras de sentido aproximado recorram sempre à mesma base (radical), 
como em braseira, moradeira etc., ele não é bem-sucedido, já que a arbitrariedade é uma 
característica do signo. 
 
 
Texto 2 
 
 
 
Disponível em: https://descomplica.com.br/artigo/4-tirinhas-que-irao-acabar-com-suas-duvidas-entre-
ambiguidade-e-polissemia/4ky/ 
 
 
Questão 2 – 3,0 pts 
 
A significação deve ser estudada não somente com base em seu aspecto semântico, mas 
também pragmático. Afinal, para compreender textos, muitas vezes é necessário recorrer ao 
contexto extralinguístico, como também ao restante do cotexto (isto é, a toda superfície 
textual). De que modo o texto 2 serve como ilustração para essa declaração? 
 
Sugestão de resposta: 
 
A expressão “vendo pôr do sol” é polissêmica, em virtude da forma “vendo”, que pode tanto 
ser o presente do verbo “vender” quanto o gerúndio do verbo “ver”. Na primeira tirinha, somos 
levados a compreender que se trata da forma verbal “vender” em virtude do contexto: as placas 
se destinam a informar localizações ou a divulgar anúncios publicitários. No entanto, no 
segundo quadrinho, somos levados a reinterpretar a placa depois da correção da personagem. 
Dessa maneira, podemos entender como o contexto (tanto extralinguístico, como também o 
restante do cotexto) nos auxilia a compreender melhor os textos. É exatamente a pragmática, 
que envolve a situação de comunicação e o entorno linguístico, que nos garante a compreensão 
adequada da mensagem, conforme planejada pelo locutor. 
 
Questão 3 – 3,0 pts 
 
Nos estudos semânticos, divide-se o sentido em dois tipos: literal e figurado. No entanto, a 
existência de “um sentido literal” é uma visão controversa para alguns autores. Explique. 
 
Sugestão de resposta: 
 
O sentido literal costuma ser definido como o significado que uma palavra tem fora de 
qualquer contexto. No entanto, alguns teóricos, como Searle, por exemplo, argumentam que 
só existe sentido no contexto. Se fizermos uma simples busca em um dicionário, por exemplo, 
veremos que as palavras apresentam, via de regra, várias entradas. Isto é, há mais de uma 
possibilidade de significação para os vocábulos. Se pegarmos uma palavra como “terra”, por 
exemplo, qual seria o sentido fora de contexto: solo (onde se planta), solo (em oposição a mar), 
lugar onde se nasceu/nação? Existe mais de uma possibilidade. Dessa maneira, mais adequado 
do que pensar em sentido literal é pensar em sentido básico (usual), ao passo que o sentido 
figurado estaria restrito a situações mais particulares do uso. Ao proceder dessa forma, 
conseguimos estabelecer melhor a distinção entre os dois tipos de sentido. 
 
 
Boa avaliação!