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Infecções respiratórias por helmintos Mulher de 45 anos, hígida, apresentando sintomas de trato respiratório inferior como dispneia progressiva e tosse. O hemograma mostra eosinofilia. Na radiografia de tórax é possível observar que o coração não está aumentado e os contornos mediastinais estão normais. Contudo, existem focos de consolidação bilaterais nos lobos superiores, achado atípico, mas consistente com inflamação. Este padrão radiológico perihilar pode ser sugestivo de pneumonia eosinofílica. Imagem de tomografia subsequente mostrou linfadenopatia mediastinal. Lavado broncoalveolar revelou abundantes populações de eosinófilos (90% das células inflamatórias) e nenhuma evidência de células malignas. A paciente respondeu bem à terapia com corticóide oral e mebendazol. Exames laboratoriais complementares confirmaram diagnóstico de Síndrome de Loeffler, desencadeada por Ascaris lumbricoides Síndrome de Loeffler: fase larval do patógeno. 1. Qual é o agente etiológico da patologia? Que tipo de patógeno ele é? Ascaris Lumbricoides. Helminto. 2. Quais morfologias (estágios evolutivos no ciclo biológico) o agente etiológico possui? Ovo, larval e verme adulto. 3. Qual é a morfologia responsável pelos sintomas no trato respiratório? 4. Como essa morfologia atingiu o trato respiratório? 5. Por que essa morfologia precisou fazer ciclo pulmonar? A fase larval começa no ovo e a ingestão é a do ovo. Isso é importante, porque o ovo tem resistência contra as mucosas. Ascaris lumbricoides Agente etiológico da patologia do caso clínico: LARVAS de Ascaris lumbricoides Nematelminto/ tipo de helminto (ser vivo eucarionte pluricelular). Morfologias do Ascaris lumbricoides - Ovos (microscópico) - LARVAS (0,2 - 6 mm) - Vermes adultos (macho e fêmea) 20-30 cm Larvas de áscaris lumbricoides São submetidas a 4 mudas (ecdises). O que é? Em cada muda, a cutícula que reveste a superfície do corpo despende-se e é substituída por outra CUTÍCULA? Proteção do parasito contra agentes externos / Serve como exoesqueleto para a ação muscular (movimentos de flexão ou enrolamento) A troca de cutículas é um fator de virulência. Resultados das mudas: Larvas L1, L2, L3, L4 e L5 Larva de terceiro estádio (L3 ou filarióide): estágio infectante (não perde a cutícula, não se alimenta, reduz seu metabolismo e aguarda a oportunidade e entrar em contato com seu hospedeiro) Como o patógeno atingiu o trato respiratório? INGESTÃO DE OVOS CONTENDO A LARVA L3. No intestino delgado, o ovo eclodiu e liberou a larva L3, que penetrou no ID, migrando: sistema porta, fígado, corrente sanguínea ou linfática, coração e PULMÃO. No pulmão, as larvas sofrem mudas (L4 e L5). Larvas atingem bronquíolos, brônquios, traqueia, faringe. Expulsão da larva L5 por expectoração ou deglutição da mesma. L5 deglutida atinge o intestino delgado novamente e evolui para forma adulta (macho ou fêmea) Sindrome de Loeffer O que é? Febre, tosse produtiva, dispneia, pneumonia eosinofílica (presença de eosinófilo no aspirado broncoalveolar) e eosinofilia no hemograma, pneumonite difusa (descamação do epitélio alveolar, presença de exsudato nos alvéolos e bronquíolos dilatados) Os sintomas respiratórios significativos dependem da relação parasito-hospedeiro: Parasito (quantidade de larvas) Hospedeiro (estado nutricional, imunológico e hipersensibilidade) As lesões teciduais são causadas por parasitos e hospedeiros. Sim! Hospedeiros também! Parasito (ação traumática: pontos hemorrágicos/necrose e ação alérgica: hipersensibilidade Tipo I) Hospedeiro: resposta imune contra as larvas (inflamação) Características clínicas Febre, dispneia Asma e urticária (processo alérgico) Tosse produtiva, podendo ser mucosanguinolenta e apresentar larvas Edemaciação dos alvéolos ou ruptura Pontos hemorrágicos nos pulmões Bronquite Pneumonia / pneumonite Resposta imune Produção de IgA (proteção das mucosas) Produção de IgE (relacionadas a helminto). Larvas sofrem 4 mudas, sendo que 2 mudas ocorrem no trato respiratório (pulmão e alvéolos), gerando produtos de ALTO PODER ANTIGÊNICO: INTENSA RESPOSTA INFLAMATÓRIA NOS PULMÕES. PRODUÇÃO DE ANTICORPOS ESPECÍFICOS DE VIDA LONGA Larvas dos estádios posteriores (pouco antigênicas): produção de anticorpos que não possuem vida longa, mas que protegem no momento Componentes imunes: neutrófilo, eosinófilo significativo no sangue e tecido, mastócito, IgA, IgE e secreção de muco. Há evidências que a resposta imune contra o A. lumbricodes é alérgica (reação de hipersensibilidade tipo I) e não protetora, devido à altas concentrações de IgE, desgranulação de mastócitos, urticária transitória e problemas respiratórios como broncoespasmo/asma Outros nematelmintos que podem desencadear síndrome de Loeffler Ascaris lumbricoides, Ancylostoma duodenale, Necator americanus e Strongyloides stercoralis Ovos microscópicos e morfologicamente distintos entre os nematelmintos Vermes adultos fusiformes, alongados e não segmentados. Dimorfismo sexual (fêmeas maiores que os machos). Tamanhos distintos entre os nematelmintos (variam de 1 mm a 1 m) Grave problema de saúde pública. Ameaça a vida e o bem estar. Perdas econômicas (assistência médica, redução da produtividade e incapacitação para o trabalho). DOENÇAS NEGLIGENCIADAS!
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