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Sistema Digestório do Recém Nascido e Revisão

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Aula 1; Anatomia – Sistema Digestório Recém Nascido e Revisão 
1. Quais as principais diferenças entre o sistema Digestório do RN e do adulto? E quais implicações funcionais para o RN de tais diferenças?
Cavidade oral →
Palato duro: curto e largo, em sua mucosa possui pregas transversais que servem para apoio do mamilo durante a sucção.
Papila Incisiva: projeção arredondada presente
Epiglote e língua aderidas diretamente, sendo que a língua não desce para a faringe: a sucção do leite, úvula e epiglote se tocam formando dois espaços laterais para os líquidos passarem para a faringe.
Laringe é elevada: direciona abertura para a nasofaringe, de modo que a criança pode respirar enquanto se alimenta.
Glândulas Salivares →
Parótida mais arredondada
Porção profunda da submandibular intimamente ligada à sublingual.
Digestão bucal quase nula: secreção salivar escassa e pobre em princípios digestivos
Esôfago →
Esôfago possui 9cm de comprimento (adulto possui de 23 à 30 cm) e limites na C4/c5 até T9 (no adulto: C6 à T11)
Curvaturas e constrições (altura da cricóide, curva da aorta e brônquio fonte esquerdo) são menos pronunciadas.
Glândulas esofageanas menos complexas.
Estômago →
Mucosa e submucosa mais espessas.
Número menor de glândulas gástricas.
Musculatura e piloro pouco desenvolvidos; além do tecido elástico.
Atividade peristáltica anormal.
Trato Intestinal →
Massa intestinal disposta de forma transversal (no adulto de forma longitudinal).
Comprimento de 300 a 350 cm. 
Tecido elástico praticamente não existe.
A margem inferior da alça do duodeno está apenas 1 cm acima da crista ilíaca.
Não há limite nítido entre o ceco e o apêndice vermiforme e a transição entre ambos de forma cônica.
Apêndice vermiforme mais longo em relação ao resto intestino grosso.
Sáculos e Apêndices Epiplóicos não estão presentes.
Colo ascendente mais curto; transverso longo; descendente curto e sigmóide longo (em 50% das crianças é encontrado na fossa ilíaca direita).
Grande omento pouco desenvolvido, não podendo realizar completamente sua função de defesa.
Reto: Parte superior para a direita por causa do sigmóide longo, mucosa mais frouxamente aderida à parede: configuração anatômica do reto aliada a uma musculatura perineal pobre propicia prolapsos retais em crianças desnutridas durante evacuação.
Canal anal relativamente mais longo; anus mais anteriormente localizado.
Fígado →
Da quinta costela até 2 cm abaixo da margem costal (borda inferior anterior); 1 cm da crista ilíaca direita (borda inferior posterior)
Fígado imaturo: icterícia e sem fatores suficientes para ação da vitamina K.
Vesícula Biliar → 
Relativamente pequena.
Superfície peritoneal menor e mais encostada relativamente no parênquima hepático.
Aspecto tubular (pera no adulto).
Frequentemente o fundo vesicular não vai até a borda hepática anterior. 
Pâncreas →
Não apresenta demarcação nítida entre cauda e corpo.
Pâncreas mais abaixo pois a coluna lombar ainda não está desenvolvida.
0. Revise a anatomia do adulto quanto aos seguintes tópicos:
a. Anatomia das vias biliares →
Ducto Hepático Direito + Ducto Hepático Esquerdo = Ducto Hepático Comum + Ducto Cístico (da vesícula biliar) → Ducto Colédoco, que desemboca na Papila Maior do Duodeno/Papila Ileal/Válvula Ileocecal juntamente com o Ducto Pancreático Principal, formando uma dilatação denominada Ampola Hepatopancreática.
b. Conceito de segmentação hepática
Fígado dividido em segmentos mesmo sendo um órgão único, pois, a segmentação é baseada na distribuição dos pedículos porta e a localização das veias hepáticas. O fato de a ligadura dos ramos venosos terminais provocar necrose do parênquima hepático drenado por estas veias, apesar do fluxo mantido pela veia porta e pela artéria hepática, demonstra a importância das veias hepáticas e a necessidade de considerá-las na hora da divisão segmentar.
As três veias hepáticas dividem o fígado em 4 setores, cada um dos quais recebe um pedículo porta. Os 4 setores individualizados pelas 3 veias hepáticas são chamados de setores porta, porque são supridos por pedículos porta independentes. Pela mesma razão, as cisuras contendo as veias hepáticas são chamadas de cisuras porta, enquanto as cisuras contendo os pedículos porta são chamadas de cisuras hepáticas. A fissura umbilical corresponderia a cisura hepática.
O fígado é dividido em lobos direito e esquerdo pela cisura porta principal, chamada de linha de Rex-Cantlie, que se origina na fossa da vesícula biliar e corre em direção cranial e posterior, paralela a e 4 cm à direita do ligamento falciforme, até a veia cava inferior, na junção das veias hepáticas direita e esquerda. Os lobos direito e esquerdo são independentes quanto a vascularização arterial e porta e quanto a drenagem biliar, a veia hepática média se situa nessa cisura porta principal.
Os lobos direito e esquerdo são, por sua vez, divididos em 2 partes por outras 2 cisuras. Essas 4 subdivisões são chamadas de setores, pela nomenclatura de Couinaud. a cisura porta direita, por onde corre a veia hepática direita, divide o lobo direito em 2 setores: ântero-medial e póstero-lateral. A localização exata da cisura não está bem estabelecida porque não há marcadores na superfície hepática, mas ele está num plano que começa anteriormente, a meio caminho entre a borda hepática direita e a borda direita da fossa da vesícula biliar, passando posteriormente, num ângulo de 45°, para a junção da veia hepática direita com a veia cava inferior. Cada setor é dividido em 2 segmentos, o setor ântero-medial tem o segmento V anteriormente e o segmento VIII em posição póstero-superior, enquanto o setor póstero lateral tem o segmento VI em posição inferior e o segmento VII em posição superior. O lobo esquerdo é dividido em 2 setores, anterior e posterior, pela cisura porta esquerda, por onde corre a veia hepática esquerda. O setor anterior é dividido pela fissura umbilical em segmento IV, parte anterior do qual é o lobo quadrado, e segmento III. O setor posterior é composto pelo segmento I, o lobo caudado, e pelo segmento II.
O segmento I, o lobo de Spighel, é considerado autônomo do ponto de vista funcional, porque recebe vascularização tanto do ramo direito como do ramo esquerdo da veia porta e da artéria hepática. As suas veias drenam diretamente para a veia cava inferior. Em algumas circunstâncias, como na Síndrome de Budd-Chiari, onde tem obstrução das principais veias hepáticas, a drenagem sanguínea passa pelo segmento I, que se hipertrofia.
*O segmento I não é visível na face diafragmática do fígado. 
*O segmento VIII não é visível na face visceral do fígado.
c. Parede abdominal ântero-lateral
Limites: Superiormente e inferiormente 
Consiste em: 1. Pele 
2. TCSC  (subcutâneo)
3. Músculos 
4. Fáscia profunda 
5. Fáscia/gordura endoabdominal 
6. Peritônio parietal 
Fáscias da Parede Abdominal Ântero-lateral: Tecido subcutâneo é composto de 2 camadas: 
1. Fáscia intermédia de revestimento (superficial) (fáscia superficial) (Camper) 
2. Camada membranácea (profunda) (Scarpa) 
Músculos da Parede Abdominal Ântero-lateral:
Oblíquo externo 
Oblíquo interno 
Transverso 
Reto do abdome 
Piramidal 
Anteriores e laterais: Os músculos da parede anterior lateral do abdome garantem sustentação e proteção às vísceras abdominais. Além de garantir aumento da pressão intra abdominal, movimentar o tronco e manutenção da postura. 
Compõe os músculos anteriores laterais os cinco seguintes músculos a cada lado: reto do abdome, piramidal, oblíquo externo, oblíquo interno e transverso do abdome. 
Os músculo reto do abdome é um músculo poligástrico (com 4-5 ventres separados por inserções tendíneas) e segue em posição paramediana a partir do osso púbis até o tórax. Ele está inserido na bainha do músculo reto do abdome, um canal fibroso, tendíneo, aponeurótico e resistente formado pelas aponeuroses dos músculos oblíquos do abdome. Na rafe mediana ou encontro das aponeuroses na linha mediana se encontra a linha alba. 
O músculo piramidal está ausente em cerca de 25% das pessoas,tem formato triangular e se localiza entre as aponeuroses dos músculos oblíquos posteriormente à bainha do músculo reto do abdome. 
O músculo oblíquo externo e o músculo oblíquo interno tem fibras com disposição diagonais e perpendiculares entre si, enquanto as fibras do músculo transverso do abdome formam a camada mais profunda e seguem a trajetória perpendicular.
O músculo oblíquo externo do abdome é o mais superficial dos três músculos planos da parede anterior lateral. Sua aponeurose inferior segue como ligamento inguinal e forma, também, o anel inguinal superficial. O músculo oblíquo interno do abdome é o músculo intermediário entre os três músculos planos do abdome, sendo uma lâmina fina.
O músculo transverso do abdome é o mais interno e tem suas fibras transversais auxiliando a compressão do conteúdo abdominal e para aumentar a pressão intra-abdominal. Ele compõe o anel inguinal profundo e o limite posterior do canal inguinal. 
A linha arqueada tem formato crescente e delimita a parede posterior aponeurótica da bainha que reveste o músculo reto do abdome e a fáscia transversal, também reveste este músculo. A linha arqueada é, portanto, um importante referencial anatômico: 
• Acima da linha arqueada: o músculo oblíquo interno possui duas aponeuroses (anterior e posterior) que envolvem o músculo reto do abdome. A aponeurose posterior se une a fáscia transversal formando a lâmina posterior da bainha do músculo reto do abdome. 
• Abaixo da linha arqueada: as aponeuroses do músculo oblíquo interno são unificadas se localizando anteriormente ao músculo reto do abdome; restando assim, apenas a fáscia transversal recobrindo posteriormente o músculo reto do abdome. A linha semilunar, marca a transição do músculo transverso do abdome para sua aponeurose.
Na imagem acima é possível observar, em A (acima da linha arqueada), que a parede anterior da bainha do reto abdominal é formada pela aponeurose do músculo obliquo externo e a lâmina anterior da aponeurose do obliquo interno. A parede posterior é formada pela lâmina posterior da aponeurose do músculo obliquo interno, aponeurose do músculo transverso do abdome e a fáscia transversal. Na mesma imagem, em B (abaixo da linha arqueada), é possível observar que as três aponeuroses, dos três músculos, obliquo externo, obliquo interno e transverso do abdome encontram-se posicionadas na parede anterior da bainha restando na parede posterior a fáscia transversal. Com isso compreende-se que é ao nível da linha arqueada que se dá a transposição de posição das aponeuroses do esquema A para o esquema B.
OBS: Aponeurose = tendão plano! É uma membrana fibrosa que serve para a inserção dos músculos.
Cada músculo do abdômen tem uma Aponeurose.
Sequência das camadas da parede antero lateral do abdomen: 
Pele/ Tela subcutânea (Camper e Scarpa)/ m. oblíquo externo/ m. oblíquo interno/ m. transverso/ Fáscia transversal/ Gordura extra peritoneal/ Peritônio
As aponeuroses formam uma bainha (proteção) para o músculo reto.
A aponeurose do m. oblíquo interno forma uma bainha em volta do músculo reto (abraça o músculo)
Três dedos abaixo do umbigo = linha arqueada: a bainha das aponeuroses ao redor do reto não existem, apenas passam reto por cima.
Linha alba = linha abdominal central
Ligamento Inguinal é diferente de Canal Inguinal
O ligamento serva como ASSOALHO para o Canal
Mais hérnia inguinal nos homens
O que passa pelo canal inguinal? No homem, o canal inguinal serve de passagem para o cordão espermático/funículo (compreende o ducto deferente, as artérias espermáticas interna e externa, a artéria do ducto, o plexo venoso pampiniforme, os vasos linfáticos e os nervos.) do escroto para a pelve e na mulher contém o ligamento redondo do útero e o nervo ilioinguinal
Anel inguinal superficial = pode ter as hérnias inguinais diretas (direta pela parede do abdômen, aparecendo do lado do canal ou funículo) ou indiretas (vai entrar no anel inguinal profundo e vai por dentro do canal inguinal, aparecendo na saída, por dentro do funículo) 
A hérnia direta é sempre adquirida, mas a indireta pode ser congênita.
Triângulo de Hesselbach/Trígono Inguinal/ Fossa inguinal medial (parte mais fraca da parede) Limites = Lig inguinal, margem do reto e vasos epigástricos
d. Diferença entre a fáscia de Camper e de Scarpa
Fáscia superficial de Camper, uma camada mais espessa e gordurosa que pode ter um grau variado de espessura. Por exemplo, ela é bem grossa em indivíduos obesos e muito fina em pessoas com pouca gordura corporal. 
 
Fáscia profunda de Scarpa, uma membrana mais fina e densa, que circunda a camada muscular da parede abdominal. Ela é firmemente presa à linha alba e à sínfise púbica e se funde com a fáscia lata (fáscia profunda da coxa), logo abaixo do ligamento inguinal. 
 
Nos homens, a fáscia de Camper se continua sobre o pênis e se funde à fáscia de Scarpa para formar a fáscia superficial do pênis. Esta última se estende até o escroto, onde contém fibras musculares lisas e torna-se a túnica dartos. A fáscia de Scarpa se continua no períneo para formar a fáscia superficial do períneo, chamada de fáscia de Colles. Nas mulheres, ela se continua nos lábios maiores e no períneo anterior. 
e. Revisão da anatomia do estômago, pâncreas, intestino delgado, intestino grosso e fígado
1 - Fígado
· friável
· variações de formato
· Funções: Produção de bile (digestão gordura), metabolização de nutrientes, hormônios, etc.
Faces:  Anterior -  face diafragmática (pois o diafragma cobre ele): lobo direito e esquerdo (menor)
Posterior - face visceral (contato com uma série de órgãos): lobo caudado (superior) e quadrado (inferior)
Vesícula biliar fica entre o lobo quadrado e o direito.Muito comum ela se salientando para a face diafragmática.
Pâncreas é peritonizado.
Relações Posteriores:
No lobo direito tem uma grande depressão onde fica o rim. Um pouco abaixo, contato com o intestino grosso (cólon transverso).
Lobo esquerdo mais associado com a parede do estômago
Porta do fígado = junção de todos os lobos; fissura na face visceral do fígado em que passa a Veia Porta Hepática (leva sangue c/ nutrientes para serem metabolizados = sangue venoso;), a Artéria Hepática Própria (leva o sangue com o oxigênio p/ manter fígado vivo = sangue arterial), Ducto Colédoco (bile)
Fixação do fígado: Reflexão do Peritônio que forma os ligamentos →
Lig. Coronário: passa por cima do fígado e o liga ao diafragma (é o que mais contribui para a fixação)
Lig. Triangular Direito e Esquerdo
Lig. Falciforme = divide os lobos
Formado por colágeno:  Lig. Redondo = sai de dentro do fígado e se fixa na cicatriz umbilical interna. Ele já foi a veia umbilical; é um cordão fibroso
No fígado padrão = tecido fibroso = Apêndice Hepático Fibroso que vai se ligar ao Diafragma.
O fígado é um órgão segmentado. Cada segmento possui veia, artéria e ducto. Possui oito segmentos = CADA PARTE TRABALHA DE FORMA INDEPENDENTE
 
2 - Vesícula Biliar 
Função: Armazenamento e concentração da bile
Anatomia: Fundo, corpo, colo, ducto cístico e pregas espirais.
Ductos Biliares Extra-Hepáticos = como a bile é lançada no duodeno
1. Ducto hepático direito e Ducto hepático esquerdo = Ducto hepático comum + Ducto Cístico (da vesícula biliar) = Ducto Colédoco
Para a bile ir para a Vesícula, o esfíncter do ducto colédoco fecha. 
3 - Pâncreas
Funções: quebra proteínas, neutralização do suco gástrico.
Anatomia: 1 - Cabeça (junto ao duodeno); 2 - Processo uncinado (quando a cabeça tem uma projeção); 3 - Colo; 4 - Corpo; 5 - Cauda; 6 - Ducto Pancreático Principal (atravessa todo o Pâncreas; também tem esfíncter; libera o suco pancreático); 7 - Ducto Pancreático Acessório (variação muito frequente; ele vai pra cima e forma a Papila Menor do Duodeno); Ducto Colédoco + Ducto principal pancreático = Ampola Hepatopancreática = quando ela empurra o duodeno forma a Papila Maior do Duodeno, na parte descendente do Duodeno
f. Diferença entre omento e meso
Meso = ligamento/parte do Peritônio que liga determinado órgão à parede da cavidadeabdominal pélvica.
Omento = prega do Peritônio que une dois órgãos.

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