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Toracocentese Referências Apostila medcurso 2020 Quais seriam então as indicações para a toracocentese? - Procedimento diagnóstico para definir a origem do derrame pleural. - Toracocentese de alívio para grandes derrames pleurais. *Devemos reservar a toracocentese somente para os derrames puncionáveis (> 10 mm no Laurell) e que sejam sugestivos de uma possível complicação (empiema). Isso não significa que todo derrame volumoso deva ser drenado. A indicação da toracocentese de alívio se dá quando há estresse respiratório gerado pelo próprio derrame. Esses pacientes, além de se queixarem da dispneia franca, relatam que sua respiração melhora quando deitados por sobre o lado do derrame. Deve haver, entretanto, uma preocupação quanto ao volume a ser retirado da cavidade pleural, em virtude dos riscos em potencial que este procedimento pode causar. Recomenda-se, para tanto, que mesmo nos derrames volumosos não sejam retirados mais de 1.200 ml (no máximo 1.500 ml), pois a retirada de volumes maiores aumenta o risco de desenvolvimento de edema pulmonar de reexpansão e de ocorrerem alterações respiratórias ou hemodinâmicas que, em seu grau extremo, incluem a síndrome do desconforto respiratório ou o choque hemodinâmico. Afinal, existe toracocentese de emergência? Sim. A toracocentese de emergência é, ao mesmo tempo, diagnóstica e terapêutica, podendo salvar a vida de um paciente nos casos mais graves de pneumotórax hipertensivo. O diagnóstico deve ser clínico e com a toracocentese o pneumotórax hipertensivo é transformado em um pneumotórax aberto, aliviando os sintomas até que se busque a terapêutica definitiva. Técnica Não é necessário que a toracocentese seja realizada em centro cirúrgico, mas deve ser preferencialmente utilizado um local limpo e reservado para pequenos procedimentos. A toracocentese pode também ser realizada à beira do leito se necessário. A colaboração do paciente é de extrema importância para o sucesso do procedimento, por isso, todos os passos deverão ser explicados previamente. O paciente deve estar sentado, com os braços e a cabeça apoiados em travesseiros, sobre um anteparo (como uma mesa) ou com a mão ipsilateral ao derrame apoiada sobre o ombro contralateral ao derrame, de forma que a escápula seja projetada para frente. Com o dorso exposto, deve-se marcar o sítio de punção. Ele deve se localizar entre 5 e 10 cm de distância da coluna (no lado acometido!) e 1 ou 2 espaços intercostais abaixo do limite do derrame que é delimitado no exame físico, através da percussão. Existem duas regras que você não poderá esquecer em hipótese alguma: 1- O sítio de punção sempre deverá ser localizado na margem superior de uma costela. Como o feixe vasculonervoso sempre passa logo abaixo das costelas, estaremos evitando sua lesão acidental. 2- Não devemos puncionar abaixo da 9° costela. A inserção de agulhas abaixo desse limite implica um maior risco de punção abdominal acidental. Proceda a degermação do local com pinça, gaze e a solução escolhida. Descreva círculos centrífugos a partir do local demarcado. Após, aplique o campo estéril e confeccione um botão de anestésico local na pele, com a agulha de 25 gauge. Troque a agulha por uma mais calibrosa de 18/20 gauge. Anestesie bem o subcutâneo e o bordo superior da costela. Prossiga rente à mesma, sempre aspirando antes de infundir o anestésico local. Conecte agora a seringa de 50 ml no cateter agulhado. Caso a drenagem seja terapêutica o adaptador de três saídas deve ser conectado entre a agulha e a seringa. Realize o mesmo trajeto anterior, em direção ao espaço pleural. Mantenha a seringa aspirando em todos os momentos. Quando houver retorno do líquido, pare de aspirar e peça para o paciente realizar uma expiração forçada. Durante a expiração, corra o cateter para dentro do espaço pleural e remova a seringa tomando cuidado para que o orifício do mesmo seja ocluído com o dedo. Reconecte a seringa ao cateter e aspire a quantidade de material necessária para análise laboratorial. Caso tenha optado pela drenagem terapêutica você pode conectar o coletor ou o adaptador ao sistema de drenagem a vácuo e regular a válvula para excluir a seringa do circuito. Não remova mais que 1.200 a 1.500 ml de líquido pleural de uma única vez devido ao alto risco de edema pulmonar de reexpansão, como explicado previamente. Terminado o procedimento, peça para o paciente realizar mais uma expiração forçada e retire o cateter, fechando o local com um curativo oclusivo. A realização de radiografia de tórax imediatamente após a toracocentese com o objetivo de se avaliar a presença de possíveis complicações é controversa. Como a ocorrência de complicações é relativamente reduzida, estudos recentes questionam a necessidade de sua realização rotineira. Complicações Pneumotórax. Dor e tosse. Hemotórax. Perfuração de vísceras abdominais (punção abaixo da 9ª costela). Embolia gasosa. Edema pulmonar de reexpansão (associado à drenagem de quantidades superiores a 1.000-1.500 ml).