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Oftalmologia 1. Anatomia e Conceitos Básicos Córnea Tecido transparente, RICAMENTE INERVADO, AVASCULAR (recebe oxigênio anteriormente a partir do ar ambiente e posteriormente recebe oxigênio e nutrientes a partir das trocas com humor aquoso) Responsável por 2/3 do poder de refração (o outro 1/3 é responsabilidade do cristalino) O epitélio tem grande capacidade de REGENERAÇÃO A camada de Bowman não tem tanto poder de regeneração, então lesões nessa parte podem deixar sequelas Estroma: Principal responsável pelo poder de refração da córnea e sua transparência. Principal responsável pelo EDEMA de córnea Membrana de Descemet: Formada por colágeno e da RESISTÊNCIA a córnea Câmara anterior Região entre a córnea e a íris, que é banhado pelo humor aquoso Humor aquoso Líquido produzido no corpo ciliar, que é possibilitado pela anidrase carbônica Quem reduz a produção do humor/inibe anidrase: Betabloqueadores, alfa-1-agonista e inibidores da anidrase carbônica Drenagem Via convencional (ângulo de filtração iridocorneano) – 80-95%. É feita através da rede trabecular. Os colírios que atuam nesse local são agentes colinérgicos (mióticos-PILOCARPINA), que realizam a contração do M. cilicar/esfíncter da pupila – abre rede trabecular Via alternativa (úveo-escleral) – 5-20%. Feita pelos canais de drenagem na íris e no corpo ciliar. Os colírios que atuam nesse local são análogos de prostaglandina alfa-2-agonistas Úvea (Íris + Corpo Ciliar + Corióide) Íris Regula a entra de luz abrindo e fechando a pupila Corpo ciliar Altera a curva do cristalino para acomodação visual Câmara posterior Região entre a íris, cristalino e corpo ciliar, que também é banhado pelo humor aquoso Corpo vítreo Região entre cristalino e retina, que é banhado pelo Vitro (gel que da sustentação ao olho) Retina Contém cones e bastonetes que: Captam a luz → Impulsos nervosos → N. Óptico → Sistema nervoso No mecanismo de visão, as seguintes estruturas são atravessadas pela luz: Córnea → Câmara anterior→ Cristalino→ Câmara Vítrea → Fóvea central Músculos que movimentam os olhos 2. Síndrome do Olho Vermelho 2.1 Conjuntivites Tipos Conjuntivite Viral (Ceratoconjuntivite Adenoviral) Adenovirus Mais comum; Epidêmica; História de IVAS ou contato; Inicia em um olho primeiro e alguns dias depois o outro; Auto-limitada 10-20 dias Secreção mucosa (clara) acentuada; Folículos na conjuntiva; Adenopatia pré-auricular; Lacrimejamento; Acometimento da conjuntiva e córnea Tratamento: Medidas gerais (Compressa com água gelada; Colírios lubrificantes; Lavagem frequente das mãos e afastamento do trabalho) Complicações: Infiltrados corneanos; Pseudomembranas Conjuntivite Bacteriana Aguda S. aureus; S. pneumoniae; H. influenzae; M. catarrhalis Autolimitada; Transmissão DIRETA Secreção purulenta; Papilas conjuntivais; Sem adenopatia pré-auricular Tratamento: Colírios ATB (Clorenfenicol; Tobramicina) e Medidas gerais Gonocócica Neisseria gonorrhoeae (diplococo G-) DST; Transmissão DIRETA Aparecimento hiperagudo (12-24h); Secreção purulenta copiosa; Linfadenopatia intensa Tratamento: Ceftriaxona + Colírios ATB (Clorenfenicol; Tobramicina) Meningocócica Neisseria meningitidis Mais comum em crianças Manifestações sistêmicas: Febre alta + septicemia + meningite; Hemorragia subconjuntival; Linfadenopatia Tratamento: Colírios ATB (Clorenfenicol; Tobramicina) Clamídia (adulto) Chlamydia trachomatis DST: Conjuntivite + Uretrite ou Cervicite; Inflamação crônica autolimitada; Recidivas podem causar CEGUEIRA; Baixas condições de higiene; Localização mais SUPERIOR Conjuntivite crônica folicular unilateral; Secreção mucopurulenta; Fossetas de Herbert; Cicatrizes e opacidades corneanas e cicatrizes palpebrais Tratamento: Azitromicina dose única + Colírios ATB (Clorenfenicol; Tobramicina) Conjuntivites Neonatais (surgem até 28d de vida) Tóxica (química) Colírio de nitrato de prata 1% Ocorre com 1-2d de vida; Causa MAIS comum de conjuntivite neonatal Tratamento: EXPECTANTE. Resolvem em 2-3d Gonocócica Neisseria gonorrrhoeae Ocorre com 2-5d de vida Aparecimento hiperagudo (12-24h); Secreção purulenta copiosa Tratamento: Ceftriaxona Clamídia Chlamydia trachomatis Ocorre com 5-19d de vida; Principal causa INFECCIOSA de conjuntivite neonatal Tratamento: Eritromicina ORAL Conjuntivite Alérgica Associado à rinite alérgica, asma, dermatite atópica Exacerbações sazonais (verão e primavera); Predominância em homens; Medida por IgE e imunidade celular (hipersensibilidade I e IV) Prurido e dermatite; Secreção mucosa; Hiperemia conjuntiva; Papilas; Pontos de Horner-Trantas; Fotofobia; Associação com ceratocone Tratamento: Compressas geladas; Anti-histamínicos tópicos e orais; Corticoide tópico (se presença de ceratite) Principais sinais e sintomas Hiperemia conjuntival Secreção ocular Crostas matinais Sensação de “areia nos olhos” Blefarite Diagnóstico Biomicroscopia (exame da lâmpada de fenda) Papilas: Tem em todas as conjuntivites Folículos: Conjuntivites VIRAIS e na conjuntivite bacteriana por C. Trachomatis Papilas gigantes: Conjuntivites Alérgicas Pseudomembranas: Conjuntivites BACTERIANAS 2.2 Uveítes Classificação Anterior Íris (irites) e/ou Corpo ciliar (ciclites) Sinais e sintomas Dor, fotofobia, lacrimejamento, hiperemia conjuntiva Turbidez do humor aquoso (flare) Precipitados ceráticos Sinéquias posteriores, hipópio e miose Causas: Espondilite anquilosante; Sd. Reiter; Artrite Idiopática Juvenil; Hanseníase Intermediárias Retina periférica e Vítreo Causas: Sarcoidose; HIV; Esclerose múltipla; Tuberculose; Sífilis Posteriores – NÃO cursa com a Sd. do Olho vermelho Retina (retinites) e/ou Coroide (coroidites) Sinais e sintomas Moscas volantes; ↓ acuidade visual; Opacidades na retina; Nódulos na coroide/retina Causas: Toxoplasmose; Citomegalovírus Difusas/Panuveítes Todo o trato uveal ↓↓ SEVERA da acuidade visual Causa: Doença de Behçet Tratamentos Midriáticos Corticoides tópicos e/ou orais Antimetabólitos (Azatioprina, Metotrexate) Moduladores imunológicos (Ciclosporina, Tacrolimus) Uveítes Anteriores Espondilite Anquilosante Doença inflamatória crônica HLA B27 Homem (4x), 20-40 anos Acometimento ocular 25% dos casos SEM relação com atividade da doença articular Clínica Artropatia sacroilíaca e coluna vertebral Uveíte; Conjuntivite Síndrome de Reiter Causa MAIS COMUM de OLIGOARTROPATIA em jovens HLA B27 Agentes: Shigella, Salmonella, Campylobacter, Yersínia, Chlamydia e Mycoplasma Clínica Artropatia de MMII Uretrite/Cervicite Conjuntivite (60%); Uveíte (30%) Artrite Idiopática Juvenil Causa MAIS COMUM de uveíte anterior em CRIANÇAS HLA B27 Mulher (3x), <16ª Quadro ocular NÃO está relacionado com a gravidade articular Critério diagnóstico Artrite em 1 ou mais articulações Duração mínima de 6 semanas Início antes dos 16 anos Classificações Poliarticular (>5 articulações): Uveíte anterior 5% Pauciarticular (<4 articulações): Forma mais comum de acometimento ocular – Uveíte anterior 20% Sistêmica ou doença de Still (Febre + rash + artrite) Uveítes Posteriores Toxoplasmose Toxoplasma gondii – taquizoíta → Ele vai através do ramo oftálmico do N. TRIGÊMIO Causa MAIS COMUM de uveíte posterior Infecção congênita (80%): Tétrade de Sabin Hidrocefalia + calcificações intracranianas + retardo + uveíte Adquirida (20%): Carnes cruas/malcozidas Assintomáticos (70%) Diagnóstico: Sorológico (IgM+) + Fundoscopia Títulos séricos não estão associados à atividade da doença Tratamento Sulfadiazina; Pirimetamina; Ácido Folínico; Prednisona Profilaxia Linfócitos T CD4<100-200 cel/mm3= Bactrin Recidiva em 3 anos = 50% Citomegalovirus Infecção OCULAR oportunista mais comum da AIDS Ocorre em 30% Lesão em queijo com Ketchup Tratamento Ganiciclovir Uveíte Difusa Doença de Behçet HLA B51 Clínica Úlceras orais Úlceras genitais Panuveíte Cutâneo 2.3 Ceratites Ceratite Bacteriana Geralmente há lesão corneana prévia Agentes: S. aureus; S. epidermidis; Streptococcus sp; Pseudomonas sp Fatores de risco Uso inadequado de lentes de contato Traumas oculares Queimaduras químicas Anormalidades de pálpebras e cílios Sd. do olhoseco Sinais e Sintomas Aguda ou hiperaguda Ceratite ulcerada necrosante Dor ocular; Fotofobia Lacrimejamento Hiperemia conjuntiva Quemose Hipópio Tratamento Colírio de Ciprofloxacina (quinolona de amplo espectro) Ceratite Fúngica Meio rural: Trauma com vegetais Mais comum Fungos filamentosos: Fusarium sp; Aspergillus sp Meio urbano Imunocomprometido; Lesão corneana prévia; Uso de múltiplos ATB Fungos leveduriformes: Candida sp. Sinais e sintomas Insidiosa (crônica) Ceratite ulcerada necrosante Outros: Hipópio, infiltrados satélites Tratamento Filamentosos: Colírio de natamicina Leveduriformes: Colírio de imidazol Ceratite Viral Herpética → Agente: Herpes simples Sinais e sintomas Ceratite dendrítica → Mais superficial Dor leve, lacrimejamento, turvação visual Extensão da lesão com uso de corticoides Tratamento Aciclovir pomada Aciclovir oral (profilático) se 2 ou mais recidivas anuais 2.4 Outras Causas Hemorragia subconjuntival Acúmulo de sangue DELIMITADO decorrente da rotura de veias da conjuntiva Acúmulo de sangue entre conjuntiva e esclera ASSINTOMÁTICO Causas Tosse ou vômito Esforço físico Fragilidade capilar (corticoides, ACO, HAS, DM, cirurgia ocular) Tratamento: EXPECTANTE Obstrução Congênita do Ducto Lacrimal 10% dos RN Causa: Falha na canalização da válvula de Hasner Sinais e sintomas Lacrimejamento Secreção mucoide à expressão digital do saco lacrimal Eritema da pele Dacriocistite Conjuntivite de repetição Diagnóstico: Dacriocistografia Tratamento Melhora espontânea antes de 1 ano (90%) Manobra de Crigler Colírios ATB (Clorenfenicol; Tobramicina) Sondagem do ducto nasolacrimal Em caso de não resolução até 1 ano de vida e/ou dacriocistite de repetição Corpo Estranho na Córnea Causas: Partículas de ferrugem, vidro, plástico, madeira, fragmentos vegetais Sinais e sintomas Dor Fotofobia Sensação de corpo estranho Tratamento Retirada mecânica precoce Queimadura Química da Córnea Emergência médica! Ácidos (pH<4) Ácido sulfúrico (baterias de carro), ácido clorídrico Acometem o epitélio corneano (superficial) Bases (pH>10) Cal, amônia, soda cáustica Pior prognóstico (profundo) Sinais e sintomas Dor Hiperemia e edema de conjuntiva Opacidade de córnea Tratamento LAVAGEM OCULAR COPIOSA (Água limpa, SF 0,9% ou Ringer Lactato) ATB tópico (colírio/pomada) Cicloplégicos e corticoides tópicos Graves: Enxerto de conjuntiva, transplante de córnea Hordéolo Infecção aguda das glândulas de Zeis e Meibomius Sinais e sintomas Eritema, dor, calor, edema e pus palpebral Tratamento Compressas quentes ATB tópico Refratários: drenagem cirúrgica Calázio: Nódulo residual INDOLOR → Remoção cirúrgica 3. Tumores e Estrabismo 3.1 Retinoblastoma Tumor intraocular (IO) PRIMÁRIO MAIS COMUM da infância Maligno 1 a cada 200.000 nascidos vivos: 4% de todas as neoplasias pediátricas Mortalidade: 10% Idade média ao diagnóstico: 18 meses Transmissão: Hereditária x Não Hereditária (esporádica) Hereditária Esporádica Total 40% 60% Diagnóstico 15 meses 25 meses Lateralidade Bilateral (90%) Unilateral Extensão Multifocal Unifocal Sinais e sintomas Leucocoria/Reflexo do olho de gato (70%) Estrabismo (20%) Outros: Baixa visão, proptose, olho vermelho e doloroso, anisocoria, heterocromia de íris, hifema, descolamento de retina, hemorragia vítrea Diagnóstico Fundo de olho (fundoscopia) Massa branco-acinzentada, vascularizada e calcificada Sementes vítreas USG Opacidade de meios TC/RNM Extensão/massa IO e disseminação extraocular Biópsia IO: CONTRAINDICADA Apenas nos casos de ENUCLEAÇÃO Se História Familiar +: Fundoscopia regular até 5 anos de idade Tratamento Tumores pequenos: Fotocoagulação à lase/Crioterapia Tumores maiores: Quimioterapia Refratários: Radioterapia/Enucleação A taxa de cura é de 95% e o acompanhamento com fundoscopia deve ser feito até os 7 anos 3.2 Rabdomiosarcoma Tumor maligno DA ÓRBITA mais comum na infância Origem: Células pluripotentes da órbita Mais incidente em homens Sinais e sintomas Início: 6-8ª Proptose de rápida evolução Outros: Edema de conjuntiva, dificuldade de mobilidade ocular Diagnóstico Biópsia INCISIONAL TC: Tamanho e extensão RNM: Recidivas Tratamento Exérese + QT 3.3 Estrabismo É o desalinhamento dos olhos Pode gerar AMBLIOPIA (surge quando o paciente tem diferença de acuidade acentuada entre os olhos); Além do estrabismo, tem como causa: Ansiometropia (diferença de graus entre os olhos), opacidade dos meios (catarata, ptose) A intervenção deve ser PRECOCE Conceitos Ortoforia: sem desvio Heterotropia: desvio ocular Esotropia: para dentro (convergente) Exotropia: para fora (divergente) Hipertropia: para cima Hipotropia: para baixo Ao nascimento Divergente: 70% Ortoforia: 30% Convergente: raro Após 2 meses deve ser encaminhado ao oftalmologista Pseudoestrabismo Convergente ou divergente Epicanto Base nasal larga ou estreita Teste de Hirschberg: reflexo pupilar simétrico Principais tipos Estropia congênita/infantil/do lactente É o tipo mais frequente de estrabismo na infância Início: após nascimento e <6m Desvio acentuado Sinais: Desvio CONVERGENTE, ambliopia, nistagmo e face girada Tratamento: Cirurgia ANTES DE 1 ano Se ambliopia: Tampão antes da cirurgia para corrigir → Coloca o tampão no olho BOM Esotropia essencial/Adquirida/Não acomodativa Início entre 1-3ª Desvio súbito após estresse físico ou emocional Forte história familiar Tratamento: Cirurgia Se ambliopia: Tampão antes da cirurgia para corrigir → Coloca o tampão no olho BOM Esotropia acomodativa Crianças HIPERMÉTROPES Início: entre 1-5ª Intermitente: Fixação da visão para perto e cansaço Tratamento Correção da hipermetropia (óculos ou lente) Exotropia intermitente Tipo mais comum de exodesvio Início: Entre 2-3 anos Intermitente: Cansaço Tratamento Até 4-5a: Oclusão >5a: Cirurgia Paralisia Nervosa Músculo Inervação Movimento Reto superior NC III (Oculomotor) Elevação Sinais: Ptose palpebral, exotropia, hipotropia e midíase Reto inferior Depressão Reto medial Abdução Oblíquo inferior Extorção e elevação Levantador da pálpebra Elevação da pálpebra Reto Lateral NC VI (Abducente) Abdução Causas: Trauma, neoplasia, meningite, hidrocefalia, hipertensão intracraniana, neuropatia pós-viral, pós imunização Sinais: Esotropia IPSILATERAL + virada da cabeça para o lado afetado Oblíquo superior NC IV (Troclear) Intorção e depressão Sinais: Hipertrofia + cabeça inclinada sobre ombro contralateral (torcicolo) 4. Catarata e Glaucoma 4.1 Catarata Definição: Opacidade do cristalino→Perda visual Processo NATURAL do envelhecimento Fisiopatologia O cristalino é importante para REFRATAR (“organizar”) a luz: Lente CONVERGENTE (+20D→Equivalem a 1/3 do poder de refração) Conexão do Cristalino: Fibras zonulares e músculo ciliar → Fazem movimentos ANTAGÔNICOS para ACOMODAÇÃO do cristalino Epidemiologia: Causa mais comum de perda visual REVERSÍVEL Fatores de risco >50a Exposição ao sol Tabagismo DM Corticoides (qualquer via) Trauma Classificação (Local de Opacificação) Nuclear: Miopização/ perda de diferenciação das cores e contorno Vê BEM de perto Na lâmpada de fenda, a opacificação fica mais no centro do cristalino Cortical: Mais branda Na lâmpada de fenda, a opacificação fica mais na periferia Subcapsular posterior: MAIS GRAVE Principais fatores de risco: DM e corticoide Sinais e sintomas Borramento visual: bilateral, ASSIMÉTRICO e indolor Início: Miopização (nuclear) Longe PIOR e perto melhora Perda de CONTRASTE: Letras e objetos Final: Perto e longe Outras: Alteração de cor (nuclear); FOTOFOBIA (subcapsular) Diagnóstico Teste de Snellen Lâmpada de fenda (biomicroscopica do seguimento anterior) Tratamento Cirurgia de FACOEMULSIFICAÇÃO Complicações INTRA-operatório: Ruptura capsular posterior PÓS-operatório: Opacificação da cápsula posterior Facoglaucoma É uma complicação da catarata → Glaucoma induzido pela catarata Mecanismo: Bloqueio da drenagem do humor aquoso Sinais e sintomas Aumento da PIO Dor, olho vermelho, cefaleia e borramento Tratamento Redução imediata da PIO Correção dacatarata Catarata congênita/infantil Quando a criança já nasce com catarata = CONGÊNITA; Quando ocorre antes dos 24 meses de vida = INFANTIL PRECOCE Causa 1/3 Esporádico (genético) 2/3 Miscelânea Infecciosas (rubéola, herpes, CMV) Metabólicas (galactosemia, DM) Cromossômicas (Down) Oculares (Coloboma, microftalmia) Prematuridade Sinais e sintomas: Leucocoria, estrabismo, nistagmo, microftalmia Diagnóstico: Teste do olhinho/Biomicroscopia Tratamento Retirada CIRÚRGICA do cristalino opacificado + vitrectomia anterior Precoce: Primeiros meses de vida Tardio: Implante de Lente Intraocular → Depois de 1 ou 2 anos de idade 4.2 Glaucoma Definição: Degeneração dos axônios da papila do nervo óptico Principal causa de cegueira IRREVERSÍVEL Em 85% dos casos, haverá aumento da PIO (normal: 12-21mmHg) 4.2.1 Glaucoma Primário de Ângulo Aberto 90% dos casos Causa MAIS COMUM de cegueira IRREVERSÍVEL Evolução: INCIDIOSO (crônico), bilateral e assimétrico PIO> 21mmHg (85%) Fatores de risco PIO>21mmHg (85%)→ Não é definidora de doença Idade avançada História familiar Negros (3x) Corticoides (tópicos/colírio>sistêmicos e inalatórios) DM e HAS Miopia de alto grau Sinais e sintomas Assintomático (início) Perda da visão periférica Diagnóstico Tonometria (triagem): PIO>21mmHg Lâmpada de fenda (biomicroscopia) – Triagem Teste de Van Herick: A fonte luminosa irá provocar 2 reflexos e será analisado a distância entre eles. Dessa forma, poderá ser visto se trata de um ângulo iridocorneano aberto ou fechado (o que da nome a doença) Fundoscopia (oftalmoscopia) Exame inicial para diagnóstico Alterações mais precoces que no campo visual Achado: Maior relação escavação-papila Campo visual (perimetria) → Bom para acompanhar glaucoma Alterações: se perda > 40% de fibras de nervo óptico Limitações: depende da colaboração do paciente Gonioscopia → Melhor exame para determinar o ângulo Ângulo iridocorneano: aberto x fechado Tratamento Objetivo: <PIO – estabilizar lesão de nervo óptico PIO alvo: Redução de 25-30% Opções Colírios Prostaglandinas (Bimatroprosta) ↑Drenagem (alternativa) Efeitos colaterais Hiperemia ↑Cílios, cor da íris Betabloqueadores (Timolol) ↓ Produção Efeitos colaterais Broncoespasmo Bradicardia Hipotensão arterial Descompensa IC Inibidores AC (Dorzolamida) ↓ Produção Efeitos colaterais Hiperemia Ardência Lacrimejamento Agonistas Alfa adrenérgicos (Brimonidina) ↓ Produção e ↑Drenagem (alternativa) Efeitos colaterais Conjuntivite alérgica (prurido e hiperemia) Agonistas colinérgicos (Pilocarpina) ↑Drenagem (convencional) Efeitos colaterais Pupilas fixas (mióticas) – Embaçamento Laser Seguro e indolor Efeitos TEMPORÁRIOS (3-5 anos) Cirurgia (última opção): Trabeculectomia – TREC Indicações Refratariedade a colírios e laser Perda severa de campo visual Objetivo: aumentar drenagem Riscos Hipotonia ocular Infecções 4.2.2 Glaucoma Primário de Ângulo Fechado 10% dos casos Ângulo iridocorneano estreito Cursos: Agudo, subagudo ou crônico PIO>21mmHg (85%) Fatores de risco PIO elevada Idade avançada História familiar Sexo FEMININO Asiáticos e esquimós Hipermetropia Medicamento que pode INDUZIR episódio desse tipo de glaucoma: TOPIRAMATO CONTRAINDICADO: Tricíclicos Forma Aguda Emergência médica Desencadeado por BLOQUEIO PUPILAR Desencadeantes: Estresse, meia-luz (cinema, teatro...), colírios midriáticos Sintomas Dor ocular Cefaleia Fotofobia Lacrimejamento Náuseas e vômitos Borramento visual Sinais PIO 40-90mmHg Hiperemia conjuntival Opacificação córnea Pupilas em meia midríase não fotorreagente ou pouco reagentes Tratamento Colírios: BB (Timolol) + Alfa-2-adrenérgico (Apraclonidina) + Colinérgico (Pilocarpina) Oral: Inibidor de AC (Acetazolamida – DIAMOX) Endovenoso: Agente osmótico (manitol) Iridotomia a laser: prevenção de novas crises 4.2.3 Glaucoma congênito/infantil Congênito verdadeiro: Intrauterino Infantil (55%): <3a Causa: Disgenesia angular Bilateral Homens (65%) Sinais e sintomas Lacrimejamento (epífora) Fotofobia Blefaroespasmo Córnea aumentada e opaca Aumento do globo ocular (buftalmo) Tratamento Goniotomia (para pacientes com córneas mais cristalinas) ou Trabeculotomia (para pacientes com córnea mais opacificada) Trabulectomia (TREC): Cirurgia, para aqueles que não responderam Gabriel Galeazzi 1
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