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CINÉTICA DO FÉRRO ÉLÉTROFORÉSÉ DÉ HÉMOGLOBINA Cinética do Ferro: Ao se determinar a classificação funcional da anemia, deverão ser realizados estudos da cinética do ferro para avaliar sua disponibilidade para a síntese da hemoglobina. Esse estudo é feio por meio da dosagem de: a. Ferro b. Ferritina sérica c. Capacidade de ligação da transferrina ao ferro (TBIC) Metabolismo do Ferro: O corpo adquire ferro principalmente de fonte alimentar, mas pode adentrar no organismo também através de ferro suplementar medicinal por via oral ou transfusões de hemácias e injeção de complexos de ferro. Estima-se que a porção de ferro demandada para ser reposta na dieta é de aproximadamente 10% do total de ferro no corpo em um ano, ou 1mg de ferro elementar por dia, e 15%, ou 1,4 mg de ferro elementar por dia, nas mulheres que estão em idade reprodutiva. O armazenamento do ferro na forma de ferritina é a principal reserva de ferro do organismo. O ferro na sua forma livre é altamente tóxico ao organismo por conta de sua participação em reações que geram radicais livres, por isso, para circular no plasma, o ferro deve estar sempre ligado a glicoproteína que é a transferrina, responsável pelo transporte. O complexo ferro-transferrina vai circular no plasma e irá se relacionar com os receptores de transferrina, presentes em diversos tecidos. Dentre as diversas células que apresentam receptores de transferrina, as células que vão apresentar a maior quantidade de receptores são os eritroblastos que estão em desenvolvimento. Ao interagir com o receptor, o complexo será introduzido na célula e em região de baixo pH, o ferro é liberado para ser utilizado pela célula na síntese do heme. A transferrina e o receptor retornam à superfície celular, a transferrina é liberada para a circulação e o receptor retorna à sua função na membrana. Funções do Ferro: ➢ Proliferação celular ➢ Síntese de DNA ➢ Componente essencial para a formação do grupo heme ➢ Captação e transporte de O2 aos tecidos ➢ Composição de coenzimas do ciclo do piruvato Compartimentos: ➢ Compartimento funcional: ferro contido na hemoglobina e mioglobina e envolvido no metabolismo celular. ➢ Compartimento de estoque: ferro absorvido que excede o requerido é estocado como FERRITINA e Hemossiderina. Tem como função principal repor o ferro consumido pelo compartimento funcional. ➢ Compartimento de transporte: composto principalmente pela molécula de TRANSFERRINA. Dosagem de Ferro Sérico: O nível sérico de ferro reflete o Fe3+ ligado à TRANSFERRINA. Valores de normalidade – 50 a 170 ug/dL. Sozinho pode me direcionar se está abaixo do valor de referência, mas em caso de suspeita de anemia ferropriva ele sozinho normal pode enganar. Transferrina: Proteína de transporte do ferro do seu sitio de absorção no nível intestinal ou nos sítios de catabolismo da hemoglobina para os precursores de células vermelhas na medula óssea ou para os sítios de estocagem de ferro no sistema reticuloendotelial na medula óssea, fígado e baço. Apresenta tempo de meia vida de 7 dias e saturação de 30% de ferro. Pode estar dentro do valor de referência, entretanto, pode ter mais transportados e menos armazenamento. Quando as reservas de ferro estão baixas, os níveis de transferrina se elevam, e vice-versa. Reduzida em processos inflamatórios infecciosos. Dentro do organismo a transferrina é a forma de transporte, mas não consegue encher completamente sua capacidade e sim apenas 30%. Ou seja, a transferrina só carrega 30% de ferro, isto é, ela só satura 1/3 da sua capacidade dentro do organismo. Laboratorialmente é bacana, pois só pode saber o quanto a mais pode saturar nela ou não. Se percebe que está aumentado a transferrina ou diminuindo pode ver quanto tenho a mais ou a menos de ferro. Se estiver diminuindo a quantidade de ferro no meu organismo → o fígado começa a fazer um feedback → assim produzindo mais transferrina para conseguir aumentar o transporte de ferro Saturação grande → muito ferro = pouca transferrina (transferrina está muito saturada) Saturação pequena → pouco ferro = muita transferrina (transferrina está pouco saturada) a anemia vem quando tenho uma diminuição de ferro de absorção → mas o organismo que tem reserva 1º vai pegar para tentar compensar → se pego a reserva vou diminuir o que está ligado na ferritina → aumentando a transferrina para tentar distribuir isso melhor → como consequência, o ferro que satura apenas 3 aquela transferrina, agora vai ter apenas 1 ou 2 → laboratório vai ser possível ver o quanto de ferro se ligou na transferrina. A capacidade latente de ligação de ferro (CLFe ou UIBC) mede a quantidade de Transferrina plasmática se toda ela estivesse saturada de ferro. Cada molécula de Transferrina é capaz de transportar 2 átomos de íons Fe3+ e em condições fisiológicas a Transferrina encontra-se em torno de 30% saturada. Para determinar a Capacidade Ligadora de Ferro (CLFe) à molécula da Transferrina, incuba-se o soro em teste com um Padrão de Ferro. Este Ferro irá saturar o sítios disponíveis da Transferrina e o excesso de Ferro (não ligado) será dosado através de ensaio colorimétrico, indicando a CLF. O TBIC é a capacidade de ligação que a transferrina tem do ferro se ligar nela. A TIBC sérica varia nas desordens do metabolismo do ferro. Está muitas vezes aumentada na deficiência de ferro e reduzida nas desordens inflamatórias crônicas ou doenças malignas e, também, na hemocromatose. TIBC normalmente aumenta em resposta ao decréscimo de ferro sérico, enquanto que ele é usualmente normal nos distúrbios inflamatórios crônicos. POUCO FERRO → ALTO TIBC → ALTA TRANSFERRINA → BAIXA SATURAÇÃO → tem pouco ferro, vai o transportador vai se ligar com todos os ferros e o “caminhão” não vai cheio Ferretina: Proteína de armazenamento do ferro, seus níveis séricos estão em equilíbrio com os teciduais – aumentada nas anemias por doenças inflamatórias e diminuída na anemia ferropriva –. Ferretina baixa → cinética do ferro está com problema, uma vez que ela é o armazenamento, se tem pouco ferro na corrente sanguínea libera o que tem na corrente. No caso, de uma anemia será a primeira a se alterar, seguido dos transportadores → sequência da anemia ferropriva Valores de normalidade: ➢ Homens: 70 a 435 µg/L ➢ Mulheres: 10 a 280 µg/L Reflete o tamanho das reservas de ferro do corpo. É a principal proteína que armazena esses metal nas células. Sua determinação serve para diagnosticar e controlar as deficiências e sobrecargas de ferro. A concentração da ferritina plasmática declina bem antes de alterações observáveis da hemoglobina sanguínea, na alteração morfológica dos eritrócitos, na diminuição da concentração de ferro sérico ou dos sinais clínicos da anemia. Assim, a medida da ferritina sérica é um indicador muito sensível da deficiência de ferro quando não acompanhada de outra doença concomitante. Aumento da Ferritina: a. Aumento das reservas de ferro b. Infecções crônicas; desordens inflamatórias crônicas, como artrite reumatóide ou enfermidade renal; em várias doenças malignas, especialmente linfomas, leucemias, carcinoma de seios e de ovários e neuroblastoma. c. Hepatite viral ou lesão hepática tóxica, como resultado da liberação de ferritina dos hepatócitos lesados. d. Hemocromatose após transfusão e reposição aguda de ferro. Eletroforese de Hemoglobina: É a separação dos tipos de Hb de acordo com as diferentes taxas de migração das moléculas de hemoglobinas eletronicamente carregadas, quando submetidas a um campo elétrico. A migração indica o sinal da carga da partícula. Este sinal será oposto ao do polo para onde irá migrar. Cada alteração a estrutura do AA faz com que esse AA tenha seu peso molecular modificado, e assim faz com que tenha uma migração/separação diferente.Quando coloco essa proteína em uma membrana de acetato de celulose (papel) e coloca ele do lado negativo para ser atraído para o lado positivo, sendo essa proteína de carga negativa os opostos vão se atrair → então vai correr pelo papel → quando faz essa corrida vai de forma gradual atraído pelo lado positivo → mas vai de acordo com seu peso molecular → ai dependendo do seu tamanho vai ficando em um determinado local. Conheço o tamanho de cada hemoglobina que vai ser feita a eletroforese → então os mais leves serão mais rápidos assim ficando mais a frente →fazendo a separação das hemoglobinas → então vamos saber o padrão das moléculas. Mais leve é a A1 porém como está em maior quantidade fica mais gorda (escurecida). Por comparação da altura vou descobrir quem é quem. A2 não passa de 10% (1 a 3% normalmente) → vai estar mais clara nessa mesma altura vai ter a C também (só que essa é mais gordinha) → vai está mais concentrado. S é a falciforme, tem as formas homozigotas e heterozigotas (então esse tem traços falciformes). A e A2 é normal. Referencias bibliográficas: • Wallach 10Ed Interpretação de Exames Laboratoriais. • SanarFlix.