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Semiologia do aparelho locomotor 1 Semiologia do aparelho locomotor Tags Pediatria Patrícia Anamnese Idade: Raquitismo: exclusivo da faixa etária pediatrica, ocorre mais em crianças pois acomete ossos em crescimento Infecções: Qualquer idade, mas osteomielite é mais comum em crianças ou jovens (história de trauma ou outras portas d entrada) Neoplasias: Osteosarcoma é mais comum em adultos (mais em adolescentes). Osteocondrite (doença de calvé-legg-perthes e osgood schlatter) - acometem cartilagem e ossos: primeiras manifestações na primeira década de vida. Dor de crescimento: Mais comum entre 6-13 anos (paciente não consegue localizar, a dor vai variando de lugar) Sexo: Osteocondrite de quadril é mais comum em homens Luxação congenita de quadril é mais comum em mulheres História alimentar: Deficiencias nutricionais (pensando no raquitismo) Atividade física, traumas (saber associar com o quadro clínico) Dor: Localização: epífise, metáfise e diáfise. A localização pode ser única (geralmente tem pior prognóstico, pois pensamos em tumor ósseo) ou múltipla Duração Semiologia do aparelho locomotor 2 Intensidade (se acorda o paciente) Caráter (noturna/diurna, contínua, se irradia) Agravantes e atenuantes: fratura piora com o movimento e processo articular inflamatório cronico melhora com ele Dor articular? artrite? Dor na coluna não é frequente. Deformidades ósseas, que podem ser: únicas: caroços ou tumefações localizadas, palpáveis e/ou visíveis, geralmente decorrentes de doenças infecciosas ou sequela de fratura mal consolidada Vários ossos: rosário raquítico (proeminencia das junções osteocondrais no raquitismo), genu varo, genu valgo. Deformidades da coluna: Cifose, escoliose e cifoescoliose (vícios postural, processo infeccioso como tuberculose ou mecanismo antálgico nos traumas) Malformações congenitas (hemivértebras ou mielomeningocele) Manifestações sistemicas associadas (febre, astenias, anorexia, perda de peso) Exame físico Inspeção Na inspeção iremos avaliar deformidades e alterações de marcha Deformidades dos dedos: Polidactilia: Dedo excedente, mais comum em meninas e raça negra (muitas vezes não tem osso, podendo ser resolvido de forma fácil) Semiologia do aparelho locomotor 3 Sindactilia: Dedos unidos por aderencias fibrosas ou ósseas. Deve-se certificar que há osso nos dois dedos. Aracnodactilia: Anormalidade familiar em que os dedos das mãos e pés são cumpridos e finos (parecem aranhas). Associado a síndrome de marfan, que é uma síndrome genética, em que temos a presença de cardiopatias. Dedos sobrepostos: Comum em dedos centrais de RN, geralmente incolui espontaneamente. Semiologia do aparelho locomotor 4 Deformidades dos pés: Pé torto congenito: Planta do pé voltada para dentro, presentes ao nascimento Pode ser postural (regride espontaneamente, é só pela posição que estava na forma intrauterina) ou verdadeiro (geralmente tem atrofia da panturrilha e o pé afetado é menor do que o normal). Pode ou não estar associado a outras malformações. Tratamento inicialmente com imobilizações engessadas, mas a patologia é essencialmente cirúrgica Outras: Pé cavo, pronado, pronado com encurtamento do tendão de aquiles e etc. Deformidades MMII: Genu valgo: Pode estar mias evidente na fase de crescimento e tende a normalizar ao final do crescimento. Semiologia do aparelho locomotor 5 Genu varo: É fisiológico antes da marcha Genu recurvatum: Hipersensibilidade do joelho Semiologia do aparelho locomotor 6 Alterações fisiológicas: Até 2 anos temos o geno varo. A partir de 2 anos os membros se retificam. Aos 4 anos temos o geno valgo e de 6-7 anos retifica-se novamente. Vale ressaltar que os bebes (até 2 anos) apresentam o pé chato, a curvatura dos pés vai parecer posteriormente. a) até 2 anos; b) maior ou igual a 2 anos; c) 4 anos; d) 6-7 anos Palpação: Aumento de volume: Consistencia, forma, localização, tamanho e relação com tecidos moles Sinais flogísticos (osteomielite) Fístula: processo infeccioso cronico como tuberculose, micoses Consistencia endurecida (tumores): fazer exames radiológicos Crepitações (fraturas ou osteocondrose, caso articular) Dor a palpação (as vezes dificulta o exame, como em osteomielite por exemplo) Exame das articulações: Forma e volume: aumento de volume pode ser decorrente de edema Semiologia do aparelho locomotor 7 Sinais inflamatórios (afecções reumáticas) Crepitações Movimentação (ativa e passiva, dor e limitações) Manobra de Ortolani Para pesquisa de displasia do desenvolvimento do quadril ou luxação congenita do quadril Todos abaixo de 2 meses devem passar por essa manobra. Ocorre quando o femur sai da articulação, se não corrigirmos essa instabilidade ela pode desenvolver deficiencias físicas No RN, geralmente há instabilidade articular que se não tratada pode evoluir de forma mais grave e prognóstico mais reservado. É mais comum no sexo feminino e partos pélvicos. Manobra: Criança em decúbito dorsal e em superfície firme. Faz-se uma flexão dos quadris e joelhos a 90 graus e abdução bilateral. Na luxação, é promovida redução com consequente sensação de ressalto. Manobra de BARLOW Semiologia do aparelho locomotor 8 Complementar a manobra de ortolani (movimento inverso, retornamos o osso para o local da articulação) Manobra utilizada para confirmar ou descartar luxação congenita Movimento oposto a manobra de ortolani com redução do quadril se estiver luxado Avaliar isoladamente, assim como Ortolani Exame de coluna vertebral Menor quantidade de roupas possível Feito em crianças maiores e adolescentes Plano frontal anterior e posterior: Permite ver simetria das cinturas escapulares e pélvicas, alinhamento dos MMII, posição dos pés. Permite ver desvios laterais (escoliose) Perfil (4 curvaturas): lordose cervical, cifose torácica, lordose lombar e cifose sacra Posição antalgica dor a palpação Teste de inclinação: Paciente de costas para o examinador, inclina o tronco para a frente com a pelve imóvel e joelhos em extensão. Avalia flexibilidade em conjunto. Avalia desvios: Qualquer alteração rotacional na coluna lombar ou torácica, representada pela gibosidade. A lordose lombar não desaparece Nota: O exame da região sacra em RN é importante na puericultura para ver sinais de possíveis má formações (mielomeningocele) de medula. Os sinais são: depressão/elevação sacral, hemangiomas, prega dupla, tufos de pelos. Exame da musculatura Atrofia muscular generalizada: Geralmente associada a perturbações nutritivas (desnutrição, raquitismo, doenças debilitantes) Semiologia do aparelho locomotor 9 Atrofia muscular localizada: Por alterações ósseas e articulares cronicas ou consequente a imobilização prolongada de membro Distrofia muscular progressiva: Doença de natureza genética onde os músculos esqueléticos sofrem atrofia por acometimento neuromuscular. Ex: Doença de Werdnig Hoffman (perda da força muscular progressiva, incialmente a paresia começa em extremidade e ao longo do tempo acomete regiões centrais Sinal de fantoche Doenças congenitas com acometimento ósseo Osteogenese Imperfecta: É uma doença congenita com alteração na formação do colágeno. Apresentações diferentes com gravidades diferentes A forma mais precoce e mais grave se manifesta com várias fraturas desde ao nascimento (ou até mesmo intrútero, com consolidações e vários nódulos ósseos) Essa forma mais grave cursa com fragilidade óssea acompanhada de escleróticas azuis e flacidez dos ligamentos. Semiologia do aparelho locomotor 10 Acondroplasia (nanismo): Perturbação do crescimento cartilaginoso ja verificada ao nascimento e se acentua com o crescimento. Afeta principalmente ossos longos, levando a micromelia (membros curtos). A cabeça e o tronco são normais, causando uma acentuação da lordose lombar. Luxação congenita do quadril: Avaliada no nascimento através das manobras de ortolani/barlow Semiologia do aparelho locomotor 11 Lesões por trauma:Lesões por esforço repetitivo que acometem sobretudo adolescentes Apofisites em regiões com grande tensão ou sobrecarga Joelho: Osgood-Schlatter (inflamação na cartilagem do joelho e na tíbia, comum em adolescentes que praticam esportes) Calcaneo: Sever (epifisite do calcaneo, comum em pediatria, faixa de 6-12 anos) Cotovelo: epicondilite do tenista (mais em adultos) Causas de claudicação Sinovite transitória do quadril Causa mais comum de claudicação não traumática na infancia Alteração inflamatória de causa não conhecida que pode ser precedida por infecção do trato respiratório superior Ocorre principalmente em meninos de 3 a 8 anos Não ha queda do estado geral e a dor, quando presente, ocorre nas primeiras 24h, dura 5-10 dias e limita principalmente rotação interna e abdução Radiografia é normal e USG com efusão articular Não deixa sequelas: melhora espontaneamente, porém investigamos para poder fazer o diagnóstico diferencial com a doença de Legg-Perthes. Doença de Less-Perthes Também conhecida como osteocondrite do femur Alteração na epífise da cabeça femoral em crianças (problama da nutrição da epífise da cabeça do femur) Mais comum em meninos de 4-10 anos Semiologia do aparelho locomotor 12 Caracterizada por claudicação, dor no quadril ou referida no joelho com graus variáveis de limitação na mobilidade do quadril 9abdução e rotações) Diagnóstico radiológico com alterações características que vão modificando até o final do crescimento. Boa evolução em 60-70%, as vezes necessitando de cirurgia
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