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Introdução A dor é um mecanismo protetor. Experiência sensorial e emocional desagradável associada a um dano tecidual ou potencial. A dor ocorre sempre que os tecidos são lesionados, fazendo com que o indivíduo reaja para remover o estímulo doloroso. Nocicepção: todo processo até a sensação de dor. Sinais que chegam ao SNC como resultado da ativação dos receptores sensoriais especializados, os nociceptores, que fornecem informações sobre o dano tecidual. A dor é a experiencia emocional desagradável que geralmente acompanha a nocicepção. A Experiência vivenciada por quase todos os seres humanos: • Sensitivo-discriminativa: a captação do estímulo e identificação • Cognitivo-avaliativa: estímulo vai até o córtex, onde é processado e discriminado quanto à intensidade e características. • Afetivo-motivacional Receptor: Todo receptor de dor é uma terminação nervosa livre. Natureza não Adaptativa dos Receptores para Dor: se adaptam muito pouco. Isso possibilita que a pessoa fique ciente da presença de estímulo lesivo, enquanto a dor persistir Tipos: 1. Receptores polimodais: podem responder a mais de um estímulo 2. Receptores silenciosos: estão inativos O limiar de excitação do receptor pode diminuir, possibilitando a sensação de dor com estímulos menores e que antes não causavam dor. Ex: toque na pele com insolação. Estímulos que excitam os Receptores para Dor: • Temperatura: alto limiar • Mecânico: alto limiar (forte pressão) • Químico: substâncias químicas irritantes (bradicinina, k+) Vias duplas para a transmissão dos Sinais Dolorosos ao SNC: Tipos de dor 1. Dor rápida 2. Dor lenta 1. Dor pontual rápida • Em pontada e bem localizada • Dor aguda • Não é sentida nos tecidos mais profundos do corpo • Transmitida, para a medula, por Fibra AÔ delta (com mielina) • Condução rápida • Térmicos e mecanorreceptores de alto limiar • Nociceptor unimodais • Exemplos: corte faca, choque elétrico, queimadura aguda. 2. Dor lenta crônica • Em queimação, mal localizada e difusa • Dor crônica • Associada à destruição tecidual • Transmitida, para a medula, por Fibras C (sem mielina) • Condução lenta • Receptores mecânicos, térmicos e principalmente químicos • Atinge tecidos profundos A dor pontual avisa a pessoa rapidamente sobre o perigo e, portanto, desempenha papel importante na reação imediata do indivíduo para se afastar do estímulo doloroso. A dor lenta tende a aumentar com o passar do tempo. Essa sensação, por fim, produz dor intolerável e faz com que a pessoa continue tentando aliviar a causa da dor. A bradicinina é substância que parece induzir a dor de modo mais acentuado do que as outras substâncias. A intensidade da dor se correlaciona ao aumento local da concentração do íon potássio ou ao aumento na concentração de enzimas proteolíticas que atacam diretamente as terminações nervosas e estimulam a dor por fazer as membranas nervosas mais permeáveis aos íons. Fisiologia da dor Trato ascendente As fibras entram na medula pelas lâminas do corno dorsal, fazendo sinapse. Ao entrar na medula espinhal, os sinais dolorosos tomam duas vias para o encéfalo, pelo (1) trato neoespinotalâmico e (2) pelo trato paleoespinotalâmico. Trato espinotalâmico 1. Paleoespinotalâmico: (para dor crônica) lenta) • Via LENTA • Via faz sinapse em diferentes pontos, com neurônios de axônios curtos • Desencadeado principalmente por estímulos dolorosos do tipo químico, mas podem ser mecânicos e térmicos. • Transmite dor principalmente por fibras periféricas crônicas lentas do tipo C • Terminam na medula espinhal nas lâminas II e III dos cornos dorsais (substância gelatinosa) e seguem para sustância reticular do tronco cerebral. • Substância P, neurotransmissor dor Lenta) das Terminações Nervosas Tipo C. 2. Neuespinotalâmico: (para dor rápida) • VIA RÁPIDA • As fibras dolorosas AÔ do tipo rápido transmitem principalmente as dores mecânica e térmica agudas. • Terminam na lâmina I dos cornos dorsais • Os terminais axônicos das fibras A delta fazem conexões com neurônios muito longos (região anterolateral da medula) • Algumas fibras nas terminações do trato neoespinotalâmico fazem sinapse com o tronco cerebral, mas a maioria segue até o núcleo ventral do tálamo sem interrupção, terminando no complexo ventrobasal, depois vão para o córtex somatossensorial. • Glutamato, o Provável Neurotransmissor das Fibras Dolorosas Rápidas do Tipo A dor aguda pode ser rápida ou lenta, mas a dor crônica só pode ser lenta. Como a dor chega ao nosso córtex: 1. Transmissão 2. Condução 3. Transdução 4. Percepção 5. Modulação 1. A dor nociceptiva inicia com o estímulo dos nociceptores, presentes na pele, articulações e órgãos. 2. O impulso elétrico é conduzido pelos axônios aferentes até a raiz dorsal da medula, pelas fibras AO ou C, na substância gelatinosa (lâmina 1,2 e 3). 3. O impulso nervoso induz a liberação de neurotransmissores na sinapse entre a fibra e a medula. Os neurotransmissores se ligam à neurônios da raiz dorsal. Estímulos fortes liberam a substância P, que gera forte resposta pós sináptica. Sinal segue para o tálamo. 4. Dor será percebida a partir do tálamo 5. Modulação da dor Via ascendente: Dor crônica lenta A via paleoespinotalâmica crônica lenta termina de modo difuso no tronco cerebral. A maioria das fibras termina em uma dentre três áreas: 1. Núcleos laminares do tronco cerebral 2. Área tectal do mesencéfalo profundamente até os colículos 3. Região cinzenta periaquisital Formação reticular: forte efeito de alerta, controle sono e vigília. SCPr, Substância cinzenta periaquisital, ativa vias agenesia (diminui a intensidade da dor) A modulação inibitória descendente da dor, em situação de estresse, ocorre pela ativação da substância cinzenta periaquisital e núcleos de rafe. Hipotálamo: ativação respostas sna Tálamo: local de associação, depois distribui para o córtex Sistema límbico: ativa a via emocional Córtex somatossensorial Caracteriza o tipo de dor Mecanismo de modulação da nocicepção: Primária: no local específico Secundária: no entorno, ao aumentar a sensibilização em volta Hiperalgesia: hipersensibilidade à dor produzida por um estímulo doloroso. Ocorre pelo aumento na excitabilidade da membrana neuronal do aferente primário, devido a liberação de mediadores inflamatórios no local da lesão. Alodinia: sensação dolorosa à aplicação de estímulos que geralmente não causam dor. Com intensidade menor, passa a sentir o mesmo nível de dor: substâncias liberadas na inflamação sensibilizam os receptores, fazendo com que o limiar caia, permitindo que a pessoa sinta dor mais facilmente. Inflamação neurogênica: via eferente (retrógrado) Sensibilização central: Redução do limiar ou ativação de mais nociceptores. Descargas persistentes após estímulos repetidos Ampliação dos campos receptivos do CPME Analgesia: sistema de supressão da dor Componentes: 1. Áreas periventricular e Subs. Cinzenta periaquedutal 2. Núcleo magno e reticular 3. Complexo inibitório da dor, nos centros dorsais A estimulação elétrica, tanto na área cinzenta periaquedutal, quanto no núcleo magno da rafe, pode suprimir muitos sinais de dor fortes. (Ocorre na medula) Principais neurotransmissores: serotonina e encefalina Serotonina ativa neurônios na medula, que secretam encefalina, a qual bloqueia sinapses das fibras de dor (Aô e C), nos aferentes primários e neurônio de segunda ordem. Mecanismo: liberação de neurotransmissores que abrem canais de cloreto. Ao entrar o cloreto, que apresenta carga negativa, há a hiperpolarização da membrana da célula receptora, tornando mais difícil alcançar o limiar de ação. Bloqueio de canais de cálcio no terminal sináptico: impede a liberação dos neurotransmissores.Teoria do portão da dor: inibição da transmissão da dor por sinais sensoriais táteis simultâneos A estimulação das grandes fibras sensoriais do tipo AP originada nos receptores táteis periféricos pode reduzir a transmissão dos sinais da dor originados da mesma área corporal. As fibras mecanorreceptores, por apresentarem mielina, são mais rápidas As fibras mecarreceptoras, ativadas pelo estímulo na pele, estimulam os neurônios interneurônios que inibem os neurônios secundários. A informação é processada de forma menor. Na via normal, o nocireceptor conduz o estímulo, o interneurônio está inibido, então o estímulo segue. Analgésicos Afetam o limiar de excitação dos receptores periféricos, aumentando limiar. Analgesia congênita: pessoas que nascem sem sentir dor Isquemia Tecidual como Causa da Dor Quando o fluxo sanguíneo para um tecido é bloqueado, o tecido em geral fica muito dolorido em poucos minutos. Quanto maior for a intensidade do metabolismo desse tecido, mais rapidamente a dor aparece. Uma das causas sugeridas para a dor, durante a isquemia, é o acúmulo de grande quantidade de ácido lático nos tecidos, formada em consequência do metabolismo anaeróbico (metabolismo sem oxigênio). Também é provável que outros agentes químicos, como a bradicinina e as enzimas proteolíticas, sejam formados nos tecidos por causa do dano celular, e que esses agentes, junto com o ácido lático, estimulem as terminações nervosas para a dor. Classificação 1. Dor primária: origem = local da sensação da dor 2. Dor secundária: origem diferente do local da sensação da dor a. Dor referida: dissociação do local de origem (pertencem ao mesmo dermatomo) b. Dor projetada: respeita o percurso anatômico do nervo Dor nociceptiva: dor originada pela ativação de nociceptores Dor Neuropática: dor iniciada por uma lesão primária ou disfunção no sistema nervoso Exemplo: A dor por desaferentação (dor fantasma) é causada pela alteração plástica no córtex somáticosensorial Dor inflamatória: dor associada à inflamação Dor aguda rápida e lenta
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