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HABILIDADES MÉDICAS IV Dispneia Terminologia leiga: falta de ar; cansaço; canseira; fôlego curto; respiração difícil; respiração pesada Raízes da palavra: - dys: ruim Definição: uma experiência subjetiva de desconforto respiratório que consiste de sensações qualitativamente distintas que variam de intensidade - percepção da respiração de maneira desconfortável (sintoma) Epidemiologia: ● Um dos sintomas semiológicos mais importante; ● 50% dos pacientes atendidos em serviços de urgência e hospitais terciários ● 25% das queixas em consultórios ● 9-13% dispneia leve a moderada em adultos na comunidade ● 15-18% em comunidade acima de 40 anos de idade ● 25-37% acima de 70 anos de idade ● Nos EUA = 3-4 milhões de pacientes nas unidades de emergência/ano Causas de dispneia ● Doenças pulmonares ● Doenças cardíacas - gera alterações pulmonares que se apresentam como dispneia (Insuficiência cardíaca) ● Doenças neuromusculares - miopatias inflamatórias, autoimune (miastenia gravis - placa mioneural); neuropatia periférica; ELA; encefalites ● Doenças psicogênicas - pacientes que podem ter transtornos psiquiátricos (ansiedade, pânico) que manifestam-se organicamente como dispneia ● Outras Dispneia na Doença Pulmonar Crônica (DPOC) - bronquite crônica e enfisema pulmonar (fortemente relacionado ao tabagismo) ➔ Preditor de hospitalização Vitoria Zabotte Barbosa - Medicina Unic Turma XXXVIII HABILIDADES MÉDICAS IV ➔ Preditor de mortalidade ➔ Maior relação de sobrevida de 5 anos do que o VEF1 (volume expiratório forçado no primeiro segundo - avaliar prognóstico de DPOC) Dispneia na doença cardíaca ➔ Maior mortalidade cardíaca do que angina - paciente com dispneia pior prognóstico que paciente com angina FORMAS DE APRESENTAÇÃO: ● Subjetiva - descrição pelo paciente ● Objetiva - Taquipneia - Alterações do ritmo - Alterações da amplitude - Participação de músculos acessórios na respiração - Tiragem Intercostal - BAN Bronquite crônica - padrão pletórico Enfisematoso - diâmetro AP aumentado MECANISMOS FISIOPATOLÓGICOS Por ser um sintoma possui apenas vias aferentes (informações que chegam ao SN) Medula → Centro Respiratório no tronco encefálico → Córtex respiratório (voluntário) Bradicinina é uma substância importante na fisiopatologia da dispneia. Controle Ventilatório ● Fatores bioquímicos (ácidos básicos - pH (normalmente: 7,35-7,45), pCO2, pO2) - CO2 cai por taquipneia → alcalose respiratória ● Fatores psicogênicos - ● Mecânicos (musculatura - estímulos nóxicos) ● Vasculares (barorreceptores e mecanorreceptores - sensíveis à variações pressóricas e mecânicas, respectivamente, que costumam estar em vasos da base) Fatores que atuam no bulbo que responde com estímulos eferentes para realização da respiração. Características ➢ Início da dispneia ➢ Tempo de duração ➢ Evolução no tempo ➢ Intensidade (uso de escalas ou leve/moderada/grave) ➢ Relação com esforço (dispneias pulmonares e cardíacas) ➢ Evolução da intensidade ➢ Postura ou posição adotada pelo paciente ➢ Fatores desencadeantes (esforço, repouso, alérgenos) Vitoria Zabotte Barbosa - Medicina Unic Turma XXXVIII HABILIDADES MÉDICAS IV ➢ Fatores de melhora ➢ Periodicidade ou número de crises Tipos de dispneia ● Dispneia de repouso (doenças agudas pulmonares - embolia; IC de longo prazo) ● Dispneia de esforço ● Dispneia de decúbito ● Ortopneia (doença cardíaca) ● Dispneia paroxística noturna - consegue dormir porém acorda com muita dispneia (doença cardíaca) ● Platipneia/Ortodeoxia (sentado/levanta apresente dispneia - doenças hepáticas crônicas como, cirrose hepática → não metaboliza hormônios como estrogênio por destruição → formação neovascular) - Ortodeoxia é sinal ● Trepopneia - dispneia em decúbito lateral (derrame pleural; pneumotórax) Ritmos respiratórios - tipo de dispneia ● Respiração acidótica de Kussmaul (taquipneia + polipneia + apneia inspiratória e expiratória) - pequenas pausas respiratórias ● Respiração de Cantani (taquipneia + polipneia) ● Dispneia Periódica ou Cheyne - Stokes (doenças neurológicas - AVE; encefalopatias e IC) ● Respiração de Biot - alterações neurológicas mais comatosos (hematoma subdural; epidural; edema) ● Estenose de vias aéreas superiores - nasofaringe e laringe ➔ Estridor (serrótico e cornagem) - edema de laringe ● Dispneia psicogênica / suspirosa (taquipneia + amplitude curta) - diagnóstico por exclusão - Quando há frequência pode levar o paciente a procurar o médico - Taquipneia sem doença → alcalose respiratória → sintomas (tontura, síncope) Tosse Importância - Sintoma frequente - Presente em diversas patologias pulmonares e extrapulmonares Classificação: ● Aguda: até 3 semanas ● Subaguda: 3 - 8 semanas ● Crônica: > 8 semanas Fisiopatologia ● Proteção das vias aéreas para depuração de partículas - Clearence mucociliar → movimento ciliar → muco → faringe - Voluntário ou involuntário ● Benefícios da tosse: - Eliminação de secreções de vias aéreas Vitoria Zabotte Barbosa - Medicina Unic Turma XXXVIII HABILIDADES MÉDICAS IV - Proteção contra aspiração - Mecanismo protetor em disfunção ciliar - Proteção contra arritmias → aumentando a pressão intratorácica ● Controle voluntário e involuntário 1. Fase inspiratória: aumento do volume do tórax + dilatação brônquica 2. Fase compressiva: fechamento da glote - ativação diafragma e músculos parede com aumento da pressão torácica → comprime pulmões 3. Fase expiratória: abertura da glote com saída de ar - som da tosse 4. Fase relaxamento: relaxamento da musculatura e retorno das pressões normais ● Anatomia e neurofisiologia - Receptores da tosse - Nervos aferentes - Centro da tosse - Nervos eferentes - Músculos efetores ● Receptores da tosse - Arco reflexo - Estímulo irritativo dos receptores: mecanismos químicos, mecânicos, térmicos e inflamatórios - Localizados em grande quantidade: vias aéreas altas, laringe até a carina e brônquios - Também localizados: cavidade nasal, seios maxilares (nervo trigêmeo aferente), faringe (nervo glossofaríngeo aferente), canal auditivo externo e MT, a pleura, estômago (nervo vago aferente), pericárdio e diafragma; esôfago ● Nervos aferentes e Centro da tosse - Nervo vago - Centro da tosse no bulbo (Não conhecido) ● Nervos eferentes e músculos efetores - Fibras mielinizadas e delgadas - condução do estímulo pouco conhecido - são ativados por tromboxane, leucotrieno C4, histamina, taquicininas, metacolina e também pelo esforço inspiratório e expiratório com a glote fechada - Fibras C - mielinizadas - produz neuropeptídeos - ativados por bradicinina e capsaicina ● Anamnese - História Clínica - Completa - Diagnóstico em 70% + exame físico - Característica da tosse: ➔ Frequência ➔ Intensidade ➔ Tonalidade ➔ Com/Sem expectoração Vitoria Zabotte Barbosa - Medicina Unic Turma XXXVIII HABILIDADES MÉDICAS IV ➢ Características: volume, cor, odor, transparência, consistência (Edema pulmonar - escarro rosa) ➔ Relação com decúbito ➔ Período do dia com maior intensidade ● Tosse - Seca - Produtiva / úmida - Tosse quintosa - coqueluche (tosse → catarro espumoso → melhora) - Tosse síncope (Reflexo vagal de bradicardia → síncope) - Tosse bitonal (paresia/paralisia uma corda vocal) - Tosse rouca (idade, evolução - CA de laringe) - Tosse reprimida (evita por dor abdominal ou torácica) - Tosse ao beber e/ou comer (disfagia por perda do controle da alimentação; neuropatias) - Tosse psicogênica (exclusão) ● Expectoração - Serosa - esbranquiçada / translúcida - Mucóide - amarelada - Purulento - pus amarelado / esverdeado - Hemoptoico - catarro com sangue - CA de pulmão; embolia pulmonar + Hemoptise (sangramento volumoso de via respiratória) - Espumosa e/ou coloração rósea - edema agudo por IC aguda - aumenta pressão → transuda muito e com hemácia Vitoria Zabotte Barbosa - Medicina Unic Turma XXXVIII
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