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ATIVIDADE 6 - APELAÇÃO

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NÚCLEO DE PRATICA JURÍDICA III
Aluna: Larissa de Souza Barbosa. 
Matricula: 2018041236896. 
ATIVIDADE 06 – APELAÇÃO
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA XXXX VARA CRIMINAL DA COMARCA DE XXXX.
PROCESSO DE Nº: XXX
LUAN, já qualificada nos autos de ação penal que lhe move o Ministério Público, vem, por intermédio de seu advogado que infra subscreve, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, irresignado com a sentença condenatória de oito meses de detenção e 6 dias-multas, interpor, tempestivamente 
RECURSO DE APELAÇÃO
com fundamento no artigo 593, inciso I, do Código de Processo Penal. Requer que, após o recebimento destas, com as razões inclusas, ouvida a parte contrária, sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal, onde serão processados e provido o presente recurso.
Termos em que,
 Pede deferimento.
 Local, data.
 ADVOGADO 
OAB/UF
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DE... 
APELANTE: LUAN 
APELADO: MINISTÉRIO PUBLICO
RAZÕES DE APELAÇÃO
Egrégio Tribunal de Justiça. 
Colenda Câmara, 
Ínclitos julgadores, 
I- DOS FATOS 
	O recorrente foi denunciado pela prática do crime tipificado no artigo 155, caput, c/c art. 14, II, do Código Penal, sob o argumento de que em 12/10/2018, de forma livre, consciente e voluntária, iniciou a subtração no interior de um Supermercado, para si ou para outrem, de coisas alheias móveis, consistentes em 01 pote de requeijão, 546g (quinhentos e quarenta e seis gramas) de presunto e um pote de sorvete, avaliados no total em R $34,57 (trinta e quatro reais e cinquenta e sete centavos). 
O crime não se consumou por circunstâncias alheias a vontade de Luan, tendo em vista que o fiscal do estabelecimento comercial percebeu a ação e o abordou logo após sua saída do estabelecimento com a res furtiva, o que foi informado aos policiais que chegaram no local. 
Luan, em sua defesa alegou inocência, pois apenas entrou no supermercado para pesquisar preço e saiu do estabelecimento sem nenhuma mercadoria, sendo abordado pelo fiscal, que o revistou e nada encontrou, mas com a chegada dos policiais o funcionário apresentou os produtos descritos na denúncia como se os tivesse encontrado com Luan. 
No final da instrução criminal, o juízo a quo julgou procedente a pretensão punitiva estatal, condenando Luan nas sanções do art. 155, parágrafo 2°do art. 14, II, as penas de 8 meses de detenção, a ser cumprida em regime aberto, e 6 dias-multa, no valor mínimo legal, bem como ao pagamento das despesas processuais. 
A pena privativa de liberdade foi substituída por uma pena restritiva de direitos, consistente em prestação pecuniária. A sentença foi publicada em 04/04/2022. Ocorreu o trânsito em julgado para o Ministério Público. 
Entretanto, ainda no prazo para recorrer, Luan não está confirmado com a sentença, tendo em vista o lapso temporal, pois entre o recebimento da denúncia e a publicação da sentença condenatória transcorreu mais de 03 anos, bem como a fragilidade probatória, pois a única testemunha do alegado furto foi o funcionário do estabelecimento, o que prova sua inocência
. Além disso, o valor total dos bens supostamente furtados não corresponde sequer a 10% do salário mínimo vigente à época e não houve prejuízo algum, porquanto restituídos os bens.
II - DO DIREITO
PRELIMINARMENTE
· DA PRESCRIÇÃO DA PUNITIVA ESTATAL 
Em que pese o apelante ter sido condenado, verifica-se que o direito estatal de prosseguir com a pretensão punitiva encontra-se prescrito, nos termos seguintes. 
Da análise da redação do art. 110, caput e § 1o, do CP, infere-se que, após o trânsito em julgado para a acusação, a prescrição regula-se pela pena aplicada em concreto e tem por termo inicial o recebimento da denúncia. 
No caso em comento, levando em conta que o recebimento da denúncia se deu em 07/02/2019 e que a pena final foi de 8 meses de detenção e 6 dias-multa, nota-se, portanto, que ocorreu a prescrição em 07/02/2020, extinguindo-se a punibilidade da apelante.
 Dessa forma, deve a sentença ser reformada de modo declarar extinta a punibilidade da pretensão punitiva estatal da apelante, nos termos do art. 107, inc. IV, do CP. O entendimento jurisprudencial dos Tribunais nesse sentido é farto:
Apelação Criminal. Réus condenados como incursos nas sanções do artigo 184, 33, caput, da Lei 11.343/06. Pena de 02 (dois) anos de reclusão, em regime aberto, e ao pagamento de 10 (dez) dias-multa, no valor unitário mínimo legal. Pena privativa de liberdade. 
Substituição por 2 (duas) penas restritivas de direitos. Recorrentes que responderam ao processo em liberdade, ainda que revéis. 
Recurso da defesa. Prescrição da pretensão punitiva estatal pela pena em concreto. Pena fixada em 2 (dois) anos. Prazo prescricional de 4 (quatro) anos. Trânsito em julgado para a acusação em outubro de 2017. Transcurso do referido lapso temporal antes do julgamento do recurso.
Prescrição que se reconhece de ofício. Recursos - prejudicados(0342746-79.2012.8.19.0001 - APELAÇÃO. Des(a). PEDRO FREIRE RAGUENET - Julgamento: 07/06/2022 - PRIMEIRA CÂMARA CRIMINAL)
· DO FRÁGIL CONTEXTO PROBATÓRIO 
Tendo em vista que o fiscal alega ter abordado Luan e encontrado com a res furtivas. Entretanto, tal situação trata-se de prova insuficiente, tendo em vista que é a palavra do fiscal contra Luan, ou seja, trata-se de uma prova intangível e fragilizada.
 	A luz dos princípios constitucionais e aos direitos fundamentais do indivíduo, quando há dúvidas acerca que cometeu tal crime há a imediata absolvição do denunciado, a luz do artigo 386, inciso IV, do Código Penal, que reza: 
Artigo 386. O juiz absolverá o réu, mencionando a causa na parte dispositiva, desde que reconheça: 
[...] 
Inciso IV. Está provado que o réu não concorreu para a infração penal. 
É sabido que em nosso sistema processual penal acusatório, cabe ao Ministério Público, com provas robustas, comprovar a real existência do delito, podemos observar que a denúncia não merece prosperar, haja vista a ineficiência probatória para o recebimento da presente denúncia. 
Tento em vista o princípio	q do in dúbio pro reo, em que havendo dúvida quanto à autoria do delito deve-se absolver o acusado, e para que haja a condenação é necessária a real comprovação da autoria e da materialidade do fato, caso contrário, o fato deve ser resolvido em favor do acusado. 
Vejamos o entendimento jurisprudencial:
APELAÇÃO CRIMINAL –ROUBO – PROVA INSUFICIENTE– ABSOLVIÇÃO- NECESSIDADE-RECURSO PROVIDO. Se as provas constantes nos autos não conduzem á certeza de que o agente praticou a conduta delituosa descrita na denúncia, a absolvição é medida imperativa, em respeito ao princípio in dúbio pro reo. (TJ-MG-APR:10572130021353001 MG, Relator: Júlio César Lorens, Data de Julgamento: 20/11/2018, Data de Publicação: 28/11/2018)
Portanto, este princípio impossibilita que a pessoa seja condenada quando restar dúvidas sobre a sua inocência, sendo tal princípio a base do Processo Penal do Estado Democrático de Direito, que quando está na presença de duas proposições antagônicas, deve sempre prevalecer a que beneficia o réu. Trata Nucci: 
Na relação processual, em caso de conflito entre a inocência do réu –e sua liberdade- e o direito-dever do Estado punir, havendo dúvida razoável, deve o juiz decidir em favor do acusado. Exemplo está na previsão de absolvição quando não existir provas suficientes na imputação formulada (artigo 386, VII, CPP). 
Diante dos fatos narrados requer que seja concedida a absolvição sumária com base no artigo 386, inciso IV do Código de Processo Penal.
· DA INSIGNIFICÂNCIA DA CONDUTA 
Com tudo a conduta teoricamente praticada pelo acusado foi idônea a lesar o bem jurídico tutelado pelo tipo penal. 
Conforme exposto nos autos, o acusado supostamente teria subtraído um pote de requeijão, 546g (quinhentos e quarenta e seis gramas) de presunto e um pote de sorvete, avaliados numa ínfima quantia de R$ 34,57, de um supermercado de uma vasta gama de alimentos. Ou seja, ovalor supostamente subtraído não representaria nem mesmo 10% de uma salário mínimo, o que evidencia, outrossim, que a conduta é inofensiva. 
Logo podemos constatar que a conduta não ofendeu ao bem jurídico, sendo, portanto, insignificante, deve-se afastar a tipicidade e proceder à reforma da sentença de modo a absolver a apelante, nos termos do art. 386, inc. III, do CPP.
Desse modo, vejamos como se comporta a jurisprudência:
APELAÇÃO CRIMINAL. CRIME DE FURTO. PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA. INDEMONSTRADOS OS REQUISITOS. TENTATIVA NÃO CONFIGURADA. CONJUNTO PROBATÓRIO COESO E HARMÔNICO.
 1. Ação penal na qual se imputa ao acusado a prática do crime tipificado no artigo 155, caput, do Código Penal, na qual foi proferida sentença condenatória pelo crime de furto, fixada a pena em 02 (dois) anos e 06 (seis) meses de reclusão e o pagamento de 25 (vinte e cinco) DM, no mínimo legal à época dos fatos. 
2. Alegação de atipicidade ante a incidência do princípio da insignificância que não prospera. Orientação do Supremo Tribunal Federal no sentido de que, para a verificação da lesividade mínima da conduta, apta a torná-la atípica, deve-se levar em consideração os seguintes vetores: a) a mínima ofensividade da conduta do agente; b) a ausência de periculosidade social da ação; c) o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento; e d) a inexpressividade da lesão jurídica provocada. (STF, HC 84.412/SP, Rel. Ministro Celso De Mello, Segunda Turma, DJ 19/11/2004). 2.1. Caso concreto em que configurada reiteração criminosa, que contraindica o reconhecimento da bagatela. 
3. Jurisprudência pátria que adota a teoria da amotio, segundo a qual o crime "se consuma com a inversão da posse do bem, ou seja, a coisa deixa de integrar a posse da vítima para ingressar na posse do agente" (Masson, Cleber. Curso de Direito Penal, volume 2, p. 329, 14 ed, Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: MÉTODO, 2021). Caso concreto em que os bens saíram da posse da vítima, sendo irrelevante que o réu, após a fuga, tenha sido preso. 
4. Conjunto probatório coeso e harmônico, trazendo as testemunhas ouvidas relatos firmes e coerentes, aptos a demonstrar a autoria do delito. 
5. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO. (0272529-64.2019.8.19.0001 - APELAÇÃO. Des(a). JOSÉ ACIR LESSA GIORDANI - Julgamento: 31/05/2022 - SEGUNDA CÂMARA CRIMINAL)
III - DOS PEDIDOS
Ante a todo o exposto, requer seja a sentença ora impugnada reformada de modo a:
 I) Preliminarmente, reconheço a prescrição da pretensão punitiva estatal, com a consequente extinção da punibilidade, nos termos do art. 107, inc. IV, do CP; 
II) Na hipótese de rejeição da preliminar, quanto ao mérito se requer, a imediata absolvição do Réu nos termos do artigo 415, inciso III do CPP, por se tratar de hipótese de crime impossível; 
III) Subsidiariamente, requer seja o apelante absolvido ante a evidente atipicidade da conduta pela insignificância, nos termos do art. 386, inc. III, do CPP;
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Local, data,
ADVOGADO
OAB

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