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Profa. Ana Beatriz Alkmim Teixeira Loyola DISCIPLINA DE MICROBIOLOGIA CLÍNICA AULAS PRÁTICAS 2020 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=3aqmmsDSL_CVEM&tbnid=WI1LAi-3SYd0vM:&ved=0CAUQjRw&url=http%3A%2F%2Fmicrobiologia12.blogspot.com%2F&ei=88XzUvOtNtHukQf_jYBI&bvm=bv.60799247,d.eW0&psig=AFQjCNH970KGWkEaTWfInB491uCJgjMQ9A&ust=1391793887622920 2 NORMAS DE SEGURANÇA NO LABORATÓRIO DE MICROBIOLOGIA As aulas práticas têm como objetivo ensinar ao acadêmico os princípios gerais e métodos utilizados no estudo de Microbiologia. Nestas aulas serão utilizados microrganismos (fungos e bactérias), alguns potencialmente patogênicos para o homem: portanto é essencial que as normas sejam seguidas, para evitar contaminações acidentais. 01- O uso de jaleco é obrigatório. 02- Antes de entrar no laboratório, o(a) aluno(a) deve vestir um jaleco limpo. 03- Cabelos longos devem ser contidos de forma a não interferir com reagentes e equipamentos. 04- O(A) aluno(a) deverá estar calçado com sapatos fechados 05- Limpar e desinfetar a superfície das bancadas antes e depois de cada aula prática. 06- Lavar as mãos ao iniciar a análise, ao sair do laboratório e sempre que for necessário. Se for portador de algum ferimento nas mãos procurar não tocar no material. 07- Na mesa de trabalho não deve haver acúmulo de material, deixando-se apenas o indispensável. 08- Identificar as amostras, bem como o material a ser utilizado antes de iniciar a análise. 09- No caso de derramamento do material contaminado, proceder imediatamente a desinfecção. O mesmo procedimento deverá ser repetido se ocorrer ferimentos ou cortes. 10- Não comer, beber ou fumar no laboratório. 11- Manter canetas, dedos e outros objetos longe da boca. 12- Não utilizar material de uso pessoal para limpar os objetos de trabalho. 13- Avisar ao professor em caso de contaminação acidental. 14- Depositar todo o material utilizado em recipiente adequado, jamais deixando-os sobre a bancada. 15- Flambar as alças, agulhas e pinças antes e após o uso. 16- Os cultivos após a leitura devem ser esterilizados, portanto não os colocar na estufa ou despejar na pia. 17- Ao sair do laboratório, conferir se os bicos de gás e autoclaves foram desligados. Apague os focos de luz e feche as torneiras para evitar acidentes e desperdícios. 18- Cada aula prática deve ser iniciada pelo docente com uma breve apresentação e um período de instruções. Não comece a trabalhar antes de recebe- las Antes de acender o bico de Bunsen, verificar se não há vazamento de gás ou substâncias inflamáveis por perto. A utilização do Bico de Bunsen é essencial, pois visa a diminuição de microrganismos no campo de trabalho através do calor. Para isso ele apresenta uma regulagem que torna possível selecionar o Trabalhe sempre próximo a chama, mantendo-a entre você e o material analisado. 3 tipo de chama ideal para o trabalho. No caso da Microbiologia deve ser utilizada a chama azul porque esta atinge maior temperatura e não forma fuligem. É importante ressaltar que a chama apresenta diferentes zonas, e tal fato é importante para que o processo de flambagem seja executado adequadamente, já que certas zonas da chama devem ser evitadas. As zonas da chama são: Zona Neutra (é uma zona fria e, portanto, não deve ser utilizada para flambagem), Zona Redutora e Zona Oxidante (são zonas onde ocorre a combustão e, devem ser usadas para a flambagem) e Zona de Esterilidade (onde o calor mata os microrganismos do ar). 4 TÉCNICA PARA LAVAGEM DAS MÃOS Remover anéis, alianças, pulseiras, relógio, fitinhas etc.; Umedecer as mãos e pulsos em água corrente; Dispensar sabão líquido suficiente para cobrir mãos e pulsos; Ensaboar as mãos. Limpar sob as unhas; Esfregar o sabão em todas as áreas, com ênfase particular nas áreas ao redor das unhas e entre os dedos, por um mínimo de 15 segundos antes de enxaguar com água fria. Dar atenção especial à mão não dominante, para certificar-se de que ambas as mãos fiquem igualmente limpas. Obedecer a seqüência: o - palmas das mãos; o - dorso das mãos; o - espaços entre os dedos; o - polegar; o - articulações; o - unhas e pontas dos dedos; o - punhos. Repetir o passo anterior; Secar completamente, utilizando toalhas de papel descartáveis. 5 Técnicas gerais em microbiologia: colheita, transporte e semeadura de material clínico. Fatores que podem comprometer o exame microbiológico: hipótese diagnóstica mal elaborada, informações mal colhidas, incompletas, ou não, devidamente interpretadas, etc.; requisição inadequada da análise laboratorial; coleta, conservação e transporte inadequados; falhas técnicas no processamento da análise; demora na liberação de resultado; má interpretação dos resultados. Coleta Microbiológica Todo resultado liberado pelo laboratório de microbiologia é conseqüência da qualidade da amostra recebida. O material colhido deve ser representativo do processo infeccioso investigado, devendo ser eleito o melhor sítio da lesão, evitando contaminação com as áreas adjacentes. A coleta e o transporte inadequados podem ocasionar falhas no isolamento do agente etiológico e favorecer o desenvolvimento da microbiota contaminante, induzindo a um tratamento não apropriado. Portanto, procedimentos adequados de coleta devem ser adotados para evitar o isolamento de um “falso” agente etiológico, resultando numa orientação terapêutica inadequada. Colher antes da antibioticoterapia, sempre que possível. Instruir claramente o paciente sobre o procedimento. Observar a anti-sepsia na coleta de todos os materiais clínicos. Colher do local onde o microrganismo suspeito tenha maior probabilidade de ser isolado. Considerar o estágio da doença na escolha do material. Patógenos entéricos, causadores de diarréia, estão presentes em maior quantidade e são mais facilmente isolados durante a fase aguda ou diarréica do processo infeccioso intestinal. Na suspeita de febre tifóide, a fase da doença irá determinar o melhor local da coleta (sangue/fezes). Quantidade suficiente de material deve ser coletado para permitir uma completa análise microbiológica. Caso a quantidade seja pequena, priorizar os exames. O pedido do exame deve conter, além da identificação do paciente, dados como idade, doença de base e indicação do uso de antibióticos. Considerações de Segurança Utilizar as barreiras de proteção necessárias a cada procedimento. Toda amostra deve ser tratada como potencialmente patogênica. 6 Usar frascos e meios de transporte apropriados. Não manusear a amostra em trânsito: paciente e laboratório. Não contaminar a superfície externa do frasco de coleta e verificar se ele está firmemente vedado. Caso ocorram respingos ou contaminação na parte externa do frasco, fazer descontaminação com álcool 70% ou outra solução descontaminante disponível. Não contaminar a requisição médica que acompanha o material. As amostras deverão ser transportadas em sacos plásticos fechados. Identificar claramente a amostra coletada, com todos os dados necessários. Colocar a identificação no frasco de coleta e nunca na tampa ou sobre rótulos. Encaminhar os materiais imediatamente ao laboratório. Critérios de Rejeição para Amostras Clínicas Enviadas ao Laboratório de Microbiologia O recebimento criterioso das amostras clínicas pelo laboratório de microbiologia garante uma melhor correlação clínico/laboratorial. Principais Erros de Identificação Discrepância entre a identificação da amostra e o pedido médico. Falta de identificação da amostra. Origem da amostra ou tipo de amostra não identificada. Teste a ser realizado não especificado.Amostras Inadequadas Material clínico recebido em solução de fixação (formalina). Ponta de cateter de Foley. Material conservado inadequadamente com relação à temperatura (urinas colhidas há mais de 24 horas, que ficaram guardadas em geladeira, ou colhidas há mais de duas horas, sem refrigeração). Frascos não estéreis. Presença de vazamentos, frascos quebrados ou sem tampa, com contaminação na superfície externa. Mais de uma amostra de urina, fezes, escarro, ferida colhida no mesmo dia e da mesma origem. Swab único com múltiplas requisições de testes microbiológicos. Swab seco. Culturas para anaeróbios recebidas em condições não apropriadas. 7 Amostras com as características acima descritas são inadequadas e demandam um contato prévio com o médico solicitante para melhores esclarecimentos. Amostras não recomendadas para o exame microbiológico por fornecerem resultados questionáveis amostra alternativa ou comentário Swab de amostra de queimadura Processar biópsia ou aspirado Swab de úlcera de decúbito Processar biópsia ou aspirado Swab de abscesso perirretal Processar biópsia ou aspirado Swab de lesão de gangrena Processar biópsia ou aspirado Swab de lesão periodontal Processar biópsia ou aspirado Swab de úlcera varicosa Processar biópsia ou aspirado Vômito Não processar Material de colostomia Não processar Ponta de cateter de Foley Não processar Aspirado gástrico de recém-nascido Não processar Transporte das Amostras Transportar as amostras IMEDIATAMENTE ao laboratório para: assegurar a sobrevivência e isolamento do microrganismo, pois o laboratório de microbiologia trabalha basicamente em função da viabilidade dos microrganismos; evitar o contato prolongado dos microrganismos com anestésicos utilizados durante a coleta, pois eles poderão exercer atividade bactericida; evitar erros de interpretação nas culturas quantitativas, principalmente urina e lavado broncoalveolar. Consultar o laboratório para verificar a disponibilidade dos meios de transporte. Tempo Crítico para Entrega da Amostra ao Laboratório e Meios de Transporte Amostra Tempo Crítico Frascos e meios de transporte Liquor Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril Líquido pleural Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril Swab Imediatamente (não refrigerar) Tubo seco estéril ou meio semi-sólido (Stuart, Amies) Suspeita de 30 minutos Meio de transporte apropriado. anaeróbios Evitar o transporte em seringa com agulha 8 Feridas e tecidos 30 minutos ou até 12 horas Meio de transporte apropriado Hemocultura 30 minutos (não refrigerar) Urina Até 1 hora ou refrigerada até 2 horas Pote seco estéril Fezes Até 12 horas se em meio de transporte Cary Blair, meio modificado para transporte de fezes, com pH 8,4 9 1º AULA UROCULTURA INFECÇÕES DO TRATO URINÁRIO Bacterioscopia de urina: Com a urina não centrifugada, e apenas homogeneizada, pegar uma alça com 10 μl de urina e depositar sobre uma lâmina de vidro; Deixar secar, fixar na chama e corar pelo gram. Com objetiva de imersão (1000x) fazer contagem. Se encontrar 1 ou mais bactérias por campo, sugere ≥ 105 UFC. A presença de células epiteliais e vários tipos morfológicos de bactérias sugerem contaminação. QUANTIFICAÇÃO DA BACTERIÚRIA - CONTAGEM DE COLÔNIAS Lamino-cultivo O lamino-cultivo consiste de um recipiente plástico cilíndrico, onde pode também ser coletada a urina, com uma tampa ligada a um suporte plástico com duas faces contendo meios de cultura como CLED e Mac Conkey ou outras combinações. Esta técnica tem sido muito utilizada tanto por laboratórios com pequena rotina, como aqueles de grande movimento pelos seguintes motivos: Facilita a semeadura, pois não necessita de alça calibrada ou outra medida de volume. Facilita o transporte da urina semeada utilizando o próprio recipiente do lamino-cultivo. Fácil conservação do produto em temperatura ambiente por cerca de seis meses. Identificação sumária dos principais patógenos encontrados, dependendo do produto adquirido. Indicações: URIBAC é um sistema prático de cultura em lâmina para o diagnóstico das infecções urinárias, permitindo a identificação direta de E. coli (conforme tem sido amplamente demonstrado esta bactéria é encontrada em 80-90 % das infecções urinárias adquiridas na comunidade e em pelo menos 50% das adquiridas em hospitais) e também a identificação presuntiva de Morganella spp, Proteus spp e Providencia spp. Características dos componentes: O sistema Laminocultivo contém o meio CLED na face larga da lâmina e os meios Citrato de Simmons e Meio I na face dividida da lâmina. Acompanha o sistema um frasco conta-gotas com Reativo de Kovacs. O meio CLED é de cor verde, o meio Citrato de Simmons verde escuro e o Meio I coloração cremevioleta. 10 O meio CLED destina-se à contagem do número de unidades formadoras de colônias (UFC) na amostra de urina e à verificação da capacidade da bactéria em fermentar a lactose. O meio Citrato de Simmons destina-se à verificação da utilização do citrato como única fonte de carbono. O Meio I destina-se à verificação da produção do indol (com adição do Reativo de Kovacs). As bactérias do grupo Morganella spp, Proteus spp e Providencia spp transformam o triptofano em ácido indolpirúvico apresentando uma cor acastanhada no meio. Neste meio são acrescentadas as mesmas substâncias inibidoras de cocos Gram positivos que compõem o meio clássico de MacConkey. Por este motivo, o crescimento no Meio I indica a presença de bacilos Gram negativos. Procedimento: Após homogeneização da urina, o URIBAC pode ser semeado de 3 maneiras: . por imersão direta da lâmina na urina, . derramando-se a urina na superfície dos 3 meios, . com o auxílio de um “swab” de algodão estéril, mergulhar na urina, deixar escorrer o excesso o semear toda a superfície dos 3 meios. Incubar o URIBAC a 35º - 37ºC, durante 18 a 24 horas. Interpretação do resultado: Meio CLED: 1. Verificar o número de Unidades Formadoras de Colônias (UFC) por mL de urina, comparando com os padrões da bula do kit 2. Fermentação da lactose: bactérias lactose (+): colônias amarelas bactérias lactose (-): colônias da cor do meio (verde) 10 2 UFC /mL 10 3 UFC /mL 10 4 UFC /mL 10 5 UFC /mL 10 6 UFC /mL 11 Meio Citrato de Simmons: verificar a coloração do meio: bactérias citrato (+): o meio adquire coloração azul bactérias citrato (-): a cor do meio permanece inalterada (verde) Meio I: o crescimento de colônias neste meio indica a presença de bacilos Gram negativos. 1. Pesquisa de Indol: pingar 1 a 2 gotas do reativo de Kovacs na superfície do Meio I: bactérias indol (+): o reativo adquire cor rosa bactérias indol (-): a cor do reativo permanece inalterada 2. Pesquisa de ácido indolpirúvico: bactérias ácido indolpirúvico (+): o Meio I apresenta-se escurecido (cor castanha) bactérias ácido indolpirúvico (-): o Meio I apresenta-se inalterado Observações: - Dentre os agentes causadores de infecção urinária da família Enterobacteriaceae, apenas os gêneros Morganella spp, Proteus spp e Providencia spp são ácido indolpirúvico (+). - Dentre as bactérias associadas a infecções urinárias, somente a E. coli fermenta a lactose, produz indol e não utiliza o citrato como única fonte de carbono. - O produto funciona como meio de transporte quando semeado no local da coleta. Semeadura com Alça Calibrada Esse método consiste em utilizar a urina não diluída, e fazer a semeadura utilizando-se uma alça de platina ou de plástico (disponível comercialmente), de diâmetro calibrado capazde carrear uma quantidade fixa de urina (0,001 ou 0,01mL), padronizando desse modo o fator de diluição. uma colônia com alça de 1 μL (0,001 mL) = 1000 UFC/mL uma colônia com alça de 10 μL (0,01 mL) = 100 UFC/mL Meios de cultura: As placas com meio seletivo (Mac Conkey ou EMB) e outro meio não seletivo (Agar CLED) deverão ser incubadas 24 horas à 35-37ºC. CLED, que permite crescimento das enterobacterias, impedindo o espalhamento dos Proteus sp. AGAR CLED Indicações: Este meio contém substâncias nutritivas que favorecem o crescimento da maioria dos microrganismos de interesse diagnóstico. Característica dos componentes: Agar Cled: meio utilizado para isolamento, contagem e identificação presuntiva de bactérias causadoras de infecção do trato urinário. 12 Ágar MacConkey: O Ágar MacConkey é um meio seletivo (pela presença de sais biliares, cristal violeta e NaCl) para o isolamento de bacilos Gram negativos, principalmente as enterobactérias (Salmonellas, Shigellas e bactérias coliformes). Diferencia as bactérias fermentadoras de lactose (colônias vermelho tijolo a rosa, opacas se o crescimento for denso, podem estar rodeadas por zonas de precipitado de bile; possibilidades: E.coli, Klebsiella spp, Grupo Enterobacter spp) das não fermentadoras de lactose (colônias transparentes a incolores, observadas melhor a luz transmitida; possibilidades: Salmonella spp, Shigella spp, Proteus spp e Edwardsiella) pela presença de lactose e vermelho neutro na composição do produto. 13 2º AULA ANTIBIOGRAMA ANTIMICROBIANOS: Substâncias químicas que inibem o crescimento ou destroem os microrganismos ORIGEM Naturais – obtidos a partir de microrganismos (fungos e bactérias) Sintéticos – obtidos totalmente por síntese química (laboratório) Semi-Sintéticos – obtidos por modificações químicas de antimicrobianos naturais EFEITO ANTIMICROBIANO Bactericida – mata a bactéria Bacteriostático – inibe o crescimento da bactéria ESPECTRO DE ATIVIDADE ANTIMICROBIANA n° de tipos microbianos diferentes que os antimicrobianos afetam Amplo – atuam sobre grande n° de espécies microbianas Intermediário – atuam sobre n° limitado de microrganismos Reduzido – atuam sobre pequeno n° de espécies microbianas MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS 1. Inibidores da Síntese de Parede Celular 2. Inibidores da Síntese de Ácido Nucléico 3. Inibidores da Síntese de Proteínas 4. Alteram a Permeabilidade Celular 5. Inibidores Competitivos da Síntese de Metabólitos Essenciais BETA LACTAMASE DE AMPLO ESPECTRO (ESBL) ‘ A produção de enzimas denominadas de Beta Lactamases é principal causa da resistência aos antimicrobianos beta-lactâmicos. Tais enzimas são produzidas principalmente por espécies de Escherichia coli, klebsiella pneumoniae e klebsiella oxytoca e está se tornando um problema crescente no mundo. No nosso meio, a prevalência de amostras de klebsiella pneumoniae produtoras de ESBL, já chega a 39%. Elas hidrolizam inclusive beta-lactâmicos mais recentes como as cefalosporinas de amplo espectro (ceftriaxone, cefotaxina, ceftizoxina e ceftazidima) e o aztreonam. No ambiente hospitalar, a transmissão paciente-paciente e principalmente a utilização de antimicrobianos, levando a seleção de cepas mutantes, são os fatores que contribuem para a proliferação de tais bactérias. Após a incubação a 35°C por 16 a 18 hs, são consideradas suspeitas de produzir ESBL 14 β-lactamase Amp-C Cromossômica, induzível e não inibida por inibidores de betalactamase (Ac. Clavulânico) Gêneros Citrobacter, Enterobacter, Serratia, Providencia (Grupo CESP), Morganella e Pseudomonas aeruginosas. Acarretar hidrólise de cefalosporinas, como ceftazidima e ceftriaxona, ocasionando falência terapêutica durante tratamento com estes agentes. ANTIBIOGRAMA Prova laboratorial para avaliar a sensibilidade ou resistência de determinado microrganismo frente a diversos antimicrobianos. Teste de Kirby-Bauer OBJETIVO Determinar o perfil de susceptibilidade do Microrganismo Isolado a diferentes antibióticos em meio sólido, além de detectar a presença de mutantes naturalmente resistentes à ação dos antibióticos. MATERIAIS Culturas do Microrganismo, em caldo simples, Discos de antimicrobianos: Gram +, Gram (-) e Urina. Placas de Ágar Mueller-Hinton Swabs estéreis Pinça EXECUÇÃO • Marcar no fundo da placa de Mueller-Hinton o local onde serão colocados os discos de antibióticos, de forma a ficarem 1 cm da borda e equidistantes 2 cm aproximadamente. • Com o auxílio de uma alça em anel transferir 4 a 5 colônias de uma cultura pura para tubo contendo caldo adequado (BHI, salina). Incubar o tubo por 2 a 8 horas para produzir suspensão bacteriana com turbidez moderada (escala 2,0 Mac Farland) ou 0,5 mL de solução BaCL2 – 2H2O (0,048) em 99,5mL de H2SO4 0,36 N. • Com os devidos cuidados técnicos embeber o swab nas culturas, eliminando o excesso de líquido por compressão nas paredes do tubo. • Espalhar os inóculos uniformemente na superfície de ágar, de maneira a cobrir toda superfície do meio. • Com uma pinça flambada e resfriada, retirar um disco de antimicrobiano do frasco, abrir a placa perto do bico de Bunsen e colocar o disco no local previamente marcado, comprimindo- o ligeiramente para que fique aderido à superfície do meio; (conforme figura) 15 Antibióticos: 1- Ampicilina 2- Amoxacilina/ AC. Clavulânico 3- Piperacilina/ Tazobactan 4- Cefaloxima 5- Cefaloxima 6- Ceftriaxona 7- Ceftazidima 8- Cefepima 9- Imipenem 10- Ciprofloxacina 11- Sulfametoxazol/ Permetropim 12- Amicacina 2,6,7,8 ESBL 5,6 AmpC • Fechar a placa • Repetir o procedimento para a colocação dos demais discos de antimicrobianos • Incubar a placa a 37° C por 24 horas. LEITURA E INTERPRETAÇÃO O antibiótico presente nos discos se difunde no meio de cultura sólido. A presença ou ausência de crescimento em torno dos discos é interpretada, respectivamente, como resistência ou susceptibilidade do microrganismo ao antibiótico. Observar o crescimento bacteriano, principalmente nas áreas ao redor dos discos de antimicrobianos, e medir o diâmetro dos halos de inibição do crescimento bacteriano. A interpretação dos dados é feita com o auxílio de uma tabela (CLSI), a qual expressa a zona de inibição em mm, levando em consideração a carga antibiótica dos discos, sua difusibilidade e peso molecular. RESULTADOS S = sensíveis I = sensibilidade intermediária R = resistentes 7 2 8 6 10 9 5 4 3 1 11 12 http://www.icb.ufmg.br/mic/mic/imgs/aulas/antibiograma/imagens/image5.jpg 16 AAnnttiibbiióóttiiccoo ZZoonnaa ddee IInniibbiiççããoo ((mmmm)) SSuusscceeppttiibbiilliiddaaddee ((SS,, II oouu RR)) Ampicilina Amoxacilina/ AC. Clavulânico Piperacilina/ Tazobactan Cefaloxima Cefaloxima Ceftriaxona Ceftazidima Cefepima Imipenem Ciprofloxacina Sulfametoxazol/ Permetropim Amicacina 17 18 3º AULA CULTURA DE SECREÇÕES E BIÓPSIAS Material Clínico: Amostras de Exsudato da lesão - superficial - profunda - operatória Biópsia Inoculação nos meios de cultura Amostra não coletada com swab - AS, CHOC (opcional para feridas profundas) e MC Swab sem meio de transporte - ressuspender com swab em caldo BHI ou TSB ou sol. fisiológica estéril - inocular em AS, MC e Gram Swab com meio de transporte - Semear em AS e MC Seringa - diretamente em AS, CHOC, MC, THIO e frasco de hemocultura - Gram - meio de cultura para anaeróbios Biópsia - Transferir a amostra para uma placa estéril e fragmentar com auxílio de bisturi - Colocar o fragmento em cada meio de AS, CHOC e THIO - Espalhar fragmento na lâminaAVALIAÇÃO DA CULTURA: Examinar placas/THIO e correlacionar com o Gram 19 20 4º AULA CULTURA DO TRATO RESPIRATÓRIO (TRSI) Trato Respiratório Superior Material Clínico: Orofaringe, nasofaringe, faringe, amídala, secreção nasal, punção de seios maxilares, raspado de lesão de boca Metodologia: Com o auxílio de um swab pressionar e rolar sobre as amídalas e faringe posterior, principalmente na área hiperemiada adjacente aos pontos com pus, evitando tocas na língua ou bochecha. Rolar o swab em uma pequena área de uma placa de AS e CHOC. Estriar com auxílio de uma alça bacteriológica em três direções próximas conforme figura abaixo: Incubar em estufa com 5 a 10% de CO2 a 35oC por 24 e 48 horas. Trato Respiratório Inferior Material Clínico: Amostra de escarro, aspirado traqueal, lavado broncoalveolar, escovado brônquico. Metodologia: Homogeneizar o lavado brônquico alveolar (Bal) em agitador tipo “vortex”, imergir a alça calibrada de 0,01 mL (1:100) na amostra de forma vertical. Semear nas placas de AS, CHOC e MC de forma quantitativa conforme figura abaixo. 21 Incubar AS e CHOC em estufa de 5 a 10% de CO2 a 35oC e placa de MC em estufa aeróbia a 35oC por 24 e 48 horas. Resultado: Culturas quantitativas: Contagens significativas Bal ≥ 104 UFC/ml Se BGN seguir anexo 2 e se CGP seguir anexo 4 22 5º AULA HEMOCULTURA E SISTEMA NERVOSO CENTRAL A) Material Clínico: sangue Metodologia: 1- Com auxílio de uma seringa com agulha transferir uma gota de sangue do frasco de hemocultura para uma lâmina e após fixação realizar a coloração de gram do material clínico. 2- Com auxílio de uma seringa com agulha transferir uma gota de sangue do frasco de hemocultura para as placas contendo meio de cultura: Agar sangue, Agar chocolate e Macconkey. e 3- Semear pela técnica de esgotamento e incubar as placas de AS e ACHO a 37oC por 24 horas com pressão de CO2. A placa de MC incubar a 37oC por 24 horas. 4- Para leitura dos resultados seguir o esquema abaixo: Se BGN seguir anexo 2 e se CGP seguir anexo 4 23 B) Material Clínico: ponta de cateter Metodologia: 1- Com auxílio de uma pinça estéril, transferir um pedaço do cateter para uma placa de Agar sangue. 2- Rolar o cateter sobre a superfície da placa de AS em diversas posições conforme a esquema abaixo: Técnica de Maki 3- Após semear, incubar as placas de AS a 37oC por 24 horas com pressão de CO2. 4- Para leitura dos resultados seguir o esquema abaixo: 5- Resultado: Culturas quantitativas: Contagens significativas ≥ 15 UFC/placa 24 C) Material Clínico: liquor Metodologia: 25 6º AULA COPROCULTURA Em cultura de fezes os agentes mais comuns são: Salmonella spp, Shigella spp, Escherichia coli, Campylobacter A) Material Clínico Fezes: 1 a 2 gramas no início do quadro diarréico, antes da antibioticoterapia. Colocar em Frasco com conservante a TA até 24h (Cary-Blair) ou Frasco sem conservante a TA até 1 h - Amostras não aceitáveis: Sem conservantes obtidas há mais de 3 horas, várias amostras do mesmo dia, fezes líquidas enviadas em fralda - Meios de cultura utilizados Diferencial: fermentadoras de não fermentadoras (MC, EMB) Seletivo: Shigella sp e Salmonella sp (SS), Shigella sp, Salmonella sp e Vibrio sp (HE) Enriquecimento: Salmonella sp (selenito e tetrationato) Isolamento Campylobacter: AS Campy ou meio de Karmali`s (carvão ativado + atb) B) Metodologia O método de Gram é utilizado para indicar a presença de Staphylococcus spp. e leveduras nas amostras, já que não são recuperadas na cultura. Semear uma alçada de fezes no meio de eosina azul de metileno – Teague (diferencial), meio salmonella Shigella - SS (seletivo) e 3 a 4 alçadas no caldo de Tetrationato - TT (enriquecimento). Incubar as placas de Teague e SS a 35oC por 24hs e o caldo de TT a 35oC por 18hs Após 18 horas de incubação, semear uma amostra do sobrenadante do caldo TT em uma placa de SS conforme esquema abaixo: 26 C) Interpretação do crescimento bacteriano nos diferentes meios de cultura Fezes Caldo tetrationato MC SS SS RUGAI 24h 35OC SOROAGLUTINA ÇÃO RUGAI 24h 35OC RUGAI 27 E. coli clássica: gás +, motilidade [+], lisina [+] E. coli invasora: gás Ǿ, motilidade Ǿ, lisina Ǿ D) Sorotipagem 1. Preparar uma suspensão bastante densa (aspecto leitoso), da bactéria a ser testada, utilizando solução salina a 0,85%. A massa bacteriana é proveniente do Ágar TSI usado na identificação bioquímica ou, de preferência, em ágar nutriente inclinado após repique para obtenção de massa de germes. 2. Com o auxílio de uma alça, colocar uma das suspensões bacteriana sobre uma lâmina limpa e desengordurada. Sobre esta suspensão, pingar uma gota de um dos anti-soros específicos e homogeneizar com o auxílio de um palito estéril. Em outra região da mesma lâmina, colocar a suspensão como descrito acima e, ao invés de anti-soro, pingar uma gota de solução fisiológica estéril. Repetir a mesma conduta com o outro anti-soro recebido. 3. Esperar aproximadamente um minuto e verificar se ocorreu ou não aglutinação com algum dos anti-soros. Não ocorrendo aglutinação com solução fisiológica (cultura rugosa), identificar o sorogrupo da suspensão da cultura recebida. Principais sorogrupos de Escherichia coli de importância médica E) Como liberar o resultado? 28 Resultado negativo: Negativo “Neste exame foram pesquisados: Salmonella spp, Shigella spp, E. coli enteropatogénica, E. coli enteroinvasora, E. coli entero-hemorrágica (sorotipos pesquisados)” -Não houve crescimento de Salmonella spp, Shigella spp, E. coli enteropatogénica, E. coli enteroinvasora, E. coli entero-hemorrágica (sorotipos pesquisados) Resultado positivo: Positivo “Neste exame foram pesquisados: Salmonella spp, Shigella spp, E. coli enteropatogénica, E. coli enteroinvasora, E. coli entero-hemorrágica (sorotipos pesquisados)” - Houve crescimento de Salmonella spp F) Liberar o resultado obtido pelo seu grupo 29 7º AULA CULTURA DE LÍQUIDOS BIOLÓGICOS Em cultura de líquidos asítico, amniótico, pleural, peritoneal, pericárdio e de diálise qualquer quantidade de colônias isoladas de um patógeno importante deve ser considerada. A) Material Clínico: Tórax/pulmão: Líquido pleural Pericárdio: Líquido pericárdico Articulações: Líquido sinovial Cavidade Abdominal: Líquido peritoneal ou ascítico B) Metodologia; 1) Após centrifugar o material em tubo estéril a 5000 RPM por 15 minutos remover o sobrenadante e suspender o precipitado. 2) Transferir com auxílio de pipeta automática uma alíquota para as placas de Agar sangue, Agar macconkey, Agar chocolate e caldo de thioglicolato. Semear pela técnica de esgotamento. 3) Transferir com auxílio de pipeta automática uma alíquota para lamina de vidro. Esperar a secagem do material clínico e fixar cortando a chama do bico de bunsen 3 vezes. 4) Corar pelo método de Gram e observar em microscópio óptico com objetiva de imersão. POSITIVO? VVOOLLUUMMEESS ≤≤ 11 mmLL ••SSEEPPAARRAARR PPAARRTTEE DDOO MMAATTEERRIIAALL EEMM TTUUBBOO EESSTTÉÉRRIILL ••CCEENNTTRRIIFFUUGGAARR 55000000 RRPPMM//1155 MMIINN ••RREEMMOOVVEERR OO SSOOBBRREENNAADDAANNTTEE EE SSUUSSPPEENNDDEERR OO SSEEDDIIMMEENNTTOO VOLUMES ≥ 1 mL FRASCO DE HEMOCULTURA SIM IDENTIF +ATB NÃO NEG SEMEAR AS/THIO ACHOC, TM, ASANA, MC GRAM 30 C) Como liberar o resultado? Resultado negativo: Não houve crescimento de microrganismos Resultadopositivo: Material: líquidos asítico, amniótico, pleural, peritoneal, pericárdio, diálise Microrganismo (s): S. aureus (muitos, numerosos, 70%) Klebsiella pneumoniae (alguns, poucos, 30%) D) Liberar o resultado obtido pelo seu grupo IDENTIF +ATB NEGATIVO NEG SEMEAR AS/THIO ACHOC, TM, ASANA, MC GRAM Incubar 24h 35 ±1oC em estufa com 5% a 10% de CO2 (AS e CHOC) e aeróbia (MC e THIO) POSITIVO ? SIM NÃO Reincubar mais 48h 35 ±1oC em CO2 VOLUMES ≥ 1 mL FRASCO DE HEMOCULTURA 31 Anexo 1: Microscopia de Gram A morfologia individual e as reações tintoriais constituem, em geral, os critérios preliminares para identificação das bactérias e sua posterior classificação. O exame microscópico direto de um microrganismo é comumente suplementado com exame microscópico após coloração que, além de facilitar sua observação, permite a visualização de determinadas estruturas. A coloração de Gram foi desenvolvida em 1884 pelo bacteriologista holandês Hans Christian Gram. Esta coloração é uma das mais importantes e é rotineiramente utilizada no laboratório de Microbiologia. O método de coloração de Gram permite colocar as bactérias em dois grandes grupos: as que retêm o corante Violeta de Genciana e que são denominadas Gram-positivas e as que não retêm este corante e se denominam Gram-negativas. Esta característica é um dos pontos de partida para a classificação das bactérias. A coloração de Gram consiste em tratar bactérias sucessivamente com cristal violeta, lugol, álcool-acetona e fuccina (ou safranina). O cristal violeta e o lugol formam um complexo denominado iodopararosanilina, o qual confere coloração roxa tanto pelas bactérias Gram-positivas, quanto as Gram-negativas. Com a adição de álcool-acetona, as bactérias Gram-negaticas liberam o complexo formado, pois a camada de peptidoglicana é de pequena espessura, enquanto que as Gram-positivas retêm o complexo, permanecendo roxas. A adição de fuccina (ou safranina) não altera a cor das Gram-positivas, mas confere a cor avermelhada as bactérias Gram-negativas, que foram descoloridas pelo álcool-acetona. O mecanismo da coloração de Gram tem sido explicado por várias teorias. Sabe-se hoje que ele está ligado à permeabilidade da parede celular bacteriana, que retêm o complexo iodopararrosanilina (composto da Violeta de Genciana + Lugol) permitindo ou não a descoloração pelo álcool. A parede celular de bactérias Gram-positivas difere-se das bactérias Gram-negativas pela presença de uma espessa camada de peptidoglicana e pela ausência de uma membrana externa. Esta diferença de constituição da parede celular é a base da coloração de Gram, uma técnica primordial no diagnóstico microbiológico, visto que através dela se definem características morfológicas e tintoriais da bactéria em pesquisa. -Esfregaço da cultura bacteriana líquida: 1- Flambe uma alça, deixe esfriar, mantendo-a próximo a chama. 2- Retire uma amostra da cultura com a alça e deposite no centro da lâmina. 3- Espalhe o material com a alça em movimento circular, obtendo um esfregaço de forma oval, uniforme e fino. 4- Fixe o esfregaço, passando a lâmina na chama do bico de Bunsen, como se cortando a chama, repetindo este procedimento 3 vezes, para que o material fique bem aderido. 32 -Esfregaço de cultura bacteriana sólida: 1- Flambe uma alça, deixa esfriar, mantendo-a próximo a chama. 2- Retire uma gota da água estéril e deposite sobre a lâmina. 3- Flambe novamente a alça, espere esfriar, e retire uma amostra da cultura sólida. 4- Leve a amostra até a gota de água depositada sobre a lâmina, e homogeinize com movimentos circulares, para obter um esfregaço de forma oval, uniforme e fino. 5- Fixe o esfregaço, passando a lâmina na chama do bico de Bunsen, como se cortando a chama, repetindo este procedimento 3 vezes, para que o material fique bem aderido. Adição de Corantes: 1- Coloque a lâmina com o esfregaço sobre um suporte. 2- Cubra a lâmina com cristal violeta e deixe agir por 1 minuto. 3- Lave a lâmina em jato fraco de água corrente, do lado contrário ao esfregaço. 4- Cubra a lâmina com lugol, deixe agir por 1 minuto e depois lave novamente a lâmina. 5- Cubra a lâmina com a solução de álcool-acetona, verifique a descoloração que deve ocorrer em cerca de 20 segundos. 6- Cubra a lâmina com fuccina, deixe agir por 30 segundos, e, novamente lave a lâmina. 7- Seque inicialmente o lado da lâmina oposto ao esfregaço com papel toalha, e a seguir seque o restante da lâmina na chama do bico de Bunsen (como se estivesse “cortando” a chama). 8- Leve a lâmina ao microscópio e observe em objetiva de imersão. (Não esqueça de colocar uma gota de óleo para imersão sobre o esfregaço). Anexo 2: Bacilos Gram negativos 34 Anaeróbicos Aeróbicos Resistentes à bile Cresciemnto em ágar-sangue (+) (-) (+) (-) Bacteroides fragilis Pigmento (+) (-) Haemoplhilus resistente a vancomicina exige fumarato e formiato Campylobacter Legionella (+) (-) (+) (-) Prevotella Porphyromonas Bacteroides uerolyticus Fusobacterium Oxidase (-) (+) Fermenta glicose Fermenta glicose (+) (-) (+) (-) Crescimento em MacConkey Crescimento em MacConkey Aeromonas Alcaligenes Plesiomonas Brucella (+) (-) (+) (-) Vibrio Pseudomonas Pasteurella Bordetella Enterobacteriaceae Actinobacillus Acinetobacter Brucella Campylobacter Gardnerella Pseudomonas Franciscella Pseudomonas 35 Anexo 3: Bacilos Gram positivos 36 Anaeróbicos Aeróbicos Formadores de esporos Formadores de esporos (+) (-) (+) (-) Clostridium Actinomyces Bacillus Filamentosos Propionibacterium Eubacterium (+) (-) Bifidobacterium Nocardia catalase (+) (-) Corynebacterium Actinomyces Listeria Lactobacillus Erysipelothrix Bacilos álcool-ácido resistente Crescimento em 5 dias Crescimento acima de 15 dias Arilsulfatase Niacina (+) (-) (+) (-) M. foutuitum M.smegmatis M. tuberculosis M. phlei planas esféricas M.bovis M. kansasii M.avium-intracellulare 37 Anexo 4 Cocos Gram positivos 38 Cocos Gram positivos Aeróbicos Anaeróbicos Peptostreptococcus Catalase (+) (-) Coagulase Hemólise em ágar-sangue (+) (-) ou -hemólise -hemólise Staphylococus aureus Staphylococcus Enterococcus Streptococcus pyogenes Stomatococcus Streptococcus pneumoniae Streptococcus agalactiae Micrococcus Streptococcus. Mutans Streptococcus viridans Cocos Gram negativos Aeróbicos Anaeróbicos Neisseria Veilonella Moraxella 39 INFECÇÕES OCULARES DOENÇA BACTÉRIA VÍRUS FUNGO PARASITA Blefarite Staphylococcus aureus Conjuntivite, ceratite e cerato- conjuntivite Streptococcus pneumoniae Haemophilus infuenzae Haemophilus aegyptius Streptococcus pyogenes Staphylococcus aureus Chlamydia trachomatis Neisseria meningitidis Adenovírus Herpes simplex Varicella-Zoster Sarampo Fusarium sp Aspergillus sp Candida sp Acremoniumsp Oftalmia neonatorum Neisseria gonorrhoeae Chlamydia trachomatis Herpes simplex Endoftalmite Staphylococcus aureus Pseudomonas aeruginosa Bacilos gram negativos Candida sp Corioretinite Mycobacterium tuberculosis Herpes simplex Citomegalovirus Rubéola Histoplasma capsulatum Paracoccidioides brasiliensis Candida sp Toxoplasma gondii 40 INFECÇÕES DE OUVIDO DOENÇA BACTÉRIA VÍRUS FUNGO Otite externa Pseudomonas aeruginosa Proteus sp Escherichia coli Staphylococcus aureus Aspergillus sp Penicilluim sp Otite média aguda Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae Streptococcus pyogenes Staphylococcus aureus Branhamella catarrhalis Rhinovírus Influenza Enterovírus Otite média crônica (40% a infecção é mista) Pseudomonas aeruginosa Haemophilus influenzae Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Proteus sp Anaeróbios 41 INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO DOENÇA BACTÉRIA VÍRUS FUNGO Rinite Rhinovírus Adenovírus Coronavírus Parainfluenza Influenza Enterovírus Rhinosporidium seeberi (pólipos crônicos) Sinusite aguda Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae Streptococcus pyogenes Staphylococcus aureus Moraxella catarrhalis Rhinovírus Influenza Parainfluenza Adenovírus Sinusite crônica As mesmas da aguda associado com Pseudomonas sp. Bacilos gram negativos aeróbios Anaeróbios gram positivos e negativos Mucor sp Estomatite Fusobacterium sp Herpes simplex Coxsackie Candida sp Faringite ou Amigdalite Streptococcus pyogenes Corynebacterium diphtheriae Haemophilus influenzae Staphylococcus aureus Adenovírus Parainfluenza Influenza Enterovírus Epstein-Barr Laringotraqueo- bronquite Bordetella pertussis Haemophilus influenzae Parainfluenza Influenza Vírus sincício respiratório Sarampo 42 Pneumonia aguda Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae Staphylococcus aureus Klebsiella pneumoniae Outras Enterobacteriaceae Pseudomonas aeruginosa Anaeróbios mistos (aspiração) Legionella Mycoplasma pneumoniae Bacilos gram negativos (não fermentadores) Influenza Parainfluenza Adenovírus Virús sincício respiratório Sarampo Herpes Citomegalovírus Candida albicans Aspergillus sp Pneumocystis carinii* Pneumonia crônica Mycobacterium tuberculosis Outras Micobactérias Nocardia sp Paracoccidioides brasiliensis Histoplasma capsulatum Cryptococcus neoformans Blastomyces dermatitidis Coccidioides immitis Abscesso pulmonar e Empiema Staphylococcus aureus Streptococcus pneumoniae Pseudomonas aeruginosa Enterobacteriacea Mycobacterium tuberculosis Anaeróbios mistos Nocardia sp *Pneumocystis carinii: classificação incerta (fungo ou protozoário) 43 INFECÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL DOENÇA BACTÉRIA VÍRUS FUNGO PARASITA Meningite Streptococcus grupo B (RN) Escherichia coli (RN) Listeria monocytogenes (RN) Haemophilus influenzae Neisseria meningitidis Streptococcus pneumoniae Herpes simplex Citomegalovírus Sarampo Adenovírus Enterovírus Caxumba Cryptococcus neoformans Candida sp Abscessos cerebrais Staphylococcus aureus Pseudomonas aeruginosa Streptococcus pneumoniae Anaeróbios gram negativos Aspergillus sp Candida albicans Cladosporium bantianum Zigomicetos Encefalite Mycobacterium tuberculosis Treponema pallidum Leptospira sp Arbovírus Rabdovírus Poliovírus Sarampo Citomegalovírus Rubéola HIV Paracoccidioides brasiliensis Histoplasma capsulatum Coccidioides immitis Cryptococcus neoformans Toxoplasma gondii Taenia solium RN = recém-nascidos 44 INFECÇÕES DOS OSSOS E ARTICULAÇÕES DOENÇA BACTÉRIA VÍRUS FUNGO Osteomielite aguda Staphylococcus aureus Escherichia coli Klebsiella sp Proteus sp Pseudomonas aeruginosa Streptococcus sp Anaeróbios Osteomielite crônica Mycobacterium tuberculosis Treponema pallidum Nocardia sp (Micetoma) Paracoccidioides brasiliensis Histoplasma capsulatum Sporothrix schenckii Fungos de eumicetoma Artrite séptica aguda Staphylococcus aureus Streptococcus pneumoniae Streptococcus pyogenes Haemophilus influenzae Neisseria meningitidis Epstein-Barr Sarampo Rubéola Flavivirus Candida sp Artrite séptica crônica Mycobacterium tuberculosis Treponema pallidum Paracoccidioides brasiliensis Sporothrix schenckii 45 INFECÇÃO DO SISTEMA VASCULAR E SEPIS DOENÇA BACTÉRIA VÍRUS FUNGO Endocardite Streptococcus viridans Streptococcus grupo D (enterococo) Staphylococcus aureus Staphylococcus epidermidis Enterobacteriaceae Pseudomonas sp Candida sp Aspergillus sp Tromboflebites superfíciais Staphylococcus aureus Bacilos gram negativos aeróbios Tromboflebites profundas Bacteroides sp Streptococcus beta-hemolítico (A ou B) Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae Staphylococcus aureus Escherichia coli Zigomicetos Bacteremia por uso de cateter Staphylococcus epidermidis (flora pele) Staphylococcus aureus (flora pele) Enterobacteriaceae (fluídos) Pseudomonas sp (fluídos) Candida sp (flora pele) Rhodotorula sp (flora pele) 46 Bacteremia por infecção em sítio extravascular Haemophilus influenzae Neisseria meningitidis Streptococcus pneumoniae Streptococcus beta-hemolítico(A e B) Staphylococcus aureus Pseudomonas aeruginosa Enterobacteriaceae Bacteroides fragilis Clostridium sp Acinetobacter sp Brucella sp Salmonella typhi Leptospira sp Listeria sp Treponema pallidum Ricketsia sp Borrelia sp Flavivirus Epstein-Barr Sarampo Poliovirus Caxumba Rubéola Citomegalovirus Hepatite B Candida sp Cryptococcus neoformans Zigomicetos Aspergillus sp Fusarium sp 47 INFECÇÕES DA PELE DOENÇA BACTÉRIA VÍRUS FUNGO PARASITA Glândulas sebáceas Propionibacterium acnes Staphylococcus aureus Folículo piloso e pelos Staphylococcus aureus (foliculite e furúnculo) Pseudomonas aeruginosa Candida albicans Dermatófitos Trichosporon beigelii Unhas Staphylococcus aureus Herpes simplex Candida albicans Dermatófitos Epiderme Staphylococcus aureus (impetigo) Streptococcus pyogenes (impetigo) Herpes simplex Varicella-Zoster Sarampo Rubéola Papovavírus Candida albicans Malassezia furfur (Pitiríase) Dermatófitos (Tinea) Derme e/ou Subcutâneo Streptococcus pyogenes (ectima, erisipela, celulite) Staphylococcus aureus (celulite) Mycobacterium tuberculosis Mycobacterium leprae Treponema pallidum (1ª e 2ª) Haemophilus ducreyi Bacilos gram negativos(celulite) Anaeróbios (celulite) Clostridium tetani* Paracoccidioides brasiliensis Histoplasma capsulatum Sporothrix schenckii Cromomicetos Cryptococcus neoformans Agentes de micetomas Leishmania donovani Sarcoptes scabiei *A pele é a porta de entrada desse microrganismo que produz uma exotoxina com efeitos na transmissão dos impulsos nervosos. 48 INFECÇÕES DO TRATO GASTRO-INTESTINAL DOENÇA BACTÉRIA VÍRUS FUNGO PARASITA Diarreia e/ou disenteria infecciosa E.coli (EPEC, ETEC, EHEC, EIEC, EAEC) Shigella sp Salmonella sp Yersinia enterocolitica Campylobacter sp Vibrio cholerae Clostridium difficile Staphylococcus aureus Rotavírus Coronavírus Adenovírus Calicivirus Candida sp Giardia lamblia Entamoeba histolytica Cryptosporidium sp Diarréia tóxica Staphylococcus aureus Clostridium botulinum Micotoxinas produzida por diversos fungos Hepatite aguda e/ou crônica Leptospira sp Salmonella typhi Vírus A,B,C,D,E Hepatite granulomatosa Mycobacterium tuberculosis Treponema pallidum Brucella sp Borrelia sp Rickettsiasp Flavivirus (febre amarela) Citomegalovírus Epstein-Barr Paracoccidioides brasiliensis Histoplasma capsulatum Candida sp Toxoplasma gondii Leishmania donovani Schistosoma mansoni Abscessos intra- abdominais e peritonites Microbiota normal (aeróbica e anaeróbica) de sítios violados Contaminação operatória 49 INFECÇÕES DO TRATO GÊNITO-URINÁRIO DOENÇA BACTÉRIA VÍRUS FUNGO PARASITA Uretrite Neisseria gonorrhoeae Chlamydia trachomatis Ureaplasma urealyticum Herpes simplex Cistite Escherichia coli Staphylococcus saprophyticus Streptococcus faecalis Proteus sp, Klebsiella sp Enterobacter sp, Providencia sp Serratia sp, Morganella sp Pseudomonas aeruginosa Staphylococcus aureus Candia sp Pielonefrite aguda Enterobacteriaceae móveis e outros bacilos gram (-) geralmente associado a obstruções (via ascendente) Staphylococcus aureus (via hematogênica) Citomegalovírus Candida sp Pionefrite crônica Mycobacterium tuberculosis Leptospira sp Citomegalovírus Candida sp 50 Prostatite e Epididimite Enterobacteriaceae (E.coli) Pseudomonas aeruginosa Staphylococcus epidermidis Streptococcus faecalis Neisseria gonorrhoeae Chlamydia trachomatis Vaginite Gardnerella vaginalis Herpes simplex Candida sp Trichomonas vaginalis Cervicite, Endometrite, Salpingite Neisseria gonorrhoeae Chlamydia trachomatis Mycoplasma hominis Mycobacterium tuberculosis (crônica) Herpes simplex Papilomavírus Doença pélvica inflamatória Neisseria gonorrhoeae Chlamydia trachomatis Bacteroides fragilis Gram negativos intestinais Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes (pós manipulação cirúrgica) 51 DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS DOENÇA BACTÉRIA VÍRUS FUNGO PARASITA Vaginite Gardnerella vaginalis Herpes simplex Candida sp Trichomonas vaginalis Uretrite Chlamydia trachomatis Ureaplasma urealyticum Gonorréia Neisseria gonorrhoeae Sífilis Treponema pallidum Cancro duro Haemophilus ducreyi Granuloma inguinal (Donovanose) Calymmatobacterium granulomatis Linfaganuloma venéreo Chlamydia trachomatis Condiloma acumirado Papilomavírus AIDS Retrovírus (HIV) Hepatite Hepdnavírus (B) 52 INFECÇÕES EM PACIENTES IMUNOCOMPROMETIDOS TIPO DE COMPROMETIMENTO BACTÉRIA VÍRUS FUNGO PARASITA Diminuição do número ou função dos neutrófilos (fagocitose) Staphylococcus Streptococcus beta-hemolítico Enterobacteriaceae Pseudomonas Legionella Aspergillus Candida Cryptococcus neoformans Diminuição da resposta imune humoral e déficit do sistema complemento Streptococcus pneumoniae Haemophilus influenzae Streptococcus beta-hemolítico Pseudomonas Enterovírus Pneumocystes carinii* Diminuição da resposta imune celular Mycobacteria sp Salmonella sp Listeria monocytogenes Herpes simplex Varicella-zoster Citomegalovírus Epstein-Barr Adenovírus Candida Cryptococcus neoformans Paracoccidioides brasiliensis Histoplasma capsulatum Sporothrix schenckii Aspergillus Toxoplasma gondii Pneumocystes carinii* Strongiloides stercorales *Pneumocystes carinii: classificação incerta (fungo ou protozoário) 53 INFECÇÕES HOSPITALARES (Patógenos mais comuns) LOCAL BACTÉRIA VÍRUS FUNGO Manipulação venosa Staphylococcus aureus Staphylococcus epidermidis Escherichia coli Klebsiella sp Hepatite B Candida sp Rhodotorula sp Ferida cirúrgica Staphylococcus aureus Pseudomonas aeruginosa Escherichia coli Outros bacilos gram-negativos Trato respiratório baixo Klebsiella sp Staphylococcus aureus Pseudomonas aeruginosa Acinetobacter sp Aspergillus sp Fusarium sp Candida sp Trato urinário Escherichia coli Streptococcus faecalis Pseudomonas aeruginosa Outros bacilos gram-negativos Candida sp Cutâneo Staphylococcus aureus Varicella-zoster Rubéola
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