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VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Doenças da Adrenal – parte 2 A medula adrenal ocupa a porção central da glândula adrenal. As células adrenomedulares são denominadas células cromafins. As catecolaminas afetam muitos processos cardiovasculares e metabólicos, incluindo o aumento da frequência cardíaca, da pressão sanguínea, da contratilidade miocárdica e da velocidade da condução cardíaca. Receptores específicos (α e β) medeiam as ações biológicas. Feocromocitoma Tumor Secretor de catecolaminas (Células Cromafins) - Produção anômala de catecolaminas na Medula adrenal chama-se Feocromocitoma. - Produção anômala de catecolaminas nos Gânglios simpáticos chama-se Paraganglioma Simpático. São tumores raros: Incidência anual é de 2-8 casos/milhão de pessoas. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Diferenciação pela associação com: - Neoplasias e Doenças Associadas; - Risco de malignidade; - Teste genético. Screening de HAS secundária (Feocromocitoma é uma importante causa de HAS secundária). Incidentaloma adrenal (até 60% dos casos o diagnóstico do Feocromocitoma é feito de forma incidental). Frequência semelhante entre homens e mulheres. Tumores Esporádicos: - Sinais e sintomas ocorrem mais em adultos; - Achados de Exames de Imagem - Incidentaloma - até 60% dos casos. Formas Genéticas e associado a Síndromes Genéticas: - 15-30% mutação em células germinativas. - Caráter hereditário. - Acomete mais a população JOVEM. - Neoplasia Endócrina Múltipla (NEM): • 2A Feocromocitoma, Carcinoma Medular Tireoide, Hiperparatireoidismo 1ª, Líquen amiloide cutâneo. • 2B Feocromocitoma, Carcinoma Medular Tireoide, Neuromas da mucosa. - Doença de Von Hippel-Lindau (quistos e neoplasias múltiplas, transmissível de forma autossômica dominante). - Neurofibromatose tipo 1. - Paraganglioma Familiar. Manifestações clínicas do Feocromocitoma: Acometimento principalmente na 3ª a 5ª décadas de vida. Quando os sintomas estão presentes, eles são devido aos efeitos farmacológicos das concentrações excessivas de catecolaminas circulantes. Hipertensão arterial Sustentada ou Paroxística. Sintomas paroxísticos (crises): - Duração média de 15 a 20 minutos. - Cefaleia / Tremor / Palpitação / Palidez cutânea / Sudorese. - Pressão forte tórax / epigastro falta de ar cefaleia latejante palpitação vasoconstrição periférica mão e pés frios + palidez cutânea. Outro Achados: hiperglicemia, hipercalcemia, Fenômeno de Raynaud (extremidades frias e cianóticas – pode estar relacionado com artrite reumatóide e vasculite), livedo reticular (rendilhado na pele por alterações da vasculatura periférica), Síndrome de Cushing, constipação, diarréia aquosa. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Paciente de ALTO risco: História familiar de feocromocitoma. Síndromes genéticas predispositoras. Antecedente de feocromocitoma. Achado ocasional (massa adrenal). Pacientes de BAIXO risco: Hipertensão resistente (não responde ao tratamento habitual). Síndrome clássica. Diagnóstico: Metanefrinas: metabólito das catecolaminas, com sensibilidade maior do que as catecolaminas em si. O diagnóstico deve ser confirmado bioquimicamente por meio de um aumento das concentrações das metanefrinas fracionadas no plasma ou das catecolaminas e metanefrinas fracionadas na coleta de urina de 24 horas. Os estudos de localização não deveriam iniciar até que os estudos bioquímicos tenham confirmado o diagnóstico de um tumor secretor de catecolaminas. A geração de imagens das glândulas adrenais e do abdome auxiliadas por computador com RM ou TC deve constituir o primeiro exame de localização. Aproximadamente 85% desses tumores são encontrados nas glândulas adrenais e 95% encontrados no abdome. Se os resultados das imagens abdominais forem normais, a localização cintilográfica com metaiodobenzilguanidina marcada com 123I (123I-MIBG) está indicada. Este agente radiofarmacêutico se acumula preferencialmente nos tumores produtores de catecolaminas. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C - Métodos de medicina nuclear, ex: flúor 18 (rádio isótopo captado pelos processos neoplásicos). - MIBG é mais específico para as catecolaminas. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Tratamento Ressecção cirúrgica (paciente deve estar com a pressão controlada para ser encaminhado a cirurgia). - Primeiro é dado alfa adrenérgico e só depois os beta-bloqueadores (uma vez que dar beta-bloqueador de cara pode causar hipotensão). - Dieta rica em sódio no pré-operatório, pois o paciente pode fazer hipotensão. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C CASO CLÍNICO Insuficiência Adrenal A insuficiência adrenal é uma síndrome clínica decorrente da perda parcial ou completa da capacidade de secreção dos esteroides adrenocorticais pelas adrenais. - Insuficiência Adrenal Primária Doença da própria glândula adrenal = 40% casos / Prevalência 9,2 a 14,4 casos / 100.000 habitantes Insuficiência Adrenal Secundária Doença hipotalâmica-hipofisária = 60% casos / Prevalência de 150 a 280 casos por 1 milhão pessoas. Afeta, principalmente, pacientes do sexo feminino entre a quarta e a sexta década de vida. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C A insuficiência adrenal é uma síndrome clínica decorrente da deficiência de produção de cortisol. Pode ser classificada em primária ou secundária de acordo sua origem. A insuficiência adrenal primária ocasiona a deficiência de glicocorticoides, mineralocorticoides e andrógenos, sendo oriunda de patologias que destroem o córtex adrenal, que alteram o seu desenvolvimento ou que interferem na síntese de esteroides adrenais. Na insuficiência adrenal secundária, a deficiência é apenas de glicocorticoides e ocorre devido uma produção reduzida do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH), resultante de uma patologia hipofisária ou hipotalâmica. A fisiopatologia da insuficiência adrenal primária é marcada por destruição de mais de 90% do córtex da adrenal, cursando com queda de glicocorticoides, mineralocorticoides e andrógenos. Pela falta do feedback destes hormônios com seus reguladores, ocorre consequente aumento do ACTH na tentativa de estimular a produção adrenal de cortisol. Na insuficiência adrenal secundária há a redução da produção de ACTH e/ou de hormônio liberador de corticotrofina (CRH) devido a patologias do eixo hipotálamo- -hipofisário, que são frequentemente associadas ao uso crônico de glicocorticoides. O déficit crônico de ACTH gera atrofia das camadas fasciculada (produtoras de cortisol) e reticulada (produtora de andrógenos), mas a camada glomerulosa (produtora de aldosterona), por estar sob o comando principal do SRAA e não do ACTH, se mantém intacta. Observam-se, geralmente, baixos níveis de cortisol e DHEA, com renina e aldosterona normais nos casos de insuficiência adrenal secundária. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Insuficiência Adrenal Primária A insuficiência adrenal primária é mais comumente causada por adrenalite autoimune. A adrenalite autoimune isolada (Doença de Addison) responde por 30 a 40% dos casos, enquanto 60 a 70% desenvolvem insuficiência adrenal como parte das síndromes poliglandulares autoimunes (SPA). Insuficiência Adrenal Secundária VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Manifestações clínicas da Insuficiência Adrenal: Sinais e sintomas progressivo e insidioso. Deficiência de Glicocorticoides: Mal estar, fadiga, anorexia, perda de peso, náuseas, vômitos, hipoglicemias, hipotensão, SIADH. Deficiência de Mineralocorticoides (APENAS NA INFUFICIÊNCIA ADRENAL PRIMÁRIA): Taquicardia postural, hipotensão postural, hipotensão arterial basal, hipovolemia, avidez por sal. Deficiência de Androgênios: Diminuição de libido e pilificação axilar e pubiana em mulheres. Insuficiência Adrenal Primária: Hiperpigmentação em áreas foto expostas, dobras e traumas. Pode ocorrer em mucosas e genitália9. Cortisol sérico basal: O cortisol sérico basal, coletado entre 8 e 9h, deve ser o primeiro exame a ser solicitado. Valores menores ou igual a 3 mg/dL confirmam o diagnóstico de insuficiência adrenal, assim como valores acima de 18 mg/dL praticamente excluem este diagnóstico. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Teste da cortisona: Estimulação da adrenal por meio do ACTH sintético, se o cortisol continuar baixo após essa estimulação, significa insuficiência adrenal. Amostras para dosagens de cortisol sérico são coletadas antes e após administração de 250 mg via IV ou IM de ACTH exógeno, nos tempos 0, 30 ou 60 minutos. Valores de pico de cortisol maiores ou iguais a 18 mg/dL indicam função adrenal normal, enquanto um pico de cortisol menor que 18 mg/dL é indicativo de insuficiência adrenal, porém não discriminado se é primária ou secundária. Teste da tolerância a insulina: Cortisol abaixo de 18 com glicemia acima de 40 confirma insuficiência adrenal. O teste baseia-se no fato de que a hipoglicemia é um potente estimulador do eixo HHSR. Consiste na administração de 0,1 unidade/Kg/IV de insulina regular e dosagens de cortisol nos tempos basal, 60 e 90 minutos. A glicemia deve atingir o valor de 40 mg/dL ou menos para o teste ser considerado efetivo. Considera-se a resposta normal do cortisol um pico maior ou igual a 18 mg/dL. VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C Monitoramento do tratamento VITÓRIA CORREIA MOURA – T4C
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