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120 Unidade IV Unidade IV 7 EDUCAÇÃO CORPORATIVA E DESENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Com todo cenário de transformação no mercado de trabalho, as empresas têm a preocupação de planejar e implementar mudanças que propiciem o melhor desempenho dos colaboradores na organização, deixando‑a mais competitiva. Quando tratamos de desenvolvimento organizacional, nos remetemos às décadas de 1960 e 1970, quando o desenvolvimento ganhou forma e força, originando metodologias e objetivos para melhorar o desempenho das empresas. Chiavenato (2021, p. 168) define desenvolvimento organizacional “como um esforço de longo prazo, apoiado pela alta direção, com o propósito de melhorar os processos de resolução de problemas e de renovação organizacional [...]”. Desenvolvimento organizacional é a aplicação de diversas técnicas comportamentais buscando melhorar a condição e a eficiência da empresa para que esta possa se adequar a ambientes em constante processo de transformação, procurando solucionar seus problemas e adequar sua realidade. Observação A base dessa transformação é o conhecimento, vivemos na era em que aprender e dominar algo significa poder. Assim, conhecendo essa máxima, as empresas tendem a investir para sobreviver em um mercado altamente competitivo. Paralelamente ao processo, temos cunhado de desenvolvimento organizacional o termo educação corporativa. Que representa uma estratégia voltada para a gestão de pessoas da empresa, em que habilidades devem ser desenvolvidas em favor do contexto organizacional sempre em mutação. Isso significa que a prática vai muito além de oferecer treinamentos ou simplesmente qualificar a mão de obra. A promoção de cursos de capacitação tem como principal objetivo elevar as competências de cada colaborador, de acordo com os interesses e as necessidades da companhia e do mercado de trabalho. Segundo Martins e Fuerth (2016 apud CASADO; GENES, 2017, p. 20): “a globalização e a expansão das fronteiras organizacionais requerem uma dinâmica de competências e uma crescente gestão do conhecimento, forçando a consolidação do conhecimento organizacional e da inteligência competitiva”. 121 GESTÃO DO CONHECIMENTO A educação corporativa é um sistema de desenvolvimento de pessoas pautado pela gestão de indivíduos por competências, visando a atualização constante do conhecimento circulante nas empresas. 7.1 Gestão do conhecimento Devemos conceituar dado, informação e conhecimento para que possamos compreender a gestão do conhecimento, uma vez que é comum tratar esses conceitos como sinônimos. Dado, por exemplo, quer dizer material de nível simbólico, de codificação alfanumérico e móvel, que pode ser armazenado sem consideração quanto ao seu significado. Em uma organização, trata‑se do registro de um determinado evento para o sistema. Genericamente, ele pode ser definido como um “conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos” (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). É informação bruta, descrição exata de algo ou de algum evento. Os dados são importantes por serem a matéria‑prima essencial para a criação da informação. Dependendo do contexto, seu significado pode ser diferente. Informação, por sua vez, é a disposição organizada de dados, que cria padrões e ativa significados na mente de uma pessoa. Pode ser representada por palavras, imagens e sons e possui uma dinâmica. Trata‑se de um conjunto de dados com uma determinada acepção para o sistema. Segundo Drucker (1999, p. 32), informação é composta de “dados interpretados, dotados de relevância e propósito”. É um fluxo de mensagens, um produto capaz de gerar conhecimento. Ou seja, é um meio ou material necessário para extrair e construir o conhecimento. Setzer (2004) diz que dados são abstrações formais quantificadas, que podem ser armazenadas e processadas por computador. Informações são abstrações informais (não podem ser formalizadas segundo uma teoria matemática ou lógica) que representam, por meio de palavras, sons ou imagem, algum significado para alguém. Informações podem ser armazenadas em computador, mas não podem ser processadas (para isso seria preciso quantificá‑las, reduzindo‑as a dados). Segundo o autor, conhecimento é uma abstração interna e pessoal gerada a partir da experiência. Nesse sentido, não pode ser completamente descrito, representado, caso contrário seria apenas informação. Para Stewart (1998), muitos especialistas partem da ideia de que o conhecimento pode ser dividido em uma hierarquia que inclui de dados à sabedoria. No entanto, o que é um conhecimento para uma pessoa, pode ser um dado para outra. Em sua visão “os ativos do conhecimento, assim como dinheiro e/ou equipamentos, existem e só vale a pena cultivá‑los no contexto da estratégia”. Drucker enfatiza que a época atual é um período de transformação que envolve toda a civilização, em que o conhecimento, na chamada sociedade do conhecimento, é o recurso essencial para os indivíduos e para a economia geral. A principal atividade de construção de valores em torno do negócio das organizações é a capacidade de análise, síntese e conversão de dados em informação e conhecimento. Conhecimento é o conteúdo agregado com valor do pensamento humano, derivado da percepção e manipulação inteligente de informações. Ele é transcendente e a base para a ação inteligente. Nesse 122 Unidade IV sentido, o acesso, a disponibilidade, o tratamento e a efetiva utilização da informação são de fundamental importância, uma vez que a informação é a matéria‑prima do conhecimento. Portanto, segundo Albrecht (2004), quem lida com dados e informações como matéria‑prima sem agregar valor significativo, por meio de seus próprios processos mentais, não é um trabalhador do conhecimento no sentido emergente do termo. Conforme a nova definição, muitas funções burocráticas não empregam mais conhecimentos do que tarefas manufatureiras de dificuldade moderada. Precisamos aprender a fazer outras diferenciações que no passado podem ter parecido meramente acadêmicas, mas que podem tornar‑se cada vez mais significativas. Devemos salientar, em especial, as diferenças entre conhecimento e a matéria‑prima da qual ele emerge, ou seja, os dados e as informações. O objetivo aqui é raciocinar a partir de uma pirâmide, ou hierarquia de conhecimentos, que ascende, em termos de valor agregado, a níveis progressivamente mais altos. Relembrando Conhecimento Conteúdo agregado derivado da manipulação inteligente de informações em um dado contexto Informação Dados analisados, valor agregado Dados Públicos e publicados Figura 10 7.1.1 A informação como base para o conhecimento Peter Drucker apud Davenport e Prusak (1998) definiu informação como “dados dotados de relevância e propósito”. Segundo ele, a informação requer análise, exige consenso em relação ao significado e necessariamente interação humana. Podemos dizer que se trata de um conjunto de dados com significado em um determinado contexto. Atualmente verificamos uma imensa produção de informação. No entanto, muitas organizações investem fábulas em tecnologias de informação que não parecem ter relação direta com o desempenho organizacional e continuam com problemas informacionais. Por quê? Precisamos, primeiramente, fazer uma distinção entre tecnologia da informação e gestão da informação. A tecnologia da informação está relacionada a softwares, hardwares, redes eletrônicas de comunicação etc. Tudo isso somente fará sentido se alinhado com os negócios da organização e se junto a todo o conjunto de informações da empresa for criada uma arquitetura tecnológica, capaz de dar suporte e servir como ferramenta e facilitadora de compartilhamento do conhecimento. 123 GESTÃO DO CONHECIMENTO Claro que os investimentos em tecnologia são necessários, mas não o suficiente para operar mudanças, uma vez que em uma visão ecológica da informação estamos falando “na maneira como as pessoas criam, distribuem, compreendem e usam a informação” (DAVENPORT; PRUSAK, 1998,p. 14). Para Drucker apud Davenport e Prusak (1998, p. 43), os executivos precisam aprender a fazer as perguntas: “De que tipo de informação necessito, sob que forma e quando? [...]”. As seguintes questões que também necessitam ser feitas são: “A quem devo que tipo de informação? Quando e onde?” O que acontece é que as organizações muitas vezes não prestam atenção à qualidade da informação necessária, e com isso trabalham ora com carência de informações, ora com informações desnecessárias. As autoras Gilda Carvalho e Márcia Tavares, em seu livro Informação & conhecimento: uma abordagem organizacional (2001, p. 13) trabalham o conceito de informação essencial como: ”aquela essencialmente útil ao negócio de uma organização e que se apresenta de forma limpa, racionalizada e sistematizada”. Para elas, a informação essencial é aquela que contribui diretamente para com o negócio da empresa e circula, dentro dela, de forma limpa (minimizando ao máximo o ruído e a veiculação de informações desnecessárias), sistematizada, construindo uma linguagem entendida por todos e com o mesmo sentido de interpretação, e racional com processos de trabalho e sistemas informacionais que reproduzam tal racionalidade. Davenport e Prusak (1998) afirmam que os gestores ecológicos da informação produzem ambientes informacionais, mobilizando estratégias, política e comportamentos ligados à informação, além do suporte a equipes e processos de trabalho. Enxergam de maneira holística não apenas o ambiente informacional imediato, mas o ambiente organizacional como um todo. Toda e qualquer organização, seja qual for o porte e o ramo de negócio, adota estratégias para alcançar os objetivos planejados, visando a direcionar e a coordenar esforços, a definir a estrutura e a sobreviver ao ambiente competitivo. Para Fernandes e Alves apud Araújo (2002), uma economia baseada em informação caracteriza‑se principalmente por dois fatores: • a informação cada vez mais é a base para a competição; • as necessidades do gerenciamento da informação devem acionar as alternativas tecnológicas. Assim sendo, elas afetam a estratégia tanto como um dado vital para o processo de planejamento quanto como uma variável essencial da definição da estratégia. Baseado nas informações do ambiente interno e externo, as organizações podem utilizar três estratégias competitivas: • Diferenciação de produtos/serviços: a informação é utilizada para desenvolver vantagem competitiva, gerando oportunidades de produtos/serviços. • Diferenciação do mercado: a informação é usada na abertura de novas possibilidades, uma vez que os produtos passam a competir em novos segmentos com um nível de igual ou superior competitividade. 124 Unidade IV • Manutenção dos custos de produção em níveis considerados baixos: a informação bem utilizada permite que a empresa possa oferecer seus produtos/serviços a preços considerados baixos no contexto do mercado sem, no entanto, prejudicar a qualidade. Uma definição estratégica passa necessariamente pelo processo decisório, e este também depende de informações oportunas com conteúdo adequado e confiável. A gestão da informação nas organizações funciona como o sistema nervoso central, uma vez que ela serve como base competitiva. Consequentemente, o sucesso organizacional dependerá da clara identificação feita pelos gerentes das informações essenciais que estejam alinhadas ao negócio. Segundo Drucker (1999), a informação é o recurso‑chave, que cria, cada vez mais, o elo com seus colegas de trabalho, com a organização e sua rede, além de possibilitar que os trabalhadores do conhecimento façam o seu trabalho. 7.1.2 O conhecimento A palavra conhecimento deriva do latim cognoscere, que significa conhecer pelos sentidos. Algumas teorias privilegiam as sensações e as impressões no processo de conhecimento, outras a associação de ideias e a cognição (LAROUSSE, 1999). O conhecimento deriva da informação, assim como esta deriva dos dados. Ele não é puro nem simples, mas é uma mistura de elementos; é fluido e formalmente estruturado; é intuitivo e, portanto, difícil de ser colocado em palavras ou de ser plenamente entendido em termos lógicos. Existe dentro das pessoas e por isso é complexo e imprevisível. Para Nonaka e Takeuchi (1997), o conhecimento é criado pelo fluxo de informações, porém, ancorado nas crenças e compromissos de seu detentor e está diretamente relacionado à ação humana, sendo sempre conhecimento com algum fim. Segundo Davenport e Prusak (1998, p. 6), “o conhecimento pode ser comparado a um sistema vivo que cresce e se modifica à medida que interage com o meio ambiente”. Drucker (1997, p. 214) enfatiza que o “conhecimento é informação que modifica algo ou alguém, seja inspirando ação, seja tornando uma pessoa (ou uma instituição) capaz de agir de maneira diferente e mais eficaz”. Por outro lado, Carvalho e Tavares (2001) afirmam que a informação precisa ser organizada de um modo lógico, que permita a produção de um novo entendimento e, com isso, conhecer irá implicar a capacidade interpretativa do homem. Como as pessoas são diferentes e carregam histórias, crenças, valores distintos, isso acarretará reações diversas frente a um mesmo assunto. O conhecimento será produzido e adquirido pelas pessoas e organizações de acordo com suas emoções, interesses e motivações. Talvez isso possa explicar o motivo de as definições do termo conduzirem à ação e que o simples fato de possuir informação não a transforma em conhecimento, uma vez que ela precisa ser interpretada, contextualizada e conduzir à ação. Von Krogh, Nonaka e Ichijo Krogh (2001) afirmam que o conhecimento em si é mutável e pode assumir vários aspectos em diferentes organizações, defendendo três pontos: • O conhecimento é crença verdadeira e justificada: é uma construção da realidade, que se faz a partir das crenças, da sensibilidade e da experiência individual. 125 GESTÃO DO CONHECIMENTO • O conhecimento é tácito e explícito: existe um tipo de conhecimento que se pode expressar, enquanto outras de suas formas estão vinculadas aos sentidos, a algo individual, difícil de descrever (o próximo tópico trata com mais detalhes os tipos de conhecimento). • A eficácia da criação do conhecimento depende de um contexto capacitante: um espaço compartilhado que fomente novos relacionamentos. Portanto, para Von Krogh, Nonaka e Ichijo Krogh (2001, p. 16), “o conhecimento é dinâmico, relacional e baseado na ação humana; depende da situação e das pessoas envolvidas, e não de verdades absolutas e fatos tangíveis”. Podemos observar nessas definições, que, apesar de partirem de pressupostos diferentes, o princípio é um só: conhecimento é algo mutável com o tempo e na visão de cada indivíduo que o detém. Em nenhum momento uma definição contradiz a outra, apenas a complementa. Saiba mais Para observar alguns dos desafios da gestão de conhecimento, leia: GESTÃO do conhecimento: o que é e por que aplicá‑la na sua empresa. Humantech, 29 mar. 2018. Disponível em: https://bit.ly/2VuuefT. Acesso em: 18 jul. 2022. 7.1.3 Tipos de conhecimento Michael Polanyi apud Melo et al. (2019) foi o primeiro autor a estabelecer uma distinção entre dois tipos de conhecimento: o tácito e o explícito. O que ele defende é que os seres humanos adquirem conhecimentos criando e organizando ativamente suas experiências. Conhecimento tácito refere‑se a elementos cognitivos e técnicos, é subjetivo e representa o conhecimento da experiência. Já conhecimento explícito é o conhecimento da racionalidade e da objetividade. Ele pode ser articulado na linguagem formal, inclusive em afirmações gramaticais, expressões matemáticas, especificações, manuais etc., sendo facilmente transmitido, sistematizado e comunicado. Esse foi o modo dominante de conhecimento na tradição filosófica ocidental. O conhecimento tácito é difícil de ser articulado na linguagem formal. Trata‑se do conhecimento pessoal incorporado à experiência individual e envolvefatores intangíveis como, por exemplo, crenças pessoais, perspectivas, sistema de valor, insights, intuições, emoções, habilidades. É considerado como uma fonte importante de competitividade entre as organizações. Vejamos a seguir uma figura apresentando as diferenças entre as formas de conhecimento. 126 Unidade IV É intangível. É pessoal, incorporado à experiência individual. Só pode ser transmitido pela vivência, pela prática É tangível. Pode ser articulado em linguagem formal, através de descrições, manuais, especificações, expressões etc. Facilmente transmitido Conhecimento explícito Conhecimento tácito Conhecimento Figura 11 Nonaka e Takeuchi (1997) trabalharam esses conceitos propondo um modelo dinâmico de interação entre ambos os conhecimentos. Stewart (1998) e Terra (2001) adotam o conceito de Nonaka sobre os tipos de conhecimento: “alguém que deseje investir em pessoas inteligentes ou gerenciá‑las – esse material intelectual precisa ser formalizado, capturado e alavancado a fim de gerar um ativo de maior valor” (STEWART, 1998, p. 61). Terra (2001) considera que o trabalho de Nonaka e Takeuchi (1997), The knowledge‑creating company, foi, por sua vez, aquele que provavelmente, mais do que qualquer outro, conseguiu desenvolver um modelo coerente, capaz de associar o processo de inovação aos conhecimentos tácitos e explícitos existentes em uma corporação. Os conhecimentos tácitos e explícitos são unidades estruturais básicas que se complementam e a interação entre eles é a principal dinâmica da criação do conhecimento na organização de negócios. Conforme Araújo de Carvalho reforça (2012, p. 21): A gestão do conhecimento não torna a organização capaz de criar conhecimento com hora marcada. O que ela faz é propiciar a gestão sistêmica do processo de criação de conhecimento. Quando não acontece “no susto”, esse processo tende a ser mais eficaz e eficiente para todos os envolvidos. 7.1.4 Identificação, criação e socialização do conhecimento Lembrando que Carvalho e Tavares (2001) sustentam que informação é a base do conhecimento e que, portanto, somente devem ser incorporadas ao ambiente organizacional as informações essenciais ao negócio da empresa. Elas deverão estar prontas para serem interpretadas diante dos contextos organizacionais. Para Von Krogh, Nonaka e Ichijo Krogh (2001), a instituição criadora de conhecimento envolve tanto ideias quanto ideais e isso fomentará a inovação. 127 GESTÃO DO CONHECIMENTO Criar novos conhecimentos será recriar a organização e todas as pessoas que a compõem. Segundo Nonaka e Takeuchi (1997), para se tornar uma “empresa que gera conhecimento” (knowledge‑creating company), a organização deve completar uma “espiral do conhecimento”, espiral esta que vai de tácito para tácito, de explícito para explícito, de tácito para explícito, e finalmente, de explícito para tácito. A conversão do conhecimento poderá ser feita de quatro maneiras, conforme a definição a seguir: • Socialização (conhecimento tácito para tácito): a transferência do conhecimento tácito se dá através do compartilhamento de experiências, da observação e da imitação. Isoladamente, ela é uma forma limitada de criação de conhecimento, pois, embora o aprendiz absorva as habilidades do mestre, nenhum dos dois agrega qualquer insight sistemático ao conhecimento do ofício. Na prática, ocorreria por intermédio de atividades como: sessões informais, brainstormings e interações com clientes. Como esse conhecimento não se torna explícito, fica difícil para a organização alavancá‑lo. • Combinação (conhecimento explícito para explícito): é o processo de sistematização de conceitos existentes em um novo sistema de conhecimentos. Essa combinação não amplia a base de conhecimentos já existentes. Como exemplo, pode‑se dizer que quando alguém na organização coleta informações de todos e as transforma em um relatório, essa pessoa está sintetizando ou combinando informações de várias fontes diferentes. • Externalização (conhecimento tácito para explícito): modelos mentais individuais e habilidades são transformados em conceitos comuns. Ocorre uma interação entre o compartilhamento dos modelos mentais e a análise quando se consegue desenvolver uma abordagem inovadora com base em conhecimentos tácitos desenvolvidos ao longo dos anos. • Internalização (conhecimento explícito para tácito): trata‑se de vivenciar o resultado prático de um novo conhecimento. É um exercício continuado e um processo de autoaprimoramento que está relacionado com o aprender fazendo. Na medida em que um conhecimento é explicitado e compartilhado, outras pessoas começam a internalizá‑lo, ou seja, utilizam‑no para ampliar, estender e reformular seus próprios conhecimentos tácitos. Portanto, o conhecimento deve ser articulado e então internalizado para se tornar parte da base de conhecimento de cada pessoa. Sempre que se caminha na espiral, pois ela deve ser recomeçada depois de ter sido completada, a aplicação do conhecimento é ampliada em outras áreas da organização. Para os autores (1997), na empresa criadora de conhecimento, todos os quatro padrões estão presentes, em constante interação dinâmica, constituindo uma espécie de espiral, conforme a figura a seguir: 128 Unidade IV Dimensão epistemológica Conhecimento explícito Conhecimento tático Externalização Combinação Dimensão ontológica Socialização Internalização Nível de conhecimento Individual Grupo Organização Interorganização Figura 12 – Espiral da criação do conhecimento organizacional Adaptada de: Nonaka e Takeuchi (1997). Exemplificando: Externalização (modelos) Explícito Combinação (reuniões, documentos formais) Internalização (vivência de resultado prático) Tático Socialização (brainstormings) Tático Explícito Figura 13 – Conversão do conhecimento Adaptada de: Nonaka e Takeuchi (1997). Os autores creem que a externalização (conversão do conhecimento tácito para o explícito) e a internalização (uso do conhecimento explícito para ampliação do conhecimento tácito) são as fases críticas da espiral do conhecimento, pois ambas exigem o envolvimento ativo do eu – o comprometimento pessoal. 129 GESTÃO DO CONHECIMENTO Para a promoção da espiral de criação do conhecimento, os autores identificam cinco condições em âmbito organizacional: • Intenção: aspiração da organização às suas metas. • Autonomia: ação das pessoas de forma autônoma de acordo com as circunstâncias. • Flutuação e caos criativo: hábitos ou estruturas cognitivas, colapso. • Redundância: superposição intencional de informações sobre a empresa. • Variedade de requisitos: acesso de forma rápida a um número maior de informações necessárias percorrendo o menor caminho. Além de uma estrutura organizacional adequada e de um estilo gerencial facilitador para a criação do conhecimento, esse processo deverá passar por cinco fases: • Compartilhamento do conhecimento tácito. • Criação de conceitos. • Justificação dos conceitos. • Construção de um modelo. • Difusão interativa do conhecimento. Garvin (2000, p. 52) questiona Nonaka quando de sua seguinte afirmação: “a invenção de novos conhecimentos não é uma atividade especializada, é uma forma de comportamento; na verdade um modo de ser, em que todos são trabalhadores do conhecimento”. Para ele, essa definição não oferece referencial para a ação, sendo apenas recomendações abstratas e sem respostas para muitas questões. Segundo o autor (2000, p. 55), o desenvolvimento do aprendizado se inicia principalmente a partir de novas ideias e, que as organizações que aprendem são habilidosas em cinco atividades principais: solução de problemas de maneira sistematizada, experimentação de novas abordagens, aprendizado com as próprias experiências e antecedentes, aprendizado com as experiências e melhores práticas alheias, e transferência rápida e eficiente do conhecimento em toda a companhia. Stewart (1998) entende que os ativos de conhecimento de uma empresaestão em três elementos – capital humano, estrutural e do cliente – e é aí que se deve procurar o capital intelectual da instituição, pois, quando se pensa em categorias, é possível fazer perguntas que permitam identificar tanto o conhecimento tácito quanto o explícito. 130 Unidade IV Para ele, a distinção entre capital humano e estrutural é fundamental na medida em que o capital humano é uma importante fonte de inovação e renovação. Davenport e Prusak (1998) alegam que o conhecimento tem origem e é aplicado na mente dos conhecedores e que, nas organizações, ele costuma estar embutido não apenas em documentos ou repositórios, mas em rotinas, em processos, em práticas e em normas organizacionais. Conforme os autores, a criação do conhecimento leva à inovação contínua, gerando a vantagem competitiva para as organizações. Para tanto, a organização precisa desenvolver uma cultura de inovação, reconhecendo que o grupo responsável precisa ser inspirado, protegido e provido com autonomia e recursos. Até agora foram abordadas a identificação e a criação do conhecimento na organização, mas torna‑se importante lembrar que é preciso saber identificar o conhecimento externo. A absorção do conhecimento externo e seu aproveitamento pela organização são uma poderosa fonte de vantagem competitiva. Na teoria de Nonaka e Takeuchi (1997), são considerados os diversos níveis criadores de conhecimento (individual, grupal, organizacional e Inter organizacional). Embora os vários autores tratem a questão da identificação e criação do conhecimento de forma diferente, todos reconhecem que a criação do conhecimento consiste, basicamente, em: • transformar o conhecimento tácito em conhecimento explícito; • converter os conhecimentos individuais em conhecimento coletivo organizacional; • não apenas investir em criação de conhecimento, mas aproveitar o novo conhecimento gerado; • criar mecanismos que possam oportunizar a transferência e o compartilhamento, tendo em vista um melhor desempenho organizacional. Transferência e compartilhamento ou socialização do conhecimento Talvez seja importante nesse primeiro momento buscar as definições de transferência e compartilhamento, já que muitas vezes essas duas palavras têm sido utilizadas com um mesmo significado. Segundo o dicionário Larousse Cultural (1999): • Transferir: passar para adiar, deslocar, envolvendo as ações de transmitir (comunicação). • Compartilhar: partilhar com, tomar parte em, envolvendo a ação de participar. Ao analisarmos as duas palavras, podemos entender que transferir conhecimento irá nos remeter a uma ação muito mais unilateral, ao passo que compartilhar implica numa ação coletiva. Garvin (2000) faz a junção dos dois termos quando diz que as ideias geram um impacto maior na medida em que são transferidas, assimiladas por outras pessoas, compartilhadas e não quando enclausuradas nas mentes dos indivíduos. 131 GESTÃO DO CONHECIMENTO Para Stewart (1998), compartilhar e transmitir conhecimento – alavancá‑lo – exige ativos intelectuais estruturais, como sistemas de informação, laboratórios, inteligência competitiva e de mercado, conhecimento dos canais de mercado e foco gerencial, que transformam o know‑how individual em propriedade de um grupo. Retornando à espiral do conhecimento desenvolvida por Nonaka e Takeuchi (1997), o conhecimento tácito será compartilhado através da socialização da equipe. Esse conhecimento está ligado à experiência pessoal e por isso tornasse difícil transferi‑lo. Entre as formas de compartilhar o conhecimento tácito, pode‑se citar: a troca de experiências, observações e imitações, experimentação, comparação e execução conjunta. Quando as empresas falam em transferir e compartilhar conhecimento, logo pensam em tecnologia, mas a organização precisa estar atenta aos aspectos tácitos do conhecimento e ao fato de que as pessoas precisam estar motivadas para transferir e usar os conhecimentos provenientes de outros lugares. Portanto, as instituições necessitam fomentar o conhecimento tácito, criar processos de interação humana e trabalhar na construção de relacionamentos através de um contexto capacitante. Mas onde está o conhecimento nas organizações? Estratégia empresarial O que queremos hoje e onde queremos chegar Grandes linhas de atuação da empresa O que fazer e como fazer Como realizar uma tarefa Políticas e diretrizes Processos e procedimentos Tarefas e instruções de trabalho Figura 14 – Conhecimento na organização O conhecimento na organização está tanto na definição de onde estamos como naquela de onde queremos chegar, desdobrado nas políticas e diretrizes, que resultam em processos e procedimentos e no passo a passo de como realizar uma tarefa. 132 Unidade IV 7.1.5 Processo de gestão do conhecimento A gestão do conhecimento é um processo focado na estratégia empresarial e envolve a gestão do capital intelectual, a inteligência competitiva, a gestão de competências, o sistema de educação corporativa e a aprendizagem organizacional. Na figura a seguir estão abordados cada um dos cinco componentes do processo de gestão do conhecimento. Sistema de inteligência competitiva Sistema de aprendizagem organizacional Sistema de educação corporativa Gestão do capital intelectual Gestão de competência Figura 15 – O processo de gestão do conhecimento 7.2 Gestão de competências Segundo Santos (2001), competência é o elo entre conhecimento e estratégia, trata‑se da capacidade de gerar resultados observáveis. Ela está relacionada à prática, ou seja, exercitar tudo aquilo que se sabe em um dado contexto. Está associada às realizações das pessoas, àquilo que elas produzem e/ou entregam. A competência não é um estado ou um conhecimento que se tem, e nem é resultado de treinamento. Há competência apenas quando existe competência de ação. Do ponto de vista empresarial, é a prática que interessa. Isto é, o conhecimento aplicado gera capacidade de produzir resultados, ou seja, competência. Conforme Fleury e Fleury (2000, p. 21), “cada indivíduo, cada equipe, cada área precisa ser competente de modo a agregar valor econômico para a organização e valor social para o indivíduo”. O indivíduo deve ser competente a fim de atender às expectativas da organização e a organização tem de valorizar essa competência. Vejamos como funciona esse esquema na figura a seguir. 133 GESTÃO DO CONHECIMENTO Indivíduo Conhecimentos Habilidades Atitudes Organização Agregar valor Saber agir Saber mobilizar Saber transferir Saber aprender Saber se engajar Ter visão estratégica Assumir responsabilidades EconômicoSocial Figura 16 – Competências como fonte de valor para o indivíduo e para a organização Adaptada de: Fleury e Fleury (2001). Entre as abordagens citadas por Dutra (2002), destacam‑se duas. Aquela defendida na década de 1990 por Le Boterf, Zarifian e Elliot Jacques: Competência é colocar em prática, o que sabemos em determinado contexto, contexto esse, geralmente, marcado pelas relações de trabalho, cultura da empresa, imprevistos, limitações de tempo e recursos etc. Portanto, podemos falar de competência nessa abordagem apenas quando há competência em ação, traduzindo‑se em saber ser, e saber mobilizar conhecimentos em diferentes contextos (LE BOTERF, 1994, p. 128). Bem como a feitura da gestão de competências, que é mapear os conhecimentos, habilidades e atitudes para operar processos, construir produtos, prestar serviços e manter relacionamentos que gerem resultados. 7.3 Educação continuada O aprendizado não convencional compreende mais que o aprendizado convencional (treinamento em sala de aula), pois privilegia o conhecimento tácito. Trata‑se da educação continuada para que as pessoas permaneçam produtivas, em condições de acompanhar as mudanças e otimizando seu tempo. O foco do treinamento passa a ser on the job, vivencial, de experimentação, de compartilhamento de experiências, de apresentação de melhores práticas,de discussão e solução de problemas. O foco sai do treinamento do empregado isoladamente para o desenvolvimento da capacidade de aprender da organização. 134 Unidade IV Quadro 46 – Paralelo entre o treinamento e a educação corporativa Treinamento Educação corporativa Foco: reativo Foco: preventivo Alcance: tático, localizado Alcance: estratégico, sistêmico Apresentação: instrutor Apresentação: mediador Metodologia: aula Metodologia: troca de experiências Responsável: chefia de treinamento Responsável: lideranças das áreas Público: operadores do processo local Público: participantes de um processo organizacional Resultado: aumento da qualificação Resultado: agregação de valor 7.3.1 Gestão de aprendizagem organizacional A aprendizagem organizacional vem sendo apontada como uma maneira de enfrentamento das mudanças pelas quais as organizações estão passando e que irão passar. Para Senge (1990), a aprendizagem organizacional envolve errar, avaliar riscos, tolerar o fracasso e corrigir o rumo até alcançar os objetivos. É a capacidade das instituições em criar, adquirir e transferir conhecimentos e em modificar seus comportamentos para refletir os novos conhecimentos e insights. Desta forma, os trabalhadores contribuem para o desempenho da empresa aplicando seus conhecimentos e habilidades, e procurando resolver os problemas inovando constantemente. Cria‑se a organização que aprende e que gera conhecimento. De acordo com Senge (1999, p. 32), nas organizações que aprendem, as pessoas expandem continuamente sua capacidade de criar os resultados que elas realmente desejam, onde maneiras novas e expansivas de pensar são encorajadas, onde a aspiração coletiva é livre, e onde as pessoas estão constantemente aprendendo a aprender coletivamente. O autor popularizou as organizações que aprendem em seu livro The fifth discipline e, sugeriu o uso de cinco “tecnologias componentes”. Para ele, estas são as cinco características de uma instituição que aprende: • Pensamento sistêmico: é ter a visão do todo, do inter‑relacionamento dos processos, do impacto de um processo em outro (processo) e no meio (clientes, fornecedores, sociedade etc.) e na capacidade de agregar valor. • Domínio pessoal: é a determinação e a capacidade de concentrar forças, se aprofundar, buscar, criar, analisar, entender e produzir os resultados desejados. 135 GESTÃO DO CONHECIMENTO • Modelos mentais: são os paradigmas de como enxergamos o mundo, as coisas, os processos, as pessoas. A capacidade de trazer à tona esses modelos, esclarecer as premissas por trás deles, testar suas validades para então aperfeiçoá‑los é uma das chaves do aprendizado. Trata‑se de ter uma mentalidade e uma metodologia de análise e solução de problemas. • Visão compartilhada: é o modelo mental estabelecido por um grupo de pessoas. Ele gera foco e energia para a busca de um objetivo e de resultados comuns. • Aprendizagem em equipe: é a capacidade de entrar em consenso e alinhar objetivos comuns e de se criar uma estratégia para obter os resultados definidos pela equipe. Trata‑se da sinergia de objetivos e resultados. De acordo com Garvin (2001, p. 52), os acadêmicos fazem análises sobre organizações que aprendem de uma forma “reverencial e utópica, cheia de terminologia quase mística”. Ele acredita que esses conceitos sejam desejáveis, mas questiona quanto a oferecer algum referencial para a ação, considerando as recomendações como abstratas e com muitas questões sem respostas. A sua posição a respeito passa a ser: “a organização que aprende é a que dispõe de habilidades para criar, adquirir e transferir conhecimentos, e é capaz de modificar seu comportamento, de modo a refletir os novos conhecimentos e ideias”. O autor defende que os gerentes somente disporão de bases mais firmes para o desenvolvimento de uma organização que aprende se abordarem três temas críticos e essenciais para a implementação desses conceitos: • Significado (meaning): definição do que é realmente uma organização que aprende. • Gestão (management): aspectos práticos, envolvendo recomendações operacionais em vez de grandes aspirações. • Mensuração (measurement): necessidade de melhores ferramentas para avaliar a velocidade e os níveis de aprendizado da organização. Além desses, diversos autores tratam sobre esse tema, e percebe‑se que existem algumas divergências: uns acreditam em mudanças comportamentais, outros em desenvolvimento de novas formas de pensamento. Alguns entendem que a efetivação do aprendizado se dá pelo processamento de informações e outros propõem o compartilhamento de insights. No entanto, quase todos o veem como um processo que se desdobra no tempo e está vinculado à aquisição de conhecimento. Portanto, o sistema de aprendizagem organizacional é o tema central da gestão do conhecimento e envolve: • aproveitar o conhecimento que já existe para que as pessoas procurem, encontrem e apliquem as melhores práticas; • registrar, disponibilizar e disseminar as melhores práticas; 136 Unidade IV • manter um sistema de informações de mercado, clientes, concorrentes, fornecedores, parceiros, empregados e incluir eventos econômicos, reguladores, políticos e sociais que tenham impacto no negócio. Desse modo, o processo de gestão do conhecimento tem como funções: Capital intelectual Mensurar A valia r Gest ão d e com petê ncia s Educação corporativa Inteligência empresarial Ap ren diz age m org an iza cio na l Cria r e cap tura r Organizar/ codificar Disseminar Práticas de GC Figura 17 – Funções da gestão do conhecimento Adaptada de: Pereira (2004). Até então, vimos que a gestão do conhecimento implica práticas gerenciais compatíveis sobre os processos de identificação, criação, disseminação, compartilhamento e aprendizagem individual e organizacional e consequentemente a coordenação nas várias perspectivas: organizacional e individual, estratégica e operacional. 7.3.2 Organizações do conhecimento Segundo Von Krogh, Nonaka e Ichijo (2001), muitas organizações desenvolveram técnicas de gerenciamento, como qualidade total, reengenharia, mas isso não as tornou mais lucrativas. Eles acreditam que o fato de o conhecimento ser dinâmico, valioso e em parte tácito, o torna recurso exclusivo de uma empresa, dificilmente imitado por seus concorrentes. Embora os autores considerem que as empresas têm vários motivos para desenvolverem programas de conhecimento, classificam‑nas em três categorias amplas: minimizadoras de risco, prospectoras de eficiência e inovadoras. 137 GESTÃO DO CONHECIMENTO Obviamente as inovadoras são as que chegaram mais longe na trajetória do conhecimento, conforme ilustrado a seguir. Fo co n o pr oc es so Fo co n o co nh ec im en to Foco no conhecimento existente 1. C apt ura ndo e lo cali zan do Inovadoras Prospectoras de eficiência Minimizadoras de risco Foco no novo conhecimento 3. C apa cita ndo 2. T ran sfer ind o e com par tilh and o Figura 18 – Organização do conhecimento Adaptada de: Von Krogh, Nonaka e Ichijo (2001). As empresas começam como minimizadoras de risco, ou seja, com tentativas de localizar e captar os conhecimentos existentes e que são valiosos para a execução de várias tarefas operacionais e, com isso são disponibilizadas várias ferramentas para captação de conhecimento, tais como: data warehousing, auditorias de conhecimento e sistemas baseados em regras (rule‑based systems) que captam o conhecimento de especialistas. Em seguida surgem aquelas que são as prospectoras de eficiência. Elas não incluem a criação do conhecimento, seu principal objetivo é transferir experiências e melhores práticas em toda a organização, como meio de alcançar algumas vantagens de custo, evitando‑se redundâncias na criação do conhecimento. A última fase ocorre quando as companhias não mais se contentam com o conhecimento existente e proporcionam condições para que novos sejam criados, possibilitando assiminovações. São as empresas inovadoras. Para Von Krogh, Nonaka e Ichijo (2001), nas organizações do conhecimento o papel da gerência é fundamental no que se refere ao desenvolvimento de novos valores competitivos, no processo de catalisar e coordenar a criação de conhecimento, ao gerenciar os vários contextos, no desenvolvimento de uma forte cultura de conversas (discussões, incentivo a manifestações de opiniões) e na globalização do conhecimento local. Embora sejam enfáticos na importância do gerente como ativista 138 Unidade IV do conhecimento, consideram que o conhecimento é parte integrante da maioria dos ambientes de trabalho em qualquer organização e, portanto, usado por todos, não cabendo a figura de um guru ou especialista do conhecimento. Sveiby apud Terra (2001) apresenta os princípios das organizações baseadas no conhecimento, conforme quadro a seguir: Quadro 47 – Paradigmas da Era do Conhecimento Item Paradigmas da Era do Conhecimento Pessoas Geradores de receitas Fonte de poder Nível de conhecimento Luta de poder Trabalhadores do conhecimento versus gerentes Principal responsabilidade da gerência Apoiar os colegas Informação Ferramenta para comunicação, recurso Produção Trabalhadores do conhecimento convertendo conhecimento em estruturas intangíveis Fluxo de informação Mediante redes colegiadas Gargalos da produção Tempo e conhecimento Efeito do tamanho Economia de escopo das redes Relação com os clientes Interativa através de redes pessoais Conhecimento O foco do negócio Propósito do aprendizado Criação de novos ativos Valores de mercado (ações) Decorrentes em grande parte dos ativos intangíveis Economia Baseada em retornos crescentes e decrescentes Adaptado de: Terra (2001). Para Terra (2001), as organizações do conhecimento possuem uma administração com poucos níveis hierárquicos e aplicam, para a solução de seus problemas, o trabalho interfuncional e de equipe, permitindo assim o fluxo do conhecimento no ambiente organizacional, facilitando a sua transferência, assimilação e utilização. O autor acredita que essas organizações devem ter a capacidade de utilizar e combinar as várias fontes e tipos de conhecimento para desenvolverem competências específicas e capacidade inovadora que se traduzem permanentemente em novos produtos, processos, sistemas gerenciais e liderança de mercado. Segundo Serafim Filho (1999), nas organizações do conhecimento, cada vez mais os contratos de trabalho serão psicológicos. Organizações e pessoas estarão mais envolvidas na identificação das expectativas dos outros. Reter talentos dependerá fundamentalmente disso. Ele acrescenta que os sistemas de autoridade com ênfase no controle e na coerção estarão definitivamente sepultados. Também as normas e os valores da empresa serão decisivos para definir quem irá (poder/querer) trabalhar para ela. Ao considerar todos os aspectos relatados até agora e as características de uma 139 GESTÃO DO CONHECIMENTO organização do conhecimento, o sucesso de tais instituições estará na sua capacidade intelectual e sistêmica, o que consequentemente exigirá um novo perfil de trabalhador e é isso que será tratado no próximo tópico. Saiba mais Para observar aspectos de como as organizações aprendem, acesse: CARNEIRO, A. C. Aprendizagem organizacional, do que se trata? LinkedIn, 2022. Disponível em: https://bit.ly/3PgszXm. Acesso em: 18 jul. 2022. 7.3.3 Características dos trabalhadores em uma organização do conhecimento Drucker (1999) afirma que “na sociedade do conhecimento, a premissa mais provavelmente correta para as empresas é a de que elas precisam dos trabalhadores do conhecimento muito mais do que os trabalhadores do conhecimento precisam delas”. De acordo com Schaff apud Teixeira (2008), o homem global munido de uma instrução abrangente e flexível que lhe conferisse mobilidade social e organizacional sempre foi uma utopia. Hoje está se tornando uma realidade através das novas tecnologias de educação continuada e da ênfase crescente no trabalho intelectual. Dreyfuss (1996, p. 58) sintetiza o perfil dos novos profissionais e do emprego como: [...] “Talentos livres”, munidos de seus instrumentos de trabalho (conhecimento, experiência e computador), formados em centros acadêmicos de excelência mundial – que estão passando por reengenharia de curriculum, se tornam a espinha dorsal do novo formato de emprego nas corporações que enfrentam no mercado global. Segundo Araújo (2002), a nova organização necessita de um novo perfil de trabalhador, seja ele líder ou liderado, com novas competências e habilidades. Entre elas, pode‑se destacar: • Habilidade humana: é a capacidade de trabalhar com outras pessoas, de entendê‑las e motivá‑las, como indivíduos ou membros de grupos. • Habilidade conceitual: é a habilidade de considerar a empresa como um todo, de coordenar e integrar todos os interesses e atividades de uma organização, compreendendo que suas partes dependem umas das outras e prevendo que qualquer mudança afetará o todo. • Habilidade técnica: é a capacidade de usar procedimentos, técnicas e conhecimentos de um campo de especialização. É o conhecimento especializado. 140 Unidade IV Para a autora, o perfil generalista é a proposta que melhor se adapta em um contexto de transformação da organização do trabalho que estamos vivenciando, visto que o generalista compreende não apenas o como fazer, mas o porquê fazer, aprendendo as implicações do seu trabalho para toda a empresa. Ela acrescenta que além dessas habilidades, os gerentes deverão desenvolver competências que lhes permitam praticar com sucesso a sua função e consolidar o seu perfil generalista: • Competências intelectuais: trata‑se de produzir, transferir e generalizar conhecimentos. • Competências organizacionais ou metódicas: trata‑se de autoplanejamento, auto‑organização. • Competências comunicativas: trata‑se de expressão e comunicação com os outros elementos humanos da organização. • Competências sociais: trata‑se de transferir os conhecimentos da vida cotidiana para o ambiente de trabalho e vice‑versa. • Competências comportamentais: trata‑se da iniciativa, criatividade, vontade de aprender e abertura à mudança, entre outras. • Competências políticas: trata‑se de compreender sua posição e função na estrutura produtiva. Para Serafim Filho (1999), o trabalhador do conhecimento é, essencialmente, a fonte básica da formação do conhecimento na organização do conhecimento. Em uma composição de seu cérebro (inteligência e talento) e com a tecnologia da informação a seu dispor, este profissional, no seu dia a dia, analisa dados e informações, comunica‑se intensivamente com os demais componentes de sua equipe, possui conhecimentos globais do negócio e especialização em sua área de atuação. Como destacado no quadro a seguir. Quadro 48 – Paralelo entre trabalhador tradicional e do conhecimento Características Tradicional Do conhecimento Principal tarefa fazer pensar Principais habilidades físicas mentais Processo de trabalho linear não linear Resultado do trabalho produto informação Conhecimento utilizado aplicado criado Este profissional se autogerencia, busca inovação e agrega valor em termos de qualidade à organização. Ela, por sua vez, precisa desenvolver uma cultura de inovação, reconhecendo que o grupo responsável precisa ser inspirado, protegido e provido com autonomia e recursos. Se o trabalhador 141 GESTÃO DO CONHECIMENTO não estiver preparado para as novas exigências, ele estará fora do contingente dos colaboradores do conhecimento, teremos então o desemprego funcional 8 DESENVOLVIMENTO DE DIRIGENTES: ESTAGIÁRIOS, TRAINEES, CEO (CHEFE EXECUTIVO DE ESCRITÓRIO) Desenvolver pessoas é uma arte, e os programas de trainee e estágio são considerados cruciais em quaisquer organizações. Geralmente, são bem estruturados, com muitos candidatos inscritos, e suas fases são criadas conforme a necessidade de cada empresa. São excelentes formas de buscartalentos para a organização, oxigenando áreas e concepções de pensamento. A diferença substancial entre esses programas é destacada a seguir: • Estágio: necessariamente o profissional precisa ser um estudante, isto é, vinculado a uma universidade. A legislação não é a mesma da CLT, seguindo regras específicas de horário de trabalho, remuneração e descanso. • Trainee: é um profissional contratado como CLT, comumente formado há dois anos. Seu diferencial é participar de um programa de formação de liderança para que no período determinado, em torno de um ano e meio a dois anos, tenha a oportunidade de assumir uma posição de liderança. Ao mesmo tempo, há o desenvolvimento dos demais profissionais, de acordo com a necessidade da empresa e da pessoa. Geralmente para cargos mais elevados na organização temos ações pontuais, como coaching e mentoring. Vamos as diferenças: • Coaching: ferramenta que visa espelhar o desejo do profissional, com ações e metas estabelecidas no curto, médio ou longo prazo. Trata‑se de um recurso eficaz que ajuda executivos (CEO) na busca dos resultados. • Mentoring: essa ação é um aconselhamento de um profissional, geralmente estratégico e mais experiente, orientando de fato o profissional nas melhores atitudes na empresa. São ações que buscam o desenvolvimento dos profissionais, seja no início, meio ou já no posto mais alto na organização. 142 Unidade IV 8.1 Desenvolvimento organizacional: conceito e objetivos A teoria do desenvolvimento organizacional (DO) surgiu em 1962, decorrente das ideias de vários autores a respeito do ser humano, da organização e do ambiente em que cresce e se desenvolve. Assim, esse conceito está intimamente ligado ao pensamento de mudança e capacidade adaptativa a ela. Os autores do desenvolvimento organizacional adotam uma posição antagônica ao conceito tradicional da organização, salientando as diferenças fundamentais existentes entre os sistemas mecânicos (típicos do conceito tradicional) e os sistemas orgânicos (abordagem do desenvolvimento organizacional). Os sistemas orgânicos tornam as organizações coletivamente conscientes de seus destinos e da orientação necessária para melhor se dirigir a eles. Desenvolvem nova conscientização social dos participantes das organizações, os quais, contando com a vivência particular, o passado pessoal e sua autoconscientização, definem o papel deles em relação a sua organização. Além disso, os autores do desenvolvimento organizacional consideram que mudar a estrutura institucional não é suficiente para modificar uma organização. A única maneira viável de fazer isso é mudar sua cultura, isto é, os sistemas dentro dos quais as pessoas vivem e trabalham. Para que as organizações possam sobreviver e se desenvolver, para que exista a renovação e a revitalização, deve‑se mudar sua cultura. Segundo um dos seus idealizadores, Warren Bennis (1969 apud BOOG, 1999, p. 121): [...] o desenvolvimento organizacional é uma ação planejada que envolve toda a organização, conduzida do topo, que tem a finalidade de aumentar a eficiência e a solidez da organização mediante intervenções planejadas sobre processos dela mesma [...]; uma estratégia de base complexa que se propõe como fim à mudança das convicções, das atitudes, dos valores, das estruturas organizacionais, para que possam adaptar‑se melhor às novas tecnologias, aos novos mercados, aos novos desafios e à velocidade vertiginosa das próprias mudanças. Como todas as teorias, o desenvolvimento organizacional possui as suas principais diretrizes e premissas, das quais se parte para definir os procedimentos propostos. Seus princípios são: • Nova concepção do homem baseada em um conhecimento crescido de suas complexas e mutáveis necessidades, que substitui uma ideia do homem ultrassimplificada, ingênua, do tipo “aperte o botão”. • Novo conceito de poder pautado na colaboração e na razão, que substitui o modelo de poder baseado na coação e na ameaça. • Novo conceito de valores organizacionais apoiados em ideais “humanístico‑democráticas”, que substitui o sistema de valores despersonalizados e mecânicos da burocracia. 143 GESTÃO DO CONHECIMENTO Quadro 49 – Desenvolvimento organizacional – características finais Novos conceitos Resultados esperados Trabalho em equipe Aplicação dos conceitos de aprendizagem Horizontalização ou process management Transformação do “saber” em ação Categorias e estratégias de negócios Adequação à missão, sua cultura e seus valores Processos e cadeias integradas na operação Atuação constante de forma processual e antropológica Diversidade, pensamento amplo e complexo Competência e reputação Atuação sem fronteiras internas e externas Resultados claros, visíveis Avaliação pelo que sabe e faz Marras (2016, p. 301) acentua: O desenvolvimento organizacional desempenha importante missão na área da gestão estratégica de pessoas: diz respeito às responsabilidades de planejar e acompanhar o crescimento organizacional, no seu todo, ao longo do tempo, garantindo que os objetivos estrategicamente traçados mantenham‑se no rumo. 8.2 Pressupostos e processos do desenvolvimento organizacional Comportamentalmente, segundo Chiavenato (2004), a organização é a coordenação de diferentes atividades de contribuintes individuais com a meta de efetuar transações planejadas com o ambiente. Considera‑se a noção de divisão do trabalho ao se referir às diferentes atividades e à coordenação existente na organização e às pessoas como contribuintes das organizações, em vez de estarem elas próprias, as pessoas, totalmente nas organizações. As contribuições de cada um variam em função não somente das diferenças individuais, mas também do sistema de recompensas e contribuições oferecidos pela organização. A empresa não está flutuando no “espaço sideral”, mas, sim, inserida em um contexto empresarial, denominado ambiente externo. A sua sobrevivência depende da maneira como ela se relaciona com esse meio. A organização deve ser estruturada e dinamizada em função das condições e circunstâncias que caracterizam seu meio. No desenvolvimento organizacional, adota‑se uma posição antagônica ao conceito tradicional da companhia, ponderando as diferenças fundamentais existentes entre os sistemas mecânicos (típicos do conceito tradicional) e os sistemas orgânicos (abordagem do desenvolvimento organizacional). Os sistemas orgânicos tornam as organizações coletivamente conscientes de seus destinos e da orientação necessária para melhor se dirigir a eles. Desenvolvem nova conscientização social dos participantes das corporações, os quais, contando com sua vivência particular, seu passado pessoal e sua autoconscientização, definem o papel deles em relação à sua organização. 144 Unidade IV Quadro 50 - Diferenças entre sistemas mecânicos e sistemas orgânicos Sistemas mecânicos Sistemas orgânicos Ênfase exclusivamente individual e nos cargos da organização Ênfase nos relacionamentos entre e dentro dos grupos Relacionamento do tipo autoridade – obediência Confiança e crença recíprocas Rígida adesão à delegação e à responsabilidade dividida Interdependência e responsabilidade compartilhada Rígidas divisão do trabalho e supervisão hierárquica Participação e responsabilidade multigrupal Tomada de decisões centralizada Tomada de decisões descentralizada Controle rigidamente centralizado Amplo compartilhamento de responsabilidade e de controle Solução de conflitos por meio de repressão, arbitragem e/ou hostilidade Solução de conflitos por meio de negociação ou de solução de problemas Adaptado de: Chiavenato (1999). Lembrete Coordenação significa criar sinergia entre os componentes de uma atividade ou organização, direcionando todos os esforços e aplicação de recursos para a obtenção de resultados coletivos e a consecução dos objetivos organizacionais. 8.2.1 Conceito de cultura organizacional Denomina‑se de cultura organizacional o conjunto de valores e pressupostos que determinam oseu modo de vida, que é desenvolvido de formas diferentes pelos seus participantes. A cultura organizacional repousa sobre um sistema de crenças e valores, tradições e hábitos, uma forma aceita e estável de interações e de relacionamentos sociais típicos de cada organização. De acordo com Johann (2017, p. 144): “a cultura é formada pelo contexto comum em que os indivíduos de uma sociedade vivem as suas vidas. A cultura reveste‑se de aspectos compartilhados pelos membros da sociedade, que tornam possíveis a cooperação e a comunicação”. A cultura pode parecer estática devido ao período de prevalência de determinados valores e crenças. Sofre alterações ao longo do tempo, dependendo de condições internas ou externas, que, ao mudarem, causam pressões por transformações que concretizarão ao longo do tempo. Embora algumas organizações consigam renovar constantemente sua cultura, mantendo a sua integridade e personalidade, a grande maioria permanece longos períodos com sua cultura amarrada a padrões antigos e ultrapassados. Considera‑se que mudar a estrutura organizacional não é suficiente para modificar uma organização. A única maneira viável de mudar uma empresa é modificar sua cultura, isto é, os sistemas dentro dos quais as pessoas vivem e trabalham. 145 GESTÃO DO CONHECIMENTO O clima organizacional, fator muito valorizado no desenvolvimento organizacional, constitui o meio interno de uma organização, a atmosfera psicológica característica em cada corporação, na forma como é percebida pelos seus participantes. O clima organizacional expressa o moral e a satisfação das necessidades humanas dos participantes. Ele poder ser saudável ou doentio, quente ou frio, negativo ou positivo, satisfatório ou insatisfatório, tudo vai depender de como os participantes se sentem e percebem o que acontece na instituição. A conceituação de clima organizacional não é simples, pois o clima é percebido de forma diferente por cada indivíduo. Uns são mais sensíveis, outros mais resistentes e insensíveis aos mesmos aspectos vivenciados. A percepção das pessoas varia muito; uma característica que parece ser positiva para uma pessoa pode ser negativa para outra em igual situação e na mesma época. O clima organizacional acaba por caracterizar a instituição, pelas características percebidas pelo grupo, em determinado período de análise, como influenciadores importantes do comportamento das pessoas que lá atuem. Observação O conceito de clima organizacional envolve diferentes graus estruturais e sociais. Os fatores estruturais consistem em: • tecnologia utilizada; • políticas da companhia; • metas operacionais; • regulamentos internos. Já os fatores sociais baseiam‑se em: • atitudes; • formas de comportamento social (encorajadas ou sancionadas). Assim, o clima resulta de um completo envolvimento de componentes relacionados com aspectos formais: sistemas de controle, dos procedimentos de trabalho, das regras e normas e aspectos informais: relações interpessoais existentes na organização. O conjunto de variáveis, resultante da organização, deve ser sistematicamente analisado e aperfeiçoado, visando à manutenção da motivação e da produtividade das pessoas. A mudança da cultura e, consequentemente, do clima organizacional, depende de uma capacidade inovadora, a ser desenvolvida pela corporação. 146 Unidade IV Quadro 51 - Capacitadores para a mudança organizacional Adaptabilidade Capacidade de resolver problemas Reagir de maneira flexível às exigências mutáveis e inconstantes do meio ambiente Ser adaptável: – ser flexível, para poder adaptar e integrar novas atividades – ser receptivo e transparente a novas ideias, sejam elas intra, sejam elas extraorganizacionais Senso de identidade Conhecimento e compreensão do passado e do presente da organização Compreensão e compartilhamento dos objetivos da organização por todos os seus participantes Não alienação do empregado, mas, sim, comprometimento de todos os participantes Perspectiva exata do meio ambiente Percepção realista: – capacidade de investigar – diagnosticar – compreender o meio ambiente Integração entre os participantes De forma que a organização possa se comportar como um todo orgânico Lembrete Para que as organizações possam sobreviver e se desenvolver, para que exista a renovação e a revitalização, deve‑se mudar a cultura organizacional. 8.2.2 Conceito de desenvolvimento Acompanhando a tendência das organizações, elas crescem e se desenvolvem. O crescimento é quantitativo e tem a ver com a elevação do volume de vendas e produção da empresa, das plantas fabris, máquinas e equipamentos, além do aumento efetivo de pessoal. O desenvolvimento, por sua vez, não considera somente os aspectos quantitativos, mas também os qualitativos, acrescentando a avaliação da tecnologia avançada incorporada aos meios produtivos, bem como a produtividade obtida com o aperfeiçoamento dos processos e métodos produtivos. O desenvolvimento avalia o aprimoramento das habilidades humanas e técnicas do pessoal da organização, obtido com o passar do tempo. Fatores internos e externos influenciam e exigem que se cumpra a tendência de desenvolvimento das organizações. Mudanças estruturais e comportamentais, conforme vimos, geram um processo lento e gradativo que conduz ao exato conhecimento de si próprio e à plena realização de suas potencialidades. Assim, o desenvolvimento organizacional promove: • conhecimento profundo e realístico de si próprio e de suas possibilidades; • conhecimento profundo e realístico do meio ambiente em que opera; 147 GESTÃO DO CONHECIMENTO • planejamento adequado e realização bem‑sucedida de relações com o meio ambiente e com os seus participantes; • estrutura interna suficientemente flexível com condições para se adaptar em tempo às mudanças que ocorrem, tanto no meio ambiente com que se relaciona como entre os seus participantes; • meios suficientes de informação do resultado dessas mudanças e da adequação de sua resposta adaptativa. Quadro 52 - Estratégias de mudanças organizacionais Tipo de mudança Características Mudança evolucionária Mudança de uma ação para outra que a substitui é pequena e dentro dos limites das expectativas e dos arranjos do status quo Lenta, suave e não transgride as expectativas daqueles que nela estão envolvidos ou são por ela afetados Tendência de se repetirem e reforçarem as soluções que se demonstrem sólidas e eficientes Podem ser relegadas a soluções fracas e deficientes Não provocam grande entusiasmo ou forte resistência Mudança revolucionária Mudança de uma ação para a ação que a substitui contradiz ou destrói os arranjos do status quo Rápida, intensa, brutal, transgride e rejeita as antigas expectativas e introduz expectativas novas Súbitas e causadoras de grande impacto e resistências Desenvolvimento sistemático Diferente de ambos os tipos de mudança anteriores Sistemática Responsáveis pela mudança delineiam modelos explícitos do que a organização deveria ser em comparação com o que é Os afetados pelo desenvolvimento sistemático estudam, avaliam e criticam o modelo de mudança; recomendam alterações; baseiam‑se em seu próprio discernimento e compreensão Dimensões adicionais de comportamento e de experiência humanos são trazidas para a dinâmica da mudança Tensões intelectuais e emocionais criadas entre todos os responsáveis pelo planejamento e implementação estimulam a mudança: – tensões baseiam‑se em compreensão, discernimento – comprometimento e convicção quanto à correção da mudança Mudanças resultantes traduzem‑se por apoio, e não por resistências ou ressentimento. 8.3 Mudança organizacional A partir da década de 1960, as coisas não foram mais as mesmas depois do advento do modelo japonês de gestão, um modelo mais flexível, rápido e competitivo; o mundo passou a se caracterizar por um ambiente em constante mudança. O ambiente é extremamente dinâmico, exigindo elevada flexibilidade e capacidade de adaptaçãocomo condição básica de sobrevivência. O ambiente geral, altamente dinâmico, envolve o grande impacto do conhecimento, da tecnologia, das comunicações e da economia. Essa nova dinâmica exige uma nova formatação da administração e dos gestores, modificando inteiramente o seu relacionamento. Diferentemente de tudo o que aconteceu 148 Unidade IV no passado, o ambiente empresarial, devido à internacionalização de recursos e dos mercados, ciclo menor de vida dos produtos, da crescente importância do marketing de rede, das participações múltiplas dos indivíduos em diferentes grupos e organizações e da natureza mutável do trabalho, produz uma série de exigências novas para os gestores. Apenas esforços isolados e lentos mostraram‑se insuficientes para fazer frente aos novos desafios organizacionais. Assim, surgiram necessidades de estratégias coordenadas e de mais longo prazo com o objetivo de desenvolver medidas suficientes para mudar sistematicamente as organizações. São elas: • climas dentro da empresa; • maneiras de trabalhar; • relações e sistemas de comunicações; • sistemas de informações congruentes; • atendimento de exigências prognosticáveis e não prognosticáveis. Esses esforços sistemáticos de mutação planejada são chamados de desenvolvimento organizacional, cujo processo de mudança organizacional começa com o aparecimento de forças exógenas, de fora da organização, ou endógenas, internas. Quadro 53 - Forças de mudança organizacional Forças endógenas Forças exógenas Tensão nas atividades Novas tecnologias Interações Mudança em valores da sociedade Sentimentos Novas oportunidades ou limitações do ambiente econômico, político, legal e socialResultados de desempenho no trabalho As tentativas de mudança interna devem ser conscientemente planejadas, evitando que o ajustamento às novas condições externas cause impactos negativos no andamento da operação e se processe com a mínima perturbação do equilíbrio estrutural e comportamental da organização. As mudanças criam problemas que devem ser solucionados de forma racional e eficiente. Cada época desenvolve uma forma organizacional mais adequada e característica à sua natureza. As mudanças que estão ocorrendo no mundo moderno tornam necessário revitalizar e reconstruir as nossas organizações, as quais têm de se adaptar às transformações do ambiente. Enquanto a mudança genérica envolve alterações no ambiente em geral, a mudança organizacional é um conjunto de alterações estruturais e comportamentais dentro de uma instituição. As mudanças estruturais e comportamentais são interdependentes, integradas e integradas. 149 GESTÃO DO CONHECIMENTO Saiba mais Para entender melhor como funciona a gestão de mudanças organizacionais, leia: ENTENDA o que é gestão de mudanças organizacionais em 7 princípios básicos. Hucmi, 25 abr. 2021. Disponível em: https://bit.ly/3yTqtG9. Acesso em: 18 jul. 2022. Resumo Nesta unidade, estudamos a educação corporativa e sua importante relação com o desenvolvimento organizacional. Ao longo do texto, aliamos a gestão do conhecimento e das competências como fator fundamental no desenvolvimento de colaboradores na organização. Por meio da educação contínua, formaremos profissionais com competências atuais, visando atender com excelência clientes e demandas da organização, mantendo competitividade no mercado de trabalho. Conforme acentuado, deve‑se sempre considerar a cultura da empresa. Segundo Johann (2017, p. 144): “a cultura é formada pelo contexto comum em que os indivíduos de uma sociedade vivem as suas vidas”. Para aplicar qualquer mudança na organização, temos que considerar os valores, os conceitos, as regras e a missão das empresas para que essa transformação seja realizada na medida correta, com as devidas intervenções. 150 Unidade IV Exercícios Questão 1. Com base no conteúdo abordado no livro‑texto, avalie as asserções e a relação proposta entre elas. I – Dado, informação e conhecimento são conceitos indistintos. porque II – Dado, informação e conhecimento são inquantificáveis. Assinale a alternativa correta. A) As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II justifica a asserção I. B) As asserções I e II são verdadeiras, e a asserção II não justifica a asserção I. C) A asserção I é verdadeira, e a asserção II é falsa. D) A asserção I é falsa, e a asserção II é verdadeira. E) As asserções I e II são falsas. Resposta correta: alternativa E. Análise da questão Vimos no livro‑texto que dado, informação e conhecimento são conceitos distintos. O dado é a informação bruta ou o “conjunto de fatos distintos e objetivos, relativos a eventos” (DAVENPORT; PRUSAK, 1998). Dado pode ser definido como “[...] uma sequência de símbolos quantificados ou quantificáveis. Quantificável significa que algo pode ser quantificado e depois reproduzido sem que se perceba a diferença para com o original. Portanto, um texto é um dado. De fato, as letras são símbolos quantificados, já que o alfabeto, sendo um conjunto finito, pode por si só constituir uma base numérica (a base hexadecimal empregada em geral nos computadores usa, além dos 10 dígitos decimais, as letras de A a E). Também são dados fotos, figuras, sons gravados e animação, pois todos podem ser quantificados ao serem introduzidos em um computador, a ponto de se ter eventualmente dificuldade de distinguir a sua reprodução com o original”. Adaptada de: https://bit.ly/2LBzb6m. Acesso em: 13 jul. 2022. 151 GESTÃO DO CONHECIMENTO A informação pode ser vista como a disposição organizada de dados. Segundo Drucker (1999), informação corresponde aos “dados interpretados, dotados de relevância e propósito”. Ela pode ser descrita “como os dados estruturados, organizados e processados, apresentados dentro do contexto, o que a torna relevante e útil para a pessoa que a deseja”. Disponível em: https://bit.ly/3O2uQ7i. Acesso em: 13 jul. 2022. O conhecimento está associado a uma abstração interna e pessoal criada a partir da experiência. Logo, “o conhecimento não pode ser descrito; o que se descreve é a informação (se entendida pelo receptor) ou o dado. Também não depende apenas de uma interpretação pessoal, como a informação, pois requer uma vivência do objeto do conhecimento. Assim, o conhecimento está no âmbito puramente subjetivo do homem ou do animal”. Disponível em: https://bit.ly/3PBNKDn. Acesso em: 13 jul. 2022. Questão 2. Vimos, no livro‑texto, que podemos classificar o conhecimento em: • conhecimento tácito; • conhecimento explícito. Em relação a essa classificação, avalie as afirmativas. I – O conhecimento tácito refere‑se às experiências de vida e inclui a visão de mundo do indivíduo. II – O conhecimento explícito é estruturado e construído com base na racionalidade. III – Observamos que o conhecimento explícito se encontra armazenado em bases de dados ou registrado, por exemplo, em artigos, revistas e arquivos eletrônicos. É correto o que se afirma em: A) I e II, apenas. B) II e III, apenas. C) I e III, apenas. D) I, II e III. E) III, apenas. Resposta correta: alternativa D. 152 Unidade IV Análise das afirmativas I – Afirmativa correta. Justificativa: o conhecimento tácito refere‑se a toda experiência adquirida ao longo da vida da pessoa. Também é dito que esse tipo de conhecimento é construído a partir de modelos mentais, incluindo os pontos de vista individuais. II – Afirmativa correta. Justificativa: vejamos o quadro a seguir. Quadro 54 – Comparação entre o conhecimento tácito e o conhecimento explícito Conhecimento tácito Conhecimento explícito Não estruturado Estruturado Construído a partir da experiência Construído a partir da racionalidade Conhecimento simultâneo Conhecimento sequencial Conhecimento análogo e prático Conhecimento digital e teórico Adaptado de: Nonaka e Takeuchi (2008, p. 58). III – Afirmativa correta. Justificativa: de modo geral, temos o conhecimento explícito armazenado em bases de dados ou registrado em artigos, revistase arquivos eletrônicos. Ele, pela sua natureza digital e simbólica, pode ser codificado, armazenado e transmitido. Essa é uma das suas grandes vantagens: ele pode ser facilmente compartilhado e espalhado para milhares de pessoas, tanto no espaço quanto no tempo. Livros, periódicos e revistas podem ser armazenados e transmitidos para pessoas de diferentes culturas e países, que podem se beneficiar com as pesquisas e os trabalhos feitos em contextos sociais completamente distintos. O conhecimento explícito também pode ser indexado, o que facilita o trabalho de novas pesquisas. 153 REFERÊNCIAS Audiovisuais ORIGENS do modelo 70:20:10. 2016. 1 vídeo. (4m18s). Publicado por Espresso3. Disponível em: https://bit.ly/3ck6I2H. Acesso em: 18 jul. 2022. Textuais ALBRECHT, K. Um modelo de inteligência organizacional. HSM Management, n. 44, maio/jun. 2004. AMBEV. Relatório Universidade Ambev 2009. São Paulo, 2009. Disponível em: https://bit.ly/3aTSfdC. Acesso em: 13 jul. 2022. ANDRADE, A. R.; MENEZES, T. R. 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