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FACULDADE MAURÍCIO DE NASSAU CURSO DE FARMÁCIA RELATÓRIO DAS AULAS PRÁTICAS DE FARMACOGNOSIA AMANDA DANIELLY BARROS PEREIRA (01381643) DANIEL ARAUJO OLIVEIRA (01355158) GIOVANA DE SOUSA COSTA (01362124) LAYSLA BARBOSA MEDEIROS (01384507) LUANA OLIVEIRA DE SOUSA (01320115) 4º PERÍODO N.A Petrolina - PE 2021 1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – Métodos de Extração (aula 1) A farmacognosia é considerada uma das áreas mais antigas na medicina humana e, por definição, caracteriza-se como sendo o estudo das interações de substâncias de origem natural em organismos. O entendimento acerca da utilização de métodos de extração, análise e caracterização dos principais grupos de metabólitos secundários vegetais de interesse farmacêutico, são peças importantes no decorrer da disciplina. A escolha do método mais apropriado para cada situação depende de fatores variados, que incluem as particularidades da planta, o tempo de obtenção, custo- benefício, entre outros. Os principais métodos de extração a quente em sistemas abertos, são a infusão, que de acordo com Simões et. al. (2016) é um processo simples e que corresponde a extração decorrente do contato direto do material vegetal com água fervente dentro de um recipiente coberto; e a decocção que ainda segundo Simões et. al. (2016) consiste na permanência do contato da matéria vegetal, por determinado período de tempo, com um líquido extrator em ebulição, sendo o mecanismo indicado para materiais duros, a exemplo das raízes, e contraindicado para substâncias sensíveis a ação da temperatura. No âmbito da preparação de extratos, são usais técnicas em que o solvente se encontra em contato estático com a droga (maceração) ou em contato dinâmico (percolação). (MARQUES, 2005). Outro processo que complementa a área da farmacognosia, do qual o seu produto tem se tornado cada vez mais usual entre a população, é a extração de óleos essenciais, que pode ocorrer por diferentes táticas. De acordo com Figueiredo et. al. (2014) os óleos essenciais compreendem a fração volátil obtida de partes de plantas através da destilação por arraste de vapor d’água dentre outros métodos, complementando com essa ideia Viana et. al. (2017) afirma que “os métodos de extração dos óleos essenciais são modificados conforme à sua localização na planta, bem como com a sua utilização final”. A técnica de destilação por arraste de vapor d’água é considerada a mais tradicional para a extração de óleo de plantas frescas, sendo o método mais utilizado nas indústrias por ser relativamente barato quando comparado com outros métodos mais tecnológicos (SILVA, 2018). 2 MATERIAIS E MÉTODO Materiais • Becker de 500 mL • Becker de 1000 mL • Bastão de vidro • Proveta • Erlenmeyer • Balão volumétrico • Funil de vidro • Almofariz com pistilo (“cadin”) • Papel de filtro ou algodão • Papel alumínio • Fita crepe • Água destilada • Metanol • Hexano • Clevenger • Matéria vegetal a ser obtido o extrato/óleo essencial • Balança de precisão • Agitador magnético • Manta aquecedora • Lanterna de luz UV Método 1. Pegar 200 mL de água destilada com a proveta, transferir 100 mL para um Becker com carqueja e 100 mL para outro Becker com erva doce; 2. Colocar Becker no agitador magnético com aquecimento (ou manta aquecedora), na sua potência máxima e esperar a água reduzir a 1/3, equivalente a uns 70 mL (processo de decocção); 3. Enquanto espera a água reduzir: extração de óleo essencial de hortelã; 3.1. Encher um Becker com folhas de hortelã; 3.2. Pegar manta aquecedora e iniciar a montagem do Clevenger nela; 3 3.3. Colocar balão volumétrico na “base” (dentro da manta), com água até a sua metade; 3.4. Encaixar a ampulheta (responsável por medir a quantidade de óleo extraído); 3.5. Montar a outra parte onde vão as folhas e acrescentar a outra peça por cima, onde ficam as mangueiras de água; 3.6. Ligar a manta e ligar a torneira com uma das mangueiras conectadas a ela (quanto mais quente, mais rápida a extração); 3.7. Visualizar o óleo extraído no Clevenger com a ajuda de uma lanterna no de modo luz UV (na borda, onde é possível observar um pequeno líquido na cor neon, encontra-se a concentração pura do óleo essencial); 4. (Retornando para a decocção) Retirar o Becker do agitador magnético com aquecimento. Sempre lembrar de usar as luvas de pano para manusear o Becker aquecido; 5. Filtrar com a ajuda de um funil e um pedaço de algodão: molhar um pouco o algodão, com água destilada, para o tornar maleável e o moldar em volta do funil (isso só pode ser feito quando se trabalha com a própria água na mistura, de modo a evitar reações); 6. Filtrar a mistura; 7. Realizar a visualização dos Beckers, com carqueja e erva doce com a ajuda de uma lanterna com luz UV num comprimento de onda de 395 nm 8. Próximo passo: pesar 2 g de folhas de boldo num Becker qualquer e macerar; 9. Transferir para um Erlenmeyer; 10. Despejar, com a ajuda de um funil, 10 mL de hexano à proveta; 11. Transferir o hexano para o Erlenmeyer com boldo e homogeneizar; 12. Vedar o Erlenmeyer com papel alumínio e identificar o recipiente; 13. Repetir procedimento anterior (com as folhas de boldo), dessa vez, substituindo o hexano pelo metanol (10 mL); 14. Caso tenha passado da medida (10 mL) desejada na proveta, importante não retornar a substância ao recipiente de origem, o ideal é que esse descarte seja feito no recipiente de descarte (sem rótulo); 15. Aguardar uma semana para realizar uma leitura clara, utilizando lanterna UV. 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO A erva doce e a carqueja passaram pelo processo decocção e ambas apresentaram cor amarela à luz normal, entretanto, a carqueja apresenta visibilidade límpida diferentemente da erva doce que é observada mais fosca. Ao serem expostas a luz UV no comprimento de onda de 395 nm, ambas mudaram a coloração para a cor verde, mantendo o padrão de visualização que é possível observar abaixo: Erva doce e carqueja exposta a iluminação normal. Carqueja exposta a luz Ultravioleta. 5 Carqueja e erva doce observadas em luz UV. Com essa reação visual foi possível perceber a presença de metabólitos secundários reagindo ao comprimento de onda em questão, provavelmente alcaloides. Contudo, apenas poderia ser confirmado de maneira efetiva através do uso de reagentes específicos. No processo de extração de óleo essencial de hortelã, foi obtido pelo método de destilação por arraste de vapor d’água pouco mais de 1 ml de produto. Extração de óleo essencial no Clevenger. 6 O extrato de boldo pulverizado juntamente com metanol foi deixado em processo de maceração para ser avaliado e determinado quanto a presença de metabólitos secundários após o período de uma semana. Adição de metanol na matéria vegetal pulverizada. CONCLUSÃO O entendimento teórico, unido a execução prática, permite ao profissional se familiarizar com os procedimentos adequados durante a execução dos métodos de extração dos extratos vegetais e detecção de metabólitos secundários e na extração de óleos essenciais, para que no dia a dia, após a formação, o profissional farmacêutico esteja apto a realizar esta função caso deseje trabalhar nas áreas diretamente ligadas ao estudo e manipulação de drogas vegetais e dos medicamentos fitoterápicos obtidos a partir das mesmas. 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FIGUEIREDO, A. C. et al. Plantas aromáticas e medicinais - Óleos essenciais e voláteis. Revista da APH, v. 114, p. 378-382. 2014 SILVA, Marcela Cristina. Óleos essenciais: caracterização, aplicações e métodos de extração. 2018. MARQUES, Luis Carlos. Preparação de extratos vegetais. Jornal Brasileiro de Fitomedicina, v. 3, n. 2, p. 74-76, 2005. SIMÕES, Cláudia Maria Oliveiraet al. Farmacognosia: do produto natural ao medicamento. Artmed Editora, 2016. VIANA, Thiago José Magalhães Silva et al. Métodos de Extração do Óleo Essencial de Lippia Origanoides Kunth. In: Congresso Internacional de Enfermagem. 2017. 8 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – Pesquisa e identificação de alcaloides (aula 2) Os alcaloides são metabólitos secundários nitrogenados de diversidade estrutural vasta e complexa com significante ação farmacológica e participação na proteção da planta aos agentes externos, podendo ser encontrados nas flores, folhas, sementes e raízes de algumas espécies vegetais. Fumagali (2008) afirma: “O papel dos alcaloides nas defesas químicas das plantas é sustentado pela grande variedade de efeitos fisiológicos que estes exercem sobre os animais e também por suas atividades antimicrobianas. Vários alcaloides são tóxicos aos insetos e atuam como repelente para herbívoros.” Na classificação biossintética, os alcaloides podem ser denominados como verdadeiros, que são os que são derivados de aminoácidos e possuem um átomo de hidrogênio em anel heterocíclico, fazem parte dessa definição a emetina, escopolamina e morfina; os protoalcaloides são aminas simples nas quais seu átomo de nitrogênio não pertence a um anel heterocíclico, como a colchicina e a efedrina; e os pseudoalcalóides, compostos nitrogenados com ou sem anéis heterocíclicos que não são derivados de aminoácidos, a exemplo da coniina e da aconitina. Os mesmos podem também ser classificados pela botânica ou quimicamente pela função do seu sistema heterocíclico. Farmacologicamente, os alcaloides apresentam efeitos analgésicos, depressores ou estimuladores do sistema nervoso central, antiespasmódicos, anestésicos, antitumorais, antitussígenos, entre outros. Alguns produtos que contém essa categoria de metabólitos secundários são bastante conhecidos e consumidos na atualidade, encontrados na forma de bebidas e medicamentos, o que realça a necessidade do controle de qualidade, Valente et. al (2006) corrobora “devido ao grande interesse comercial dessas plantas, é fundamental o desenvolvimento de métodos analíticos que possam monitorar a qualidade do material vegetal e dos fitoterápicos derivados”, tendo em vista que usados de forma exagerada ou em sua apresentação ilegal, tais itens podem representar perigo em decorrência de suas propriedades, principalmente relacionadas ao SNC, sendo um exemplo claro desse perigo, a cocaína. 9 MATERIAIS E MÉTODO Materiais • Tubos de ensaios • Becker de 50 mL • Estante de tubos de ensaio • Bastões de vidro • Pipeta de Pasteur • Pêra • Pipeta graduada • Erlenmeyer • Fitas de pH • Balança de precisão • Espátula • Caneta permanente • Sal de cozinha (NaCl) • Reagentes (Mayer, Dragendorff) e Bouchardat/Wagner) • Capela de exaustão • Almofariz com pistilo (“cadin”) • Água destilada • Ácido clorídrico • Pulverizado de droga vegetal Método 1. Pesar 2 g de carqueja (caule e casca) em um Becker; 2. Transferir a carqueja para um almofariz com pistilo e macerar; 3. Na capela de exaustão, preparar ácido clorídrico a 1% e transferir 20 mL do mesmo para o Erlenmeyer com a carqueja; 4. Levar ao agitador magnético por 2 min; 5. Conferir o nível de acidez; 6. Preparar também uma solução com 2 mL de ácido clorídrico e 2 g de NaCl; 10 7. Distribuir a solução fervida com ácido clorídrico a 1% com a carqueja em 4 tubos de ensaio e identificá-los com as iniciais B (branco), M (Mayer), D (Dragendorff), W (Bouchardat/Wagner); 8. Fazer o mesmo com a solução de ácido clorídrico + NaCl; 9. Gotejar os reagentes em seus respectivos tubos; 10. Gotejar uma vez e misturar, caso não precipite, gotejar novamente. Uma terceira gota não é necessária, pois, a não resposta na segunda já significa que não irá precipitar. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para que fosse identificado a presença de alcaloides no caule e na casca da Carqueja, com a utilização dos reagentes, deveria ter sido possível observar precipitação e coloração azulada, o que não ocorreu, como pode ser observado na imagem abaixo. Tubos de ensaio após a adição dos reagentes. Tal fato ocorreu, provavelmente, por variações como temperatura, idade da planta, herbivoria, ataque de patógeno, entre outros fatores que podem influenciar o teor de metabólitos secundários de uma espécie vegetal. 11 REFERÊNCIAS FUMAGALI, Elisângela et al. Produção de metabólitos secundários em cultura de células e tecidos de plantas: O exemplo dos gêneros Tabernaemontana e Aspidosperma. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 18, p. 627-641, 2008. VALENTE, Ligia MM et al. Desenvolvimento e aplicação de metodologia por cromatografia em camada delgada para determinação do perfil de alcalóides oxindólicos pentacíclicos nas espécies sul-americanas do gênero Uncaria. Revista Brasileira de Farmacognosia, v. 16, p. 216-223, 2006. 12 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – Pesquisa e Caracterização de Cumarinas (aula 3) Em 1820 houve o primeiro isolamento de cumarina, descoberto por Vogel de Munique e isolado a partir de feijões tonka, provindo de árvores tonka, localizado na Guiana e também na região amazônica. Inicialmente, Vogel não tinha ideia que era uma cumarina, pois, ele constatava aquele composto como ácido benzoico, dividindo a descoberta com outro estudioso no mesmo ano, Nicholas Guibourt (diferenciando apenas que Nicholas já tinha ciência de que aquele composto não era um ácido benzoico). A cumarina é um heterocíclico orgânico bastante estudado desde a sua descoberta, hoje descobertas mais de mil e trezentas moléculas pertencentes a essa classe, dividida numa vasta quantidade de plantas e partes das mesmas por diferentes regiões do globo terrestre. Sua importância aromática vem sendo utilizada em larga escala na indústria alimentícia e cosméticos por seu aroma adocicado, se assemelhando a baunilha, encontrado o uso atualmente até mesmo em bebidas alcoólicas -mesmo que tenha diversas restrições de uso pela sua hepatotoxicidade e carcinogenicidade, evidenciado em diversos estudos-. O uso farmacoterapêutico das cumarinas se tornou um grande alvo de estudos por seu poder antioxidante, atividade anti-inflamatória, antimicrobiana, anticoagulante e adjuvante na terapêutica do cancro, entre outras. Todas essas funções biológicas no organismo são explicadas por sua facilidade de exercer interações não covalentes com estruturas proteicas e também por serem moléculas de uma ótima farmacocinética, onde estudos comprovam que temos um efeito rápido no organismo humano. 13 MATERIAIS E MÉTODO Materiais: • Erlenmeyer • Pipeta de Pasteur • Hidróxido de potássio ou de sódio • Metanol • Papel de filtro • Umburana de cheiro • Vidro de relógio • Agitador magnético • Luz ultravioleta Método 1. Aquecer em agitador magnético, durante cerca de 10 min, 2 gramas de umburana de cheiro no Erlenmeyer com vidro de relógio, o que sublima são as cumarinas; 2. Dissolver o sublimado obtido com 1,5 ml de metanol; 3. Lançar três gotas, concentrando-se em diferentes pontos em uma folha de papel filtro junto com uma gota de solução alcoólica de hidróxido de potássio ou sódio 10% e secá-la; 4. Em seguida fazer a observação. Se tiver cumarinas, fica fluorescente e é identificado a 395 nm em luz ultravioleta. 14 RESULTADOS E DISCUSSÃO Observou-se a presença de cumarinas, visto que na luz ultravioleta o sublimado se apresentou fluorescente. Não foi observado nenhuma alteração significativa que demonstrasse algum tipo de erro durante a extração, constituiu-se assim a prática em um sucesso. Filtros apresentando reação da presença de cumarinas. CONCLUSÃO O objetivo foi alcançado visto que foipossível observar e praticar a extração de cumarinas por meio do aquecimento, uso de metanol e observação com hidróxido de sódio e a luz ultravioleta. Certamente, constituiu-se uma explicação satisfatória e de bom proveito que contribuirá para a formação e posteriormente vida profissional dos discentes. 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FRANCO, Daiana P. et al. A IMPORTÂNCIA DAS CUMARINAS PARA A QUÍMICA MEDICINAL E O DESENVOLVIMENTO DE COMPOSTOS BIOATIVOS NOS ÚLTIMOS ANOS. Química Nova, v. 44, p. 180-197, 2021. Disponível em: <https://www.scielo.br/j/qn/a/NdnnhHYx8b8tJFSFYXms6nM/?lang=pt>. Acesso em: 29/11/2021 DIAS, Ana Rita da Silva Vargas Guerreiro. Cumarinas: origem, distribuição e efeitos tóxicos. 2015. Tese de Doutorado. Disponível em: <https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/11324/1/Dias%2c%20Ana%20Rita%20da %20Silva%20Vargas%20Guerreiro.pdf>. Acesso em: 29/11/2021. https://www.scielo.br/j/qn/a/NdnnhHYx8b8tJFSFYXms6nM/?lang=pt https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/11324/1/Dias%2C%20Ana%20Rita%20da%20Silva%20Vargas%20Guerreiro.pdf https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/11324/1/Dias%2C%20Ana%20Rita%20da%20Silva%20Vargas%20Guerreiro.pdf 16 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – Pesquisa de flavonóides (aula 4) Flavonóide, um termo derivado do latim “flavus”, que basicamente significa amarelo, por muito tempo considerado apenas como pigmentos das flores. Ainda em seu período inicial de descobertas sobre esse composto bioativo, especificamente em 1930, um fisiologista húngaro Albert von Szent-Györgyi Nagyrápolt isolou uma substância da laranja, que denominou “vitamina p”. Com o passar do tempo e com mais estudos, identificou que seria um flavonóide, o que lhe rendeu, logo após, um prêmio nobel. Em dias atuais, nos deparamos com incontáveis utilidades para esse grupo tão vasto, tal grupo que mesmo isolado, conta com mais de oito mil substâncias pertencentes, dispersas pela natureza. Além das funções protetoras e pigmentares das plantas, temos também as funções farmacológicas para nós humanos, dentre elas: antioxidante, antiviral, antitumoral, anti-inflamatório e hormonal. Os flavonóides estão divididos em classes, cada uma delas divididas entre coloração e tipo de planta ou alimento, sendo as principais: flavonas, flavonois, flavanonas, isoflavonoides, antocianidinas e flavanas. Devemos dar destaque a função farmacológica de antioxidação dos flavonóides, seu ponto mais forte, que conta com a quercetina, um excelente sequestrador de espécies reativas de oxigênio, o que a torna uma das melhores subclasses de flavonóides com função antioxidante. 17 MATERIAIS E MÉTODO Materiais • Funil de vidro • Algodão • Erlenmeyer • Pêra • Pipeta graduada • Almofariz com pistilo • Álcool etílico • Clorofórmio • Magnésio em pó • Ácido clorídrico • Drogas vegetais: marcela e ipê roxo • Tubo agitador • Agitador magnético Método 1. Extrair flavonoide do ipê roxo com 5 gramas dele e 100 ml de álcool em turbo extração dentro de um balão volumétrico, fazer o mesmo com a marcela; 2. Enquanto isso, começar a macerar magnésio para usar como catalisador posteriormente na observação; 3. Filtrar com algodão o que foi extraído da turbo-extração do ipê e da marcela com um algodão em um Erlenmeyer; 4. Depois, colocar para ferver o que foi filtrado de ambas no agitador magnético em potência máxima, até evaporar o álcool e ficar transparente; 18 5. Depois colocar 1 ml de álcool e 0,5 ml de clorofórmio para não ter influência da clorofila; 6. Colocar o magnésio macerado e 3 a 4 gotas de ácido clorídrico, fazer isso dentro da capela; 7. Após isso, se na hora de observar, ficar amarelo ou vermelho, é flavona. Será flavonol ou dihidroflavonol se muito vermelho. Se vermelho a violeta, é flavanona. De vermelho para rosa, são derivados de anticionina. Por fim, se sem cor, serão chalconas ou isoflavonas. RESULTADOS E DISCUSSÃO O ipê roxo, depois das gotas de ácido clorídrico, ficou entre vermelho e rosa, portanto tinha sim flavonoides. Neste caso, derivados antociânicos. A marcela se mostrou entre vermelho e amarelo, estando presente, portanto, flavonas. Não foi observado nenhuma alteração significativa que demonstrasse algum tipo de erro durante a extração dos flavonoides, constituiu-se assim, a prática, em um sucesso. Ipê roxo com derivados antociânicos Marcela com flavonas detectadas. detectados. 19 CONCLUSÃO O objetivo foi alcançado visto que foi possível observar e praticar a extração de flavonoides, com técnica de turbo extração, maceração de magnésio como meio de catalisar a reação de observação, a fim de saber se havia mesmo flavonoides, e a retirada de clorofilas com o clorofórmio para não interagir e atrapalhar a ação do ácido clorídrico. Certamente, constituiu-se uma explicação satisfatória e de bom proveito que contribuirá para a formação e posteriormente vida profissional dos discentes. 20 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Essentia Pharma; O que são flavonoides, para que servem e onde encontrá-los?; Disponível em: <https://essentia.com.br/conteudos/flavonoides/>. Acesso em: 27/11/2021. Zanoti Fonseca, Matos dos Prazeres, Batista de Lima, Pereira dos Santos, Santos Pamponet; Perguntas mais frequentes sobre flavonóides; Disponível em; <https://www2.ufrb.edu.br/ead/images/Livro_Perguntas_mais_frequentes_sobre_Flavon oides_ISBN.pdf>. Acesso em: 27/11/2021. https://essentia.com.br/conteudos/flavonoides/ https://www2.ufrb.edu.br/ead/images/Livro_Perguntas_mais_frequentes_sobre_Flavonoides_ISBN.pdf https://www2.ufrb.edu.br/ead/images/Livro_Perguntas_mais_frequentes_sobre_Flavonoides_ISBN.pdf 21 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA – Pesquisa de Taninos (aula 5) A palavra tanino é largamente usada, particularmente em literatura botânica, originalmente derivada do termo "tanante", implicando que o material vegetal produza couro a partir de peles. Eles são compostos fenólicos de grande interesse ecológico e econômico, são também metabólitos secundários e apresentam solubilidade em água, porém, possuem a habilidade de formar complexos insolúveis em água com proteínas, gelatinas e alcalóides. Vale ressaltar também que pesquisas evidenciaram a importante ação contra determinados microrganismos -agentes carcinogênicos e causadores de toxicidade hepática- que os taninos proporcionam. Portanto, a ingestão de chá verde e de dietas ricas em frutas que contêm taninos tem sido associada com atividade anticarcinogênica. Além disso, podem agir como antiinflamatórios e cicatrizantes, e até como inibidores de transcriptase reversa em HIV. Como esse mecanismo provoca o ressecamento bucal, ele é favorável para a produção de bebidas secas, como vinho. Neste caso, os taninos agem como um antioxidante natural, que junto com outros fatores como álcool, corpo e acidez, é fundamental para dar estrutura e longevidade ao vinho. Além disso, esses metabólitos não possuem um sabor específico, mas, geram uma sensação de secura, o que provoca a amargura no sabor, detectada pela gengiva e pela língua. A maioria dos compostos fenólicos não são encontrados no estado livre na natureza, mas sob forma de ésteres ou de heterosídeos. Por ser uma característica dos taninos, eles são muito reativos quimicamente, formam pontes de hidrogênio, intra e intermoleculares. Segundo a estrutura química desse composto, eles são classificados em dois grupos: hidrolisáveis e condensados. Sendo o primeiro, consistente de ésteres de ácidos gálicos e ácidos elágicos glicosilados -muito mais freqüentes que os gálicos-, formados a partir do chiquimato, onde os grupos hidroxila do açúcar são esterificados com os ácidos fenólicos.As aplicações de drogas com taninos estão relacionadas, principalmente, com suas propriedades adstringentes. Internamente, exercem efeito antidiarréico e anti- séptico. Em adesão, externamente, impermeabilizam as camadas mais expostas da pele e mucosas, protegendo assim as camadas subjacentes -o processo curativo ocorre naturalmente-. Possui também efeitos antimicrobiano e antifúngico através da 22 precipitação de proteínas. Ademais, os taninos são hemostáticos e, como precipitam alcalóides, podem servir de antídoto em casos de intoxicações. Inclusos nesse metabolismo, os taninos mostram-se extremamente promissores e podem ser estudados através de técnicas quantitativas relativamente fáceis e de baixo custo. MATERIAIS E MÉTODO Materiais • Becker de 500 mL • Becker de 250 mL • Erlenmeyer • Proveta • Tubos de Ensaio • Funil de vidro • Pipeta de Pasteur • Espátula • Algodão • Água destilada • Banho-Maria • Estante de tubos de ensaio • Ácido clorídrico a 10% • Metanol a 1% • Cloreto Férrico FeCl3 23 • Ácido acético a 10% • Acetato de chumbo • Folha de mangueira • Gelatina sem sabor e sem açúcar • Balança de precisão • Caneta permanente • Liquidificador Método 1. Pesar 15 g de folha de mangueira em um Becker; 2. Adicionar 250 mL de água destilada; 3. Triturar a mistura no liquidificador; 4. Retornar a mistura triturada para o Becker e levar ao agitador magnético; 5. Aguardar ferver para começar a cronometrar 15 min; 6. Em outro Becker, pesar 0,2 g de pó de gelatina sem sabor e sem açúcar e adicionar 10 mL de água destilada; 7. Levar a banho-maria por 1 min; 8. Filtrar a mistura de folha de mangueira triturada em um Erlenmeyer usando um funil de vidro e algodão; 9. Separar 2 mL do líquido filtrado em 4 tubos de ensaio; 10. Identificar os tubos em 1, 2, 3 e 4 (branco); 11. Adicionar 2 gotas de ácido clorídrico a 10% e a solução de gelatina gota a gota, no tubo 1; 12. Observar se há presença de turvação; 13. Em seguida, adicionar 10 ml de água destilada e 2-4 gotas da solução de FeCl3 a 1% em metanol, no tubo 2; 14. Observar se há precipitação e sua coloração; 15. No tubo 3, adicionar 10 ml da solução de ácido acético a 10 % e 5 ml da solução de acetato de chumbo a 10%; 16. Observar se há precipitação esbranquiçada; 24 RESULTADOS E DISCUSSÃO As reações obtidas a partir da decocção da folha da manga nos tubos 1, 2 e 3 foram positivas para taninos. No tubo 1, existiu presença de precipitado. No tubo 2, com a adição do preparo de Cloreto Férrico, notou-se que a mistura possuía uma tonalidade azul fechada, positivando assim, a presença de taninos hidrolisáveis ou gálicos. No tubo 3, a adição do preparo de Acetato de Chumbo formou um precipitado esbranquiçado, ou seja, nele havia a presença de taninos hidrolisáveis. A relação da teoria com a prática é muito evidente, nessa aula, por exemplo, foi notada uma certa dificuldade por parte dos discentes, quanto a identificação das tonalidades e precipitações demandadas pelo ensino teórico, tendo em vista que a tonalidade azulada se apresentou mais escura. Tubos de ensaio com os resultados obtidos para taninos. CONCLUSÃO O objetivo foi alcançado visto que pudemos observar e praticar a extração de taninos, conhecer a sua ligação com flavonoides, entender como se configura a visualização dos taninos por precipitação e saber que cada tipo de substancia química adicionada demonstra uma classe diferente. Certamente, constituiu-se uma explicação satisfatória e de bom proveito que contribuirá para a formação e posteriormente vida profissional dos discentes. 25 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Qual a função dos taninos? Descubra!; Disponível em: <https://www.wine.com.br/winepedia/curiosidades/qual-a-funcao-dos-taninos- descubra/>. Acesso em: 01/12/2021. Publicado em maio de 2019. Monteiro, Albuquerque, Araújo e Amorim. Taninos: uma abordagem da química à ecologia Tannis: from chemistry to ecology.; Disponível em <https://www.scielo.br/j/qn/a/YJDjDfvLBpkkbFXML3GPjdt/?lang=pt&format=html>. Acesso em: 01/12/2021. Publicado em outubro de 2005.
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