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Objetivos OBJETIVO 1: Revisar a morfofisiologia do pâncreas, vesícula e ductos biliares OBJETIVO 2: Compreender a epidemiologia, etiologia, fisiopatologia, manifestações clínicas e diagnostico da pancreatite aguda e crônica ANATOMIA DO PÂNCREAS: Glândula derivada do endoderma a partir de evaginação do intestino anterior O pâncreas tem um componente exócrino, constituído por ácinos que sintetizam enzimas digestivas drenadas por ductos até os intestinos, e um componente endócrino, formado por ilhotas de células produtoras de diversos hormônios, como insulina, glucagon, somatostatina, peptídeo pancreático e grelina. Dividido em cabeça, corpo e cauda Sua secreção exócrina é drenada para o duodeno por meio de: (1) ducto principal, ou de Wirsung: que se inicia na cauda do órgão e desemboca na papila maior ou de Vater, junto com o ducto biliar comum, recebendo ductos secundários em toda a sua extensão; (2) ducto acessório, ou de Santorini: que recebe ductos secundários da porção anterossuperior da cabeça do órgão; pode desembocar na papila menor, presente em 40% dos adultos, localizada cerca de 2 cm acima da papila maior, ou fundir-se ao ducto principal, ainda dentro do pâncreas HISTOLOGIA DO PÂNCREAS: Possui como unidades secretoras: Ácinos pancreáticos, que consistem em células acinares piramidais Possui 2 tipos de células • Acinares Pancreatite Aguda e Crônica • Centroacinares As quais produzem como produtos as enzimas digestivas: peptidases, lipases, enzimas amioliticas e enzimas nucleoliticas Elas são responsáveis pela digestão no intestino delgado. Os principais exemplos são a amilase pancreática (para carboidratos), lipase pancreática (para gordura), tripsinogênio e quimiotripsinogênio (para proteínas). Grânulos de zimogênio são grandes organelas secretoras, nas quais as células acinares guardam suas enzimas inativas, chamadas de zimogênio ou proenzimas. Após estimulados, os zimogênios são ativados e as células acinares liberam suas secreções por exocitose. As células dos ductos produzem mucina e fluidos ricos em bicarbonato, úteis na neutralização do conteúdo ácido estomacal FISIOLOGIA DO PÂNCREAS A porção exócrina do pâncreas, que ocupa mais de 95% do órgão, é formada por células acinares, que produzem e secretam proenzimas digestivas, por células centroacinares e ductulares, envolvidas no metabolismo do bicarbonato, e por células ductais, produtoras de mucina, que revestem todo o sistema de drenagem da secreção, desde os ductos interlobulares até os ductos de Wirsung e Santorini O pâncreas tem grande capacidade de síntese proteica, pois produz e secreta cerca de 20 enzimas necessárias para a digestão de proteínas, carboidratos e gorduras. Sua secreção ocorre em resposta a estimulação vagal e a dois hormônios produzidos no duodeno e no jejuno, a colecistocinina e a secretina, responsáveis, respectivamente, pela produção de suco pancreático rico em enzimas e bicarbonato. A ativação anormal de tripsina leva a autodigestão do parênquima (pancreatite aguda), para evitar essa situação, o organismo dispõe de mecanismos de proteção contra ativação imprópria ou exagerada de tripsina: 1. as enzimas são sintetizadas na forma de precursores inativos (proenzimas), que ficam isoladas em grânulos de zimogênio intracelulares; 2. a tripsina possui um sítio de autoclivagem, que é acionado após a enzima cumprir sua ação fisiológica; 3. existe um inibidor fisiológico da secreção pancreática (PSTI – pancreatic secretory trypsin inhibitor), produzido pelas próprias células acinares. Uma vez ativada, a tripsina ativa as demais enzimas. ANATOMIA, HISTOLOGIA E FISIOLOGIA DA VESÍCULA BILIAR: Serve como reservatório da bile que foi sintetizada pelos hepatócitos. Ao ingerir refeições ricas em gorduras e proteínas, estimula a liberação de colecistocinina (CCK), que atua ao nível do corpo e pescoço da vesícula e nos ductos císticos e extra- hepáticos. Este hormônio peptídico provoca contração simultânea do corpo da vesícula biliar e relaxamento do colo da vesícula biliar. Uma vez que a pressão dentro da árvore biliar atinge 10 mmH2O de bile, há relaxamento do esfíncter de Oddi. Assim, a bile pode ser liberada tanto da vesícula biliar quanto diretamente do fígado através da árvore biliar. No entanto, durante os estados de jejum, a ausência de colecistocinina resulta na contração do esfíncter de Oddi. O aumento da pressão na árvore biliar resulta no desvio da bile para a vesícula biliar, onde é armazenada e concentrada. INTRODUÇÃO: São infecções do pâncreas, agudas ou crônicas, que na maioria das vezes se associam a causas não infecciosas. Os quadros variam bastante de acordo com a natureza, duração e intensidade dessas lesões https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/figado EPIDEMIOLOGIA: Pancreatite Aguda: • Acomete preferencialmente adultos entre 30 a 60 anos; • A incidência anual relatada de pancreatite aguda nos Estados Unidos varia de 4,9 a 35 por 100.000 habitantes • A incidência dessa doença tem aumentado por conta da utilização mais ampla de exames séricos e radiológicos, o que possibilita mais diagnósticos • Incidência de pancreatite aguda está aumentando em todo o mundo devido ao aumento das taxas de obesidade e cálculos biliares • Fumar pode aumentar o risco de pancreatite não relacionada a cálculos biliares por mecanismos que não são claros e podem potencializar danos ao pâncreas induzidos pelo álcool • A mortalidade na pancreatite aguda é geralmente devido à síndrome da resposta inflamatória sistêmica e falência de órgãos nas primeiras 2 semanas, enquanto após 2 semanas é geralmente devido à sepse e suas complicações • Se a pancreatite está ligada a cálculos biliares, é mais comum em mulheres; quando associada ao etilismo, predomina em homens. Pancreatite Crônica: • Estimativas confiáveis de base populacional da epidemiologia da pancreatite crônica não estão amplamente disponíveis, pois os critérios diagnósticos para pancreatite crônica variam muito. No entanto, evidências limitadas sugerem que a incidência de pancreatite crônica varia de 5 a 12/100.000 com uma prevalência de aproximadamente 50/100.000 pessoas. • O álcool está associado a aproximadamente metade de todos os casos de pancreatite crônica nos Estados Unidos • A pancreatite crônica idiopática é responsável por aproximadamente 10 a 30 por cento de todos os casos. O número de pacientes rotulados como idiopáticos depende em grande parte de quão detalhada e abrangente é a busca por uma etiologia. • Nas mulheres predominam as causas idiopáticas (32 por cento), seguidas do álcool (30 por cento), genética (13 por cento) e obstrutiva (12 por cento). • Nos homens, a pancreatite crônica associada ao álcool e ao tabaco é mais comum (58%) • Quando comparados com os pacientes brancos, os pacientes negros foram significativamente mais propensos a serem ex-fumantes ou atuais e ter o uso de álcool como etiologia (77 versus 42 por cento). Pacientes negros também eram mais propensos a ter morfologia pancreática avançada, como calcificações, atrofia, estenoses pancreática e do ducto biliar comum e diminuição da função exócrina e endócrina pancreática. ETIOPATOGENIA: A maioria dos pacientes tem mais de uma etiologia subjacente ETIOLOGIAS Pancreatite Aguda Pancreatite Crônica Obstrução de ductos pancreáticos (40-70%) Tóxico metabólico (Alcoolismo, tabagismo e hipertrigliceridemia) Álcool (25-35%) Idiopática Agressão direta as células acinares (autodigestão do órgão) Genética Hipertrigliceridemia (1- 14%) Autoimune Infecciosa (1%) Recorrente grave Medicamentos (<5%) Obstrutiva As etiologias descritas acima se organizam em ordem de maior frequência para menor frequência. Fonte: Bogliolo (2021) e UpToDate (2022) PANCREATITE AGUDA: Uma dasdoenças que mais requer hospitalização De acordo com seu aspecto morfológico, ela pode ser: 1. Edematosa ou intersticial: (80-85% dos casos), geralmente um quadro discreto e autolimitado 2. Necro-hemorrágica: (15-20% dos casos), gravidade depende do tamanho da lesão, podendo alcançar a mortalidade em 10% dos casos quando não há infecção e em 100% dos casos quando há tecido necrótico infectado. PATOGÊNESE BASEADA NA ETIOLOGIA: • Nos EUA, pancreatite aguda associa-se mais a ingestão abusiva de álcool, enquanto na Inglaterra e no Brasil a causa principal são cálculos biliares • Álcool e litíase biliar respondem por 80% dos casos de pancreatite aguda. Outras causas incluem obstrução de ductos por outros agentes, hipercalcemia, hiperlipoproteinemia, traumatismos, medicamentos e infecções. Cerca de 10% dos casos permanecem sem causa conhecida. • Os mecanismos patogenéticos principais são obstrução ductal e lesão de células acinares, que causam o extravasamento das enzimas pancreáticas responsáveis pela autodigestão do órgão. Obstrução de ductos pancreáticos: independentemente da causa, sobretudo por cálculos biliares na vesícula o na arvore biliar, impactando a ampola de Vater. A obstrução leva ao acumulo de secreção pancreática e aumento da pressão intraductal, com isso, há comprometimento do fluxo sanguíneo e isquemia, que é capaz de causar lesões as células acinares. Com a destruição de células acinares, ocorre o extravasamento das enzimas digestivas, que provocam autodigestão do órgão e forte estimulo de macrófagos que liberam citocinas inflamatórias, contribuindo para uma maior formação de lesões parenquimatosas e do tecido adiposo pancreático. Causas menos comuns de obstrução são carcinoma pancreático ou da papila duodenal. A autodestruição do parênquima pancreático está diretamente relacionada com a ativação de tripsina intrapancreática Agressão direta às células acinares: é causada principalmente pelo álcool (2ª causa mais frequente de pancreatite aguda), e envolve o consumo abusivo, embora apenas 5% dos alcoolistas desenvolvam a doença. A agressão decorrente do álcool pode ocorrer por vários motivos: 1) O etanol quando metabolizado lesa diretamente as células acinares por meio de seus metabólitos e geração de radicais livres 2) Lesão celular libera citocinas que induzem resposta inflamatória 3) O álcool estimula a secreção pancreática promovendo contração do esfíncter de Oddi, que aumenta a pressão intraductal favorecendo o extravasamento de enzimas. 4) Como parte do álcool é metabolizado o pâncreas, seus metabolitos podem ativar a tripsina dentro das células acinares causado necrose. Outras causas de destruição acinar capazes de liberar enzimas são isquemia, traumatismos, medicamentos e infecções. A autodigestão é o mecanismo mais aceito para explicar as lesões da pancreatite aguda. O extravasamento de enzimas digestivas no parênquima pancreático é compreensível pelos mecanismos descritos anteriormente. O difícil é explicar porque a ativação de enzimas ocorre dentro do próprio órgão ao invés de ocorrer na luz intestinal. Na maioria das vezes, o evento chave na autodigestão do parênquima é a ativação intrapancreática da tripsina, mas as razoes são pouco conhecidas. Uma vez ativada, a tripsina lisa o parênquima e ativa outras enzimas como elastase, fosfolipase, que provocam respectivamente lesão vascular (com hemorragia) e esteatonecrose. A tripsina também converte a pré-calicreína em calicreína, que gera bradicinina e outras substâncias que promovem vasodilatação, aumento da permeabilidade vascular e edema. • Outras causas relacionadas a substâncias químicas correspondem a 2-5% dos casos. • Medicamentos como azatioprina, mercaptopurina, ácido valproico, estrogênios, tiazídicos, furosemida, metronidazol, pentamidina, sulfamidas, tetraciclinas, inibidores da enzima conversora de angiotensina (IECA) e tamoxifeno também podem ser etiologias menos comuns • Pancreatite aguda surge também em outras situações. Pancreatite aguda por hipertrigliceridemia (2 a 5%) ocorre mais frequentemente em pessoas com valores de triglicerídeos séricos acima de 1.000 mg/dL. • Pancreatite aguda infecciosa (1%) é causada por diversos vírus, sobretudo da caxumba, vírus Coxsackie, citomegalovírus e vírus Ebstein-Barr. • Pancreatite hereditária, que se associa a anormalidades genômicas e se caracteriza por crises recorrentes de pancreatite aguda, inicia-se na infância e pode tornar-se crônica PANCREATITE CRÔNICA: Pancreatite crônica corresponde a inflamação persistente do pâncreas acompanhada de destruição do parênquima, fibrose e, consequentemente, perda progressiva da função pancreática. As etiologias são geralmente classificadas usando um sistema denominado “TIGAR-O”, que se referem a pancreatite: • Tóxico-metabólica: decorrente de álcool, tabagismo e hipertrigliceridemia • Idiopática: sem causa definida pela avaliação de exames • Genética: por mutações genéticas e polimorfismos subjacentes, que podem ser divididos em genes autossômicos dominantes e autossômicos recessivos • Autoimune: representa duas condições inflamatórias do pâncreas e em muitos casos, de outros órgãos, que correspondem com terapia a esteroides • Recorrente Aguda e grave: a pancreatite recorrente é um dos fatores mais fortes para progressão de hepatite crônica. Após um ataque de pancreatite aguda, 10% dos pacientes evoluem para pancreatite crônica. A maior causa é o álcool, segundo Bogliolo (2021) PATOGÊNESE: A causa mais comum de pancreatite crônica é alcoolismo. Os pacientes geralmente têm história de ingestão alcoólica prolongada (10 a 15 anos), são homens em sua maioria e situam-se preferencialmente na quarta ou quinta década de vida. Outras causas são: Obstrução de ductos, hipotrofia acinar, fibrose, dilatação ductal, anomalias congênitas, estenose ductal, cálculos e neoplasias. Alcoolismo: ocorre a hipersecreção proteica pelas células acinares induzidas pelo álcool. Com a secreção não é proporcional em água e bicarbonato pelas células centroacinares, ela fica mais espessa e forma tampões proteicos intraductais que acabam por obstruir os pequenos ductos. A precipitação de cálcio sobre os tampões resulta em calculo intraductal, razão pela qual ela é conhecida como pancreatite crônica calcificante. Muitos estudiosos admitem que crises repetidas de pancreatite aguda evoluiriam para pancreatite crônica. Trata-se da hipótese “necrose-fibrose”, em que episódios repetidos de destruição parenquimatosa são seguidos de fibrose progressiva. Nesse processo, citocinas liberadas estimulam as células estreladas pancreáticas a sintetizar fibras colágenas, a exemplo do que acontece com as células estreladas do fígado em hepatopatias crônicas. Entre outros efeitos, o álcool e seus metabólitos estimulariam tais células a produzir colágeno. Pancreatite tropical é uma forma especial e agressiva de pancreatite crônica mais frequente em países em desenvolvimento. A doença acomete jovens e associa-se a cálculos nos ductos pancreáticos. A etiologia é desconhecida, porém mutações no gene SINK1 e fatores ambientais têm sido associados. Clinicamente, mais de 90% dos pacientes apresentam dor abdominal e 25% desenvolvem diabetes melito.; Pancreatite autoimune: é uma desordem fibro- inflamatória que se expressa como uma forma rara de pancreatite crônica com características histológicas e sorológicas particulares e boa resposta ao tratamento com corticosteroides. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS AGUDA E CRÔNICA: Aguda: • Dor abdominal intensa que irradia para dorso, persistente e de início súbito • Náuseas e vômitos • Sudorese • Febre baixa e taquicardia • Hipotensão postural • Icterícia • Diminuição ou ausência do peristaltismo • Derrame pleural • Hipertensão arterial (podendo levar ao choque) • Hemorragia(se intensa pode se exteriorizar para cavidade, resultando em equimoses na área umbilical (sinal de cullen) ou na área dos flancos (sinal de grey-turner) A gravidade do quadro depende da intensidade e da extensão das lesões. Na maioria dos casos, os pacientes têm a forma discreta ou edematosa da doença e recuperam-se totalmente, contrastando com a alta mortalidade da pancreatite necro- hemorrágica. Crônica: Os sintomas basicamente são os mesmos, os diferenciais se caracterizam por: • Dor abdominal de menor intensidade que na aguda • Aumento sérico de amilase e CA19.9 (marcador tumoral pancreático) • Insuficiência hepática (emagrecimento e esteatorreia) • Icterícia (20% dos casos) Raramente a doença se caracteriza por ausência de sintomas. Hipotrofia do órgão em exames de imagem DIAGNÓSTICO AGUDA E CRÔNICA Laboratorial: • Amilase Sérica: níveis séricos aumentados nas primeiras 24h; elevadas mais que 3x no limite superior da normalidade • Lipase Sérica: níveis séricos aumentados no 3º e 4º dias, permanece elevada por mais tempo e é mais especifica que amilase. elevadas mais que 3x no limite superior da normalidade • Alanina aminotransferase (AST) e/ou aspartato aminotransferase (ALT): elevadas quando a pancreatite está associada a hepatite alcoólica ou coledocolitíase • Imunoglobulina G4 (IgG4): quando suspeitar de pancreatite autoimune • Além disso, um hemograma completo, eletrólitos, alanina aminotransferase (ALT), aspartato aminotransferase (AST), bilirrubina, cálcio, triglicérides e albumina devem ser obtidas para identificar a causa e também descartar outras causas de dor abdominal aguda. deve-se repetir as enzimas diariamente enquanto o paciente está hospitalizado Imagem: Radiografia simples do abdômen: valor limitado, mas pode ajudar no diagnóstico diferencial e revelar calcificações intraductal e distensão de alças intestinais Ultrassom abdominal: valor limitado, mas pode ajudar no diagnóstico diferencial e revelar calcificações intraductal e distensão de alças intestinais Ressonância magnética e Tomografia computadorizada: A presença de aumento focal ou difuso do pâncreas na TC ou RM abdominal com contraste é sugestiva de pancreatite aguda Radiografia do tórax: pode evidenciar atelectasia ou derrame pleural • Filho, Geraldo B. Bogliolo - Patologia. Disponível em: Minha Biblioteca, (10th edição). Grupo GEN, 2021. • Porto, C., e Porto, A. (2022), Clínica Médica na Prática Diária, 2ª edição • Management of acute pancreatitis - https://www.uptodate.com/contents/managem ent-of-acute- pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&so urce=search_result&selectedTitle=1~150&usa ge_type=default&display_rank=1 - Literature review current through: Aug 2022. | This topic last updated: Apr 27, 2022. • Chronic pancreatitis: Clinical manifestations and diagnosis in adults https://www.uptodate.com/contents/chronic- pancreatitis-clinical-manifestations-and- diagnosis-in- adults?search=pancreatite%20cronica&source =search_result&selectedTitle=1~150&usage_t ype=default&display_rank=1 - Literature review current through: Aug 2022. | This topic last updated: Jun 01, 2022. • Clinical manifestations and diagnosis of acute pancreatitis - https://www.uptodate.com/contents/clinical- manifestations-and-diagnosis-of-acute- pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&so urce=search_result&selectedTitle=2~150&usa ge_type=default&display_rank=2 - Literature review current through: Aug 2022. | This topic last updated: Apr 27, 2022. • Etiology of acute pancreatitis - https://www.uptodate.com/contents/etiology- of-acute- pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&so urce=search_result&selectedTitle=3~150&usa ge_type=default&display_rank=3 - Literature review current through: Aug 2022. | This topic last updated: Apr 27, 2022. • Etiology and pathogenesis of chronic pancreatitis in adults - https://www.uptodate.com/contents/etiology- and-pathogenesis-of-chronic-pancreatitis-in- adults?search=etiologia%20pancreatite%20cro nica&source=search_result&selectedTitle=1~ 150&usage_type=default&display_rank=1 - Literature review current through: Aug 2022. | This topic last updated: Mar 02, 2022. https://www.uptodate.com/contents/chronic-pancreatitis-clinical-manifestations-and-diagnosis-in-adults?search=pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1 https://www.uptodate.com/contents/chronic-pancreatitis-clinical-manifestations-and-diagnosis-in-adults?search=pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1 https://www.uptodate.com/contents/chronic-pancreatitis-clinical-manifestations-and-diagnosis-in-adults?search=pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1 https://www.uptodate.com/contents/chronic-pancreatitis-clinical-manifestations-and-diagnosis-in-adults?search=pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1 https://www.uptodate.com/contents/chronic-pancreatitis-clinical-manifestations-and-diagnosis-in-adults?search=pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1 https://www.uptodate.com/contents/chronic-pancreatitis-clinical-manifestations-and-diagnosis-in-adults?search=pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1 https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnosis-of-acute-pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&source=search_result&selectedTitle=2~150&usage_type=default&display_rank=2 https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnosis-of-acute-pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&source=search_result&selectedTitle=2~150&usage_type=default&display_rank=2 https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnosis-of-acute-pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&source=search_result&selectedTitle=2~150&usage_type=default&display_rank=2 https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnosis-of-acute-pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&source=search_result&selectedTitle=2~150&usage_type=default&display_rank=2 https://www.uptodate.com/contents/clinical-manifestations-and-diagnosis-of-acute-pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&source=search_result&selectedTitle=2~150&usage_type=default&display_rank=2 https://www.uptodate.com/contents/etiology-of-acute-pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3 https://www.uptodate.com/contents/etiology-of-acute-pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3 https://www.uptodate.com/contents/etiology-of-acute-pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3 https://www.uptodate.com/contents/etiology-of-acute-pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3 https://www.uptodate.com/contents/etiology-of-acute-pancreatitis?search=pancreatite%20aguda&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3 https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-pathogenesis-of-chronic-pancreatitis-in-adults?search=etiologia%20pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1 https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-pathogenesis-of-chronic-pancreatitis-in-adults?search=etiologia%20pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1 https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-pathogenesis-of-chronic-pancreatitis-in-adults?search=etiologia%20pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1 https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-pathogenesis-of-chronic-pancreatitis-in-adults?search=etiologia%20pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1https://www.uptodate.com/contents/etiology-and-pathogenesis-of-chronic-pancreatitis-in-adults?search=etiologia%20pancreatite%20cronica&source=search_result&selectedTitle=1~150&usage_type=default&display_rank=1
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