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HOMEOPATIA E FITOTERAPIA https://www.google.com/search?q=toxicologia+forense&rlz=1C1CHZO_pt-BRBR896BR896&sxsrf= Homeopatia: história e fundamentos ‘’ A homeopatia não é a medicina de um sintoma, nem mesmo de uma doença, mas a medicina de um indivíduo: a homeopatia trata o doente sobretudo pelo que ele é, muito mais do que pelo que ele tem’’. 1- Conceito O termo homeopatia vem das palavras gregas homoios (semelhante) e páthos (sofrimento). Especialidade médica e farmacêutica que consiste em ministrar ao doente doses mínimas do medicamento, de acordo com a lei dos semelhantes, para evitar a agravação dos sintomas e estimular a reação orgânica na direção da cura. 2- Similia similibus curantur (Hipócrates 468-377 a.C) Semelhante cura semelhante. “A doença é produzida pelos semelhantes, e pelos semelhantes que prescrevemos ao paciente, ele retorna da doença a saúde. A febre é suprimida pelo que a produz e produzida pelo que a suprime”. Segundo Hipócrates, haviam 2 meios de tratar o paciente: Através dos contrários (Alopatia); o medicamento tem efeito contrário aos sintomas causados pela doença, como antiinflamatório e antitérmicos. Através dos semelhantes (Homeopatia); Toda substância capaz de provocar determinados sintomas em um indivíduo sadio é capaz de curar, desde que em doses adequadas, um doente que apresente sintomas semelhantes. Hipócrates Embora tenha relatado o fenômeno da semelhança e observado a inversão da ação de uma mesma droga de acordo com a dose, Hipócrates não aprofundou seus estudos sobre o princípio da similitude. Coube a Samuel Hahnemann demonstrá-lo clinicamente e firmá-lo como método terapêutico, bem como dotá-lo de uma farmacotécnica própria. Exemplo: Consideremos um caso de prisão de ventre. O princípio dos semelhantes recomenda o uso de uma droga que iniba o peristaltismo, ou seja, uma droga que torne o intestino grosso “preguiçoso”. O princípio dos opostos recomenda o uso de uma droga que estimule o peristaltismo, ou seja, uma droga que promova a evacuação. Em ambos os casos ele acreditava que o médico estava apenas criando condições corretas para aumentar o poder de recuperação interno que levava à cura. 3- Origem Centenas de anos depois de Hipócrates, na Europa do século 16, Paracelso recolocou os méritos do tratamento dos semelhantes pelos semelhantes. No século 18, os princípios básicos foram formalizados em um verdadeiro sistema de medicina por Samuel Hahnemann. Samuel Hahnemann (1755-1843). 8 Médico, nascido em Meissen, Saxônia, região oriental da alemanha em abril de 1755. Formado pela Universidade de Erlandgen, Alemanha, em 1779. Abandona a prática médica em 1789 por considerar a prática médica da época muito empírica e baseada em sangrias, fórmulas complexas e medicamentos tóxicos. Desiludido, escreveu a um de seus amigos: “para mim, foi uma agonia estar sempre no escuro quando tinha de curar o doente e prescrever de acordo com essa ou aquela hipótese arbitrária... Renunciei à prática da medicina para não correr o risco de causar danos à saúde alheia e dediquei-me exclusivamente à química e às ocupações literárias.” Sustenta-se com seus escritos e traduções, sobretudo, obras médicas e científicas. 1790 - Tradução da Matéria Médica de Cullen e Experimentação da China officinallis. China officinalis (quinina) - usada na Europa para o tratamento do paludismo. Segundo explicações do autor do livro, a China officinallis atuaria fortalecendo o estômago e produzindo uma substância contrária à febre. Movido por curiosidade e intuição científica, Hahnemann decide provar, nele mesmo, o medicamento. Quinina: é um alcalóide de gosto amargo que tem funções antitérmicas, antimaláricas e analgésicas 10 Observou em si o aparecimento de sintomas semelhantes ao das crises febris da malária ao ingerir a quinina e seu desaparecimento ao cessar o uso. esfriamento das extremidades; rubor facial; sonolência; prostração; pulsações na cabeça; 1790-1796 - Experimentação de ± 50 substâncias (beladona, mercúrio, digital, ópio, arsênico, etc.). incluiu seus parentes e colegas nas experiências, observando e anotando em detalhes os resultados. 1801- Hahnemann começa a usar medicamentos dinamizados. É assim que ele testa com sucesso as dosagens cada vez menores, que chamamos hoje em dia de “infinitesimais” e que ele classificou na época como “imateriais”. Por outro lado, suas pesquisas põem em evidência um fato ainda hoje sem explicação: quando os medicamentos são simplesmente diluídos, são pouco operantes; quando eles são agitados energicamente a cada diluição, se tornam eficazes. É por isso que Hahnemann não fala em diluição e sim em “dinamização”. 1806 - As indicações sobre o uso homeopático dos medicamentos. 1810 – Publica sua obra fundamental - Organon da ciência médica racional - possui toda a base da homeopatia e toda a sintomatologia sobre várias substâncias experimentadas por ele próprio. 1819 – Organon da arte de curar 4- Medicina oficial na época de Hahnemann A Medicina da época de Hahnemann era bastante precária, para não dizer perniciosa. Seus métodos eram ilógicos e agressivos, geralmente agravando os quadros clínicos e levando-os ao óbito. Os principais procedimentos terapêuticos eram: Sangrias Purgativos Vesiculação Administração de calomelano (cloreto de mercúrio) 14 1- Sangrias As sangrias eram recomendadas em casos de Coqueluche, Cólera, Febre, e até mesmo hemorragias. Exemplos: Poeta Goethe, após sofrer uma hemorragia digestiva, foi sangrado em mais um litro. George Washington, em 14 de dezembro de 1799, teve uma severa dor de garganta. Foi feita uma sangria parcelada de dois litros, seguida de vesiculações e administração de Calomelano (cloreto de mercúrio). No mesmo dia ele veio a falecer. Uso de sanguessugas. 1- Sangrias 2- Eméticos/purgantes Falsa idéia de que a diarréia e os vômitos provocados eliminariam as impurezas internas. 3- Vesiculações A aplicação de substâncias cáusticas e irritantes sobre a pele (vesiculação) provocavam infecções na pele, e as supurações de pus eram também interpretadas como eliminações de impurezas internas. 4- O Calomelano (cloreto de mercúrio). 5- Homeopatia no Brasil 1840- Benoit Jules Mure, Médico Francês. Manipulação das tinturas pelos próprios médicos. João Vicente Martins (interior do Brasil). 1843- Escola Homeopática do Brasil. 1851 - Escola Homeopática do Brasil aprova a separação da prática médica da farmacêutica. 1880- Instituto Hahnemaniano do Brasil. 1886- Oficializadas as farmácias homeopáticas (Decreto n. 9.554 – direito de manipulação apenas aos farmacêuticos). 1952 – Lei n˚ 1552 – Noções de farmacotécnica homeopática. 1965 - começam a surgir leis específicas para a prática da farmácia homeopática. 1965 – Decreto Lei n ˚ 57.477 regulamenta a manipulação, receituário e venda de produtos homeopáticos. 1976 – Farmacopéia homeopática Brasileira - 1˚ edição (Decreto Federal nº. 78.841). 1980 – CFM reconhece a homeopatia como Especialidade Médica (resolução1000/80). 1988 - Publicação do Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática. 1990 – Reconhecida pelo Conselho de Especialidades Médicas da Associação Médica Brasileira. 1992 – CFF Resolução n˚ 232 (Responsabilidade Técnica da Farmácia Homeopática pelo farmacêutico) 1997 – CFF resolução n ˚ 319 (Substituiu Resolução n˚ 232) 1997 – Farmacopéia Homeopática Brasileira 2ª edição. 2003 - Publicação do Manual de Normas Técnicas para Farmácia Homeopática, 3ª Edição. 2004 - O SUS a inclui em suas rotinas de atendimento e hoje está estabelecida como política de Estado. Há no País médicos veterinários, odontólogos e farmacêuticos, que trabalham oficialmente com homeopatia. 2005 - Resolução do CFF 440/05 (substituiu Resolução n˚ 319) Artigo 1º - Considerar habilitado para exercer a responsabilidade técnica de Farmácia ou Laboratório Industrial Homeopático, que manipuleou industrialize o medicamento homeopático, respectivamente, o farmacêutico que comprovar uma das seguintes qualificações: a) ter cursado a disciplina de Homeopatia de no mínimo 60 h, no curso de graduação de farmacêutico, complementadas com estágio em manipulação e dispensação de medicamentos homeopáticos, de no mínimo 240 h, na própria instituição de ensino superior, em farmácias que manipulem medicamentos homeopáticos ou laboratórios industriais de medicamentos homeopáticos conveniados às instituições de ensino. 2005 - Resolução do CFF 440/05 (substituiu Resolução n˚ 319) Artigo 1º - Considerar habilitado para exercer a responsabilidade técnica de Farmácia ou Laboratório Industrial Homeopático, que manipule ou industrialize o medicamento homeopático, respectivamente, o farmacêutico que comprovar uma das seguintes qualificações: b) título de especialista ou curso de especialização em farmácia homeopática que atenda as Resoluções pertinentes do Conselho Federal de Farmácia, em vigor. Profa.Dra. Daniela Fernanda de Freitas Plantas Medicinais e Fitoterápicos Planta Medicinal Planta medicinal x droga Princípio ativo Remédio x medicamento Planta medicinal Planta in natura Extrato total Extrato purificado Princípio ativo isolado Remédio fitoterápico Fitocomplexo Medicamento fitoterápico Purificação Semi - síntese Medicamento químico Metabólitos Metabólitos primários x secundários Classes de Metabólitos Secundários Fitoterapia Planta = Tratamento Identificação da planta medicinal Crendice popular “se é vegetal é natural, é bom, se não fizer bem mal não faz” Emprego de Plantas Medicinais Preparo de remédios caseiros Formas de preparo Adequado Parte da planta O grupo de princípio ativo Doença ou sintoma Cuidados... Evitar calor excessivo Preparar em vasilhas de louça, vidro, aço inox ou esmaltado Nunca guarda de um dia para o outro Não usar açúcar não fazer uso continuo de uma mesma planta Não usar gravidez Evitar misturas de plantas Decocção Ervas não aromáticas Constituídas por sementes, raízes, cascas, partes de maior resistência Limpar as ervas – cortar em pedaços pequenos ou pulverizar – colocar em uma vasilha contendo água e ferver de 10 a 15 minutos – filtrar Usar no mesmo dia Infusão Plantas medicinais ricas em componentes voláteis, aromas delicados e princípios ativos de fácil degradação Lavar as ervas – cortar em pedaços pequenos ou pulverizar – verter água quente – tampar e deixar em repouso de 10 a15 minutos – filtrar Usar no mesmo dia Maceração Preparação a Frio Parte da planta em um recipiente contendo álcool, óleo, água ou outro líquido extrator Macerar por 10 a 12 horas (partes duras de 18 a 24 horas) Recipiente em lugar fresco e ao abrigo da luz Agitação periódica Não utilizar Plantas com possibilidade de fermentação Tintura Conservar princípios ativos Maceração especial Preparada a temperatura ambiente pela ação de solução hidroalcóolica Parte da droga em solução alcóolica e macerar durante 8 a 15 dias por agitação, depois filtrar e guardar ao abrigo da luz Óleos Plantas aromáticas (substâncias lipofílicas) Ervas secas ou frescas são colocadas em um frasco transparente com óleo de oliva, girassol ou milho e mante-lo diretamente sob o sol por 2 a 3 semanas, agitando diariamente. Filtrar e conservar sob o abrigo da luz Xaropes Calda de açúcar ou rapadura (1 parte de água para duas de açúcar, leva ao fogo até o ponto de uma calda) A calda é acrescentado as ervas frescas e leva ao fogo durante poucos minutos Coar e guardar em frasco fechado Mel adicionar o suco da erva (não levar ao fogo) 15 dias Cataplasma Processos inflamatórios Maceração quente ou frio Ervas Frescas Ervas secas – infusão ou decocção Preparo na hora da utilização PRÁTICA - ONLINE Métodos de Extração Soxhlet https://www.youtube.com/watch?v=SjApiDyyBz8 Métodos de Extração Percolação O líquido extrator atravessa a droga vegetal pulverizada e assim vai esgotando a planta; Operação dinâmica e não envolve temperatura Utiliza o percolador Utiliza grande quantidade de solvente Processo de extração mais eficiente Produto fitoterápico Medicamento obtido e elaborado empregando – se exclusivamente matérias – primas vegetais ativas com finalidade curativa ou profilática com benefício para o paciente. Validação de plantas medicinais estudos que transformam as plantas medicinais em produtos fitoterápicos buscar a confirmação da eficácia farmacológica e ausência de toxicidade da planta. Botânicos Químicos Farmacológicos Qual o papel do farmacêutico em relação aos fitoterápicos? Art. 59. Os rótulos das embalagens primárias de produto tradicional fitoterápico devem conter as seguintes informações: - nome comercial do produto tradicional fitoterápico; - nomenclatura popular, seguida da nomenclatura botânica; III - concentração do IFAV, conforme o inciso III do art. 57; - a via de administração; - o nome do titular do registro ou sua logomarca, desde que essa contenha o nome da empresa; - o telefone do Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC) da empresa titular do registro ou da notificação; – número do lote; e VIII – prazo de validade. Exsicata Escolher as plantas medicinais; Fazer a coleta de um ramo que contenha fruto e/ou flor; Prensar o material, o mais rápido possível, e amarrar este bem firmemente (figura 1); Fazer a secagem com trocas diárias dos jornais; Montar a exsicata, colando ou costurando a em uma cartolina de tamanho ideal para a planta, fixar a etiqueta com todos os dados necessários para sua identificação (figura 2); Colocar uma capa. Fazer um resumo, a parte, sobre a planta Coleta Figura 1: Prensa de exsicata Plantas: Barbatimão Quebra pedra Espinheira Santa Maracujá Ginseng Cascara Sagrada Sene Hortelã Abacateira Calêndula Alecrim Camomila Obrigada! BIBLIOGRAFIA BÁSICA OLNEY LEITE FONTES; Farmácia Homeopática: Teoria e Prática; 3 ed., Barueri, SP, Manole, 2009. CORNILLOT, PIERRE; Tratado de Homeopatia, Porto Alegre: Artmed, 2005. HAHNEMNN, SAMUEL. Organon da Arte de Curar. São Paulo: GEHSP,2002. GALANTE, MARIA REGINA. Compêndio de Homeopatia. São Paulo: Ed. Robe. 1997. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR Farmacopéia Brasileira, 4 ed., Parte I, Editora Atheneu, São Paulo. 2000. Fascículo 1, 2, 3, 4, 5 e 6 da Parte II da 4ª Edição da Farmacopéia Brasileira, Editora Atheneu, São Paulo. BRASIL Ministério da saúde – RDC Nr. 17. Regulamento Técnico das Boas Práticas para a Fabricação de Medicamentos, de 16 de abril de 2010. REFERÊNCIAS
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