Buscar

Hemofilia A: Causas e Tratamentos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Hemofilia
Hemofilia
A hemofilia é uma coagulopatia congênita 
causada por alterações ligadas ao cromossoma X, 
de caráter recessivo. A hemofilia é conhecida 
desde os tempos bíblicos, como uma doença que 
ocorre em famílias. Os homens com hemofilia 
tendem a ter parentes do sexo masculino com a 
mesma doença, habitualmente originada na parte 
materna da família. Apesar desse 
reconhecimento, o modo de transmissão da 
hemofilia dentre os membros de uma mesma 
família apenas foi esclarecido no século XX. 
Os genes existem nos cromossomas. Cada 
célula contém 23 pares de cromossomas. Cada 
progenitor transmite metade de cada par de 
cromossomas ao seu descendente. Assim, cada 
um de nós recebe metade de cada par de 
cromossomas do nosso pai e metade de cada par 
de cromossomas da nossa mãe. Um par destes 
cromossomas determina o sexo dos 
descendentes. Os indivíduos do sexo feminino 
têm dois cromossomas denominados X, enquanto 
os indivíduos do sexo masculino têm um 
cromossoma X e um cromossoma Y. 
Os genes responsáveis pela produção dos 
fatores VIII e IX estão localizados no 
cromossoma X e por essa razão, a hemofilia 
também é chamada de doença ligada ao 
cromossoma X. 
A hemofilia é mais comum nos homens 
porque o sexo masculino tem apenas um 
cromossoma X. A hemofilia habitualmente não é 
observada nas mulheres porque o sexo feminino 
tem dois cromossomas X e um deles pode 
mascarar o problema existente no outro (um 
cromossoma X é sadio). Diz-se que a hemofilia 
tem caráter “recessivo” e, desse modo, a 
presença de apenas um cromossoma X 
geneticamente alterado pode transmitir a 
doença. As mulheres são portadoras do gene 
alterado no seu cromossoma X, mas raramente 
apresentam a doença. O sexo feminino é 
portador, enquanto o sexo masculino apresenta a 
doença na sua plenitude. 
A mulher portadora de hemofilia tem o 
cromossoma XhX (h representa o gen. deficiente 
que produz a hemofilia). O cromossoma X tem o 
gene normal e não permite o aparecimento da 
doença. Ao transmitir o cromossoma X a mulher 
gera filhos normais, enquanto ao transmitir o 
cromossoma Xh a mulher transmitirá a doença 
hemofilia aos filhos homens que, por terem 
apenas um cromossoma X (o outro é Y), não tem 
a possibilidade de receber um gene sadio capaz 
de mascarar a presença do gene deficiente. Uma 
mulher que possua a combinação XhXh 
apresentará a doença hemofilia, além de 
transmiti-la aos seus descendentes. Essa 
avaliação da transmissão genética da hemofilia 
nos permite dizer que quase todos os pacientes 
hemofílicos são do sexo masculino; a hemofilia 
pode representar uma nova mutação no homem 
afetado; um homem com hemofilia não transmite 
o traço hemofílico aos seus filhos; todas as filhas 
de um homem hemofílico serão carreadoras do 
gene da hemofilia; uma mulher carreadora do 
gene deficiente irá transmiti-lo aos filhos em 
50% dos casos. 
2 
Khilver Doanne Sousa Soares 
 
Fonte: SOUZA, Maria Helena L.; ELIAS, Decio Oliveira. 
Princípios de Hematologia e Hemoterapia. 2. ed. 
 
A hemofilia A é a doença hereditária 
associada a sangramento com risco à vida mais 
comum. É causada por mutações no fator VIII, 
que é um cofator essencial para o fator IX na 
cascata de coagulação. Essa hemofilia é herdada 
como um traço recessivo ligado ao cromossomo 
X, e, portanto, afeta principalmente homens e 
mulheres homozigotas. Aproximadamente 30% 
dos pacientes não têm história familiar, e sua 
doença é causada por novas mutações. 
Aspectos Clínicos 
A hemofilia A tem ampla variação de 
gravidade clínica (bem correlacionado com o 
nível de atividade do fator VIII). 
 Menos de 1% dos indivíduos com níveis 
normais tem doença grave; 
 Aqueles com 2% a 5% dos níveis normais 
exibem doença moderadamente grave; 
 E os que apresentam 6% a 50% dos níveis 
normais tem doença leve. 
Os graus de deficiência do fator VIII são 
bem explicados pela heterogeneidade nas 
mutações causadoras. Assim como ocorre na β-
talassemia as lesões genéticas incluem deleções, 
mutações nonsense (que criam) códons de 
parada e mutações que causam erros no splicing 
de mRNA. 
Obs.: as deficiências mais graves resultam de uma 
inversão envolvendo o cromossomo X que cancela 
completamente a síntese do fator VIII. 
Em todos os casos sintomáticos há 
tendência para contusões fáceis e hemorragia 
maciça após trauma ou procedimentos cirúrgicos. 
Além disso, hemorragias “espontâneas” ocorrem 
com frequência em locais do corpo sujeitos a 
trauma como as articulações (hemartroses). O 
sangramento recorrente nas articulações causa 
deformidades progressivas que podem ser 
incapacitantes. 
Pacientes portadores da hemofilia tipo A 
tipicamente tem prolongamento de TTP e TP 
normal. Esses testes indicam anormalidades da 
via intrínseca da coagulação. 
Tratamento 
A hemofilia A é tratada com infusões de 
fator VIII recombinante. 
A deficiência grave do fator IX produz um 
distúrbio clinicamente indistinguível da 
deficiência do fator VIII (hemofilia A), o que 
não deve surpreender já que o fator VIII e IX 
funcionam em conjunto para ativar o fator X. 
3 
Khilver Doanne Sousa Soares 
Grande espectro de mutações envolvendo o 
gene que codifica o fator IX é encontrado na 
hemofilia B. 
Aspectos Clínicos 
Como na hemofilia A, o fator hereditário 
recessivo ligado ao cromossomo X apresenta 
gravidade clínica variável. 
 Em cerca de 15% dos casos a proteína fator 
IX está presente, mas não funcionante; 
 Como na hemofilia A, o TTP está prolongado 
e o TP normal. 
O diagnóstico da doença é possível apenas 
pela análise dos níveis de fatores. 
Tratamento 
A doença é tratada com infusões de fator 
IX recombinante. 
Fator XI é uma serina-protease ditérica 
cujo gene está localizado no cromossomo 4 e que 
está presente tanto no plasma quanto nas 
plaquetas, e intervém na via intrínseca da 
coagulação ativando o fator IX. É produzido pelo 
fígado e circula como um homodímero em sua 
forma inativada. Na literatura há pouquíssimos 
casos conhecidos de pacientes com déficit 
(hemofilia C). 
A deficiência do fator XI (hemofilia C) é 
uma rara doença autossômica, presente em 
alguns grupos populacionais, como os judeus 
asquenazi. Os sintomas podem ocorrer tanto em 
indivíduos homozigóticos quanto heterozigóticos 
e consistem em eventos de sangramento menos 
graves em comparação com a hemofilia A ou B, 
portanto, na prática diária, a profilaxia não é 
geralmente necessária. No entanto, a tendência 
hemorrágica pode depender de níveis de outros 
fatores de coagulação, como fator VIII e fator 
von Willebrand. 
Alguns autores argumentam que a 
desmopressina poderia produzir uma liberação do 
fator XI do compartimento do tanque para fora, 
além de um aumento nos níveis de fator von 
Willebrand e fator VIII (normal neste caso). 
Acreditamos que, em pacientes com alterações 
leves, é difícil prever a intensidade dos eventos 
sanguíneos porque se correlaciona fracamente 
com os níveis de soro do fator XI. Outras opções 
terapêuticas podem incluir transfusão de plasma 
congelado fresco, uso do concentrado fator XI 
submetido a processos de inativação viral ou 
drogas antifibriníticas, bem como terapias 
combinadas com desmopressina. 
Cascata de Coagulação 
Na hemofilia A (deficiência de fator VIII) 
e na hemofilia B (deficiência de fator IX) apenas 
a via intrínseca está prejudicada, porém a via 
extrínseca não é capaz de compensar essa falha, 
levando o indivíduo a sangramentos. 
Nesse modelo baseada nas superfícies 
celulares tudo começa com um dano ao 
endotélio, o que libera o fator tecidual (FT) na 
corrente sanguínea, onde logo se liga ao FVII. 
Eles formam um complexo responsável pela 
ativação de pequenas quantidades de Fator X. 
Este fator se liga ao fator V e transforma 
pequenas quantidade de protrombina em 
trombina (FIIa). Entretanto, esse montante de 
FIIa formado não é suficiente para ativar e 
formar um trombo. Esta é a fase de iniciação. A 
partir desse momento se inicia a fase deamplificação, ou seja, pequenas quantidades de 
trombina vão ativar diversos fatores, entre eles 
FV, FVIII, FX, FXI e FIX, além disso irão 
participar da formação do tampão plaquetário 
(hemostasia primária). Agora que diversos fatores 
estão na sua forma ativada e disponíveis inicia-
se a fase de propagação. O FXIa transforma mais 
FIXa, que por sua vez se liga ao FVIII formando 
o complexo tenase. Este complexo FIXa/FVIII 
forma mais fator Xa, agora em grande 
quantidade, que irá se ligar ao FV (produzido na 
fase de propagação). Altos níveis de FXa irão 
gerar uma alta concentração de trombina (FIIa), 
que agora está em quantidade suficiente para 
transformar fibrinogênio em fibrina. A fibrina 
4 
Khilver Doanne Sousa Soares 
junto com o FXIII (fator estabilizador de fibrina) 
forma a rede de fibrina, uma malha resistente e 
capaz de estancar sangramentos (hemostasia 
secundária). CONCLUSÃO: Fica evidente que o 
modelo proposto em 1964 está defasado, contêm 
inúmeros falhas e não explica de maneira 
fidedigna a hemostasia in vivo. Com isso, o novo 
modelo permite um melhor entendimento tanto 
da coagulação quanto de coagulopatias, como a 
hemofilia. Porém, novos estudos devem ser 
produzidos afim de compreender ainda mais esse 
processo. 
 
Fonte: site APhysio, Facebook. Acessado em 05/01/2021. 
https://www.facebook.com/APhysiio/posts/15136196287649
90/ 
 
Fonte: site Slideshare. Cascata de coagulação. Acessado 
em 05/01/2021. 
https://pt.slideshare.net/Rutxizita/cascata-de-coagulao 
 
Referências
KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; ASTER, 
J.C. Robbins & Cotran Patologia: Bases 
Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio de 
Janeiro: Elsevier, 2016. 
VALGA, Francisco; MONZÓN, Tania; PALOP 
Fernando Henriquez; ANTÓN, Gloria. 
Alongamento do tempo de hemostasia em 
hemodiálise. Deficiência do fator XI 
(hemofilia C). Nefrologia (Madrid), 
Cantábria, v.37, n.5, 2017. 
SPOSITO, Tarcísio Correia; ALMEIDA, Pedro 
Vitorino; NASCIMENTO, Graciliano Ramos 
Alencar do. O Novo Modelo Celular da 
Coagulação. SEMPESq, Alagoas, 2020. 
SOUZA, Maria Helena L.; ELIAS, Decio 
Oliveira. Princípios de Hematologia e 
Hemoterapia. 2. ed. Rio de Janeiro: Perfusion 
Line, 2005 
https://www.facebook.com/APhysiio/posts/1513619628764990/
https://www.facebook.com/APhysiio/posts/1513619628764990/
https://pt.slideshare.net/Rutxizita/cascata-de-coagulao

Continue navegando