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1 Khilver Doanne Sousa Soares Tromboembolismo Pulmonar TEP Revisão Fonte: Contração e expansão da caixa torácica durante a expiração e a inspiração, mostrando a contração diafragmática, a função dos músculos intercostais e a elevação e a depressão da caixa torácica. AP, anteroposterior. GUYTON & HALL; Tratado de Fisiologia Médica. 13ed. O fluxo de sangue pelos pulmões é essencialmente igual ao débito cardíaco. O dióxido de carbono é continuamente formado no corpo e então transportado no sangue para os alvéolos, sendo, de modo contínuo, removido dos alvéolos pela ventilação. Fonte: Vias aéreas. GUYTON & HALL; Tratado de Fisiologia Médica. 13ed. Conforme o sangue flui pelos capilares pulmonares, capta O2 do ar alveolar e descarrega CO2 no ar alveolar. Embora este processo geralmente seja chamado de “troca” gasosa, cada gás se difunde independentemente da área em que sua pressão parcial é maior para a área em que sua pressão parcial é menor. O O2 se difunde do ar alveolar, onde sua pressão parcial é de 105 mmHg, para o sangue nos capilares pulmonares, onde a PO2 é de apenas 40 mmHg em uma pessoa em repouso. Enquanto o O2 está se difundindo do ar alveolar para o sangue desoxigenado, o CO2 está se difundindo no sentido oposto. A PCO2 do sangue venoso é de 45 mmHg em uma pessoa em repouso, e a PCO2 do ar alveolar é de 40 mmHg. Em decorrência dessa diferença na PCO2, o dióxido de carbono se difunde do sangue oxigenado para os alvéolos até que a PCO2 do sangue diminua para 40 mmHg. A expiração mantém a PCO2 alveolar em 40 mmHg. O sangue oxigenado retorna para o lado esquerdo do coração pelas veias pulmonares; portanto, tem uma PCO2 de 40 mmHg. Existem muitos capilares próximos dos alvéolos nos pulmões, e o sangue flui por estes 2 Khilver Doanne Sousa Soares capilares lentamente o suficiente para captar o máximo de O2. Fonte: Ultraestrutura da membrana respiratória alveolar, mostrada em corte transversal. GUYTON & HALL; Tratado de Fisiologia Médica. 13ed. Tromboembolismo Pulmonar Tromboembolismo pulmonar é uma obstrução aguda da circulação pulmonar, que ocorre por coágulos sanguíneos ali instalados, geralmente, provenientes da circulação venosa sistêmica, onde há redução ou cessão do fluxo sanguíneo para a área afetada, essas condições interrelacionadas, constituem o tromboembolismo venoso (TEV). A embolia pulmonar geralmente ocorre em pacientes com uma condição predisponente, que aumenta a tendência à formação de coágulos (trombofilia). Coágulos sanguíneos que ocluem grandes artérias pulmonares quase sempre têm origem embólica, a fonte comum vem das veias profundas das pernas (>95% dos casos). TEP classifica-se em agudo ou crônico, o primeiro pode ainda se subclassificar-se em maciço, submaciço e não maciço, o TEP maciço ocorre quando a pressão arterial sistólica é inferior a 90 mmHg ou quando há um decréscimo desse valor, superior ou igual a 40mmHg, relativamente ao valor basal, por um período maior a 15 minutos, desde que essas alterações não sejam secundárias a hipovolemia, sepses ou arritmias, no TEP submaciço, ventrículo direito fica sobrecarregado, mas sem que haja compromisso hemodinâmico, e o não maciço cursa com estabilidade hemodinâmica e sem compromisso ventricular direito. Estados de hipercoagulabilidade, primários (fator V Leiden, mutações de protrombina e síndrome antifosfolipídio) ou secundários (obesidade, cirurgia recente, câncer, uso de contraceptivos orais, gravidez), são fatores de risco importantes. A resposta fisiopatológica e o significado clínico da embolia pulmonar dependem: I. Extensão da obstrução no fluxo de uma artéria pulmonar; II. Tamanho dos vasos obstruídos; III. Número de êmbolos; IV. E condicionamento cardiovascular do paciente. As consequências fisiopatológicas deletérias dos êmbolos são: I. Comprometimento respiratório (por causa dum segmento pulmonar não perfundido embora ventilado); II. Comprometimento hemodinâmico (causado pelo aumento da resistência ao fluxo sanguíneo pulmonar devido a obstrução embólica). Obs.: Trombos iliofemorais tendem a maioria das causas de tromboembolismo pulmonar, entretanto, a maior parte dos que surgem abaixo da veia poplítea (trombos de veias da panturrilha) parece resolver-se espontaneamente e não costuma embolizar para os pulmões. Após migração até os pulmões, os trombos maiores podem impactar na bifurcação da artéria 3 Khilver Doanne Sousa Soares pulmonar ou em ramos lombares, levando ao comprometimento hemodinâmico, enquanto os de menores dimensões acabam por atingir a vascularização pulmonar mais periférica. Cerca de 10% dos trombos são as causas de infarto pulmonar, geralmente, em pacientes que possuam doenças cardiopulmonares preexistentes. O diagnóstico de embolia pulmonar geralmente é feito por angiotomografia computadorizada helicoidal. Raramente cintilografia de ventilação/perfusão ou angiografia pulmonar são necessários. Uma trombose em veias profundas pode ser diagnosticada por ultrassonografia com doppler. Em 90% dos casos com a hipótese de TEP é sugerida pela presença de dispneia, síncope, dor torácica e taquipneia, sozinhos ou associados. A dispneia e a dor torácica podem ser súbitas ou ter evolução ao longo dos dias ou semanas, na dispneia aguda, o quadro clínico é muito inespecífico e exige grande suspeição clínica para o diagnóstico, outros sinais e sintomas podem estar associados em uma maior ou menor frequência. Devido ao uso generalizado, os contraceptivos orais constituem a principal causa de trombose em mulheres jovens, também a terapêutica hormonal de substituição aumenta duas a quatro vezes o risco de trombose venosa idiopática comparativamente às mulheres não submetidas a este tratamento (LOWE,2000). Por razões ainda não esclarecidas, em negros, a taxa de mortalidade por TEP, ajustada para a idade, é cercada de 50% maior do que em brancos e, nesses, essa taxa é 50% maior do que em outras raças (asiáticos, índios, americanos, etc.), essas diferenças têm explicações em geral complexas e, às vezes, presuntivas, que incluem as influências ambientais, o estilo de vida, dietas e fatores genéticos Fonte: LIMA, Thainá Santiago. Tromboembolismo pulmonar: principais etiologias e diagnósticos. Porto Velho, 2015 Tosse, palpitações e tontura também podem estar presentes, mas são muito inespecíficos e eventualmente são secundários às doenças associadas, taquipneia e taquicardia são os achados mais presentes em exames físicos, já os sinais de hipertensão pulmonar (quando as veias do pescoço estão turgidas e o impulso do VD está palpável) são mais raras, porém são mais específicos. Como o TEP tem forte associação com o TVP em sinais e sintomas (dor, edema, empastamento muscular, etc.), devem ser pesquisados também. Existem índices preditivos pré-teste que podem auxiliar a marcha diagnóstica perante suspeita de TEP, sendo o mais utilizado o modelo desenvolvido por Wells (quadro III), um score maior ou igual a 7 (probabilidade elevada) está relacionado com uma prevalência de TEP de 38 a 78%, comparativamente com 1 a 3% nos doentes com score de menor ou igual a 1(probabilidade baixa), atualmente, uma versão simplificada deste modelo preditivo classifica o TEP em provável ( score maio que 4) e improvável ( menor ou igual a 4). A possibilidade de êmbolos maciços deve ser suspeita em casos que têm início súbito, com síncope ou pré-síncope, hipotensão, hipoxemia grave ou parada cardíaca. Não são raras as situações em que grandes êmbolos estão associados somente a dispneia e achados inespecíficos, enquanto pequenos trombos 4 Khilver Doanne Sousa Soares periféricos podem ter a rica apresentação clínica e bastante comprometimento do estado geral, que é comum em pacientes com baixa reserva cardiovascular. Existem índices preditivos pré-teste que podem auxiliar a marcha diagnósticaperante suspeita de TEP, sendo o mais utilizado o modelo desenvolvido por Wells, um score maior ou igual a 7 (probabilidade elevada) está relacionado com uma prevalência de TEP de 38 a 78%, comparativamente com 1 a 3% nos doentes com score de menor ou igual a 1(probabilidade baixa), atualmente, uma versão simplificada deste modelo preditivo classifica o TEP em provável ( score maior que 4) e improvável ( menor ou igual a 4). Regra preditiva de Wells Pontuação Sintomas clínicos de TVP 3,0 Probabilidade de TEP semelhante ou superior a outro diagnóstico 3,0 Frequência cardíaca >100 1,5 Imobilização ≥3 dias ou cirurgia nas 4 semanas anteriores 1,5 TVP ou TEP prévios 1,5 Hemoptises 1,0 Doença maligna 1,0 Obs.: após regressão aguda inicial, os êmbolos frequentemente se resolvem por contração e fibrinólise. Se não resolvidos, com o tempo múltiplos e pequenos êmbolos podem levar à hipertensão pulmonar e ao cor pulmonale crônico. Obs.: na presença de uma condição predisponente de base, pacientes com um êmbolo pulmonar apresentam risco de 30% de desenvolver um segundo êmbolo. As primeiras alterações referentes a TEP são: I. Hipoxemia - é decorrente da redução dos níveis de pressão parcial do oxigênio no sangue arterial e resulta da desigualdade na relação ventilação/ perfusão nas áreas afetadas (pode ser medida por gasometria); II. Aumento do espaço morto - è a existência de áreas pulmonares em que haja obstrução da circulação associada à manutenção da ventilação caracteriza o distúrbio ventilação –perfusão, também conhecido como espaço morto, a consequência é a menor eliminação de CO2; III. Aumento do trabalho ventilatório - a dispneia compensatória é a resposta à hipoxemia tissular que estimula os quimiorreceptores do seio carotídeo aórtico; IV. Pneumoconstrição - é o resultado da redução do volume pulmonar pela contração dos ductos alveolares, em consequência da ação da serotonina e prostaglandina liberadas pelo trombo; V. Hipertensão pulmonar - é o bloqueio mecânico, onde há liberação de agentes humorais, vasoconstrição, fatores reflexos, hipoxemia e diminuição do volume e do gás torácico levam à vasoconstrição reflexa no calibre dos vasos pulmonares e, consequentemente, ao aumento da resistência vascular pulmonar; VI. Redução do débito cardíaco - o principal mecanismo é a redução da pré- carga do VE, em decorrência do bloqueio mecânico, no débito cardíaco. A hipóxia pode levar a menor contratilidade do músculo cardíaco, no tromboembolismo do tipo maciça, o choque cardiogênico é o extremo da redução do desempenho cardíaco; VII. Modificações patológicas da coagulação - existem fatores inerentes ao sexo, idade e herança genética que alteram o mecanismo da coagulação, aumentando o risco de TVP, em ambos os sexos; VIII. Alterações anatômicas do sistema venoso - o endotélio íntegro tem forte carga negativa que impede o depósito de células sanguíneas, assegurando condições fisiológicas com pouco atrito, se for danificado, como no surgimento de varizes e durante as cirurgias 5 Khilver Doanne Sousa Soares traumatológicas, há formação de trombo; IX. Estase venosa - ocorre com as alterações da viscosidade do sangue, durante os procedimentos cirúrgicos e com a imobilidade do paciente; X. Fluxo do sangue - a alteração na viscosidade é fundamental na patogênese da coagulação, a concentração das proteínas plasmáticas e o hematócrito influenciam a viscosidade do sangue; XI. Mecanismo patogênicos - a TVP decorre da desordem dos mecanismos que presidem o equilíbrio entre fatores estimulante e inibidores da coagulação, os mecanismos patogênicos são estimulantes das alterações endoteliais, da estase e da diluição hemática, são também inibidores que prejudicam a integridade de endotélio, da antitrombina III, da heparina e da fibrinólise e provocam a formação do trombo, que ocorre com facilidade, no pós-operatório, no nível das cúspides valvulares, das veias profundas, principalmente dos membros inferiores. As principais alterações encontradas no coração em pacientes com o tromboembolismo pulmonar são: disfunção do ventrículo direito (moderada ou grave), hipertensão pulmonar, forame oval patente e presença de trombo livre em câmaras cardíacas direitas. Fonte: LIMA, Thainá Santiago. Tromboembolismo pulmonar: principais etiologias e diagnósticos. Porto Velho, 2015 A prevenção da embolia pulmonar é um grande desafio clínico e não tem solução fácil. Terapia profilática. inclui deambulação precoce em pacientes no pós-operatório e pós-parto. Pacientes confinados ao leito. meias elásticas e meias de compressão graduada. Indivíduos de alto risco. anticoagulação. O tratamento da embolia pulmonar inclui medidas anticoagulante e de suporte. A trombólise pode ter alguns benefícios em pacientes com complicações severas, mas representa um alto risco de sangramento. Já os pacientes sob o risco de embolia pulmonar recorrente (aos quais a anticoagulação está contraindicada) podem ser candidatos ao filtro de veia cava inferior, “um guarda-chuva” que coleta os coágulos antes que eles atinjam os pulmões. Fonte: Site BNT. Filtro de veia cava. Acessado em 25/10/2020. https://www.ocirurgiaovascular.com.br/filtro- de-veia-cava/ RADIOGRAFIA DE TÓRAX A radiografia de tórax é geralmente o primeiro recurso tido para a elaboração do diagnóstico para o Tromboembolismo Pulmonar, pois tem como principal função, a exclusão de outras causas que possam explicar o quadro clínico. As alterações encontradas no TEP, quando visualizadas são a atelectasia laminar, oligoemia focal (síndrome de Westermark), consolidação periférica em forma de cunha (sinal de Hampton), amputação da área hilar (imagem da árvore podada), artéria pulmonar direita 6 Khilver Doanne Sousa Soares descendente larga (sinal de Palla) e derrame pleural. De todo modo, a radiografia de tórax é importante para avaliar a presença de diagnósticos alternativos como pneumonia ou congestão pulmonar, embora o tromboembolismo pulmonar frequentemente coexista com outros problemas pulmonares, a presença de radiografia de tórax normal ou pouco alterada em um paciente com dispneia e/ou hipoxemia é bastante sugestiva dessa doença Fonte: Site Jaleko. A corcova de Hampton é uma área isquêmica na periferia do pulmão. Podemos definir o sinal da corcova de Hampton como uma imagem em cunha no parênquima do pulmão. Acessado em 26/10/2020. https://blog.jaleko.com.br/achados- radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ Fonte: Site Jaleko. O Sinal de Westermark é uma oligoemia que ocorre nos segmentos pulmonares, que estão mal perfundidos. Acessado em 26/10/2020. https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep- voce-sabe-reconhecer/ Fonte: Site Jaleko. O sinal de Palla é uma dilatação da artéria pulmonar descendente à direita. Acessado em 26/10/2020. https://blog.jaleko.com.br/achados- radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ 7 Khilver Doanne Sousa Soares Fonte: Site Jaleko. A atelectasia é quando ocorre um colapso daquele pulmão, podendo ser total ou parcial. Isso ocorre porque aqueles alvéolos estão completamente vazios de ar. Acessado em 26/10/2020. https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep- voce-sabe-reconhecer/ Fonte: Site Jaleko. Quando o vaso da artéria está ocluído, ocorre um afilamentodistal do mesmo. Acessado em 26/10/2020. https://blog.jaleko.com.br/achados- radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ Fonte: Site Jaleko. Diferentemente do sinal de Fleishner, as linhas de Fleichner são visualizadas na radiografia de tórax como linhas de fibrose, que ocorrem devido a uma invaginação gerada na pleura naquela área que foi colapsada, simulando, assim, uma fissura. Acessado em 26/10/2020. https://blog.jaleko.com.br/achados- radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ ULTRASSOM VENOSO DE MEMBROS INFERIORES Aproximadamente 90% dos êmbolos pulmonares são provenientes de trombos que se originaram no sistema venoso profundo dos membros inferiores. Pacientes que possuem o TEP apresentem o ultrassom positivo para o TVP em torno de 30% a 50% dos casos, a visualização do trombo venoso é frequentemente possível, mas não é o suficiente para o diagnóstico, o achado mais comum para a trombose venosa é a diminuição da compressibilidade das veias profundas. TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA HELICOIDAL COM CONTRASTE O interesse pela tomografia computadorizada está crescendo pelas vantagens sobre a cintilografia pulmonar de ventilação- perfusão, o método é mais rápido e tem a capacidade de avaliar outras possibilidades diagnósticas concorrentes, possui uma acessibilidade razoável, segurança, detecção de possíveis diagnósticos alternativos, rapidez de https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ https://blog.jaleko.com.br/achados-radiograficos-do-tep-voce-sabe-reconhecer/ 8 Khilver Doanne Sousa Soares execução e relação custo-benefício. Para esse exame, as taxas de sensibilidade estão entre 57 a 100%, com especificidade de 78 a 100%, na detecção de êmbolos em artérias subsegmentares, a sensibilidade cai para 71 a 84%, porém, o tromboembolismo do tipo isolado desses ramos não é usual, ocorrendo de 6 a 30% dos pacientes, a visualização de artérias segmentares e subsegmentares tem aumentado e melhorado. Por estudos recentes, aponta-se vantagens de substituição da cintilografia de ventilação-perfusão pelo ângio-TC no algoritmo diagnóstico do TEP. as desvantagens referem-se à impossibilidade de administração de contraste em alguns doentes, nível de radiação a que são submetidos. Contudo, a tomografia deixa de diagnosticar, cerca de 30% dos casos em há o tromboembolismo ELETROCARDIOGRAMA O eletrocardiograma (EGC)é um exame com pouca sensibilidade e especificidade para este tipo de patologia. Contribuem para seu baixo rendimento a presença de ECG normal, em pacientes com tromboembolismo (em até 30%), a possibilidade de desaparecimento rápido das alterações, pode haver dificuldade de interpretação em função de alterações secundárias à doenças cardiopulmonares pré- existentes, pode ser anormal em 70% dos casos de TEP, contudo, suas alterações são inespecíficas. ECOCARDIOGRAMA Não é um exame invasivo que além de permitir a exclusão de alguns quadros que se podem confundir com o de TEP (endocardite infecciosa, tamponamento cardíaco ou disseção da aorta em doentes com dispneia, dor torácica ou colapso cardiovascular), podem também ser visualizados a presença de sinais sugestivos da doença, como aumento do diâmetro do ventrículo direito, diminuição da função ventricular direita e insuficiência tricúspide com aumento da pressão na artéria pulmonar. Permite também, a pesquisa de fatores que influenciam o prognóstico, trombo no interior do ventrículo direito e mobilidade alterada da parede que poupa o ápex do ventrículo direito. As principais alterações encontradas no ecocardiograma em pacientes com o tromboembolismo pulmonar são: disfunção do ventrículo direito (moderada ou grave), hipertensão pulmonar, forame oval patente e presença de trombo livre em câmaras cardíacas direitas. CINTILOGRAFIA DE VENTILAÇÃO- PERFUSÃO A cintilografia pulmonar de ventilação e perfusão é considerado um dos exames mais importantes no diagnóstico do tromboembolismo pulmonar. O método é baseado em uma injeção, na veia periférica, de macroagregado marcado com material radioativo, quando não é captado em determinada região, significa que não há fluxo sanguíneo naquele local. O radio fármaco utilizado nesse procedimento é o tecnécio, o mapeamento de ventilação é tido através da inalação de partículas radioativas, que também estão marcadas com o tecnécio. quando há elevada probabilidade (valor preditivo para TEP de 85-90%), probabilidade intermediária ou baixa probabilidade. Quando se tem uma cintilografia de elevada probabilidade para o Tromboembolismo caracteriza-se por apresentar dois ou mais grandes defeitos de perfusão segmentares (>75% da sua área), mas normalmente ventilados, quando é inconclusiva, mas com suspeita clínica elevada, é necessário a realização exames complementares adicionais. A grande limitação da cintilografia V/Q está relacionada ao elevado número de pacientes em que os achados não são conclusivos. ARTERIOGRAFIA PULMONAR Esse tipo de exame, por muito tempo era escolhido para o diagnóstico de tromboembolismo, porém, ultimamente tem sido trocado pela angiografia. A arteriografia também utiliza o uso de contraste por meio de injeção intravenosa, e o paciente é exposto a grandes quantidades de radiação, com a desvantagem de 9 Khilver Doanne Sousa Soares ser um exame invasivo e necessário ser feita a cateterização das artérias pulmonares. ANGIOGRAFIA PULMONAR A angiografia pulmonar é uma técnica, que tem como característica confirmar ou excluir o diagnóstico para o tromboembolismo, apenas 3% não são diagnosticados. Possui vantagens sobre a cintilografia de ventilação perfusão, entre elas: a velocidade, caracterização de estruturas não vasculares, diagnósticos diferenciais são excluídos. Os tomógrafos modernos, podem evidenciar trombos localizados em artérias pulmonares segmentares. Suas grandes desvantagens é a exposição à maior quantidade de radiação e o custo. Nesse exame, é introduzido um cateter por via endovenosa na artéria pulmonar proximal e injeta-se o meio de contraste rapidamente, são realizadas duas projeções para cada pulmão (anteroposterior e oblíqua), totalizando quatro injeções de contraste, esse tipo de técnica oferece uma elevada resolução espacial, que permite avaliar diretamente o sistema arterial pulmonar. O diagnóstico definitivo é feito com base na observação de uma completa obstrução de um vaso ou de um defeito de preenchimento intravascular em pelo menos duas projeções diferentes. Referências KUMAR, V.; ABBAS, A.K.; FAUSTO, N.; ASTER, J.C. Robbins & Cotran Patologia: Bases Patológicas das Doenças. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. LIMA, Thainá Santiago. Tromboembolismo Pulmonar: principais etiologias e diagnósticos. 2015. 44f. Trabalho de Conclusão de Curso (Bacharel em Biomedicina) – Faculdade São Lucas, Porto Velho, 2015. _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ __________________________________________________________________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________ _____________________________________________________
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