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15
O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA NO ENSINO FUNDAMENTAL: A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DE UMA SOCIEDADE CONSCIENTE
 
DE CAMPOS, Hales Regina1
RU 919787
 CORBANI, Clair Terezinha2 
RESUMO
O trabalho em forma de artigo científico teve como objetivo principal compreender e utilizar a Língua Portuguesa no Ensino Fundamental como fonte geradora de significados que estruturam, representam e explicam simbolicamente as realidades, as experiências humanas e os conhecimentos produzidos nas diversas esferas de atuação do homem. A prática da importância da Língua Portuguesa envolve vários elementos, ou seja, a socialização é um deles e com isso desenvolve o raciocínio, imaginação, o relacionamento entre ideias, a capacidade de pensar e extrair significados e a verbalização. Além disso, oferece aos alunos condições para prever sequências de ação, dirigir o próprio comportamento e participação das práticas com a Língua Portuguesa no Ensino fundamental. A metodologia utilizada na pesquisa foi uma abordagem teórica metodológica, onde a mesma foi pautada em uma pesquisa qualitativa, com caráter bibliográfico, assim, diversos autores puderam prestar suas contribuições para esse trabalho. Os resultados serviram de ponto de partida para objetivos ainda maiores do que este, como por exemplo, destacar a grande contribuição que a língua portuguesa possui em todos os níveis de ensino.
Palavras-chave: Língua portuguesa. Ensino fundamental. Ensino aprendizagem.
1 INTRODUÇÃO 
As discussões que tem frequentemente sido apontadas a respeito do ensino/aprendizagem de língua portuguesa tem sido cada vez mais ponto de partida para interesse de diversos profissionais que atuam no ramo da educação, e que são pesquisadores que já estão há algum tempo no campo dos estudos aplicados da linguagem, os próprios professores de língua portuguesa, e os educadores que se interessa de uma forma geral acabam se envolvendo nessas discussões (BONATTO, 2015).
As diversas investigações voltadas para esse segmento apontam quase sempre para questões específicas, tais como, o que ensinar nas aulas de Língua Portuguesa, se não leitura, escrita e interpretações de texto e como o professor pode trabalhar ou adequar suas aulas com tamanha diversidade linguística presente, pois culturas se chocam diariamente nas escolas (BONATTO, 2015).
No que concerne o ensino/aprendizagem de língua portuguesa, Antunes (2003, p. 90) “expõe que a atividade pedagógica de ensino do português deve tomar como eixos fundamentais quatro campos: oralidade, escrita, leitura e gramática”.
Dessa forma, o trabalho com a gramática, segundo concepção da autora, deve de forma coerente prever a pluralidade de normas linguísticas, pois “a gramática existe não em função de si mesma, mas em função do que as pessoas falam, ouvem, leem e escrevem nas práticas sociais de uso da língua” (ANTUNES, 2003, p. 89).
Em termos gerais, a autora propõe que a melhor maneira de serem conduzidas as aulas de língua portuguesa seria “[…] aulas que pudessem falar, ouvir, ler e escrever textos em língua portuguesa” (ANTUNES, 2003, p. 111).
Hoje, pode-se encontrar facilmente nas salas de aula, especialmente quando as aulas são de língua portuguesa algo que é interpretado como uma “pedra no caminho” em diversas instituições escolares, seja pública ou particular, classes econômicas desfavorecidas, e isso resulta em um distanciamento muito grande entre a norma linguística dos alunos e a que serve de objeto de ensino (AMARAL, et al, 2012).
O trabalho pretende responder a seguinte problemática: O aprendizado dos alunos ao desenvolver suas capacidades de aprender a Língua portuguesa no Ensino fundamental, como meios básicos para o pleno domínio da leitura e da escrita, ampliando o domínio ativo nas mais diversas situações de uso da Língua Portuguesa é de fato compreendido no contexto escolar?
Diante disso, o principal objetivo desse artigo científico é compreender e utilizar a Língua Portuguesa no Ensino Fundamental como fonte geradora de significados que estruturam, representam e explicam simbolicamente as realidades, as experiências humanas e os conhecimentos produzidos nas diversas esferas de atuação do homem.
Os objetivos específicos utilizados para atingir o objetivo geral são: refletir sobre as motivações responsáveis pela necessidade, do homem, de produção e fruição da língua Portuguesa; reconhecer a importância da Língua Portuguesa em contextos de aplicação a vida em sociedade e identificar as possíveis didáticas que possam facilitar o processo de aprendizagem e proporcionar a consciência pela importância da aquisição da Língua.
A metodologia utilizada na pesquisa foi uma abordagem teórica metodológica, onde a mesma foi pautada em uma pesquisa qualitativa, com caráter bibliográfico, assim, diversos autores puderam prestar suas contribuições para esse trabalho.
2. A IMPORTÂNCIA DA LEITURA NA FORMAÇÃO DE UMA SOCIEDADE CONSCIENTE
A cada dia o homem vem sentindo a primordialidade de buscar inúmeras formas de se relacionar com os demais através da comunicação, seja ela de forma sonora, gestuais e/ou escrita e estas vêm se aperfeiçoando com o tempo, sobrevivendo a tantas imposições de regras. Com a leitura não ocorre diferente, uma vez que ela é muito mais que uma simples decodificação de signos, mantendo pois, interação com o leitor desde que este busque interpretar e compreender o conteúdo que o texto traz através dos elementos gráficos.
Contudo, no que se refere às aulas de língua portuguesa nos Parâmetros Curriculares citaremos possíveis motivos que levaram os alunos de 6ª série a possuir dificuldades perante as aulas de leituras, diante desta problemática é plausível salientar que a maioria dos docentes considera perda de tempo trabalhar leitura na sala de aula e que este ato comprometeria a concretização dos conteúdos listados para o ano letivo.
Os discentes pertencentes a este nível escolar, por sua vez, encontram delimitados para a realização das atividades de leituras, alguns porque não tiveram o hábito de leitura desde a infância, outros por estarem adaptados a ler somente quando são cobrados a desenvolver atividades avaliativas, existem ainda aqueles que não dispõem de incentivos por parte de seus familiares e de alguns educadores que não tem espírito de inovação para desenvolver aulas atrativas.
A leitura faz parte da vida das pessoas desde os primeiros anos, mesmo não dominando a significação das palavras as crianças estão inseridas neste mundo mágico, elas realizam a leitura de imagens, gestos, correspondendo-os a possíveis mensagens tendo assim, uma participação ativa na comunicação social. Logo, para desenvolver esta prática é necessária a compreensão das diversas funções sociais as quais a leitura proporciona, é indispensável, sobretudo que este processo seja conquistado através de situações agradáveis, dessa maneira o leitor obterá autonomia para selecionar e analisar suas leituras.
A educação formal possui um papel significativo na preparação do indivíduo para o mercado de trabalho, o qual está a cada dia mais competitivo e exigente. Conforme estabelece as Diretrizes e Bases da Educação Nacional no artigo 1º § 2º, “A educação deve vincular-se ao mundo do trabalho e da prática social”. Entretanto, a língua portuguesa tem demonstrado que seu uso de forma padrão vem transformando os diferentes níveis de comunicação e expressão, visando à amplificação, a adequação dos saberes, sejam eles de forma individual ou discursiva.
Segundo Paulo Freire (1993, p. 11), A leitura do mundo precede a leitura da palavra, que a posterior leitura desta não possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Na medida em que leitura de mundo está estreitamente ligada à leitura de textos, porém, antes de realizar a leitura destes é necessário já ter desenvolvido leituras de mundo que aliás correspondem a um processo continuo. A prática da leitura permite a ampliação dos conhecimentos, sobretudo quando concretizada de forma ampla e inovadora.
Neste contexto, Irandé Antunes (2003,p. 66), A leitura é parte da interação verbal enquanto implica a participação cooperativa do leitor na interpretação e na reconstrução do sentido e das intenções pretendidas pelo autor. Dessa forma ela esclarece que a leitura mantém relações extremamente relevantes com a escrita, dessa forma o leitor precisa se colocar na posição do autor e descobrir o seu verdadeiro propósito. Assim a leitura deixará de ser apenas uma decodificação de signos, mas também um meio do indivíduo adquirir informações e consequentemente ampliar os saberes interagindo com o meio e participando da realidade do outro.
De acordo com as concepções de Kleiman (2004, p. 27), Na aula de leitura em estágios iniciais o professor serve como mediador entre aluno e autor. Nessa mediação ele pode fornecer modelos de estratégias especificas de leitura. Uma vez que nos processos iniciais de leitura o aluno necessita da interferência de uma pessoa qualificada, está deve demonstrar ao discente diversas possibilidades de ler um texto, fazendo uso de recursos como a linguagem verbal e a não verbal. Para que dessa maneira o aluno venha se familiarizar com o material oferecido sucedendo assim a interação entre o leitor e o objeto; além disso possibilitar que o educando compreenda melhor o texto, assim o educador alcança os objetivos almejados, logo, ambos estarão construindo um conhecimento transformador.
Para Irandé (2003, p. 77), a leitura envolve diferentes processos e estratégias de realização na dependência de diferentes condições do texto lido e das funções pretendidas com a leitura, ou seja, existem várias maneiras de ler diferentes textos, estes por sua vez são relativos cada um atende a um fim prático, o que significa dizer que o sucesso da leitura depende da seleção do texto, este deve corresponder às necessidades do público leitor tanto em relação ao tema quanto ao que se pretende absorver durante a leitura.
Segundo Angela Kleiman (1989), a formação precária do professor na área de leitura, bem como o desconhecimento dos resultados da pesquisa na área trazem consequências negativas para a qualidade do ensino. Uma vez que, é necessário conhecer a problemática para haver a inquietação e consequentemente a elaboração de estratégias objetivando mudanças significativas no campo educacional.
Entretanto, é imensamente importante esclarecer que para obtenção de sucesso na leitura o leitor precisa passar por um processo gradativo que deve iniciar na educação informal com a contribuição da família, cabe a esta, portanto, oportunizar as crianças momentos agradáveis demonstrando o quanto a leitura pode permitir maravilhosas viagens no mundo da imaginação. Certamente o indivíduo que passa por esta etapa ao ingressar nas series iniciais terá um contato saudável com a leitura didática.
2.1 LÍNGUA PORTUGUESA E ENSINO FUNDAMENTAL 
A linguagem verbal manifestada nos usos da língua nas mais diversas situações das atividades humanas representa e/ou determina as experiências do homem na vida social, produzindo significados que constroem múltiplas identidades. Como afirma Rajagopalan (1998, p. 41), “a identidade de um indivíduo se constrói na língua e através dela”, o que, para Orland (2002, p. 203) resulta de que “ao significar, nos significamos, e é nisto que consiste os processos de identificação”. Para essas autoras, todo processo de significação e repetição histórica, que faz a língua significar para o sujeito, que também se significa na produção de sentido, constituído uma identidade; e deslocamento, lugar de interpretação, de produção de outro sentido, que historicista o repetível, também é constituinte da identidade.
Além disso, a linguagem materializa os confrontos que se estabelece na sociedade, razão pela qual, o signo se torna arena onde se desenvolve a luta de classes. Os fenômenos ideológicos estão ligados as condições em forma de interação social, materializadas, de maneira mais explícitas ou menos, na palavra, o que define a natureza ideológica do signo (SILVA; SOUSA, 2017).
A reflexão sobre estes fatos permite reconhecer os lugares sociais constituído/constituinte nas/das interações verbais e identificar os espaços de produção de sentidos dos diferentes seguimentos sociais nos discursos que se intercruza na sociedade. Com esse reconhecimento e, desenvolvendo a competência, na condição de usuário da língua o sujeito estará, em parte, instrumentalizado para o exercício da cidadania, interpretando e produzindo significados com os quais poderá interagir socialmente para construir e transformar realidade social (VIEIRA; FERREIRA; SCHMIDLIN, 2010).
A prática da importância da Língua Portuguesa envolve essas atividades citadas, que promovem a socialização: desenvolve o raciocínio, imaginação, o relacionamento entre ideias, a capacidade de pensar e extrair significados e a verbalização. Oferece aos alunos condições para prever sequências de ação, dirigir o próprio comportamento e participação das práticas com a Língua Portuguesa no Ensino fundamental (VIEIRA; FERREIRA; SCHMIDLIN, 2010).
Desses significados, cabe mencionar aqueles constituídos a partir do uso estético da linguagem verbal, cujo produto, a obra literária representa uma forma particular da experiência humana, um modo singular de vivencia emoções e aflições. O contato com essa dimensão estética da língua portuguesa, portanto, entre outras experiências de natureza semelhante, permitem desenvolver a sensibilidade e a criatividade, fatores de grande importância para a formação do homem (ANTUNES, 2007).
Por outro lado, em sociedade como a nossa escolarizada, industrializada, marcada pelo acelerado processo de produção de conhecimento, letrada enfim, o acesso a manipulação e a produção de informações são determinantes para o desenvolvimento de competências necessárias e valorizadas nas práticas sociais. O trato com a informação, por sua vez, depende sobre maneira do domínio da modalidade escrita da língua, principal veículo de difusão de conhecimento nesse tipo de sociedade (SANTOS, 2009).
Nessa perspectiva a Língua portuguesa é importante entre outras a consolidação e o aprofundamento da aprendizagem adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento dos estudos: a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando; e o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico. Consequentemente, o processo de ensino-aprendizagem de Língua Portuguesa é sempre integrado, uma prática sugerindo os subsidiando outra, para revelar, usar, desenvolver, avaliar, refletir, aprofundar, sistematizar, criar e dominar as capacidades e habilidades comunicativas interativas necessárias ao uso da Língua Portuguesa no Ensino fundamental. O domínio da linguagem representa para o ser humano condição indispensável para seu convívio em sociedade (SANTOS, 2009).
Assim, levando em outra a necessidade de compreender a língua como constituinte de identidade e da dinâmica social, e como forma desse acesso e produção de conhecimento, que se realizadas na sociedade letrada, predominante através da escrita contribuindo para entre outros fatores, o desenvolvimento de estudos e a qualificação de trabalhos; e, considerando a responsabilidade ética e dimensão estética dos usos sociais da linguagem verbal, torna-se necessário que o objetivo do ensino de língua portuguesa na escola se dirija para a ampliação das atividades verbais do aluno, para as diversas situações e interação social, por meio do desenvolvimento de competência e habilidade relacionadas ao uso de expressões orais e escritas a reflexão sobre a língua, inclusive na sua dimensão estética-literária (SILVA; SOUSA, 2017).
Cabe mencionar que, como fica estabelecido nos PCNEM, o desenvolvimento da competência linguística do aluno […] não está pautada nas exclusividades do domínio técnico de uso da língua legitimada pela norma padrão, mas, principalmente, saber utilizar a língua portuguesa em situações subjetiva e/ou objetiva que exija graus de distanciamento de reflexãosobre contexto e estatuto de interlocutores a competência comunicativa vista pelo prisma da referência do valor social e simbólico da atividade linguístico e dos inúmeros discursos concorrentes (BRASIL, 1999).
Trata-se, nesse caso, de considerar a língua não somente como instrumento de comunicação, mais de atendê-la, como prática social (SILVA; SOUSA, 2017).
Sobre esse modo particular de uso da língua portuguesa o ser humano tem com o aprendizado, relações de natureza erótica. A linguagem é objeto de amor e às vezes de ódio, e fonte de prazer. As estruturas limitadoras da língua portuguesa, as normas sociais que impõe, opõem-se à tendência natural para a liberdade, para a imaginação criadora. O princípio do prazer manifesta-se nas duras realidades da aprendizagem. A Língua é um jogo (uma estrutura) cujas regras são falseáveis que autoriza todos os golpes contestáveis, sem que seja possível delimitar com precisão o conjunto de golpes permitidos e aqueles que não o são (AMARAL, et al, 2012).
Ainda a respeito dos objetivos da importância da língua materna, os próprios documentos que regulamenta e orienta o processo educacional no país os definem claramente. No Art. 22 da atual Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional-LDB 9.394- fica determinado que educação básica (ensino fundamental e médio) tem por finalidade: desenvolver o educando, assegura-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer meios para progredir no trabalho e em estudo posterior. Para que se cumpram partes dessa determinação, está regulamentado, no Art. 26, 1º da referida Lei, que os currículos [da educação básica] […] deve abranger, obrigatoriamente, o estudo da língua portuguesa (AMARAL, et al, 2012).
O Art. 32 da mesma Lei determina que o Ensino Fundamental […] terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante [entre outras estratégias] o desenvolvimento da capacidade de aprender, dando como meios básicos e pleno domínio da leitura e da escrita […] nos PCN, que apresenta orientações para a prática pedagógica nessa etapa de escolarização, o ensino de Língua Portuguesa aparece com objetivo de permitir que o aluno amplie o domínio ativo do discurso nas mais diversas situações comunicativas, sobretudo nas instancias pública no uso da linguagem, de modo a possibilitar sua isenção efetiva no mundo da escrita, ampliando suas possibilidades de participação social no exercício da cidadania (BRASIL, 1998).
2.2 PROCESSO DE ESCOLARIZAÇÃO
Trata-se nesse momento do processo de escolarização no Brasil, onde muitos são os pesquisadores, como, por exemplo, Soares (2005), expõem que “a escola brasileira começa a expandir-se no século XIX, período da chamada democratização do ensino”, traçando em linha reta no ensino de português com uma norma padrão de tradição lusitana (Os lusitanos constituíram um conjunto de povos ibéricos pré-romanos de origem indo-europeia que habitaram a porção oeste da península Ibérica desde a Idade do Ferro).
A escola se encontrava numa situação delicada, pois até esse momento dava suporte apenas aos membros da classe social dominante, e consequentemente aos usuários que possuíam uma norma linguística de maior prestígio, mais avançada, e a escola se via despreparada para corresponder a um atendimento de qualidade à nova demanda educacional do país: alunos que utilizavam uma variedade linguística bastante qualificada considerada como inferior e deficiente (AMARAL, et al, 2012).
Diante dessa situação, os alunos que eram pertencentes a segmentos sociais de menor prestígio social não conseguiam se destacar ou acompanhar a escola, fracassando quase sempre, e esses fracassos podiam ser facilmente notados através de altas taxas de repetência e grande evasão escolar, mas, acima de todos esses fracassos estava a falta de preparo teórico metodológica das escolas em receber e trabalhar o desenvolvimento desses alunos e consequentemente os professores da época, que também tinham sua parcela de contribuição, pois tomavam como objeto de ensino de língua portuguesa a já referida norma linguística lusitana, e isso não gerava resultado, com o conhecimento e a realidade linguística dos alunos (SILVA; SOUSA, 2017).
Depois de todos esses anos, mesmo com algumas mudanças sendo percebidas pela própria sociedade, ainda assim existem alunos de menor prestígio linguístico-social que ainda continuam a não se desenvolver na escola e suas notas caem consideravelmente, esse aluno é considerado como um indivíduo com uma “deficiente”, e os professores precisam ter essa percepção (SILVA; SOUSA, 2017).
Em um livro elaborado para analisar as relações entre linguagem e escola, Linguagem e escola, voltada para uma perspectiva social, Soares (2005) discute as explicações que são provenientes do fracasso dos usuários de variedades linguísticas dos que são desfavorecidos nas escolas (SOARES, 2005).
Nesse sentido, Soares (2005, p. 16) defende que “[…] a responsabilidade pelo fracasso escolar dos alunos provenientes das camadas populares cabe à escola, que trata de forma discriminativa a diversidade cultural, transformando diferenças em deficiências”.
A diversidade linguística presente nas salas de aula hoje é muito grande e está sendo avaliado pelos professores, quase sempre de forma negativa, e infelizmente o encontro das diversas variantes linguísticas na escola não é satisfatório, ou seja, não promove qualquer enriquecimento. De acordo com Cardoso (1992, p. 127), esse encontro ocorre “[…] como forma de esmagamento das individualidades e das regionalidades ou, até mesmo, de opressão social”. Em outras palavras na escola:
Variações são concebidas, pelo professor em geral, como “erros”. E a atuação desse professor, ou seja, a forma como ele procede diante de “erros”, a que ele atribui como causas a esses, como os explica e como didaticamente tenta resolvê-los parece não atender linguística e pedagogicamente às necessidades dos alunos, nem corresponde ao que os estudos nessa área preconizam como o mais indicado (PAVIANI; DAMIANI, 2001, p. 155-156).
Isso proporciona algo negativo acrescentado ao processo de ensino/aprendizagem de língua portuguesa, pois leva a toda a sala de aula um entendimento contrário do que são aulas de Língua Portuguesa, e os mesmos passam a enxergar essa disciplina somente como uma obrigação, a saber, português (SILVA; SOUSA, 2017). 	Comment by Usuario: Não terminar o texto com citação.
3 METODOLOGIA 
A matriz de fundamentação e competências linguísticas básicas que o aluno deveria desenvolver ao longo do ensino fundamental, parte da prática pedagógica de língua portuguesa nessa etapa de escolarização. Foi sugerido ainda um conjunto de conhecimento do qual o aluno, deverá apropriar-se para que essas competências e habilidades possam ser construídas, além de alguns valores e atitudes que estamos subjacentes às práticas de linguagem sugeridos em sala de aulas, deverão possibilitar ao aluno assumir uma postura ética e responsável como usuário da língua portuguesa nas práticas sociais (SANTOS, 2009).
O espaço da língua portuguesa na escola é garantir o uso ético e estético da linguagem verbal, fazer compreender que na linguagem é possível transformar/ reiterar o social, o cultural, o pessoal; aceitar a complexidade humana, o respeito pelas falas como parte das vozes possíveis e necessárias para o desenvolvimento humano enfim, fazer o aluno se compreender como um texto em diálogo constante como outros textos (BRASIL, 1999).
Cabe observar que, no caso do ensino de Língua Portuguesa no Ensino fundamental as competências e habilidades que o aluno deverá desenvolver neste período é um aprofundamento do nível de complexidade das que já vinham sendo construídas ao longo do Ensino Fundamental, já que, desde o início da escolarização, as finalidades do trabalho pedagógico com a língua materna visam à progressiva ampliação dos saberes linguísticos do aluno, necessários para a participação ativa nas práticas sociais (TRAVAGLIA, 2006).
Em relação como se apresenta as competências e as habilidades, é importantefazer uma divisão em três categorias: aquelas relacionadas aos usos da língua oral e da língua escrita nas diversas situações de interação social: aquelas que dizem respeito à capacidade de reflexão sobre a língua portuguesa no ensino fundamental e as que se referem a análise das obras literárias. Tal categorização representa apenas uma tentativa de orientar o trabalho de planejamento do Ensino da Língua Portuguesa, já que a ampliação das atividades verbais dos alunos para a interação social, objetivo de ensino da disciplina, pressupõe a mobilização conjunta das diversas competências e habilidades linguísticas (BONATTO, 2015).
Diante disso, percebe-se numa determinada situação de interação verbal como a leitura de obra literária, a competência linguística a ser de obra literária, a competência linguística a ser demonstrada pelo leitor, pressupõe a mobilização de competências e habilidades relacionadas a prática de leitura desse tipo de texto, assim como a pratica de análise dos recursos linguísticos e dos elementos literários que constituem a obra. A orquestração dessas diversas competências e habilidades é que caracterizará uma leitura competente do texto, atendendo aos objetivos do leitor (AMARAL, et al, 2012).
Ensinar língua não é ensinar gramática, sobre isso nos diz numa de suas teses básicas. Possenti (1996, p. 54) diz que:
Conhecer uma língua é uma coisa e conhecer sua gramática é outra. Que saber uma língua é uma coisa e saber analisá-la é outra. Que saber usar suas regras é uma coisa e saber explicitamente quais são as regras é outra. Que se pode falar e escrever numa língua sem saber nada “sobre” ela, por um lado, e que, por outro lado, é perfeitamente possível saber muito “sobre” uma língua sem saber dizer uma frase nessa língua em situação real. POSSENTI, (1996, P.54) 
Quanto ao conjunto de conhecimento comentado, o autor convém esclarecer que foi feito a correspondência gráfica entre cada competência (e suas habilidades) e os conhecimentos exigidos para desenvolvê-la, visto que os conhecimentos, quando necessita demonstrar competência para realizar uma determinada atividade verbal. Assim, é que apenas listamos alguns conhecimentos de que, os alunos deverão apropriar-se para que realize suas atividades verbais com competência em diferentes situações de interação social (BONATTO, 2015).
Do mesmo modo, a formação de valores e atitudes para o desempenho verbal ocorre ao longo do desenvolvimento das diversas competências linguísticas. Daí por que não ser possível associar cada valor e cada atitude que estão sendo formados com cada competência que vai sendo construída pelos alunos (AMARAL, et al, 2012).
Apresenta-se, apenas um conjunto de valores e atitudes que deverão estar sendo formadas ao longo do trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa na Escola.
Portanto, os valores e atitudes sugeridos neste documento representam uma adequação daqueles apresentados nos parâmetros curriculares nacionais para o ensino fundamental a realidade dos alunos, já que, assim como as competências e habilidades, esses valores e atitude devem estar sendo formados ao longo de toda a Educação Básica (BONATTO, 2015).	Comment by Usuario: Nao terminar o texto com citação 
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
O presente artigo científico conseguiu atingir todos os objetivos ao qual se propôs, inclusive o principal que foi compreender e utilizar a Língua Portuguesa no Ensino Fundamental como fonte geradora de significados que estruturam, representam e explicam simbolicamente as realidades, as experiências humanas e os conhecimentos produzidos nas diversas esferas de atuação do homem.
Realizar esta análise foi muito importante para pensarmos acerca do papel das práticas de leitura e escrita dentro da sala de aula. Pôde-se refletir, da mesma forma, sobre a importância da sistemática destas atividades na escola. Termos despertado para o fenômeno do letramento significa que já compreendemos que nosso problema não é apenas ensinar a ler e a escrever, mas é, além disso, sobretudo, levar os indivíduos a fazer uso da leitura e da escrita e envolver-se em práticas sociais de leitura e escrita. Dessa forma, concordamos com Bortoni-Ricardo, Castanheira e Machado (2012, p.52) quando afirmam que: “Ser letrado implica fazer uso competente e frequente da leitura e da escrita no dia a dia. Para tornar-se letrado, é preciso envolver-se nas práticas sociais de leitura e de escrita, ou seja, fazer uso dessas habilidades”
Concluímos, assim, que ler e escrever requer esforço e dedicação do aluno e também a orientação e a mediação segura do educador. Para se construir compreensão do ato de ler e escrever cabe, pois, avaliar o papel do aluno na construção da leitura e da escrita e sua percepção do processo, bem como o papel do professor e sua percepção no desenvolvimento da habilidade de escrever e ler no processo de produção textual na escola. A relação de cada aluno, no processo da leitura e escrita, será, sem dúvida, diferente. É importante para a escola saber reconhecer a realidade do aluno, levando em consideração a sua produção textual por meio da visão de mundo que traz consigo e não somente estimular os professores a incorporarem essas práticas no cotidiano como aproximá-los de diversas maneiras de atividades de leitura.
Diante disso, o trabalho revelou pontos fundamentais, como por exemplo, compreendeu-se que no caso do ensino de Língua Portuguesa no Ensino fundamental as competências e habilidades que o aluno deverá desenvolver neste período é um aprofundamento do nível de complexidade das que já vinham sendo construídas ao longo do Ensino Fundamental, já que, desde o início da escolarização, as finalidades do trabalho pedagógico com a língua materna visam à progressiva ampliação dos saberes linguísticos do aluno, necessários para a participação ativa nas práticas sociais. Outro ponto bastante significativo foi conhecer o processo de escolarização no Brasil, e perceber ao mesmo tempo em que algumas situações não mudaram tanto, como é o caso dos alunos que eram pertencentes a segmentos sociais de menor prestígio social não conseguiam se destacar ou acompanhar a escola, fracassando quase sempre. Assim, esses foram alguns dos ganhos extraídos pela pesquisa bibliográfica.
Portanto, o trabalho deixa um alerta sobre a língua portuguesa, pois, é necessário aproveita-la melhor e de fato colocá-la em prática no cotidiano em que se vive e atua, e enfatizar que em todos os níveis de ensino ela é determinante para a formação do cidadão.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Irandé. Muito além da gramática: por um ensino sem pedras no caminho. SP: Parábola Editorial, 2007.
ANTUNES, I. Aula de português – encontro e interação. São Paulo: Parábola Editorial, 2003.
BONATTO, Simone Cristina. A importância da disciplina de Língua Portuguesa no ensino superior. Rev. EDUCA, Porto Velho (RO), v.2, n.3, pp. 105-126, 2015.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental de Português. Brasília: MEC/SEF, 1998.
CARDOSO, Suzana Alice. Diversidade e ensino do português (reflexões sobre o ensino-aprendizagem da língua materna no 1º grau). In: ESTUDOS: linguísticos e literários, Salvador, Universidade Federal da Bahia, Instituto de Letras, n. 14, dezembro. p. 127-140, 1992.
ORLANDI, Eni P. Identidade linguística escolar. In: SIGNORINI, Inês (Org.). Lingua(gens) e identidade. Campinas: Mercado das Letras, 2002. p. 203-212.
POSSENTI, Sírio. Por que (não) Ensinar Gramática na Escola. Campinas, SP: ALB: Mercado de Letras, 1996.
PAVIANI, N. M. S; DAMIANI, Suzana. Caracterização de “erros” de português em situações de uso oral e escrito da língua e reflexões linguístico pedagógicas. In: DAMIANI, Suzana et al (Org.). Transformando o ensino de língua e literatura: análise da realidade e propostas metodológicas. 1. ed. Caxias do Sul: Editora da Universidade de Caxias do Sul, v. 1, p. 143-191, 2001.
RAJAGOPALAN, K. O conceito de identidade em Linguística: é chegada a hora para uma reconsideração radical?Tradução de A. Pisetta. In: Signorini, I. (Org.). Língua(gem) e Identidade. Campinas: Mercado das Letras; São Paulo: Fapesp. p. 21-45, 1998.
SANTOS, Veraluci Lima dos. Ensino de Língua Portuguesa. Curitiba: IESDE Brasil S.A,2009.
SILVA, Paulo Cesar Garré; SOUSA, Antonio Paulino de. Língua e Sociedade: influências mútuas no processo de construção sociocultural. Revista Educação e Emancipação, São Luís, v. 10, n. 3, set/dez.2017.
SOARES, Magda. Linguagem e escola. 17. ed. Uma perspectiva social. São Paulo: Ática, 2005.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e interação: uma proposta para o ensino de gramática. 11ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.
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1Aluna Hales Regina de Campos do Centro Internacional Uninter do curso de Licenciatura em Letras, RU 919787. Artigo apresentado como Trabalho de Conclusão de Curso. 1º Semestre/2021
2Professora Clair Terezinha Corbani, Orientadora no Centro Internacional UNINTER

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