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P5 Mt1 Pr4 - Dor Oncologica

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Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
1 
 
Objetivos: 
1) Explicar a dor oncológica (fisiopatologia e quadro 
clínico); 
2) Conhecer a aplicação da escada analgésica da dor 
(OMS); 
3) Diferenciar tolerância e resistência medicamentosa 
a opioides; 
4) Citar a farmacocinética, a farmacodinâmica e os 
efeitos colaterais dos opioides fortes (morfina, fentanil 
e metadona); 
5) Listar os procedimentos intervencionistas em dor 
oncológica; 
6) Descrever medidas e estratégias de cuidados 
paliativos em pacientes oncológicos. 
Termos desconhecidos: 
Naproxeno: é o nome do fármaco propriamente dito, é 
um anti-inflamatório não esteroidal, derivado do ácido 
propiônico com atividade analgésica e anti-
inflamatória que tem sido amplamente utilizado no 
tratamento de doenças reumáticas, doença articular 
degenerativa e espondilite anquilosante; 
Sopro abdominal: é a chave do diagnóstico clínico, 
associado à massa pulsátil e dor abdominal. Para 
avaliar alterações do fluxo aórtico (sopros ou 
aneurismas), aprofunda-se o estetoscópio ao longo do 
trajeto da aorta. Diagnostico de aneurisma abdominal 
e compressões arteriais. 
Explicar a dor oncológica (fisiopatologia e quadro 
clínico); 
A dor é um sintoma recorrente em pacientes com 
neoplasias, presente em 55% dos pacientes na vigência 
de tratamento oncológico e em 65% nos casos que 
apresentam estadiamento avançado. 
O mecanismo envolvido na dor do paciente oncológico 
é multifatorial e abrange não só a lesão tecidual 
causada pela infiltração tumoral, mas também a dor 
relacionada às respostas afetivas e cognitivas à 
doença. 
Dor Total, em que a dor do paciente oncológico está 
relacionada não só a causas orgânicas da própria 
doença, em um aspecto físico, mas também a 
condições indissociáveis do sofrimento humano, nos 
aspectos emocionais, sociais e espirituais. Além disso, 
o próprio tratamento oncológico está diretamente 
 
relacionado à etiologia da dor, podendo ser decorrente 
de um procedimento cirúrgico, radioterápico ou 
quimioterápico. 
Dor disruptiva: é classificada como um pico de dor 
incidental, de forte intensidade, limitante e com 
duração estimada de até 60 minutos, sendo mais 
frequente em pacientes com doença avançada e em 
vigência de tratamento paliativo. Cerca de 75% dos 
pacientes com dor crônica apresentam também esse 
tipo de dor. Ela pode ser desencadeada por efeito 
adverso de medicamentos para tratamento oncológico 
ou por atividades corriqueiras, porém, na maioria das 
vezes, ela é de caráter idiopático. A dor disruptiva 
rotineiramente exige dose adicional de analgésicos “de 
resgate”, ou seja, uma dose caso haja piora inesperada 
da dor não controlada pela analgesia de base. É 
importante que a equipe de cuidado do paciente 
oncológico contabilize a dor disruptiva como parte do 
tratamento para a prescrição adequada da analgesia. 
A fisiopatologia da dor oncológica é complexa e 
envolve tanto a via nociceptiva quanto neuropática. 
Alguns pacientes apresentam ambos os tipos de dor, 
por exemplo, dor nociceptiva resultante do 
crescimento do tumor e das metástases e dor 
neuropática resultante da compressão do tumor em 
estruturas neurais. Sendo assim, a dor oncológica é 
frequentemente considerada uma dor mista. Nos 
pacientes com câncer, a dor neuropática apresenta 
uma prevalência mais baixa (33%) em relação à dor 
nociceptiva (72%). Nesta última, a dor 
musculoesquelética é a mais frequente, sendo um 
importante preditor de mortalidade, especialmente 
quando localizado nos membros inferiores e nas costas 
Adicionalmente à dor oncológica, diferentemente de 
outras síndromes álgicas, pode estar associada em 64% 
a 93% dos pacientes em cuidados paliativos a uma dor 
intensa, de início súbito com pico em cinco minutos, 
conhecida como dor incidental ou tipo “breakthrough” 
(DTB). Essa prevalência parece aumentar com o avanço 
da doença e com a intensidade da dor basal. 
Dor Nociceptiva: Compreende dor somática e visceral 
e ocorre diretamente por estimulação química ou física 
de terminações nervosas normais - é resultado de 
danos teciduais mais comuns e frequentes nas 
situações inflamatórias, traumáticas e invasivas, ou 
Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
2 
 
isquêmicas. A mensagem de dor viaja dos receptores 
de dor (nociceptores), nos tecidos periféricos, através 
de neurônios intactos. 
Dor Neuropática: Resulta de alguma injúria a um nervo 
ou de função nervosa anormal em qualquer ponto ao 
longo das linhas de transmissão neuronal, dos tecidos 
mais periféricos ao SNC. 
Dor simpaticomimética: diferenciada pelo relato de 
irradiação arterial normalmente necessitando de 
diagnóstico diferencial por bloqueio anestésico 
 
O quadro clínico da dor oncológica depende da 
etiologia da doença, localização, tecidos envolvidos, 
taxa de crescimento e outros fatores: 
• 40-80% da dor oncológica tem uma causa 
tumoral direta 
o Metastização óssea (pulmão, mama e 
próstata) 
o Invasão tumoral direta 
• 10-25% da dor oncológica está indiretamente 
associada à doença (ex. imobilização por 
alectuamento) 
• 15-20% da dor oncológica é decorrente dos 
tratamentos 
o Quimioterapatia (QT), Radioterapia, 
Hormonoterapia, Cirurgia 
• 3-10% da dor oncológica têm outras outras 
causas subjacentes: 
o Síndromes induzidas pela doença 
oncológica (<10%) 
o Condições concomitantes (enfarte 
agudo do miocárdio, doença 
isquémica, doenças reumáticas, etc.) 
O quadro clínico da dor oncológica ocorre por meio de 
síndromes que podem ser compreendidas entre: 
síndromes de dor aguda e síndromes de dor crônica. 
Tais síndromes são caracterizadas a partir de seus 
desdobramentos que ocorrem devido às suas causas. 
Síndromes de dor aguda 
Quando a causa está relacionada a terapias 
antineoplásicas, como quimioterapia, tratamentos 
hormonais, imunoterapia e radioterapia, os possíveis 
desdobramentos são: mucosite, neuropatias, 
enterites, proctite, cistite, artralgia, mialgia, angina, 
dor óssea difusa, Síndrome Flare e eritrodisestesia 
palmo-plantas (Síndrome mão-pé). 
Já quando a causa está associada a procedimentos, o 
paciente pode ter uma cefaleia após punção lombar, 
uma dor após a realização de uma biópsia, ou, por 
exemplo, uma dor secundária a intervenções 
terapêuticas, como uma paracentese, uma passagem 
de tubo torácico, uma passagem de stent ou uma 
embolização vascular. 
Por fim, a dor aguda pode estar associada ao próprio 
câncer quando ocorre uma hemorragia intramural, 
uma fratura patológica, uma obstrução ou perfuração 
de víscera oca ou um tromboembolismo venoso. 
Síndromes de dor crônica 
Além das síndromes de dor aguda, o paciente também 
pode ter síndromes de dor crônica, com suas causas já 
definidas e possíveis desdobramentos. 
Uma das causas é a dor nociceptiva somática devido à 
metástases ósseas que pode-se desdobrar com dor 
óssea multifocal, com síndrome da dor vertebral na 
compressão peridural da medula espinal, com 
síndrome dolorosa relacionada à pelve e ao quadril e à 
própria base do crânio. 
A dor nociceptiva somática pode ocorrer também 
devido ao envolvimento de partes moles como uma 
dor facial e cefaleia, dor nos ouvidos, dor nos olhos, dor 
pleural e câimbras musculares. 
Já a dor nociceptiva visceral devido à neoplasia tem 
como possíveis desdobramentos a síndrome de 
distensão hepática, a obstrução intestinal crônica, a 
síndrome retroperitoneal da linha média, a dor 
perineal maligna e a obstrução uretérica. 
Outra dor crônica que pode ocorrer devido à neoplasia, 
é a dor neuropática que tem como possível 
desdobramento as radiculopatias, as 
mononeuropatias, as plexopatias, as neuralgias e as 
neuropatias periféricas. 
Por fim, é importante lembrar que as próprias terapias 
antineoplásicas, como quimioterapia, radioterapia, 
tratamento hormonais e cirurgias, além de serem 
causas de síndromes de dor aguda,também pode ser 
causas de síndromes de dor crônica e podem ter a 
neuropatia periférica, a dor do membro fantasma, a 
dor crônica pós-cirúrgica, a mielopatia, a plexopatia, a 
enterite e proctite crônicas por radiação, a dor do 
linfedema e a osteorradionecrose como possíveis 
desdobramentos. 
 
 
 
Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
3 
 
Conhecer a aplicação da escada analgésica da dor 
(OMS); 
Opioides permanecem como os fármacos mais efetivos 
e mais comumente utilizados no tratamento da dor 
moderada a intensa, especialmente no câncer. O uso 
dos opioides é mais benéfico quando associado a 
outras classes analgésicas e não tem dose máxima, 
sendo a titulação realizada individualmente, com base 
nos sintomas e efeitos adversos relatados. 
 
A escada analgésica da OMS foi uma estratégia 
proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), 
em 1986, para proporcionar alívio adequado da dor 
em pacientes com câncer. 
Atualmente é aplicada no tratamento da dor 
oncológica, mas também em condições dolorosas 
agudas e crônicas não oncológicas devido a um 
espectro mais amplo de doenças, como doenças 
degenerativas doenças musculoesqueléticas, 
distúrbios da dor neuropática e outros tipos de dor 
crônica. Fornece uma abordagem simples e paliativa 
para reduzir a morbidade devido à dor em 70% a 80% 
dos pacientes. 
A escada original consistia principalmente em três 
degraus: 
1. Para pacientes com dor leve a moderada, o 
primeiro degrau é usar droga não opiácea, com 
adição de uma droga adjuvante, conforme a 
necessidade. 
2. Se a droga não opiácea, dada na dose e 
frequência recomendada não alivia a dor, 
passa-se para o segundo degrau, onde se 
adiciona um opiáceo fraco. 
3. Se a combinação de opiáceo fraco com o não 
opiáceo também não for efetiva no alívio da 
dor, substitui-se o opiáceo fraco por um forte. 
 
O termo adjuvante refere-se a um vasto conjunto de 
medicamentos pertencentes a diferentes classes. 
Embora sua administração seja tipicamente para 
outras indicações além do tratamento da dor, esses 
medicamentos podem ser de ajuda particular em 
várias condições dolorosas. Os adjuvantes, também 
chamados de co-analgésicos, incluem antidepressivos, 
incluindo antidepressivos tricíclicos (ADTs), como 
amitriptilina e nortriptilina, inibidores da recaptação 
de serotonina-norepinefrina (IRSNs), como duloxetina 
e venlafaxina, anticonvulsivantes como gabapentina e 
pregabalina, anestésicos tópicos (por exemplo, adesivo 
de lidocaína), terapias tópicas (por exemplo, 
capsaicina), corticosteroides, bifosfonatos e 
canabinóides. 
Curiosamente, embora os adjuvantes sejam 
coadministrados com analgésicos, eles são indicados 
como uma opção de tratamento de primeira linha para 
o tratamento de condições específicas de dor. Por 
exemplo, a Federação Europeia de Sociedades 
Neurológicas (ENS) recomendou o uso de duloxetina, 
ou anticonvulsivantes, ou um TCA para o tratamento 
da neuropatia dolorosa diabética. 
O conceito-chave da escada é que é essencial ter 
conhecimento adequado sobre a dor, avaliar seu grau 
em um paciente por meio de avaliação adequada e 
prescrever medicamentos apropriados. Como muitos 
pacientes eventualmente receberão opióides, é 
essencial equilibrar a dosagem ideal com os efeitos 
colaterais do medicamento. Além disso, a rotação de 
opioides pode ser adotada para melhorar a analgesia e 
reduzir os efeitos colaterais. Os pacientes devem 
receber educação sobre os usos e efeitos colaterais dos 
medicamentos para evitar o uso indevido ou abuso 
sem comprometer seus aspectos benéficos. 
A escada original da OMS era unidirecional, começando 
no degrau mais baixo dos AINEs, incluindo inibidores 
de COX, ou acetaminofeno, e subindo em direção aos 
opióides fortes, dependendo da dor do paciente. 
Estudiosos da área sugeriram eliminar o segundo nível, 
Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
4 
 
pois os opióides fracos contribuem muito pouco para o 
controle da dor. 
Em caso de dor moderada, pode ser mais útil 
prescrever opioides de terceira etapa, embora 
administrados em dosagens reduzidas (por exemplo, 
morfina 30 mg por dia, por via oral). De acordo com 
alguns autores, além disso, deve ser necessário 
distinguir os caminhos para o tratamento da dor 
aguda, dos tratamentos mais específicos para uso na 
dor oncológica de longa duração. 
No entanto, a real limitação da escala original foi a 
impossibilidade de integrar os tratamentos não 
farmacológicos ao percurso terapêutico. Como 
consequência, um quarto degrau foi adicionado à 
escada. Inclui inúmeros procedimentos não 
farmacológicos que são recomendações robustas 
para o tratamento da dor persistente, mesmo em 
combinação com o uso de opioides fortes ou outros 
medicamentos. Este grupo engloba procedimentos 
intervencionistas e minimamente invasivos, como 
analgesia epidural, administração intratecal de 
analgésicos e anestésicos locais com ou sem bombas, 
procedimentos neurocirúrgicos (por exemplo, 
adesiólise percutânea lombar, cordotomia), 
estratégias de neuromodulação (por exemplo, 
estimuladores cerebrais, estimulação da medula 
espinhal), bloqueios nervosos, procedimentos 
ablativos (por exemplo, alcoolização, radiofrequência, 
micro-ondas, ablações por crioablação; 
Esta OMS atualizada focou na qualidade de vida e foi 
concebida como uma abordagem bidirecional, 
estendendo a estratégia para tratar também a dor 
aguda. Para dor aguda, o analgésico mais forte (para 
essa intensidade de dor) é a terapia inicial e 
posteriormente atenuada, enquanto que, para dor 
crônica, emprega-se uma abordagem gradual de baixo 
para cima. No entanto, os médicos também devem 
fornecer desescalonamento no caso de resolução da 
dor crônica. 
 
 
Diferenciar tolerância e resistência medicamentosa a 
opioides; 
A redução de eficácia analgésica é chamada de 
tolerância e é um fenômeno previsível, que leva ao 
aumento das doses necessárias para analgesia efetiva. 
Essa tolerância resulta de mudanças celulares, 
moleculares e ação da medicação após administrações 
repetidas. A tolerância ocorre primariamente para os 
efeitos secundários e posteriormente para os efeitos 
analgésicos. 
Tolerância é a diminuição da resposta a um fármaco 
usado repetidamente. Resistência é o 
desenvolvimento da capacidade de resistir aos efeitos 
anteriormente destrutivos de um fármaco por 
microrganismos ou células tumorais. 
Os exemplos de fármacos que resultam em tolerância 
englobam o álcool e os opioides. Um dos mecanismos 
responsável pela tolerância é o metabolismo 
acelerado, por exemplo, pela indução das enzimas 
hepáticas como as enzimas do sistema citocromo P450. 
Geralmente, a tolerância exige doses maiores de 
determinada substância para produzir o mesmo 
efeito. Outros mecanismos possíveis são a redução da 
afinidade da ligação entre um fármaco e o receptor e a 
diminuição do número de receptores. Os mecanismos 
responsáveis pela tolerância a fármacos nem sempre 
são conhecidos. 
Exemplos da resistência são: 
As cepas dos microrganismos são resistentes quando 
os antimicrobianos anteriormente eficazes não mais 
podem matar ou inibi-los. O mecanismo começa com 
uma alteração genética resultante de uma mutação ou 
aquisição gênica. Como o antimicrobiano previamente 
eficaz elimina preferencialmente os organismos não 
resistentes, os organismos resistentes tornam-se a 
espécie predominante. 
Tumores podem tornar-se resistentes se ocorrer 
alguma mutação que confira resistência a um 
antineoplásico e quando o antineoplásico for usado 
Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
5 
 
repetidamente, eliminando preferencialmente as 
células tumorais não resistentes. Por exemplo, muitos 
pacientes com leucemia mieloide crônica tornam-se 
resistentes ao imatinibe, um inibidor de tirosina 
quinase, por causa da presença da mutação T315I.A resistência aos corticoides pode comprometer o 
tratamento de várias doenças, como a asma ou a 
doença inflamatória intestinal. O mecanismo desse 
tipo de resistência não está totalmente elucidado, mas 
pode envolver alguns fatores diferentes (p. ex., 
infecção, estresse oxidativo, exposição a alérgenos, 
inflamação, deficiência de vitamina D3, variações ou 
mutações genéticas). 
Citar a farmacocinética, a farmacodinâmica e os 
efeitos colaterais dos opioides fortes (morfina, 
fentanil e metadona); 
CASO DO PROBLEMA: O plano terapêutico foi 
hidratação venosa, antiemético, dieta laxante, 
medicação para constipação e ajuste das medicações 
conforme escada analgésica de dor: Gabapentina 600 
mg VO 8/8h e introdução de Metadona 15 mg VO 8/8h, 
além de Fentanil patch 100mcg/h. 
Gabapentina 600mg VO 8/8h 
A gabapentina e pregabalina são fármacos 
antiepilépticos que também são eficazes no 
tratamento da dor neuropática. 
Mecanismo de ação dos agonistas opioides 
Os agonistas de opioides ligam-se a receptores 
acoplados à proteína G reduzindo a atividade da 
adenilil-ciclase, reduzindo a condutância do cálcio pré-
sináptico, o que resulta em uma diminuição na 
liberação de neurotransmissor, e aumentando a 
condutância pós-sináptica de potássio, o que resulta 
na diminuição da capacidade de resposta aos 
neurotransmissores excitatórias. 
Morfina – paciente toma: 
É um derivado natural da papoula de rápida absorção 
após ingesta oral, no intestino delgado, porção 
superior e metabolizada no fígado em morfina-3-
glicuronídeo (M3G) e M6G que é um ativo metabólito, 
mais potente do que a morfina. 
É excretada por via renal e a administração de 4/4 h, 
por qualquer via, é necessária para alcançar 
concentração terapêutica adequada. 
Pacientes que não estão com controle adequado da 
dor, no segundo degrau da escada analgésica, devem 
iniciar o tratamento com morfina, nas doses ideais-5 
a 10 mg, de 4/4 h, aumentando de acordo com a 
necessidade. 
Dois terços dos pacientes com câncer necessitam de 
dosagem acima de 180mg/ dia. Dois terços, irá 
necessitar doses mais altas, no decurso de sua doença 
É o fármaco de escolha para dor intensa. A dose 
analgésica varia de 5mg até mais de 200mg, a cada 4 
horas. Na maioria dos casos, a dor é controlada com 
doses de 10 a 30mg, de 4/4 horas. A dose adequada é 
a dose que alivia a dor com mínimos efeitos adversos. 
Após administração oral, o pico de concentração 
plasmática é atingido em aproximadamente 60 
minutos. A alimentação não altera a biodisponibilidade 
da morfina. 
Metadona 
Droga de metabolismo hepático e excreção fecal com 
ausência de metabólitos ativos e alta lipossubilidade e 
biodisponibilidade oral de 80%. 
A metadona é bem absorvida pela via oral, com meia 
vida média de 24h, podendo variar de 10 a 75 horas em 
diferentes pacientes. 
Deve ser usada com extremo cuidado, principalmente 
nos idosos, justamente por essa meia vida longa, 
significando que pode ocorrer acumulação. 
Os pacientes podem necessitar até de 6 doses por dia, 
inicialmente, mas o intervalo das doses vai ser mais 
prolongado, até que apenas uma ou duas doses sejam 
necessárias, por dia, para manutenção. 
Metadona pode ser útil em alguns pacientes que não 
respondam à morfina ou tenham intolerância a ela, 
sendo usada como um opiáceo de segunda linha 
É opioide agonista sintético, potente, agonista opioide 
mu, antagonista dos receptores N-metil-D-aspartato 
(NMDA). 
Causa menos dependência, menos euforia e sedação 
do que a maioria dos outros opioides. 
• Não produz metabolitos ativos – pode ocorrer 
acúmulos já que o tempo para se atingir a 
concentração plasmática eficaz é longo; 
• Excreção essencialmente fecal – eliminada em 
pequena quantidade pela urina; 
• Para dor oncológica, deve-se usar de 5 a 10mg, 
a cada 12 horas por 3 a 5 dias, até se atingir o 
efeito desejado, devendo-se adequar a dose e 
os intervalos para sua administração. 
Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
6 
 
Fentanil transdérmico 
É um analgésico sintético opiáceo, usado em anestesia 
por sua meia vida curta. Disponível em adesivo (patch) 
para administração transdérmica para pacientes com 
dor crônica, em câncer. 
É um potente agonista com meia-vida longa, o fentanil 
transdérmico deve ser considerado quando o paciente 
já está em terapia com opioide, com dor constante, 
mas com pouca dor episódica. 
• Opioide de ação longa – dose de resgate 
com opioide de ação curta (morfina); 
• Cada adesivo tem ação por 72h; 
• Doses de 12,25,50 e 100µg; 
Os adesivos de fentanil devem ser colocados ao mesmo 
tempo, a cada três dias, embora o sítio de aplicação 
deva ser mudado - devem ser colados em local seco, 
plano, limpo e sem pelos, para aderência ideal. Não 
devem ser utilizados em pacientes com hipertermia ou 
sudorese. 
Não demonstrou ser mais efetivo do que qualquer 
outro opiáceo, embora para alguns pacientes ele 
apresente algumas vantagens. Causa os mesmos 
efeitos colaterais da morfina, mas, no entanto, 
constipação, sedação e náusea são consideradas 
menos intensos, em alguns pacientes. 
Seu uso é mais apropriado quando o paciente é incapaz 
de tolerar morfina (efeitos colaterais intoleráveis) e 
incapaz de ingesta oral pela própria evolução da 
doença. 
Dor não controlada com morfina oral, não será 
resolvida pela conversão a uma dose equivalente de 
fentanil transdérmico. Não é usado como analgésico 
em quadro agudo, onde rápida titulação é necessária. 
Pacientes em uso de morfina que converterão para 
fentanil devem permanecer com aquele medicamento 
para resgate, até o alcance do pico plasmático deste, 
que se dará entre 12 e 24 horas. 
Em 10% dos pacientes, síndrome de abstinência física 
ou depressiva do opiáceo pode ocorrer na troca de 
morfina para fentanil. Esta situação tem vida curta 
(poucos dias) e é facilmente tratável com doses resgate 
de morfina, quando ocorrerem os sintomas 
 
Os efeitos colaterais e adversos comuns dos opioides 
incluem sedação, náuseas, vômitos, constipação, 
tontura, depressão respiratória, dependência física e 
tolerância. A constipação e a náusea, os dois efeitos 
mais comuns do uso dos opioides, podem ser difíceis 
de tratar e podem ser importantes o suficiente para 
levar à descontinuidade do tratamento com 
determinado opioide e contribuir com analgesia 
inadequada por redução da dose da medicação. Os 
efeitos menos comuns são hiperalgesia, lentificação do 
esvaziamento gástrico, disfunção imunológica e 
hormonal, rigidez muscular e mioclonia. 
Constipação: Os opioides ativam os receptores mu 
periféricos, do sistema nervoso entérico, responsáveis 
pelo peristaltismo. E agem também no sistema nervoso 
central, alterando o sistema autonômico intestinal. 
Constipação é um efeito adverso comum e ocorre em 
40% a 95% dos doentes que recebem analgesia com 
opioide. Esse problema pode, a longo prazo, resultar 
em aumento da morbidade e mortalidade, com efeito 
significativo na qualidade de vida desses doentes. 
Constipação grave pode causar o surgimento de 
hemorroida, dor retal, obstrução intestinal e possível 
abdome agudo e morte 
 
 
Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
7 
 
 
Listar os procedimentos intervencionistas em dor 
oncológica; 
Bloqueios diagnósticos 
1. Injeção seletiva da bainha da raiz nervosa 
2. Bloqueio peridural diferencial 
3. Injeção da articulação zigoapofisária (injeção 
na faceta articular) 
a. Síndrome facetaria lombar 
b. Síndrome facetaria cervical 
4. Discografia 
5. Bloqueios simpáticos seletivos 
a. Bloqueio do gânglio cervitorácico; 
b. Bloqueio simpático lombar; 
c. Bloqueio do plexo celíaco; 
d. Bloqueio do plexo hipogástrico 
superior; 
e. Bloqueio do gânglio ímpar (coccígeo). 
Bloqueios terapêuticos 
1. Injeção peridural de corticosteroides; 
2. Bloqueio nervosos neurolíticos; 
Analgesia epidural, administraçãointratecal de 
analgésicos e anestésicos locais com ou sem bombas, 
procedimentos neurocirúrgicos (por exemplo, 
adesiólise percutânea lombar, cordotomia), 
estratégias de neuromodulação (por exemplo, 
estimuladores cerebrais, estimulação da medula 
espinhal), bloqueios nervosos, procedimentos 
ablativos (por exemplo, alcoolização, radiofrequência, 
micro-ondas, ablações por crioablação). 
 
Descrever medidas e estratégias de cuidados 
paliativos em pacientes oncológicos. 
Paliação é toda estratégia que objetive o alívio de 
sofrimento de um paciente, e sua ação abrange 
qualquer assistência não curativa para diminuir, em 
ambiente hospitalar ou domiciliar, as consequências da 
doença sobre o bem-estar desse indivíduo. Ela é 
considerada parte integrante da prática do profissional 
de saúde, independentemente da doença ou de seu 
estágio de evolução (OLIVEIRA, 2008). 
• promover o alívio da dor e de outros sintomas 
desagradáveis; 
• afirmar a vida e considerar a morte um 
processo normal; 
• não acelerar nem adiar a morte; 
• integrar os aspectos psicológicos e espirituais 
no cuidado ao paciente; 
• oferecer um sistema de suporte que possibilite 
ao paciente viver tão ativamente quanto 
possível até o momento da sua morte; 
• oferecer um sistema de suporte para auxiliar 
os familiares durante a doença do paciente e o 
luto; 
• oferecer uma abordagem multiprofissional 
para focar nas necessidades dos pacientes e 
seus familiares, incluindo acompanhamento 
no luto; 
• melhorar a qualidade de vida e influenciar 
positivamente no curso da doença; 
• iniciar o mais precocemente possível o cuidado 
paliativo, juntamente às outras medidas de 
prolongamento da vida, como quimioterapia e 
radioterapia, e incluir todas as investigações 
necessárias para compreender e controlar 
melhor situações clínicas estressantes. 
Já a escala de performance Karnofsky, desenvolvida 
para pacientes com câncer, objetiva documentar o 
declínio clínico e avaliar a capacidade de realizar 
determinadas atividades básicas. A maioria das 
pessoas com escala inferior a 70% tem indicação 
precoce de assistência de cuidados paliativos, e 
performance de 50% indica terminalidade, 
reafirmando que elas são elegíveis para os cuidados, a 
menos que exista uma possibilidade confirmada para 
se manter uma terapia para a doença de base que o 
paciente possa tolerar. 
Quadro 1. Escala de performance: Karnofsky 
100% Sem sinais ou queixas, 
sem evidência de doença 
 
90% Mínimos sinais e 
sintomas, capaz de 
realizar suas atividades 
sem esforço 
80% Sinais e sintomas 
maiores, realiza suas 
atividades com esforço 
70% Cuida de si mesmo, não é 
capaz de trabalhar 
Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 
8 
 
60% Necessita de assistência 
ocasional, é capaz de 
trabalhar 
50% Necessita de assistência 
considerável e cuidados 
médicos frequentes 
40% Necessita de cuidados 
médicos especiais 
30% Extremamente 
incapacitado, necessita 
de hospitalização, mas 
sem iminência de morte 
20% Muito doente, necessita 
de suporte 
 10% Moribundo, morte 
iminente 
Fonte: Adaptado de Academia Nacional de 
Cuidados Paliativos (2009, p. 24). 
 
Nos cuidados paliativos, avaliar o impacto dos cuidados 
é muito mais complexo do que em outras áreas da 
saúde, pois o principal desfecho a ser alcançado é a 
melhoria da qualidade de vida dos pacientes e suas 
famílias. 
 
 
Referências 
https://paliativo.org.br/biblioteca/09-09-
2013_Manual_de_cuidados_paliativos_ANCP.pdf#pag
e=113 
https://apmgf.pt/wp-
content/uploads/2022/08/DorDoenteOncologico.pdf 
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/ma
nual_dor.pdf 
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/
media/document/cuidados_paliativos_vivencias_e_ap
licacoes_praticas_do_hc_iv.pdf 
https://eurofarma.com.br/storage/files/10701-A%20-
%20SEPARATA%20ALTERA%C3%87%C3%83O%20ROL
%20DE%20DOR%20ONCOLOGICA_1_17_vers%C3%A3
o%20digital_final%20digital.pdf 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://paliativo.org.br/biblioteca/09-09-2013_Manual_de_cuidados_paliativos_ANCP.pdf#page=113
https://paliativo.org.br/biblioteca/09-09-2013_Manual_de_cuidados_paliativos_ANCP.pdf#page=113
https://paliativo.org.br/biblioteca/09-09-2013_Manual_de_cuidados_paliativos_ANCP.pdf#page=113
https://apmgf.pt/wp-content/uploads/2022/08/DorDoenteOncologico.pdf
https://apmgf.pt/wp-content/uploads/2022/08/DorDoenteOncologico.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/manual_dor.pdf
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/manual_dor.pdf
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/cuidados_paliativos_vivencias_e_aplicacoes_praticas_do_hc_iv.pdf
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/cuidados_paliativos_vivencias_e_aplicacoes_praticas_do_hc_iv.pdf
https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/cuidados_paliativos_vivencias_e_aplicacoes_praticas_do_hc_iv.pdf
https://eurofarma.com.br/storage/files/10701-A%20-%20SEPARATA%20ALTERA%C3%87%C3%83O%20ROL%20DE%20DOR%20ONCOLOGICA_1_17_vers%C3%A3o%20digital_final%20digital.pdf
https://eurofarma.com.br/storage/files/10701-A%20-%20SEPARATA%20ALTERA%C3%87%C3%83O%20ROL%20DE%20DOR%20ONCOLOGICA_1_17_vers%C3%A3o%20digital_final%20digital.pdf
https://eurofarma.com.br/storage/files/10701-A%20-%20SEPARATA%20ALTERA%C3%87%C3%83O%20ROL%20DE%20DOR%20ONCOLOGICA_1_17_vers%C3%A3o%20digital_final%20digital.pdf
https://eurofarma.com.br/storage/files/10701-A%20-%20SEPARATA%20ALTERA%C3%87%C3%83O%20ROL%20DE%20DOR%20ONCOLOGICA_1_17_vers%C3%A3o%20digital_final%20digital.pdf

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