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Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 1 Objetivos: 1) Explicar a dor oncológica (fisiopatologia e quadro clínico); 2) Conhecer a aplicação da escada analgésica da dor (OMS); 3) Diferenciar tolerância e resistência medicamentosa a opioides; 4) Citar a farmacocinética, a farmacodinâmica e os efeitos colaterais dos opioides fortes (morfina, fentanil e metadona); 5) Listar os procedimentos intervencionistas em dor oncológica; 6) Descrever medidas e estratégias de cuidados paliativos em pacientes oncológicos. Termos desconhecidos: Naproxeno: é o nome do fármaco propriamente dito, é um anti-inflamatório não esteroidal, derivado do ácido propiônico com atividade analgésica e anti- inflamatória que tem sido amplamente utilizado no tratamento de doenças reumáticas, doença articular degenerativa e espondilite anquilosante; Sopro abdominal: é a chave do diagnóstico clínico, associado à massa pulsátil e dor abdominal. Para avaliar alterações do fluxo aórtico (sopros ou aneurismas), aprofunda-se o estetoscópio ao longo do trajeto da aorta. Diagnostico de aneurisma abdominal e compressões arteriais. Explicar a dor oncológica (fisiopatologia e quadro clínico); A dor é um sintoma recorrente em pacientes com neoplasias, presente em 55% dos pacientes na vigência de tratamento oncológico e em 65% nos casos que apresentam estadiamento avançado. O mecanismo envolvido na dor do paciente oncológico é multifatorial e abrange não só a lesão tecidual causada pela infiltração tumoral, mas também a dor relacionada às respostas afetivas e cognitivas à doença. Dor Total, em que a dor do paciente oncológico está relacionada não só a causas orgânicas da própria doença, em um aspecto físico, mas também a condições indissociáveis do sofrimento humano, nos aspectos emocionais, sociais e espirituais. Além disso, o próprio tratamento oncológico está diretamente relacionado à etiologia da dor, podendo ser decorrente de um procedimento cirúrgico, radioterápico ou quimioterápico. Dor disruptiva: é classificada como um pico de dor incidental, de forte intensidade, limitante e com duração estimada de até 60 minutos, sendo mais frequente em pacientes com doença avançada e em vigência de tratamento paliativo. Cerca de 75% dos pacientes com dor crônica apresentam também esse tipo de dor. Ela pode ser desencadeada por efeito adverso de medicamentos para tratamento oncológico ou por atividades corriqueiras, porém, na maioria das vezes, ela é de caráter idiopático. A dor disruptiva rotineiramente exige dose adicional de analgésicos “de resgate”, ou seja, uma dose caso haja piora inesperada da dor não controlada pela analgesia de base. É importante que a equipe de cuidado do paciente oncológico contabilize a dor disruptiva como parte do tratamento para a prescrição adequada da analgesia. A fisiopatologia da dor oncológica é complexa e envolve tanto a via nociceptiva quanto neuropática. Alguns pacientes apresentam ambos os tipos de dor, por exemplo, dor nociceptiva resultante do crescimento do tumor e das metástases e dor neuropática resultante da compressão do tumor em estruturas neurais. Sendo assim, a dor oncológica é frequentemente considerada uma dor mista. Nos pacientes com câncer, a dor neuropática apresenta uma prevalência mais baixa (33%) em relação à dor nociceptiva (72%). Nesta última, a dor musculoesquelética é a mais frequente, sendo um importante preditor de mortalidade, especialmente quando localizado nos membros inferiores e nas costas Adicionalmente à dor oncológica, diferentemente de outras síndromes álgicas, pode estar associada em 64% a 93% dos pacientes em cuidados paliativos a uma dor intensa, de início súbito com pico em cinco minutos, conhecida como dor incidental ou tipo “breakthrough” (DTB). Essa prevalência parece aumentar com o avanço da doença e com a intensidade da dor basal. Dor Nociceptiva: Compreende dor somática e visceral e ocorre diretamente por estimulação química ou física de terminações nervosas normais - é resultado de danos teciduais mais comuns e frequentes nas situações inflamatórias, traumáticas e invasivas, ou Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 2 isquêmicas. A mensagem de dor viaja dos receptores de dor (nociceptores), nos tecidos periféricos, através de neurônios intactos. Dor Neuropática: Resulta de alguma injúria a um nervo ou de função nervosa anormal em qualquer ponto ao longo das linhas de transmissão neuronal, dos tecidos mais periféricos ao SNC. Dor simpaticomimética: diferenciada pelo relato de irradiação arterial normalmente necessitando de diagnóstico diferencial por bloqueio anestésico O quadro clínico da dor oncológica depende da etiologia da doença, localização, tecidos envolvidos, taxa de crescimento e outros fatores: • 40-80% da dor oncológica tem uma causa tumoral direta o Metastização óssea (pulmão, mama e próstata) o Invasão tumoral direta • 10-25% da dor oncológica está indiretamente associada à doença (ex. imobilização por alectuamento) • 15-20% da dor oncológica é decorrente dos tratamentos o Quimioterapatia (QT), Radioterapia, Hormonoterapia, Cirurgia • 3-10% da dor oncológica têm outras outras causas subjacentes: o Síndromes induzidas pela doença oncológica (<10%) o Condições concomitantes (enfarte agudo do miocárdio, doença isquémica, doenças reumáticas, etc.) O quadro clínico da dor oncológica ocorre por meio de síndromes que podem ser compreendidas entre: síndromes de dor aguda e síndromes de dor crônica. Tais síndromes são caracterizadas a partir de seus desdobramentos que ocorrem devido às suas causas. Síndromes de dor aguda Quando a causa está relacionada a terapias antineoplásicas, como quimioterapia, tratamentos hormonais, imunoterapia e radioterapia, os possíveis desdobramentos são: mucosite, neuropatias, enterites, proctite, cistite, artralgia, mialgia, angina, dor óssea difusa, Síndrome Flare e eritrodisestesia palmo-plantas (Síndrome mão-pé). Já quando a causa está associada a procedimentos, o paciente pode ter uma cefaleia após punção lombar, uma dor após a realização de uma biópsia, ou, por exemplo, uma dor secundária a intervenções terapêuticas, como uma paracentese, uma passagem de tubo torácico, uma passagem de stent ou uma embolização vascular. Por fim, a dor aguda pode estar associada ao próprio câncer quando ocorre uma hemorragia intramural, uma fratura patológica, uma obstrução ou perfuração de víscera oca ou um tromboembolismo venoso. Síndromes de dor crônica Além das síndromes de dor aguda, o paciente também pode ter síndromes de dor crônica, com suas causas já definidas e possíveis desdobramentos. Uma das causas é a dor nociceptiva somática devido à metástases ósseas que pode-se desdobrar com dor óssea multifocal, com síndrome da dor vertebral na compressão peridural da medula espinal, com síndrome dolorosa relacionada à pelve e ao quadril e à própria base do crânio. A dor nociceptiva somática pode ocorrer também devido ao envolvimento de partes moles como uma dor facial e cefaleia, dor nos ouvidos, dor nos olhos, dor pleural e câimbras musculares. Já a dor nociceptiva visceral devido à neoplasia tem como possíveis desdobramentos a síndrome de distensão hepática, a obstrução intestinal crônica, a síndrome retroperitoneal da linha média, a dor perineal maligna e a obstrução uretérica. Outra dor crônica que pode ocorrer devido à neoplasia, é a dor neuropática que tem como possível desdobramento as radiculopatias, as mononeuropatias, as plexopatias, as neuralgias e as neuropatias periféricas. Por fim, é importante lembrar que as próprias terapias antineoplásicas, como quimioterapia, radioterapia, tratamento hormonais e cirurgias, além de serem causas de síndromes de dor aguda,também pode ser causas de síndromes de dor crônica e podem ter a neuropatia periférica, a dor do membro fantasma, a dor crônica pós-cirúrgica, a mielopatia, a plexopatia, a enterite e proctite crônicas por radiação, a dor do linfedema e a osteorradionecrose como possíveis desdobramentos. Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 3 Conhecer a aplicação da escada analgésica da dor (OMS); Opioides permanecem como os fármacos mais efetivos e mais comumente utilizados no tratamento da dor moderada a intensa, especialmente no câncer. O uso dos opioides é mais benéfico quando associado a outras classes analgésicas e não tem dose máxima, sendo a titulação realizada individualmente, com base nos sintomas e efeitos adversos relatados. A escada analgésica da OMS foi uma estratégia proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 1986, para proporcionar alívio adequado da dor em pacientes com câncer. Atualmente é aplicada no tratamento da dor oncológica, mas também em condições dolorosas agudas e crônicas não oncológicas devido a um espectro mais amplo de doenças, como doenças degenerativas doenças musculoesqueléticas, distúrbios da dor neuropática e outros tipos de dor crônica. Fornece uma abordagem simples e paliativa para reduzir a morbidade devido à dor em 70% a 80% dos pacientes. A escada original consistia principalmente em três degraus: 1. Para pacientes com dor leve a moderada, o primeiro degrau é usar droga não opiácea, com adição de uma droga adjuvante, conforme a necessidade. 2. Se a droga não opiácea, dada na dose e frequência recomendada não alivia a dor, passa-se para o segundo degrau, onde se adiciona um opiáceo fraco. 3. Se a combinação de opiáceo fraco com o não opiáceo também não for efetiva no alívio da dor, substitui-se o opiáceo fraco por um forte. O termo adjuvante refere-se a um vasto conjunto de medicamentos pertencentes a diferentes classes. Embora sua administração seja tipicamente para outras indicações além do tratamento da dor, esses medicamentos podem ser de ajuda particular em várias condições dolorosas. Os adjuvantes, também chamados de co-analgésicos, incluem antidepressivos, incluindo antidepressivos tricíclicos (ADTs), como amitriptilina e nortriptilina, inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina (IRSNs), como duloxetina e venlafaxina, anticonvulsivantes como gabapentina e pregabalina, anestésicos tópicos (por exemplo, adesivo de lidocaína), terapias tópicas (por exemplo, capsaicina), corticosteroides, bifosfonatos e canabinóides. Curiosamente, embora os adjuvantes sejam coadministrados com analgésicos, eles são indicados como uma opção de tratamento de primeira linha para o tratamento de condições específicas de dor. Por exemplo, a Federação Europeia de Sociedades Neurológicas (ENS) recomendou o uso de duloxetina, ou anticonvulsivantes, ou um TCA para o tratamento da neuropatia dolorosa diabética. O conceito-chave da escada é que é essencial ter conhecimento adequado sobre a dor, avaliar seu grau em um paciente por meio de avaliação adequada e prescrever medicamentos apropriados. Como muitos pacientes eventualmente receberão opióides, é essencial equilibrar a dosagem ideal com os efeitos colaterais do medicamento. Além disso, a rotação de opioides pode ser adotada para melhorar a analgesia e reduzir os efeitos colaterais. Os pacientes devem receber educação sobre os usos e efeitos colaterais dos medicamentos para evitar o uso indevido ou abuso sem comprometer seus aspectos benéficos. A escada original da OMS era unidirecional, começando no degrau mais baixo dos AINEs, incluindo inibidores de COX, ou acetaminofeno, e subindo em direção aos opióides fortes, dependendo da dor do paciente. Estudiosos da área sugeriram eliminar o segundo nível, Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 4 pois os opióides fracos contribuem muito pouco para o controle da dor. Em caso de dor moderada, pode ser mais útil prescrever opioides de terceira etapa, embora administrados em dosagens reduzidas (por exemplo, morfina 30 mg por dia, por via oral). De acordo com alguns autores, além disso, deve ser necessário distinguir os caminhos para o tratamento da dor aguda, dos tratamentos mais específicos para uso na dor oncológica de longa duração. No entanto, a real limitação da escala original foi a impossibilidade de integrar os tratamentos não farmacológicos ao percurso terapêutico. Como consequência, um quarto degrau foi adicionado à escada. Inclui inúmeros procedimentos não farmacológicos que são recomendações robustas para o tratamento da dor persistente, mesmo em combinação com o uso de opioides fortes ou outros medicamentos. Este grupo engloba procedimentos intervencionistas e minimamente invasivos, como analgesia epidural, administração intratecal de analgésicos e anestésicos locais com ou sem bombas, procedimentos neurocirúrgicos (por exemplo, adesiólise percutânea lombar, cordotomia), estratégias de neuromodulação (por exemplo, estimuladores cerebrais, estimulação da medula espinhal), bloqueios nervosos, procedimentos ablativos (por exemplo, alcoolização, radiofrequência, micro-ondas, ablações por crioablação; Esta OMS atualizada focou na qualidade de vida e foi concebida como uma abordagem bidirecional, estendendo a estratégia para tratar também a dor aguda. Para dor aguda, o analgésico mais forte (para essa intensidade de dor) é a terapia inicial e posteriormente atenuada, enquanto que, para dor crônica, emprega-se uma abordagem gradual de baixo para cima. No entanto, os médicos também devem fornecer desescalonamento no caso de resolução da dor crônica. Diferenciar tolerância e resistência medicamentosa a opioides; A redução de eficácia analgésica é chamada de tolerância e é um fenômeno previsível, que leva ao aumento das doses necessárias para analgesia efetiva. Essa tolerância resulta de mudanças celulares, moleculares e ação da medicação após administrações repetidas. A tolerância ocorre primariamente para os efeitos secundários e posteriormente para os efeitos analgésicos. Tolerância é a diminuição da resposta a um fármaco usado repetidamente. Resistência é o desenvolvimento da capacidade de resistir aos efeitos anteriormente destrutivos de um fármaco por microrganismos ou células tumorais. Os exemplos de fármacos que resultam em tolerância englobam o álcool e os opioides. Um dos mecanismos responsável pela tolerância é o metabolismo acelerado, por exemplo, pela indução das enzimas hepáticas como as enzimas do sistema citocromo P450. Geralmente, a tolerância exige doses maiores de determinada substância para produzir o mesmo efeito. Outros mecanismos possíveis são a redução da afinidade da ligação entre um fármaco e o receptor e a diminuição do número de receptores. Os mecanismos responsáveis pela tolerância a fármacos nem sempre são conhecidos. Exemplos da resistência são: As cepas dos microrganismos são resistentes quando os antimicrobianos anteriormente eficazes não mais podem matar ou inibi-los. O mecanismo começa com uma alteração genética resultante de uma mutação ou aquisição gênica. Como o antimicrobiano previamente eficaz elimina preferencialmente os organismos não resistentes, os organismos resistentes tornam-se a espécie predominante. Tumores podem tornar-se resistentes se ocorrer alguma mutação que confira resistência a um antineoplásico e quando o antineoplásico for usado Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 5 repetidamente, eliminando preferencialmente as células tumorais não resistentes. Por exemplo, muitos pacientes com leucemia mieloide crônica tornam-se resistentes ao imatinibe, um inibidor de tirosina quinase, por causa da presença da mutação T315I.A resistência aos corticoides pode comprometer o tratamento de várias doenças, como a asma ou a doença inflamatória intestinal. O mecanismo desse tipo de resistência não está totalmente elucidado, mas pode envolver alguns fatores diferentes (p. ex., infecção, estresse oxidativo, exposição a alérgenos, inflamação, deficiência de vitamina D3, variações ou mutações genéticas). Citar a farmacocinética, a farmacodinâmica e os efeitos colaterais dos opioides fortes (morfina, fentanil e metadona); CASO DO PROBLEMA: O plano terapêutico foi hidratação venosa, antiemético, dieta laxante, medicação para constipação e ajuste das medicações conforme escada analgésica de dor: Gabapentina 600 mg VO 8/8h e introdução de Metadona 15 mg VO 8/8h, além de Fentanil patch 100mcg/h. Gabapentina 600mg VO 8/8h A gabapentina e pregabalina são fármacos antiepilépticos que também são eficazes no tratamento da dor neuropática. Mecanismo de ação dos agonistas opioides Os agonistas de opioides ligam-se a receptores acoplados à proteína G reduzindo a atividade da adenilil-ciclase, reduzindo a condutância do cálcio pré- sináptico, o que resulta em uma diminuição na liberação de neurotransmissor, e aumentando a condutância pós-sináptica de potássio, o que resulta na diminuição da capacidade de resposta aos neurotransmissores excitatórias. Morfina – paciente toma: É um derivado natural da papoula de rápida absorção após ingesta oral, no intestino delgado, porção superior e metabolizada no fígado em morfina-3- glicuronídeo (M3G) e M6G que é um ativo metabólito, mais potente do que a morfina. É excretada por via renal e a administração de 4/4 h, por qualquer via, é necessária para alcançar concentração terapêutica adequada. Pacientes que não estão com controle adequado da dor, no segundo degrau da escada analgésica, devem iniciar o tratamento com morfina, nas doses ideais-5 a 10 mg, de 4/4 h, aumentando de acordo com a necessidade. Dois terços dos pacientes com câncer necessitam de dosagem acima de 180mg/ dia. Dois terços, irá necessitar doses mais altas, no decurso de sua doença É o fármaco de escolha para dor intensa. A dose analgésica varia de 5mg até mais de 200mg, a cada 4 horas. Na maioria dos casos, a dor é controlada com doses de 10 a 30mg, de 4/4 horas. A dose adequada é a dose que alivia a dor com mínimos efeitos adversos. Após administração oral, o pico de concentração plasmática é atingido em aproximadamente 60 minutos. A alimentação não altera a biodisponibilidade da morfina. Metadona Droga de metabolismo hepático e excreção fecal com ausência de metabólitos ativos e alta lipossubilidade e biodisponibilidade oral de 80%. A metadona é bem absorvida pela via oral, com meia vida média de 24h, podendo variar de 10 a 75 horas em diferentes pacientes. Deve ser usada com extremo cuidado, principalmente nos idosos, justamente por essa meia vida longa, significando que pode ocorrer acumulação. Os pacientes podem necessitar até de 6 doses por dia, inicialmente, mas o intervalo das doses vai ser mais prolongado, até que apenas uma ou duas doses sejam necessárias, por dia, para manutenção. Metadona pode ser útil em alguns pacientes que não respondam à morfina ou tenham intolerância a ela, sendo usada como um opiáceo de segunda linha É opioide agonista sintético, potente, agonista opioide mu, antagonista dos receptores N-metil-D-aspartato (NMDA). Causa menos dependência, menos euforia e sedação do que a maioria dos outros opioides. • Não produz metabolitos ativos – pode ocorrer acúmulos já que o tempo para se atingir a concentração plasmática eficaz é longo; • Excreção essencialmente fecal – eliminada em pequena quantidade pela urina; • Para dor oncológica, deve-se usar de 5 a 10mg, a cada 12 horas por 3 a 5 dias, até se atingir o efeito desejado, devendo-se adequar a dose e os intervalos para sua administração. Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 6 Fentanil transdérmico É um analgésico sintético opiáceo, usado em anestesia por sua meia vida curta. Disponível em adesivo (patch) para administração transdérmica para pacientes com dor crônica, em câncer. É um potente agonista com meia-vida longa, o fentanil transdérmico deve ser considerado quando o paciente já está em terapia com opioide, com dor constante, mas com pouca dor episódica. • Opioide de ação longa – dose de resgate com opioide de ação curta (morfina); • Cada adesivo tem ação por 72h; • Doses de 12,25,50 e 100µg; Os adesivos de fentanil devem ser colocados ao mesmo tempo, a cada três dias, embora o sítio de aplicação deva ser mudado - devem ser colados em local seco, plano, limpo e sem pelos, para aderência ideal. Não devem ser utilizados em pacientes com hipertermia ou sudorese. Não demonstrou ser mais efetivo do que qualquer outro opiáceo, embora para alguns pacientes ele apresente algumas vantagens. Causa os mesmos efeitos colaterais da morfina, mas, no entanto, constipação, sedação e náusea são consideradas menos intensos, em alguns pacientes. Seu uso é mais apropriado quando o paciente é incapaz de tolerar morfina (efeitos colaterais intoleráveis) e incapaz de ingesta oral pela própria evolução da doença. Dor não controlada com morfina oral, não será resolvida pela conversão a uma dose equivalente de fentanil transdérmico. Não é usado como analgésico em quadro agudo, onde rápida titulação é necessária. Pacientes em uso de morfina que converterão para fentanil devem permanecer com aquele medicamento para resgate, até o alcance do pico plasmático deste, que se dará entre 12 e 24 horas. Em 10% dos pacientes, síndrome de abstinência física ou depressiva do opiáceo pode ocorrer na troca de morfina para fentanil. Esta situação tem vida curta (poucos dias) e é facilmente tratável com doses resgate de morfina, quando ocorrerem os sintomas Os efeitos colaterais e adversos comuns dos opioides incluem sedação, náuseas, vômitos, constipação, tontura, depressão respiratória, dependência física e tolerância. A constipação e a náusea, os dois efeitos mais comuns do uso dos opioides, podem ser difíceis de tratar e podem ser importantes o suficiente para levar à descontinuidade do tratamento com determinado opioide e contribuir com analgesia inadequada por redução da dose da medicação. Os efeitos menos comuns são hiperalgesia, lentificação do esvaziamento gástrico, disfunção imunológica e hormonal, rigidez muscular e mioclonia. Constipação: Os opioides ativam os receptores mu periféricos, do sistema nervoso entérico, responsáveis pelo peristaltismo. E agem também no sistema nervoso central, alterando o sistema autonômico intestinal. Constipação é um efeito adverso comum e ocorre em 40% a 95% dos doentes que recebem analgesia com opioide. Esse problema pode, a longo prazo, resultar em aumento da morbidade e mortalidade, com efeito significativo na qualidade de vida desses doentes. Constipação grave pode causar o surgimento de hemorroida, dor retal, obstrução intestinal e possível abdome agudo e morte Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 7 Listar os procedimentos intervencionistas em dor oncológica; Bloqueios diagnósticos 1. Injeção seletiva da bainha da raiz nervosa 2. Bloqueio peridural diferencial 3. Injeção da articulação zigoapofisária (injeção na faceta articular) a. Síndrome facetaria lombar b. Síndrome facetaria cervical 4. Discografia 5. Bloqueios simpáticos seletivos a. Bloqueio do gânglio cervitorácico; b. Bloqueio simpático lombar; c. Bloqueio do plexo celíaco; d. Bloqueio do plexo hipogástrico superior; e. Bloqueio do gânglio ímpar (coccígeo). Bloqueios terapêuticos 1. Injeção peridural de corticosteroides; 2. Bloqueio nervosos neurolíticos; Analgesia epidural, administraçãointratecal de analgésicos e anestésicos locais com ou sem bombas, procedimentos neurocirúrgicos (por exemplo, adesiólise percutânea lombar, cordotomia), estratégias de neuromodulação (por exemplo, estimuladores cerebrais, estimulação da medula espinhal), bloqueios nervosos, procedimentos ablativos (por exemplo, alcoolização, radiofrequência, micro-ondas, ablações por crioablação). Descrever medidas e estratégias de cuidados paliativos em pacientes oncológicos. Paliação é toda estratégia que objetive o alívio de sofrimento de um paciente, e sua ação abrange qualquer assistência não curativa para diminuir, em ambiente hospitalar ou domiciliar, as consequências da doença sobre o bem-estar desse indivíduo. Ela é considerada parte integrante da prática do profissional de saúde, independentemente da doença ou de seu estágio de evolução (OLIVEIRA, 2008). • promover o alívio da dor e de outros sintomas desagradáveis; • afirmar a vida e considerar a morte um processo normal; • não acelerar nem adiar a morte; • integrar os aspectos psicológicos e espirituais no cuidado ao paciente; • oferecer um sistema de suporte que possibilite ao paciente viver tão ativamente quanto possível até o momento da sua morte; • oferecer um sistema de suporte para auxiliar os familiares durante a doença do paciente e o luto; • oferecer uma abordagem multiprofissional para focar nas necessidades dos pacientes e seus familiares, incluindo acompanhamento no luto; • melhorar a qualidade de vida e influenciar positivamente no curso da doença; • iniciar o mais precocemente possível o cuidado paliativo, juntamente às outras medidas de prolongamento da vida, como quimioterapia e radioterapia, e incluir todas as investigações necessárias para compreender e controlar melhor situações clínicas estressantes. Já a escala de performance Karnofsky, desenvolvida para pacientes com câncer, objetiva documentar o declínio clínico e avaliar a capacidade de realizar determinadas atividades básicas. A maioria das pessoas com escala inferior a 70% tem indicação precoce de assistência de cuidados paliativos, e performance de 50% indica terminalidade, reafirmando que elas são elegíveis para os cuidados, a menos que exista uma possibilidade confirmada para se manter uma terapia para a doença de base que o paciente possa tolerar. Quadro 1. Escala de performance: Karnofsky 100% Sem sinais ou queixas, sem evidência de doença 90% Mínimos sinais e sintomas, capaz de realizar suas atividades sem esforço 80% Sinais e sintomas maiores, realiza suas atividades com esforço 70% Cuida de si mesmo, não é capaz de trabalhar Dor | P5 Mt1 Pr4 | @study.sarahs | MEDICINA – FITS 8 60% Necessita de assistência ocasional, é capaz de trabalhar 50% Necessita de assistência considerável e cuidados médicos frequentes 40% Necessita de cuidados médicos especiais 30% Extremamente incapacitado, necessita de hospitalização, mas sem iminência de morte 20% Muito doente, necessita de suporte 10% Moribundo, morte iminente Fonte: Adaptado de Academia Nacional de Cuidados Paliativos (2009, p. 24). Nos cuidados paliativos, avaliar o impacto dos cuidados é muito mais complexo do que em outras áreas da saúde, pois o principal desfecho a ser alcançado é a melhoria da qualidade de vida dos pacientes e suas famílias. Referências https://paliativo.org.br/biblioteca/09-09- 2013_Manual_de_cuidados_paliativos_ANCP.pdf#pag e=113 https://apmgf.pt/wp- content/uploads/2022/08/DorDoenteOncologico.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/ma nual_dor.pdf https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/ media/document/cuidados_paliativos_vivencias_e_ap licacoes_praticas_do_hc_iv.pdf https://eurofarma.com.br/storage/files/10701-A%20- %20SEPARATA%20ALTERA%C3%87%C3%83O%20ROL %20DE%20DOR%20ONCOLOGICA_1_17_vers%C3%A3 o%20digital_final%20digital.pdf https://paliativo.org.br/biblioteca/09-09-2013_Manual_de_cuidados_paliativos_ANCP.pdf#page=113 https://paliativo.org.br/biblioteca/09-09-2013_Manual_de_cuidados_paliativos_ANCP.pdf#page=113 https://paliativo.org.br/biblioteca/09-09-2013_Manual_de_cuidados_paliativos_ANCP.pdf#page=113 https://apmgf.pt/wp-content/uploads/2022/08/DorDoenteOncologico.pdf https://apmgf.pt/wp-content/uploads/2022/08/DorDoenteOncologico.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/manual_dor.pdf https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/inca/manual_dor.pdf https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/cuidados_paliativos_vivencias_e_aplicacoes_praticas_do_hc_iv.pdf https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/cuidados_paliativos_vivencias_e_aplicacoes_praticas_do_hc_iv.pdf https://www.inca.gov.br/sites/ufu.sti.inca.local/files/media/document/cuidados_paliativos_vivencias_e_aplicacoes_praticas_do_hc_iv.pdf https://eurofarma.com.br/storage/files/10701-A%20-%20SEPARATA%20ALTERA%C3%87%C3%83O%20ROL%20DE%20DOR%20ONCOLOGICA_1_17_vers%C3%A3o%20digital_final%20digital.pdf https://eurofarma.com.br/storage/files/10701-A%20-%20SEPARATA%20ALTERA%C3%87%C3%83O%20ROL%20DE%20DOR%20ONCOLOGICA_1_17_vers%C3%A3o%20digital_final%20digital.pdf https://eurofarma.com.br/storage/files/10701-A%20-%20SEPARATA%20ALTERA%C3%87%C3%83O%20ROL%20DE%20DOR%20ONCOLOGICA_1_17_vers%C3%A3o%20digital_final%20digital.pdf https://eurofarma.com.br/storage/files/10701-A%20-%20SEPARATA%20ALTERA%C3%87%C3%83O%20ROL%20DE%20DOR%20ONCOLOGICA_1_17_vers%C3%A3o%20digital_final%20digital.pdf
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