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DESENVOLVIMENTO-COGNITIVO-MUSICAL-E-A-NEUROLOGIA

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DESENVOLVIMENTO COGNITIVO MUSICA E 
NEUROLOGIA 
 
 
2 
 
 
 
1 NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em 
atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com 
isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em 
nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no 
desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de 
promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem 
patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras 
normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável 
e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. 
Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de 
cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do 
serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
SUMÁRIO 
 
Disciplina: Desenvolvimento Cognitivo Musical............................................................. 4 
1 - A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA ........................................ 4 
1.1 - A música e o desenvolvimento cognitivo da criança ............................................... 6 
1.2 - A música e o desenvolvimento afetivo .................................................................... 7 
1.3 - A música e o desenvolvimento social da criança ..................................................... 9 
Nota ................................................................................................................................ 12 2 
- Cognição e Música (ADAPTADO) .......................................................................... 13 
2.2. Conceito da Música e a Inteligência Humana ......................................................... 15 
2.3. A Música como uma Linguagem............................................................................ 17 
2.4. O Aprendizado Musical e a Leitura ......................................................................... 18 
REFERENCIAL ............................................................................................................. 21 
 
 
 
4 
 
 
Desenvolvimento Cognitivo Musical 
Caro aluno nessa disciplina se fará necessário o acesso dos textos e vídeos 
sugeridos para o aprofundamento e esclarecimento de diversas nuances desse 
assunto. 
Bons estudos Disponível em: 
http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v09/m346117.pdf - 
 
http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v09/m346117.pdf
http://www.cienciasecognicao.org/pdf/v09/m346117.pdf
 
 
 
5 
 INTRODUÇÃO 
O ambiente sonoro, assim como a presença da música em diferentes e variadas 
situações do cotidiano fazem com que os bebês e crianças iniciem seu processo de 
musicalização de forma intuitiva. Adultos cantam melodias curtas, cantigas de ninar, 
fazem brincadeiras cantadas, com rimas, parlendas etc., reconhecendo o fascínio 
que tais jogos exercem. Encantados com o que ouvem, os bebês tentam imitar e 
responder, criando momentos significativos no desenvolvimento afetivo e cognitivo, 
responsáveis pela criação de vínculos tanto com os adultos quanto com a música. 
Nas interações que se estabelecem, constroem um repertório que lhes permite iniciar 
uma forma de comunicação por meio de sons. (BRASIL, vol. 3 p. 71). 
O interesse pelo desenvolvimento cognitivo musical tem crescido muito nas últimas 
décadas devido a recentes descobertas no campo da neurociência. A diferença entre 
alturas, timbres e intensidades já acontece desde o nascimento até o décimo mês 
de vida, tornando-se cada vez mais refinadas. As preferências e memórias musicais 
também se dariam a partir dessa época, por meio de processos imitativos e de 
impregnação, estando também associado a inúmeras funções psicossociais, como 
a comunicação e o desenvolvimento da linguagem compreensiva e expressiva, por 
exemplo, ou entretenimento (ILARI, 2005 apud PINTO, 2009). 
A música é uma ciência básica com um grande número de variações de códigos, o 
que possibilita o desenvolvimento intelectual da pessoa. Quanto mais cedo crianças 
entrarem em contato com o mundo da música, maiores serão as chances de que 
elas assimilem novos códigos sonoros que a música pode oferecer. Além disso, 
maior será o conhecimento armazenado na memória sonora, quanto mais tipos de 
sons a criança ouvir, o que pode ser também ampliado se a criança praticar um 
instrumento musical. Neste processo, a criança torna-se o agente criador de 
diferentes códigos sonoros, por meio de criações realizadas com seu instrumento. o 
estímulo ao aprendizado da música é necessário, uma vez que a música, segundo 
(STRALIOTTO, 2001, PEDERIVA e TRISTÃO 2006 apud PINTO 2009), para a 
 
 
6 
criança funcionaria como uma nova forma de exteriorização dos sentimentos, como 
um novo idioma que servirá de veículo para as emoções. 
As pesquisas investigativas da neurociência, se desenvolvem rapidamente e por 
isso tem se ampliado, consideravelmente, e interessando autores de diversas 
áreas. Por muito tempo, a área ficou mais restrita ao aspecto biológico, ou seja, 
aos comandos dados pelo cérebro, transportados e executados por outras partes 
do organismo, isso porque a sociedade não relacionava diretamente o cérebro à 
consciência humana, que exerce grande influência na postura, pensamentos, 
desejos e até necessidades. 
Porém, uma vez que o cérebro se tornou protagonista em eventos e experimentos, 
ficou clara sua ligação e correlação com a consciência, provocando uma série de 
questionamentos a respeito do seu papel nas decisões humanas. Foi assim que a 
neurociência ganhou ainda mais relevância, já que tem potencial para explicar, além 
de reações do corpo, os fenômenos da mente. O cérebro é o mais requintado dos 
instrumentos capaz de refletir as complexidades e os emaranhamentos do mundo 
ao nosso redor. Centro da inteligência, memória, consciência e linguagem, o 
cérebro controla, em colaboração com outras partes do encéfalo, as sensações e 
os órgãos efetores, ele é o ponto mais alto da evolução, o único órgão consciente 
da sua existência. A associação da música a tratamentos convencionais e não 
convencionais de doenças físicas e mentais, pois proporciona prazer aumentando 
a qualidade de vida, uma vez que há estímulos cerebrais.. 
 
A NEUROCIÊNCIA 
Os estudos da neurociência estão divididos em campos específicos que exploram 
as áreas do sistema nervoso, como 
1. Neurofisiologia: investiga as tarefas que cabem as diversas áreas do 
sistema nervoso. 
2. Neuroanatomia: dedica-se a compreender a estrutura do sistema 
nervoso, dividindo cérebro, a coluna vertebral e os nervos periféricos externos em 
partes para nomeá-las e compreender as suas funções. 
https://fia.com.br/blog/biotech/
 
 
 
7 
3. Neuropsicologia: foca na interação entre os trabalhos dos nervos e as 
funções psíquicas. 
4. Neurociência comportamental: ligada à psicologia comportamental, é a 
área que estuda o contato do organismo e os seus fatores internos, como 
pensamentos e emoções, ao meio e aos comportamentos visíveis, como fala, gestos 
e outros. 
5. Neurociência cognitiva: estudo voltado à capacidade cognitiva, em que 
estão inclusos comportamentos ainda mais complexos, como memória e 
aprendizado. 
Nessa perspectiva, existem diversas neurociências, dependendo da condução e 
objetivo que motivaram o estudo do sistema nervoso. Mas em todas essas áreas, o 
cérebro é considerado em uma perspectiva unitária, já que todos os processos 
mentais têm influências físicas e as questõesfísicas alteram o indivíduo a nível 
emocional. Além disso, as pesquisas realizadas no ramo exploram mais de uma área 
do conhecimento. 
Por esse motivo, essa ciência é considerada multidisciplinar, reunindo diversas 
especialidades, como bioquímica, biomedicina, fisiologia, farmacologia, estatística, 
física, engenharia, economia, linguística, entre outras que objetivam investigar o 
comportamento, os mecanismos de aprendizado e a aquisição de conhecimento 
humanos. São várias as finalidades das pesquisas na área da neurociência. Entre 
elas, vale dar destaque para o entendimento de como nossas vivências são capazes 
de alterar o cérebro e como interferem no seu desenvolvimento. Dessa forma, essa 
disciplina abrange a inteligência, o raciocínio, a capacidade de sentir, de sonhar, 
comandar o corpo, tomar decisões, fazer movimentos, entre outros. 
Alguns setores específicos também se utilizam da neurociência, como é o caso dos 
profissionais em engenharia médica, no desenvolvimento de equipamentos e 
soluções a portadores de necessidades especiais. Da mesma forma, podemos citar 
profissionais da informática que desenvolvem softwares, para viabilizar as atividades 
de pessoas com algum tipo de limitação intelectual ou física. Para compreender esse 
 
 
8 
complexo mecanismo, os cientistas consideram a forma como funcionam os 
processos a nível cognitivo, principalmente no que se refere à decodificação e 
transmissão de informação realizadas pelos neurônios, bem como suas respectivas 
funções e comportamentos. 
Com o advento da tecnologia, descobriu-se métodos para estudar as várias áreas 
e funções cerebrais que comandam o corpo. Aspecto importantíssimos onde são 
identificadas as áreas motoras, sensitivas, cognitivas e áreas relacionadas com a 
memória, bem como, programações para as cirúrgicas no cérebro. 
Vale relembrar quais são essas áreas: 
Encéfalo: localizado no córtex cerebral as superfícies corticais não são uniformes, 
possuem saliências (giros) e depressões (sulcos). Compreende: 
 Telencéfalo, que é constituído pelos 02 hemisférios cerebrais; 
 Diencéfalo, que situa-se na linha mediana, entre os dois hemisférios, se 
divide em: Epitálamo, tálamo e hipotálamo; 
 Epitálamo: forma a glândula pineal e a habênula; 
 Tálamo, que é a estação retransmissora de informações no cérebro, 
com exceção das informações olfatórias; 
 Hipotálamo, que controla o sistema endócrino e intefere nas funções 
viscerais; 
 Cerebelo, onde se localiza-se por trás do tronco cerebral, e é responsável 
pelo equilíbrio e a coordenação motora; Tronco cerebral, é a substância 
nervosa que vai do cérebro à medula. No centro há uma formação reticular 
no controle da consciência, sono e vigília. É dividido em três partes: 
 Mesencéfalo, por porção superior do tronco cerebral, de onde se 
originam os pares de nervos cranianos III e IV; 
 Ponte, porção média do tronco cerebral, de onde se originam os pares 
de nervos cranianos V, VI, VII e VIII;. 
 Bulbo, porção inferior do tronco cerebral, de onde se originam os pares 
de nervos cranianos IX, X, XI XII. (Martin 1998); 
Cada um dos dois hemisférios é dividido em quatro lobos anatomicamente distintos: 
o frontal, o parietal, o occipital e o temporal. 
Cada lobo tem circunvoluções características e dobras (um antigo artifício biológico 
para aumentar a área de superfície). As cristas das circunvoluções são 
 
 
 
9 
denominadas giros. As ranhuras são chamadas sulcos ou fissuras. Os giros e 
sulcos mais proeminetes são semelhantes entre um indivíduo e outro e tem nomes 
específicos (giro pré-central, sulco central e giro pós-central). As circunvoluções 
representam uma adaptação que serve para ajustar uma grande área superficial 
dentro de um espaço restrito da cavidade craniana. 
 
O córtex cerebral e suas camadas 
Um corte em profundidade no cérebro mostra que a superfície cinzenta tem uma 
espessura que varia de 1 a 4 mm. A maior parte é composta por células nervosas 
(neurônios) que recebem impulsos dos pontos mais distantes do corpo e os 
retransmitem ao destino certo. Mas o cérebro desempenha funções altamente 
diversificadas e, por isso mesmo, as células que os constituem, também são 
especializadas. Tipos diferentes de neurônios são distribuídos através de diferentes 
camadas no córtex dispostos de tal forma a caracterizar as várias áreas dos 
hemisférios, cada qual com sua função. 
Existem dos tipos de córtex: isocórtex e alocórtex. O primeiro é formado por seis 
camadas (conforme acima) bem definidas durante o desenvolvimento embrionário 
e o segundo não apresenta este número de camadas e elas não são nítidas. Apesar 
de cada camada não ser constituída exclusivamente por um tipo de neurônio, 
considera-se a camada IV como sendo receptora da sensibilidade e a V como sendo 
motora. As demais camadas são consideradas de associação. Do ponto de vista 
filogenético, pode-se dividir o córtex cerebral em arquicórtex, paleocórtex e 
neocórtex. No homem, o arquiocórtex está localizado no hipocampo, o paleocórtex 
ocupa o uncus e a parte do giro para-hipocampal. 
Todo o resto do córtex é classificado como neocórtex. Arquicótex e paleocórtex 
estão ligados à olfação e ao comportamento emocional. O neocórtex é o 
responsável pelas mais importantes funções cerebrais do homem (Singi 1996). 
 
O neurônio 
O tecido nervoso compreende basicamente dois tipos celulares: os neurônios e as 
células gliais ou neuróglia. O neurônio é a unidade fundamental, com a função 
 
 
10 
básica de receber, processar e enviar informações. A neuroglia compreende células 
que ocupam os espaços entre os neurônios, com funções de sustentação, 
revestimento, modulação da atividade neuronal e defesa (Machado 1998). Durante 
o desenvolvimento intra-uterino, o cérebro humano produzirá todas as células 
nervosas que o acompanharão durante a vida. Os neurônios, por sua vez, são 
células nobres, extremamente exigentes quanto aos seus níveis de glicose e de 
oxigênio. Isso acontece porque, ao contrário das outras células, os neurônios não 
possuem reservas para estes componentes. Em caso de morte dos neurônios, 
estes não se regeneram mais, uma eventual cicatrização resultaria em tecido 
fibroso constituído por astrócitos e células de Schwann. O impulso nervoso (de 
natureza eletroquímica) tem sua velocidade ou intensidade aumentada por 
substâncias neurotransmissoras, como a acetilcolina e a adrenalina, de singular 
importância para a o estudo das doenças do sistema nervoso. No neurônio, unidade 
funcional básica do sistema nervoso, a transmissão dos impulsos se dá sinapse, 
dendritos e axônios. Através dos nervos, o cérebro e a medula espinhal enviam 
comandos aos sistemas e aparelhos orgânicos. 
Existem diversos tipos de neurônios, com diferentes funções dependendo da sua 
localização e estrutura morfológica, mas em geral constituem-se dos mesmo 
componentes básicos: 
 o corpo do neurônio (soma) constituído de núcleo e pericário, que dá suporte 
metabólico à toda célula; 
 o axônio (fibra nervosa) prolongamento único e grande que aparece no 
soma. É responsável pela condução do impulso nervoso para o próximo 
neurônio, podendo ser revestido ou não por mielina (bainha axonial); 
 o envoltório do axônio é a Bainha de Mielina (lipídeos e proteínas), serve 
para aumentar a velocidade da condução do potencial de ação, possui 
aparência esbranquiçada porque é rica em uma substância gordurosa; 
 os dendritos que são prolongamentos menores em forma de ramificações 
(arborizações terminais) que emergem do pericário e do final do axônio, são eles 
que levam o impulso nervoso até o corpo celular; sendo, na maioria das vezes, 
responsáveis pela comunicação entre os neurônios através das sinapses. 
Basicamente, cada neurônio, possui uma região receptiva e outra efetora em 
relação à condução da sinalização. 
 
 
 
 
11 
A sinapse 
É a estruturados neurônios através da qual ocorrem os processos de comunicação 
entre os mesmos, ou seja, onde ocorre a passagem do sinal neural que é a 
transmissão sináptica; através de processos eletroquímicos específicos, isso 
graças a certas características particulares da sua constituição. O axônio leva os 
impulsos para fora do corpo celular, as extremidades de cada axônio chegam até 
bem próximo dos dendritos do próximo neurônio, mas não chega a tocá-lo, existe 
entre eles intervalos chamados sinapse, a sinapse impede que os neurônios tenham 
uma ligação física, mas permite que mediadores químicos passes de um neurônio 
a outro. As sinapses são muito diversas em suas formas e outras propriedades: 
algumas são inibidoras e algumas, excitadoras; em algumas o transmissor é a 
acetilcolina (DeGroot 1994). 
Em uma sinapse os neurônios não se tocam, permanecendo um espaço entre eles 
denominado fenda sináptica, onde um neurônio pré-sináptico liga-se a um outro 
denominado neurônio pós-sináptico. O sinal nervoso (impulso), que vem através do 
axônio da célula pré-sináptica chega em sua extremidade e provoca na fenda a 
liberação de neurotransmissores depositados em bolsas chamadas de vesículas 
sinápticas. Este elemento químico se liga quimicamente a receptores específicos 
no neurônio pós-sináptico, dando continuidade à propagação do sinal. Um neurônio 
pode receber ou enviar entre 1.000 a 100.000 conexões sinápticas em relação a 
outros neurônios, dependendo de seu tipo e localização no sistema nervoso. O 
número e a qualidade das sinapses em um neurônio pode variar, entre outros 
fatores, pela experiência e aprendizagem, demonstrando a capacidade plástica do 
SN. 
A neurociência tenta explicar como o cérebro reage aos estímulos sensoriais e 
como o indivíduo interage com o meio em que vive, onde manifestam as suas 
emoções (BEAR, 2002, p.4). Atividades 13 cognitivas como organizar a sensação 
em forma de conhecimento e agir com base em um plano exigem a capacidade de 
integrar os diversos aportes sensoriais e de conservar um traço de experiências 
sucessivas. Tal capacidade se deve à atividade da rede de neurônios que 
constituem o córtex cerebral. O funcionamento e as conexões das estruturas do 
 
 
12 
córtex possibilitam prever, imaginar e representar um objeto não percebido naquele 
momento e ainda tornam possível o desenvolvimento da linguagem, meio de 
expressão e de comunicação, sendo o suporte privilegiado do pensamento. 
(CAMBIER, 1988, p. 121). 
 
Neurociência e os estudos sobre o cérebro 
A cada ano, muitos estudiosos de diferentes áreas do conhecimento pesquisam e 
estudam o funcionamento do cérebro, sua constituição, capacidade e influência 
sobre os processos comportamentais e cognitivos do ser humano. Essa área do 
conhecimento é compreendida pela Neurociência, ciência que estuda o 
funcionamento do cérebro humano e animal (BEAR, 2002, p. 3). A neurociência pode 
ser definida como a disciplina que busca explicar o mecanismo usado pelo encéfalo 
para controlar as funções mentais superiores e produzir ações (BHATNAGAR, 2002, 
p. 1), sendo que a base biológica dessas funções interage com as atividades 
celulares e com a mente. O campo de ação da neurociência inclui o estudo das 
estruturas anatômicas, das funções celulares e dos processos fisiológicos do 
sistema nervoso central e periférico. A neurociência estuda o arcabouço da anatomia 
e da fisiologia normais do encéfalo, tornando possível identificar os locais de 
anormalidades estruturais e funcionais. Assim a neurociência é indispensável para 
que sejam compreendidos os correlatos fisiológicos da fala, linguagem, memória, 
atenção, cognição e música. 
O estudo do encéfalo, entretanto, é tão antigo como a própria ciência em geral. 
Historicamente, das ciências que se devotaram ao estudo do sistema nervoso 
resultaram em diferentes disciplinas como a biologia, medicina, psicologia, 
fonoaudiologia, física, matemática, química e a música. O desenvolvimento da 
neurociência ocorreu quando os cientistas perceberam que a melhor abordagem 
para o entendimento da função do encéfalo vinha da interdisciplinariedade na 
pesquisa nas diferentes áreas do conhecimento (BEAR, 2002, p. 3). Sabemos que o 
encéfalo, a medula espinhal e os nervos do corpo são fundamentais para a vida e 
permitem ao homem sentir, mover-se e pensar. 
O cérebro é dividido em dois hemisférios, sendo que o hemisfério esquerdo é 
responsável pela linguagem, o cálculo, alguns tipos de análise de fatos e conceitos 
mais abstratos. Geralmente o hemisfério direito é o dominante nos seres humanos. 
 
 
 
13 
O hemisfério direito tem como função a parte motora, conexões com áreas 
responsáveis pelo controle emocional, sensitivo e imaginativo (CARNEIRO, 2001 
apud ILARI, 2003). Com relação à percepção auditiva, o hemisfério esquerdo é 
responsável pela linguagem verbal, e no hemisfério direito são percebidas a música 
e as onomatopeias (CARNEIRO, 2001 apud ILARI, 2003). 
A relação entre música e cérebro apresenta uma forte identificação com o binômio 
linguagem e cérebro, inclusive nas suas patologias, Afasia e Amusia. A amusia pode 
ser definida como a incapacidade de reconhecer músicas ou melodias. As amusias 
podem ser classificadas em amusias receptivas, nas quais ocorrem manifestações 
como a dificuldade de discriminação dos elementos musicais e a rejeição a estímulos 
sonoros. Na amusia expressiva ocorre a dificuldade nas várias modalidades 
musicais como cantar, tocar qualquer instrumento musical, além da amnésia musical, 
com ocorrência de não reconhecimento de trechos musicais. 
 
A Memória 
Memória é a aquisição, formação, conservação e evocação de informações 
(IZQUIERDO, 2002, p. 9). A aquisição é também chamada de aprendizagem, pois 
só o que foi aprendido pode ser lembrado. A evocação é também chamada de 
recordação, lembrança ou recuperação. Só é lembrado o que foi gravado ou 
aprendido. Em suma, pode-se dizer que “somos o que recordamos”, e o acervo da 
memória faz com que cada um seja único com características bem definidas (ibid.). 
A memória está envolvida em todos os aspectos do psiquismo, desde a lembrança 
de experiências passadas até o aprendizado de novas informações (MORAES & 
LANNA, 2008, p. 86). Através dela, o ser humano registra as ocorrências positivas e 
negativas de sua vida, gerando uma resposta comportamental, reorganizando o 
psiquismo e modificando os valores pessoais. Na doença de Alzheimer, a memória 
é a primeira função cognitiva a ser prejudicada, e no paciente com demência, a 
percepção de que a memória está se desvanecendo é algo assustador. Ele se 
depara com a própria incapacidade de relembrar fatos ou uma música (MORAES & 
LANNA, 2008, p. 86). 
 
 
14 
 
A memória compreende a memória de curto e de longo prazo. Na memória de curto 
prazo são incluídas: 
1. a memória sensorial, com participação dos órgãos sensoriais como visão, tato 
e audição; e 
2. a memória de trabalho, com localização anatômica no lobo frontal, que tem a 
capacidade de reter por alguns segundos um número limitado de informações. 
Na memória de longo prazo, as informações são armazenadas por horas, dias e, às 
vezes, anos, possuindo uma capacidade ilimitada de gravar informações. A memória 
de longo prazo é subdividida em: 
1. memória visual, com características de abstração de teor visual; e 
2. a memória verbal, onde ocorrem lembranças de eventos já ocorridos. 
 
Este gradiente temporal é confirmado nos pacientes com doença de Alzheimer, nos 
quais a perda ocorre predominantemente nas informações mais recentes e em fases 
mais avançadas da doença, quando a memória remota também é comprometida 
(MORAES & LANNA, 2008, p. 87). 
A Linguagem 
A linguagem é a função cognitiva e executiva que permite a comunicação entre as 
pessoas. No seu contexto amplo, pode ser considerada uma faculdade humana 
(GOLDFELD, 1998, p. 18). 
A capacidadede reproduzir por imitação a mensagem percebida constitui uma etapa 
decisiva do desenvolvimento da linguagem. Na criança recém-nascida o choro é a 
primeira forma de comunicação entre mãe e filho. O controle e execução da 
linguagem são exercidos pela região têmporo-parietal esquerda. Os distúrbios de 
linguagem recebem o nome de afasia e é grande a ocorrência de sintomas afásicos 
na doença de Alzheimer. 
A fala pode ser avaliada de forma espontânea ou através da compreensão desta. A 
dificuldade de fala espontânea é denominada ‘’afasia de Broca” e o da compreensão 
da fala de “afasia de Wernicke”. As principais alterações de linguagem nas 
demências são a anomia, na qual ocorre a dificuldade de nomeação; as parafasias, 
onde ocorre a substituição de palavras; a disfluência da fala; a anosognosia, falta de 
 
 
 
15 
consciência do problema cognitivo; dislexia, na qual ocorre o distúrbio da leitura e 
escrita; repetição de palavras ou frases, ecolalia, caracterizada pela repetição de 
sons ou palavras sem motivo aparente; mutismo, ou ausência de linguagem oral 
(MORAES, 2008). 
A Função executiva 
A função executiva compreende a habilidade necessária para a execução de um 
determinado objetivo levando o indivíduo à capacidade de abstração, seleção de 
estratégias e desempenho de atividades mais complexas (MORAES & LANNA, 
2008, p. 88). Relaciona-se também ao pensamento, atenção, memória e ao resgate 
de informações armazenadas. O córtex pré-frontal é o responsável pelo controle da 
função executiva. O comprometimento desta região pode levar a uma disfluência da 
fala e à redução da atenção. A lesão de lobo frontal pode levar a um 
comprometimento e alteração de comportamentos, levando à agressividade, alegria 
em excesso, impulsividade, hipersexualidade, falha no julgamento, labilidade 
emocional, redução da motivação, depressão, apatia e diminuição da 
espontaneidade. O 20 grau de lesão pode levar a casos mais avançados como o 
mutismo e a apatia profunda (MORAES & LANNA, 2008, p. 88). 
A Praxia 
Praxia é a capacidade de formular, coordenar ou mesmo sequenciar atos motores 
com um objetivo determinado. O lobo parietal do hemisfério dominante é o 
responsável direto por esta função. A apraxia é o distúrbio mais comum no déficit da 
praxia. Existem dois tipos de apraxia, a ideomotora, na qual ocorre a dificuldade de 
transformar uma dada ideia em ação, e a ideatória, na qual há uma dificuldade de 
realização de ações que dependem de um objeto, como por exemplo, vestir-se, 
acender um cigarro, cozinhar, entre outras. 
As apraxias podem ser avaliadas através de ordens, imitações e uso fictício ou real 
de objetos (MORAES & LANNA, 2008, p. 89). No exame clínico, a avaliação da 
apraxia pode ser realizada através de manobras relacionadas à: 
 
 
 
16 
 
1. utilização e manejo de objetos (beber em um copo, usar um pente ou 
usar uma chave); 
2. gestos simbólicos (bater continência, jogar um beijo ou implorar com 
as mãos); 
3. gestos sem sentido e repetição (palma da mão direita sobre o olho 
direito e mão direita na orelha esquerda); 
4. escrita espontânea e depois ditada; e 5) desenho espontâneo e depois 
copiado (CAMBIER, 1988, p. 139). 
Ainda com relação às apraxias, existe a relação com a organização do gesto 
propositado, onde são utilizados mecanismos complexos do controle dos 
movimentos. O gesto ou a atividade gestual têm grande relevância no processo 
cognitivo, permitindo a manipulação ou exploração de coisas ou objetos. Em um grau 
superior de abstração, as atividades gráficas e a representação simbólica do espaço 
sustentam uma representação conceitual das relações espaciais; são as atividades 
espaciais construtivas. 
Manipulação, atividade gestual simbólica e atividade espacial construtiva são as 
etapas que podem ser acompanhadas no desenvolvimento da praxia do ser humano. 
Cada um dos momentos evolutivos, conhecimento dos objetos, conhecimento do 
corpo e conhecimento do espaço, encontram-se ligados à maturação do gesto. Em 
todas as funções, o gesto elementar tem seu lugar em uma cadeia ordenada de uma 
ação. O desenrolar satisfatório de uma ação faz intervir em todo o encéfalo. Os 
dispositivos corticais do lobo parietal sustentam, 21 a cada momento, a integração 
dos dados perceptivos sensoriais e visuais, conservam os esquemas perceptivo-
motores provenientes de experiências motoras anteriores. O lobo frontal impede as 
estereotipias, mantendo a intenção de realizar o movimento motor. 
A Gnosia 
A gnosia é a capacidade de reconhecer estímulos externos. A dificuldade de 
reconhecimento é denominada de Agnosia, caracterizando-se por dificuldades de 
perceber estímulos de ordem visual, auditiva ou tátil sem comprometimento dos 
órgãos sensoriais. A agnosia visual é a mais comum, onde o paciente não reconhece 
mais cores, letras e objetos. Esta tem íntima ligação com a associação semântica e 
traz efeitos sobre a linguagem (CAMBIER, 1988, p. 140). Por ser mais incidente, 
 
 
 
17 
merece menção a descrição do exame das funções cognitivas visuais. O exame 
pode avaliar as formas através de imagens e objetos simples, desenhos sobrepostos 
figuras geométricas e classificação de objetos por categoria. Acrescenta-se ainda a 
avaliação de símbolos gráficos, como letras, palavras e algarismos e de álbum de 
fotografias de familiares, fotografia de celebridades e personalidades e avaliação de 
percepção espacial e avaliação de cores, nomeação e emparelhamento de cores 
idênticas. 
O conhecimento do corpo como um espaço definido é denominado somatognosia. O 
conhecimento orientado do espaço extracorporal e o conhecimento dos objetos 
como entidades diferenciadas são aquisições psicológicas submetidas ao 
desenvolvimento em função da experiência e da educação de cada um (CAMBIER, 
1988, p. 142). Conhecer é poder reconhecer e poder confrontar toda experiência 
perceptiva ao conjunto de experiências anteriores. A psicologia e a genética 
valorizaram a natureza sensório-motora dos esquemas sobre os quais repousa essa 
confrontação. É neles que se baseiam as convergências multisensoriais visuo-
somestésicas, auditivas e até olfativas que sustentam o suporte cognitivo necessário 
para o desenvolvimento humano (CAMBIER, 1988, p 142). 
Função visuoespacial 
A função visuoespacial está relacionada à localização espacial. A área 
anatomicamente relacionada a esta é a região parieto-occipital do cérebro, que tem 
relação com todas as funções cognitivas Seu comprometimento pode levar à 
desorientação espacial, levando à perda dentro de trajetos já conhecidos, como 
dentro da própria residência, dificuldade com direções ou sentidos como direita e 
esquerda, perda do esquema corporal e dificuldades geográficas como localização 
em mapas. 
A perda da função visuo-espacial pode ser diagnosticada quando se apresenta um 
objeto qualquer ao paciente, um objeto de valor sentimental, por exemplo, mas ele 
não é reconhecido imediatamente, mas após a sua manipulação há a possibilidade 
do reconhecimento pelo idoso. Na maioria das vezes o paciente está em um 
determinado local, mas acredita estar em uma casa ou cidade onde morou há muitos 
 
 
18 
anos, perde-se com frequência, levando-o, muitas vezes, à irritação, impaciência e 
agressividade. 
 
A MÚSICA E O DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 
A presença da música na vida dos seres humanos é incontestável. Ela tem 
acompanhado a história da humanidade, ao longo dos tempos, exercendo as 
mais diferentes funções. Está presente em todas as regiões do globo, em todas 
as culturas, em todas as épocas: ou seja, a música é uma linguagem universal, 
que ultrapassa as barreiras do tempo e do espaço. 
 Entretanto, a forma pela qual a música, como linguagem, acontece no seio dos 
diferentes grupos sociais é bastante diversificada. A música que é vivenciada em 
uma cerimônia do Quarup, no Parque do Xingu, por exemplo, temum caráter 
bastante diverso da música que colocamos para tocarno nosso carro; o mantra 
entoado em um templo budista, por sua vez, não apresenta a mesma função de 
um canto de lavadeiras do Rio São Francisco. Apesar dessas diferentes funções, 
em todas essas situações e em muitas outras, a música acompanha os seres 
humanos em praticamente todos os momentos de sua trajetória neste planeta. E, 
particularmente nos tempos atuais, deve ser vista como uma das mais 
importantes formas de comunicação: segundo o pedagogo Snyders (1992), 
nunca uma geração viveu tão intensamente a música como as atuais. 
É exatamente para falarmos de uma das facetas dessa intensa relação que trata 
o texto. Será abordada, particularmente, a relação que se dá entre a música, 
entendida como prática e vivência, e o desenvolvimento da criança. 
Inicialmente é preciso esclarecer nosso conceito de desenvolvimento. 
Desenvolvimento, segundo o dicionário Houaiss, é um termo que apresenta 
muitas acepções. Escolhemos algumas delas: “aumento de qualidades morais, 
psicológicas, intelectuais etc”, “crescimento, progresso, adiantamento” 
(HOUAISS, 2002, p. 989). No entanto, há uma tendência, em nossa civilização, 
de se concentrar a ideia de desenvolvimento da criança nos aspectos cognitivos, 
isto é, no que diz respeito ao aprendizado intelectual. É uma tendência natural 
em uma civilização tão competitiva e tecnicista. Em função disso, muito se tem 
falado a respeito do papel da música na melhoria do rendimento acadêmico de 
estudantes. 
 
 
 
19 
Nossa opção, contudo, vai pela contramão desta tendência. Entendemos que o 
processo de crescimento de uma criança está muito além apenas de seus 
aspectos físicos ou intelectuais; esse processo envolve outras questões, 
certamente tão complexas quanto às da maturação biológica. Dessa forma, 
optamos por trabalhar a ideia de desenvolvimento infantil a partir de uma 
abordagem mais ampla, abarcando também seus aspectos de amadurecimento 
afetivo e social, sem deixar de lado, obviamente, o aspecto cognitivo. 
É importante fazer uma ressalva que toda criança está imersa em um caldo 
cultural, que é formado não só pela sua família, mas também por todo o grupo 
social no qual ela cresce. Nesse sentido, a forma como a música influencia o 
desenvolvimento de uma criança carajá, por exemplo, é muito diferente da forma 
como isso se dá com uma criança branca; da mesma forma, uma criança de 
classe média alta, que frequenta ambientes nos quais a música é praticada de 
forma intensa, apresenta características bem diversas de uma criança que se vê 
vítima da exploração do trabalho infantil. 
Obviamente nosso foco não será o de uma criança especial, de algum grupo 
social específico. Nossas observações levarão em consideração as pesquisas 
feitas na área que, na sua grande maioria tiverem como sujeitos crianças 
ocidentais, escolarizadas, de inteligência dita normal. Ainda que não 
concordemos com a ideia de um modelo de criança universal, entendemos que 
estas pesquisas, guardadas as devidas proporções, podem nos elucidar em 
muitos aspectos. 
Nesse sentido, entendemos que as reflexões a serem apresentadas neste artigo, 
a partir de um referencial específico, podem nos auxiliar a compreendermos 
melhor a relação criança-música-desenvolvimento, ressaltando que as 
particularidades de cada grupo social merecem ser investigadas com afinco, em 
outros momentos, por outros autores. 
 
 
 
 
20 
 
1.1 - A música e o desenvolvimento cognitivo da criança 
Inúmeras pesquisas, desenvolvidas em diferentes países e em diferentes 
épocas, particularmente nas décadas finais do século XX, confirmam que a 
influência da música no desenvolvimento da criança é incontestável. Algumas 
delas demonstraram que o bebê, ainda no útero materno, desenvolve reações a 
estímulos sonoros. 
Schlaug, da Escola de Medicina de Harvard (EUA), e Gaser, da Universidade de 
Jena (Alemanha), revelaram que, ao comparar cérebros de músicos e não 
músicos, os do primeiro grupo apresentavam maior quantidade de massa 
cinzenta, particularmente nas regiões responsáveis pela audição, visão e controle 
motor (apud SHARON, 2000). Segundo esses autores, tocar um instrumento 
exige muito da audição e da motricidade fina das pessoas. O que estes autores 
perceberam, e vem ao encontro de muitos outros estudos e experimentos, é que 
a prática musical faz com que o cérebro funcione “em rede”: o indivíduo, ao ler 
determinado sinal na partitura, necessita passar essa informação (visual) ao 
cérebro; este, por sua vez, transmitirá à mão o movimento necessário (tato); ao 
final disso, o ouvido acusará se o movimento feito foi o correto (audição). Além 
disso, os instrumentistas apresentam muito mais coordenação na mão não 
dominante do que pessoas comuns. Segundo Gaser, o efeito do treinamento 
musical no cérebro é semelhante ao da prática de um esporte nos músculos. Será 
por isso que Platão já afirmava, há tantos séculos, que a música é a ginástica da 
alma? 
Outros estudos apontam também que, mesmo se o contato com a música for 
feito por apreciação, isto é, não tocando um instrumento, mas simplesmente 
ouvindo com atenção e propriedade (percebendo as nuances, entendendo a 
forma da composição), os estímulos cerebrais também são bastante intensos. 
Ao mesmo tempo que a música possibilita essa diversidade de estímulos, ela, 
por seu caráter relaxante, pode estimular a absorção de informações, isto é, a 
aprendizagem. Losavov, cientista búlgaro, desenvolveu uma pesquisa na qual 
observou grupos de crianças em situação de aprendizagem, e a um deles foi 
oferecida música clássica, em andamento lento, enquanto estavam tendo aulas. 
O resultado foi uma grande diferença, favorável ao grupo que ouviu música. A 
 
 
 
21 
explicação do pesquisador é que ouvindo música clássica, lenta, a pessoa passa 
do nível alfa (alerta) para o nível beta (relaxados, mas atentos); baixando a 
ciclagem cerebral, aumentam as atividades dos neurônios e as sinapses tornam-
se mais rápidas, facilitando a concentração e a aprendizagem (apud 
OSTRANDER e SCHOEDER, 1978). 
Outra linha de estudos aponta a proximidade entre a música e o raciocínio 
lógicomatemático. Segundo Schaw, Irvine e Rauscher (apud CAVALCANTE, 
2004) pesquisadores da Universidade de Wisconsin, alunos que receberam aulas 
de música apresentavam resultados de 15 a 41% superiores em testes de 
proporções e frações do que os de outras crianças. Em outra investigação, Schaw 
verificou que alunos de 2a. série que faziam aulas de piano duas vezes por 
semana, apresentaram desempenho superior em matemática aos alunos de 4 ª 
série que não estudavam música. 
Enfim, o que se pode concluir a esse respeito é que efetivamente a prática de 
música, seja pelo aprendizado de um instrumento, seja pela apreciação ativa, 
potencializa a aprendizagem cognitiva, particularmente no campo do raciocínio 
lógico, da memória, do espaço e do raciocínio abstrato. 
1.2 - A música e o desenvolvimento afetivo 
Um outro campo de desenvolvimento é o que lida com a afetividade humana. 
Muitas vezes menosprezado por nossa sociedade tecnicista, é nele que os efeitos 
da prática musical se mostram mais claros, independendo de pesquisas e 
experimentos. Todos nós que lidamos com crianças percebemos isso. O que tem 
mudado é que agora estes efeitos têm sido estudados cientificamente também. 
Em pesquisa realizada na Universidade de Toronto, Sandra Trehub (apud 
CAVALCANTE, 2004) comprovou algo que muitos pais e educadores já 
imaginavam: os bebês tendem a permanecer mais calmos quando expostos a 
uma melodia serena e, dependendo da aceleração do andamento da música, 
ficam mais alertas. 
 
 
 
22 
 
Nossas avós também já sabiam que colocar um bebê do lado esquerdo, junto ao 
peito, o deixa mais calmo. A explicação científica é que nessa posição ele sente 
as batidas do coração de quemo está segurando, o que remete ao que ele ouvia 
ainda no útero, isto é, o coração da mãe. Além disso, a eficácia das canções de 
ninar é prova de que música e afeto se unem em uma mágica alquimia para a 
criança. Muitas vezes, mesmo já adultos, nossas melhores lembranças de 
situação de acolhimento e carinho dizem respeito às nossas memórias musicais. 
Já presenciamos vivências em grupos de professores que, a princípio, não 
apresentavam memórias de sua primeira infância. Ao ouvirem certos acalantos, 
contudo, emocionaram-se e passaram a relatar situações acontecidas há muito 
tempo, depois confirmadas por suas mães. 
Por todas essas razões, a linguagem musical tem sido apontada como uma das 
áreas de conhecimentos mais importantes a serem trabalhadas na Educação 
Infantil, ao lado da linguagem oral e escrita, do movimento, das artes visuais, da 
matemática e das ciências humanas e naturais. Em países com mais tradição 
que o Brasil no campo da educação da criança pequena, a música recebe 
destaque nos currículos, como é o caso do Japão e dos países nórdicos. Nesses 
países, o educador tem, na sua graduação profissional, um espaço considerável 
dedicado à sua formação musical, inclusive com a prática de um instrumento, 
além do aprendizado de um grande número de canções. Este é, por sinal, um 
grande entrave para nós: o espaço destinado à música em grande parte dos 
currículos de formação de professores é ainda incipiente, quando existe. É 
preciso investir significativamente na formação estética (e musical, 
particularmente) de nossos professores, se realmente quisermos obter melhores 
resultados na educação básica. 
Ainda abordando os efeitos da música no campo afetivo, estudos recentes 
ampliam ainda mais nosso conhecimento a respeito. Zatorre, da Universidade de 
McGill (Canadá) e Blood, do Massachusetts General Hospital (EUA), 
desenvolveram uma pesquisa que buscou analisar os efeitos no cérebro de 
pessoas que ouviam músicas, as quais segundo as mesmas lhes causavam 
profunda emoção. Verificou-se que ao ouvir estas músicas, as pessoas 
acionaram exatamente as mesmas partes do cérebro que têm relação com 
 
 
 
23 
estados de euforia. Segundo esses autores, isso confere à música uma grande 
relevância biológica, relacionando-a aos circuitos cerebrais ligados ao prazer 
(2001). 
Há também inúmeras experiências na área de saúde, trabalhos em hospitais que 
utilizam a música como elemento fundamental para o controle da ansiedade dos 
pacientes. A origem deste trabalho remonta à 2a. Guerra Mundial, quando 
músicos foram contratados para auxiliar na recuperação de veteranos de guerra 
por hospitais norteamericanos. Pode-se afirmar que esse foi um grande impulso 
para a área de musicoterapia, hoje com reconhecimento acadêmico consolidado. 
É cada vez mais comum a presença da música nestes locais, seja para diminuir 
a sensação de dor em pacientes depois de uma cirurgia, junto a mulheres em 
trabalho de parto (para estimular as contrações) ou na estimulação de pacientes 
com dano cerebral. Nesse sentido, não é exagero afirmar que os efeitos da 
música sobre os sentimentos humanos estão, cada vez mais, migrando da 
sabedoria popular para o reconhecimento científico. 
1.3 - A música e o desenvolvimento social da criança 
A música também traz efeitos muito significativos no campo da maturação social 
da criança. É por meio do repertório musical que nos iniciamos como membros 
de determinado grupo social. Por exemplo: os acalantos ouvidos por um bebê no 
Brasil não são os mesmos ouvidos por um bebê nascido na Islândia; da mesma 
forma, as brincadeiras, as adivinhas, as canções, as parlendas que dizem 
respeito à nossa realidade nos inserem na nossa cultura. 
Além disso, a música também é importante do ponto de vista da maturação 
individual, isto é, do aprendizado das regras sociais por parte da criança. Quando 
uma criança brinca de roda, por exemplo, ela tem a oportunidade de vivenciar, de 
forma lúdica, situações de perda, de escolha, de decepção, de dúvida, de 
afirmação. Fanny Abramovich, em memorável artigo, afirma: 
Ò ciranda – cirandinha, vamos todos cirandar, uma volta, meia volta, volta e meia 
vamos dar, quem não se lembra de quando era pequenino, de ter dados as mãos 
 
 
24 
 
pra muitas outras crianças, ter formado uma imensa roda e ter brincado, cantado 
e dançado por horas? Quem pode esquecer a hora do recreio na escola, do 
chamado da turma da rua ou do prédio, pra cantarolar a Teresinha de Jesus, 
aquela que de uma queda foi ao chão e que acudiram três cavalheiros, todos eles 
com chapéu na mão? E a briga pra saber quem seria o pai, o irmão e o terceiro, 
aquele pra quem a disputada e amada Teresinha daria, afinal, a sua mão? E 
aquela emoção gostosa, aquele arrepio que dava em todos, quando no centro da 
roda, a menina cantava: “sozinha eu não fico, nem hei de ficar, porque quero o 
...(Sérgio? Paulo? Fernando? Alfredo?) para ser meu par”. E aí, apontando o 
eleito, ele vinha ao meio pra dançar junto com aquela que o havia escolhido... 
Quanta declaração de amor, quanto ciuminho, quanta inveja, passava na cabeça 
de todos. (1985, p. 59). 
Essas cantigas e muitas outras que nos foram transmitidas oralmente, através 
de inúmeras gerações, são formas inteligentes que a sabedoria humana inventou 
para nos prepararmos para a vida adulta. Tratam de temas tão complexos e 
belos, falam de amor, de disputa, de trabalho, de tristezas e de tudo que a criança 
enfrentará no futuro, queiram seus pais ou não. São experiências de vida que 
nem o mais sofisticado brinquedo eletrônico pode proporcionar. 
Mais tarde, já às voltas com as dores e as delícias do adolescer, ainda uma vez 
a música tem papel de destaque. Sem sombra de dúvida, a música é uma das 
formas de comunicação mais presente na vida dos jovens. Inúmeras vezes, é por 
meio da canção que temáticas importantes na inserção social desse jovem, não 
mais como criança, mas agora como preparação para a vida adulta, lhe são 
apresentadas. Como exemplo, temos os videoclipes que apresentam a jovens de 
classe média a dura realidade do racismo, da vida nas periferias urbanas e que 
podem ser utilizados por pais e educadores como forma de estabelecer um 
diálogo, uma porta para a construção da consciência cívica. 
Os pais e adultos podem se incumbir da educação de crianças, no tange à sua 
formação musical, iniciando do útero. Como já foi dito, fetos reagem a estímulos 
sonoros externos e, portanto, deve ser benéfico que a mãe possa, ela mesma, 
desenvolver atividades musicais. Se você teve a oportunidade de aprender um 
instrumento musical, pratique-o muito durante a gravidez. Caso não seja esse o 
 
 
 
25 
seu caso, cante bastante, pois esse instrumento, a voz, está bem aí ao seu 
alcance, por isso utilize-o, entre para um coral, aprenda cantigas de ninar, cante 
no banheiro! 
 Além de cantar, ouça também boa música. Aproveite esse período para 
ficar a par de boas produções musicais para criança. Muitos pais reclamam, com 
razão, do lixo musical que infesta os grandes meios de comunicação. Contudo, 
há um razoável número de CDs de boa qualidade, voltado para o público infantil, 
como por exemplo, toda a obra de Bia Bedran, a Coleção Palavra Cantada, entre 
outros. Vale a pena buscar aqueles discos de vinil que fizeram sua alegria quando 
pequena (Saltimbancos, Arca de Noé, Coleção Disquinho). Se você se dispuser 
a formar um pequeno acervo, não se preocupe com o lixo que seu filho ouvirá lá 
fora, oferecendo outras alternativas, dentro de casa, certamente ele terá meios 
para uma escolha mais crítica. 
Mais tarde, depois do nascimento, faça dos momentos junto ao bebê 
momentos de puro prazer: cante enquanto lhe dá banho, faça brincadeiras 
ritmadas na troca de fralda, toque seu corpo ao ritmo da canção. E, 
principalmente, não abra mão das cantigas de ninar. Esqueça a conversa de que 
isso “põea criança mimada”: atualmente, pediatras são unânimes em estimular 
esse contato. Lembre-se: criança quieta, que dorme sozinha, que não reclama 
companhia, nem sempre é sinônimo de criança feliz. Muitas vezes, o bebê super 
independente de agora, poderá vir a ser o adulto carente de amanhã. 
Caso você sinta necessidade, procure serviços especializados na 
musicalização de bebês. Busque informações sobre os profissionais envolvidos, 
assista a algumas aulas, certifique-se do tipo de trabalho desenvolvido. Mas 
lembre-se: não busque por aceleração de aprendizagem, pela formação precoce 
de virtuoses. Tenha em foco apenas a possibilidade de momentos prazerosos e 
estimulantes para seu bebê. Todo o resto, que poderá vir a acontecer ou não, 
será lucro. 
Mais tarde, por volta dos quatro, cinco anos, é comum os pais se 
perguntarem se não estará na hora de aprender um instrumento. É importante 
 
 
26 
 
saber que o processo de musicalização deve anteceder o aprendizado de um 
instrumento específico. Em geral, as boas escolas de música desenvolvem um 
trabalho anterior, de vivência e sensibilização musical, para depois, quando a 
criança já se encontra alfabetizada, iniciar as aulas de instrumento e de leitura 
musical. Se esse for o seu interesse, vá em frente; caso não o seja, insista para 
que na escola de seu filho a música tenha espaço no currículo. Esse espaço não 
significa necessariamente uma aula específica de música: no caso da educação 
infantil, essa fragmentação do trabalho pedagógico nem é a mais indicada pelas 
tendências educativas mais sólidas. Esse espaço pode ser concretizado mesmo 
nas atividades de rotina, no repertório utilizado, nas brincadeiras musicais, na 
frequência a eventos promovidos pela escola. Por outro lado, a presença de um 
professor especialista, um licenciado em música, pode potencializar um trabalho 
de qualidade, na parceria com os demais educadores: o importante é que esse 
trabalho não seja artificial, isolado do projeto pedagógico como um todo. 
Por fim, dois lembretes: 
1) todas essas atividades e preocupações, desde os embalos para ninar 
até a verificação do trabalho musical da escola são da responsabilidade de mães 
e pais, sem exceção; 
2) não descuide do repertório. Isso pode parecer difícil, mas tente utilizar 
a mesma tática da boa alimentação: um fast food, de vez em quando, não faz mal 
a ninguém, desde que a nutrição básica seja feita por meio de uma dieta 
balanceada, rica em verduras, frutas, cereais e proteínas. Da mesma forma, os 
malefícios de se ouvir música descartável na TV podem ser minimizados se, em 
casa, você “nutrir” os ouvidos e cérebros de seus filhos com música rica, 
estimulante e de boa qualidade. 
Nota 
1Doutora em Educação pela Universidade de São Paulo – USP. Profª. 
Adjunta da Faculdade de Educação da UFG. 
 
 
 
 
27 
2 - Cognição e Música (ADAPTADO) 
A educação musical adequada e planejada auxilia na compreensão dos aspectos 
da nossa língua, de nossos costumes, de nossa história e de nossa realidade 
nacional, facilitando assim a formação do sentimento de cidadania, o 
enriquecimento de nossa cultura popular e, principalmente a importância de seu 
papel na sociedade. O enfoque é nas crianças que estão no ensino infantil, pré- 
escola e ensino fundamental. Esta área já vem sendo estudada há alguns anos 
e suas evidências correspondem ao período em que ocorrem mudanças muito 
importantes nas funções psicológicas da criança. Esta reflexão nos mostra que 
a educação musical pode contribuir para promover esse desenvolvimento por 
meio do ensino pedagógico musical. Introdução 
A linguagem musical tem extrema importância pelo fato de promover o 
desenvolvimento do ser humano. É um modo de interdependência entre o corpo 
e a mente, entre a razão e a sensibilidade, entre a ciência e a estética, para 
promover a liberdade na criação e realização de sua própria ação. Portanto, 
educar por meio das linguagens artísticas, teatro, dança e entre elas a música, 
não é só um desafio, mas a aspiração de conscientização política e social. 
A educação musical já esteve ausente mais ou menos trinta anos dos 
currículos escolares. O que não exige a formação de profissionais na área de 
música, licenciatura. Sendo assim, a música se torna um campo fechado. As 
escolas que por ventura venham a trabalhar com o ensino pedagógico musical 
são obrigadas a elaborar seu próprio plano de ensino. O maior desafio, contudo 
está na formação de futuros profissionais e programas adequados para não 
fragilizar o papel essencial e humanizador que a música propicia, em meio a 
“nomes, números e datas”, favorecendo o conhecimento, a criatividade e a 
expressão musical (KAETER, 2008, p.2). 
Neste sentido, um dos aspectos fundamentais no aprendizado da música 
é entender que é uma forma de representação das visões de mundo, das 
maneiras de interpretar a realidade por meio de sons e silêncios. 
 
 
28 
 
Segundo Vigotski (1991), o desenvolvimento de funções psíquicas 
acionadas pela educação musical, está em estreita relação com as condições 
histórico- culturais nas quais o sujeito está inserido. Nessa reflexão pretende-se 
estabelecer relações entre os processos de aprendizagem e desenvolvimento tal 
como definem alguns autores, a linguagem musical como uma prática 
pedagógica capaz de contribuir para o desenvolvimento de funções psíquicas em 
crianças, aprimorando as qualidades humanas historicamente produzidas. 
 
2.1 Conceito da Música e a Inteligência Humana 
A educação musical exige um trabalho complexo quando envolve 
formação de grupos e isto é muito comum em quase todas as atividades musicais: 
corais, banda, teatro, rodas e brinquedos cantados. 
Deve-se sempre preservar a expressividade de cada elemento envolvido 
no trabalho e muitas vezes se torna difícil conciliar posturas diferentes. O 
educador deve estar atento a todas as formas de expressão escolhidas pelas 
crianças valorizando-as. 
Fontes superiores, conforme explica Vigotski (1991) são assim 
denominadas, porque se referem a mecanismos intencionais, ações conscientes 
controladas, processos voluntários que nos dão à possibilidade de independência 
em relação a circunstâncias do momento e espaço presente, tem sua origem nas 
relações sociais que o indivíduo estabelece com o mundo. 
O processo de humanização está ligado às relações de trabalho e ao 
próprio trabalho (ação com instrumentos para modificar a natureza). As ações de 
transformação da natureza, e consequentemente do próprio homem, promovem 
a constituição de novas funções psíquicas. Assim, por meio do trabalho, as 
funções psicológicas humanas, de elementares transformaram-se em funções 
capazes de diferenciar o homem dos outros animais. Leontiev (1978) “o trabalho 
é, portanto, desde a origem, um processo mediatizado simultaneamente pelo 
instrumento (em sentido pleno) e pela sociedade” (LEONTIEV, 1978, p. 74). 
Dessa forma não há apenas uma relação do homem com a natureza, mas 
também, para a efetivação desse trabalho, uma interação com outros homens. 
As atividades musicais contribuem para que o educando aprenda a viver na 
 
 
 
29 
sociedade, abrangendo aspectos comportamentais como: disciplina, respeito, 
gentilezas e polidez. 
Esclarecendo, é pelo processo de desenvolvimento profundamente 
enraizado nas relações entre a história sócio-cultural e a história individual que 
ocorre a formação humana. Portanto, a memória, a percepção e o pensamento 
infantil, dentre outras funções, compõem o psiquismo humano, e diferenciam o 
homem dos demais animais, pela intencionalidade de suas ações. Essa 
perspectiva teórica leva em consideração que essas capacidades mentais 
tipicamente humanas são constituídas no decorrer de interações mediadas por 
signos (neste caso linguagem musical), e instrumentos físicos entre oindivíduo e 
o meio social. O ser humano encontra-se em uma ambiência que pode favorecer 
ou não seu desenvolvimento. 
O cérebro humano possui uma base fisiológica neuronal, um bebê ao 
nascer dispõe de todas as células nervosas, mas necessita de sinapse, isto é, 
conexões entre os neurônios para que ocorra o seu desenvolvimento psíquico, 
físico e vital. Para que isto ocorra, o seu cérebro precisa de um ambiente 
estimulante, uma vez ao inserir-se num mundo de linguagem cultural, a crianças 
necessita da presença do adulto para sua sobrevivência, aprendizagem e 
desenvolvimento. 
Esses autores percebem que a criança não nasce com seu 
desenvolvimento predeterminado, ao contrário, a exposição à cultura e à língua 
específica determina a sua forma de perceber o mundo e a si mesmo. Nesse 
contexto como a música parte da cultura sócio histórica do homem, pode 
contribuir para o desenvolvimento da criança. 
A música se faz presente na história da humanidade. Ao nascer a criança 
entra em contato com o universo sonoro que a cerca. Sua relação com a música 
pode ocorrer, por exemplo, por intermédio do acalanto da mãe ou aparelhos 
sonoros, sons da natureza e outros sons produzidos em seu cotidiano. Sendo 
assim a música dialoga com a constituição interna do ser humano. A criança 
 
 
30 
 
 estabelece suas primeiras relações com o mundo sociocultural por meio dos 
sentidos e dos laços afetivos. 
Alguns estudos afirmam que o contato da criança com a música ocorrer 
até antes de seu nascimento, este contato pode ser sentido até mesmo dentro do 
útero da mãe, ao ouvir os batimentos cardíacos, este contato estimula a 
percepção do ritmo. Deste modo iniciamos nosso contato musical desde quando 
nos encontramos no útero materno e o estendemos por toda a vida, na medida 
em que nos apropriamos de práticas sociais e tradições culturais historicamente 
produzidas pela humanidade. 
Justificando a linguagem musical como recurso para o desenvolvimento 
psíquico de crianças da educação infantil, visto que a mesma garante que 
desenvolvam-se determinadas funções psíquicas ao se apropriarem do 
conhecimento veiculado em produções culturais da humanidade, em um 
processo educativo do qual participam de forma integral. 
2.2 A Música como uma Linguagem 
Alguns estudos investigaram as relações causais entre o aprendizado da 
música e o aprendizado da linguagem. Cutietta (1996) revisou a literatura e 
encontrou uma relação estreita entre o aprendizado das duas formas de 
comunicação humana por sons. Nos estudos revisados, os alunos musicalizados 
mostraram um desempenho superior ao de seus colegas não-musicalizados em 
tarefas de percepção e de articulação da fala. Outro estudo (THOMPSON, 
SSCHELLENBERG e HUSAIN, 2003) sugeriu que os músicos possuem uma 
habilidade superior aos não-músicos na percepção da prosódia na fala tanto em 
frases faladas como em frases musicais análogas. Segundo os pesquisadores, 
tal habilidade se estende à interpretação do conteúdo emocional, que é 
transmitido através da prosódia contida tanto na fala quanto na música. Além 
disso, Cutietta (1996a) sugere que há uma possível relação entre a aprendizagem 
musical e o aprendizado de línguas estrangeiras. No entanto, apesar de a música 
e a linguagem aparentarem ter relações muito próximas, todo cuidado é pouco 
no estabelecimento de relações causais entre elas já que não há garantias de 
que haverá, necessariamente, transferência cognitiva de uma área para a outra. 
 
 
 
31 
A musicalização favorece sobremodo a oralidade, uma vez que a música 
é primordialmente oralidade. Convivendo com as crianças é notável que no início 
das atividades elas só observavam as canções e aos poucos acompanhavam o 
ritmo e cantavam os finais das frases, isto na pré-escola. Elas fazem registros 
musicais na sua memória, a princípio apenas vocaliza, canta e aos poucos vão 
aumentando seu repertório de palavras, desenvolvendo sua capacidade de 
expressão, ao imitar gestos e ações. A linguagem faz com que pensamentos e 
emoções de uma pessoa possam habitar a outra. 
Como professora na área de musicalização infantil eu suponho que a 
música reorganiza todos os processos mentais da criança. A palavra passa a ser 
assumida como um fator excepcional que dá forma à atividade mental aperfeiçoa 
o reflexo da realidade e cria novas formas de memória, de imaginação, de 
pensamento e de ação. Desse modo, o ser humano constitui-se não só um 
produto do seu meio, mas agente ativo nessa ambiente. Assim o desenvolvimento 
da linguagem é fator essencial para seu desenvolvimento psicointelectual. 
A linguagem musical guarda em si, e, portanto, permite comunicar aos 
outros, o conhecimento, os valores, os sentimentos e o modo de pensar dos 
homens de diferentes épocas distintas. Por essa razão, ela faz mediação entre o 
individual e o social, em um processo em que ambos se modificam. 
É possível afirmar depois de ler livros e pesquisas que a música ajuda a 
desenvolver a capacidade de concentração imediata, de persistência e de dar 
resposta à constante variedade de estímulos, e assim, facilita a aprendizagem ao 
manter em atividade os neurônios cerebrais. 
2.3 O Aprendizado Musical e a Leitura 
O interesse pelos efeitos da música no desenvolvimento cognitivo nos 
últimos anos, trouxe à tona a questão dos efeitos da educação musical em uma 
área fundamental: a alfabetização. Embora existam poucos estudos, os 
resultados apresentados até o momento são bastante sólidos. Um estudo recente 
conduzido por Anvari e colegas (2002) sugeriu que a percepção musical tem uma 
 
 
32 
 
 relação estreita com o desenvolvimento da leitura e com a consciência fonológica 
(isto é, a habilidade que o ouvinte tem de segmentar a fala em unidades menores 
e ainda assim reconhecê-las independentemente de variações em altura, tempo, 
timbre e contexto). Outros estudos revisados anteriormente por Cutietta (1995) 
sugerem uma forte correlação entre a educação musical e o rendimento de leitura 
em alunos com idade variável entre 5 e 19 anos. Em conjunto, estes estudos 
sugerem que o aprendizado musical pode ser útil para o desenvolvimento da 
leitura. Porém, é importante frisar novamente que, até o presente, não foram 
encontradas relações causais entre os dois aprendizados. Os estudos 
resenhados sugerem que as crianças musicalizadas podem aprender a ler mais 
depressa, mas novos estudos ainda são necessários para determinarmos se há, 
de fato, uma transferência cognitiva generalizada, de uma área de conhecimento 
para a outra. 
A linguagem musical estimula a memória verbal e escrita, visto que uma 
canção pode ser o relatório de uma leitura, e as notas ensejam o mesmo 
significado das palavras. Amplia seu repertório de palavras e a sua visão de 
mundo, não com repetições monótonas, mas com conhecimento que fazem parte 
de sua vida e por meio da apropriação de bens culturais produzidos socialmente. 
Leontiev (1978) deixa bem claro que memorizamos melhor o que tem significado 
importante para a nossa vida, e também aquilo que está associado aos nossos 
interesses e necessidades. 
Este mesmo autor sugere que a atenção e a percepção são funções 
fundamentais, que se encontram na base do desenvolvimento das demais 
capacidades de modo que o raciocínio, a memória e a imaginação, não se 
estabelecem e não operam sem essa participação efetiva. 
Há também outro fator de grande importância na educação infantil, a 
escuta. Escutar é perceber e entender os sons por meio do sentido da audição, 
ou seja, detalhar e tomar consciência do ato sonoro. 
Enfim, nesse pequeno estudo, compreendemos que as crianças ao se 
apropriar da linguagem, fica apta a organizar sua percepção e memória, e é capaz 
de tirar conclusões a partir das suas próprias observações e fazer deduções e, 
assim, conquistar todas as potencialidades do pensamento. Ao nomear algo, ela 
 
 
 
33estará analisando e passando a usar palavras para designar e resolver problemas 
relacionados ao seu mundo, por intermédio de experiências de todo o gênero 
humano. 
Com base na concepção de que o desenvolvimento da linguagem oral e 
escrita bem como da musical é resultado do processo de educação, e, por 
acreditar que a música é um dos meios mais adequados para essa mediação de 
ensino. Neste estudo me baseei na minha experiência como professora de 
musicalização infantil com crianças de 0 há 10 anos submetidas ao ensino de 
musicalização em aulas semanais de uma hora por dia. Um dos motivos que me 
levaram a fazer psicologia foi a curiosidade em saber o quanto a musica contribui 
para o desenvolvimento psíquico não só das crianças mas também de 
adolescentes, jovens, adultos e idosos. 
A musicalização deve ser vista como uma educação em si, e não, uma pré-
educação. Devem ser valorizados seus objetivos, conteúdos e métodos próprios, 
de forma que as crianças possam se apropriar da herança cultural deixada pela 
humanidade, desenvolvendo suas funções psíquicas. Segundo Leontiev (1978) 
é neste período de novos aprendizados que se reorganizam e reforçam as 
conexões entre as células do cérebro humano. Novas conexões e sinapses são 
formadas à medida que novos conhecimentos são adquiridos. 
Os dados obtidos nas pesquisas e na vivencia com as crianças são 
indicativos de que a linguagem musical é um instrumento psicológico excelente 
para o desenvolvimento de funções psíquicas de crianças nesse nível de ensino. 
É notável que além da aprendizagem de conceitos musicais, houve a ampliação 
do vocabulário das crianças, maior participação nas aulas trazendo as suas 
próprias experiências sonoras como contribuição e também a alegria com a 
participação de jogos e brincadeiras infantis do nosso folclore esquecidos por 
educadores. Apesar dos avanços científicos recentes, as investigações acerca 
dos efeitos da música no desenvolvimento intelectual ainda estão em fase 
preliminar. 
 
 
 
34 
 
A música no contexto da Educação Infantil, quando é trabalhada de forma 
lúdica e dinâmica, com professores comprometidos, traz experiências 
gratificantes para as crianças e constitui um elemento inestimável para a sua 
formação e desenvolvimento, permitindo-lhes a sua apropriação sem reservas, 
porque a música não deve ser um privilégio de alguns, mas de todo ser humano. 
Se por um lado os estudos sobre os prováveis benefícios extra-musicais 
da música parecem fomentar argumentos promissores para a educação musical, 
sobretudo em um país como o nosso que luta pela inserção da música como 
disciplina obrigatória na educação básica, os mesmos estudos transformam a 
música em um meio e não em um fim em si. A música tem valor próprio e há 
muitas razões que justificam sua inserção na escola. Em primeiro lugar, a música 
constitui uma importante forma de comunicação e expressão humana e 
praticamente todos os povos do mundo possuem algum tipo de música. Em 
segundo lugar, a música carrega traços de história, cultura, e identidade social, 
que são transmitidos e desenvolvidos através da educação musical. Em terceiro 
lugar, o fazer musical da aula de música envolve diversas formas de 
aprendizagem contidas em atividades como audição, canto, representação, 
reprodução, criação, composição, improvisação, movimento, dança e execução 
instrumental entre outras. Todas estas atividades auxiliam no desenvolvimento 
da inteligência musical. Além disso, no exercício dessas formas de aprendizagem 
os alunos podem ter uma sensação de realização pessoal, de bem estar e de 
prazer. 
 
 
 
 
 
 
35 
 
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