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TRANSTORNOS DEPRESSIVOS O termo depressão engloba várias condições – os transtornos depressivos apresentam alta taxa de morbidade e mortalidade pela natureza recorrente e sintomatologia persistente, levando a diferentes graus de sofrimento, incapacitação e risco de suicido O transtorno depressivo maior é um problema de saúde pública e a 1° ou 2° maior causa de incapacitação mundialmente Os principais sintomas da depressão são – humor depressivo/falta de motivação, anedonia, prejuízos cognitivos, pensamentos/sentimentos negativos, lentificação/agitação psicomotora e alterações em ritmos biológicos, como sono e apetite Conjunto de transtornos que não compreendem apenas a alteração de humor, mas também de sono, raciocínio e ideais de morte/autoextermínio O TDM tem prevalência de 17%; mais em mulheres que homens, diferenças hormonais, estresses psicossociais e modelos comportamentais Nos países desenvolvidos – baixa renda mensal dobra o risco de depressão ETIOPATOGENIA Gênese multifatorial = biológico, psicológico, social integrados a fatores de risco e eventos estressores Teorias relacionadas, principalmente a efeitos terapêuticos = alterações neurotransmissoras, neuroendócrinas, inflamatória e imune Alterações neurotransmissoras são a principal teoria; principalmente relacionado com monoaminas; 5-HT, NA e DA Redução da atividade NT – menor produção, esgotamento e disfunção Alterações neuroendócrinas – hiperativação do eixo HHA; encontrado em 50% dos pacientes, estresse crônico reduz a inibição do eixo HHA; aumento da produção de glicocorticoides; anormalidades funcionais, apoptose de neurônios do hipocampo relacionado com perda de memoria Alterações inflamatórias/imune – hipótese das citocinas; paciente com quadro vigente tem aumento de citocinas pró-inflamatórias IL-1, IL-2, TNFa, cortisol, etc Explicaria alta comorbidade de doenças como esclerose múltipla, doença inflamatória intestinal, artrite Relação fator genético X fator ambiental – epigenetica agem modulando a atividade dos genes Fatores de risco ambientais – substancias psicoativas, álcool e drogas, alterações ritmos biológicos e eventos adversos precoces (perda parenteral, percepção de falta de carinho dos pais, baixo suporte social e abuso infantil) QUADRO CLINICO Variável segundo característica de humor deprimido ou não Pensamento suicida – transtornos depressivos são a principal causa CLASSIFICAÇÃO Episódio depressivo maior Distimia Transtorno disruptivo de regulação do humor Transtorno disfórico pré-menstrual Transtorno depressivo medicamentoso Transtorno depressivo por outra causa medica e outros DIAGNOSTICO DSM-5 5 ou mais dos 9 sintomas a seguir estiverem presentes durante o mesmo período de 2 semanas e representam uma mudança em relação ao funcionamento anterior; pelo menos 1 dos sintomas é humor deprimido ou perda de interesse ou prazer Atenção – não incluir sintomas nitidamente devido a outra condição medica Humor deprimido na maior parte do dia, quase todos os dias, conforme indicado por relato subjetivo ou observação feita por outras pessoas Acentuada diminuição do interesse ou prazer em todas ou quase todas as atividades na maior parte do dia, quase todos os dias Perda ou ganho significativo de peso sem fazer dieta ou redução / aumento do apetite quase todos os dias Insônia ou hipersonia quase todos os dias Agitação ou retardo psicomotor quase todos os dias Fadiga ou perda de energia quase todos os dias Sentimentos de inutilidade ou culpa excessiva ou inapropriada (que podem ser delirantes) quase todos os dias Capacidade diminuída para pensar ou se concentrar, ou indecisão, quase todos os dias Pensamentos recorrentes de morte Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida do individuo O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substancia ou outra condição A ocorrência do episódio depressivo maior não é mais bem explicada por outros transtornos Nunca houve um episódio maníaco ou hipomaníaco LUTO X EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR Respostas a uma perda significativa podem incluir sentimento de tristeza intensos, insônia, falta de apetite e perda de peso A presença de um episódio depressivo maior, também deve ser considerada Considerar: PROCEDIMENTOS PARA CODIFICAÇÃO E REGISTRO Se episódio único ou recorrente Recorrente – intervalo de pelo menos 2 meses consecutivos entre episódios separados em que não são satisfeitos os critérios para episódio depressivo maior Gravidade atual – leve, moderada, grave, características psicóticas, em remissão parcial, remissão completa e não especificado Presença de características psicóticas independentemente da gravidade Estado de remissão DISTIMIA Transtorno depressivo leve crônico que perdura por mais de 2 anos Sem distinção de gênero; mas acomete mais mulheres < 64 anos Em pacientes distimicos também pode se observar transtornos do sono REM, mudança do eixo neuroendócrino com maior liberação de TRH Apresentação clinica heterogênea Sinais e sintomas não podem ser melhor explicados pelo transtorno depressivo maior ou ter características maníacas / hipomaníacas Início precoce < 21 anos ou tardio > 21 anos Apesar do perfil diagnóstico ser aparentemente claro, destacar que os sintomas e sinais são maiores que em transtorno depressivo maior PROGNOSTICO 50% descobrem antes dos 25 anos de vida e tendem a sofrer por mais de 1 década antes de começar tratamento TRANSTORNO DISRUPTIVO DA REGULAÇÃO DO HUMOR Incapacidade que a pessoa tem de resistir a um impulso/ímpeto de realizar um ato especifico Acomete jovens/adolescentes entre 6 e 18 anos – acesso de raiva, irritabilidade crônica e humor irritado Costuma estar ligado a outros transtornos psiquiátricos Não é um transtorno episódio e pode coexistir com essas outras comorbidades – diagnostico é necessário que o paciente tenha os sintomas por pelo menos 1 ano e esses devem ter começado até os 10 anos de idade em pelo menos 2 cenários diferentes Os estudos demonstram alto risco de progressão para depressão maior, distimia e ansiedade TRANSTORNO DISFÓRICO PRÉ-MENSTRUAL Alterações no humor, irritabilidade, disforia e ansiedade que ocorrem durante a fase lútea e retrocedem após início do período menstrual na maioria dos ciclos dos últimos 12 anos – condição crônica, grave e recorrente Observar se na maior parte dos ciclos ao menos 5 de uma lista de 11 sintomas, começando na semana final antes da menstruação, com melhora poucos dias depois do início da menstruação e que se tornam mínimos ou ausentes na semana pós-menstrual Diagnostico História clínica, psiquiátrica e ginecológica Testes laboratoriais – hormônios gonadais Tratamento Não há tratamento único Não farmacológico – atividade física, dieta rica em carboidratos complexos e suplementos enriquecidos com triptofano, TCC Farmacológico – ISRS e IRSN 1° linha; uso de contraceptivos combinados TRANSTORNO DEPRESSIVO MEDICAMENTOSO Induzido pelo uso de algum fármaco, que causa a mudança de algum ou vários comportamentos do sujeito Comum intoxicação e/ou abstinência, que variam de acordo com a substancia ingerida Tipos Com início durante a intoxicação Com início durante a abstinência Diagnostico TRANSTORNOS DEPRESSIVOS POR CAUSAS MEDICAS E OUTROS Fundamental o tratamento da doença de base associado ao tratamento psiquiátrico Tratamento farmacológico – fase “aguda” Principais ISRS – fluoxetina, sertralina, paroxetina, fluvoxamina e citalopram Principais IRSN – venlafaxina, desvenlafaxina,duloxetina Opções de associação Lítio, antidepressivos não ISRS, tricíclicos, mirtazapina, bupropiona, trazodona, antipsicoticos de 2° geração, quetiapina, olanzapina e aripiprazol, levotiroxina, psicoestimulantes Não farmacológico – eletroconvulsoterapia, fototerapia e psicoterapia Hospitalização – risco de suicido / homicídio, depressão com sintomas psicóticos, baixo suporte social ou econômico e necessidade de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos