Prévia do material em texto
Saúde do Adulto 2 tromboembolismo pulmonar (tep) CONCEITOS: Embolia pulmonar: algum corpo ou massa que atinge e obstrui os vasos arteriais da circulação pulmonar TVP: trombose venosa profunda TEV: tromboembolismo venoso = TEP + TVP tipos de embolos pulmonares - Coágulo: fratura de ossos longos - Ar - Líquido amniótico - Gordura - Corpo estranho: drogas injetáveis que não são puras - Parasitas: Schistossomo - Séptico: comum em endocardite - Neoplasia epidemiologia e etiologia - Incidência nos EUA: 600.00 CASOS - Ocorrência de TEP é 3 vezes mais frequente em pacientes com TEP prévio do que em pacientes só com TVP - Maior causa de TEP é TVP - 50% dos pacientes com TVP e TEP sem tratamento, têm recorrência em 3 meses e a mortalidade é quatro vezes maior quando não tem tratamento instituído - Casos fatais agudos de TEP: 7 a 11% dos casos - A gravidade do TEP depende da apresentação hemodinâmica do paciente, logo, os instáveis tem letalidade de 45%, aqueles estáveis com fisiopatologia TRÍADE DE VIRCHOW: - Estase sanguínea - Dano endotelial - Hipercoagulabilidade Exemplos de estase venosa: Imobilidade (pós op, obesidade/AVC); Hiperviscosidade (Policitemia – aumento de HB e HT Ex: dengue); Aumento pressão venosa central: IC/Gravidez z Exemplos de lesão vascular: TVP prévia (lesão vascular residual); Cirurgias ortopédica (lesiona a parede das vias e libera citocinas) Exemplos de hipercoagubilidade: Medicação (ACO/TRH – aumenta o estrógeno e isso influencia o fígado aumentar a produção de fatores de coagulação); CA; SIRS; Hereditário (Fator V de Leiden) Fisiopatologia: Ocorre a formação do trombo (trombose), esse trombo se desprende e vira um embolo, o qual viaja pela corrente sanguínea. A partir disso, pode pode viajar pela veia cava inferior até os pulmões, onde irá provocar um enfarte pulmonar. - Os dois principais mecanismos de morte por TEP são: oclusão abrupta da artéria pulmonar e isquemia no sistema de condução de His-Purkinje no coração - Obstrução da artéria pulmonar ou seus ramos pela impactação de um ou mais embolos - Coágulos obstruem principalmente artéria pulmonar - Aumento da pressão arterial pulmonar e da resistência vascular pulmonar - Dilatação do VD e consequentemente diminuição da pré-carga para o ventrículo esquerdo sinais e sintomas TRÍADE: Dispneia, dor torácica pleurítica e hemoptise - Mais comum: dispneia e dessaturação - Dor torácica ventilatório dependente: dói ao respirar - Tosse - Taquipnéia > 20 minutos - Taquicardia > 100 minutos - Sincope - Sinais de TVP - Febre > 38,5 - Cianose considerações ao atender suspeita de tep - Assegurar o suporte hemodinâmico e respiratório conforme situação clínica ETAPAS: 1º: avaliar probabilidade pré-teste ou clínica de TEP com ESCORES DE WELLS ou Genebra 2º: escolher teste diagnóstico apropriado de acordo com a probabilidade 3º: após diagnóstico, estratificar risco de morte do paciente com o ESCORE de PESI, imagem (eco e/ou angiotomografia de tórax) e biomarcadores (troponina e NT) 4º: tratamento conforme categoria de risco do paciente fatores de risco Não provocados: - Fator V de Leiden - Deficiência de proteína C - Mutação no gene da protrombina - Hiperhemocistenemia - Deficiência de antitrombina III - Deficiência de fator XII - Disfibrinogenemia - Deficiência de proteína S - Anticorpos anticardiolipina Provocados: - Traumas/fraturas - Gestação/puerpério - Cirurgia com anestesia por mais de 30 minutos - ACO - Imobilização: risco aumenta de acordo com a quantidade de membros imobilizados - Obesidade: imc >35 - AVC - Tabagismo - Neoplasia - Idade avançada - ICC - Cateter central (Lugares que passam cateter: femoral, subclávia e jugular) alto risco de TEP - Síndrome nefrótica - IVC - História prévia de TEP diagnóstico - Anamnese - Busca ativa pelos fatores de risco - Probabilidade pré-teste - Exames complementares · Exames complementares: ECG: deve ser realizado em TODOS os pacientes com suspeita de TEP Achados mais comuns: taquicardia, inversão de onda T em V1 e alterações do segmentos ST em V1 a V4 Achados clássicos: onda S1, Q3 e T3 – é sugestivo, mas não é patognomônico RX de tórax: pulmão com área de pobreza vascular – Sinal de Westemark; Opacidade triangular – Sinal de Hampton; Aumento do calibre da artéria pulmonar – Sinal de Polla Ecocardiograma: dilatação do VD e aumento da pressão pulmonar por causa da obstrução. Útil na estratificação do risco ANGIOTOMOGRAFIA DE TÓRAX (padrão-ouro): falha de enchimento da artéria - Duplex Scan venoso de MMII: revela TVP, que é a causa mais comum de TEP Dímero D: é metabólico de proteína – não deve ser pedido em alta suspenção tratamento Tem como objetivo: prevenir a morte, reduzir a morbidade do evento agudo, prevenir a hipertensão pulmonar tromboembolítica. Especificamente tenta-se prevenir a extensão do local do trombo, prevenir que o trombo embolise e acelerar a fibrinólise em algumas circunstâncias ANTICOAGULAR · HEPARINA DE BAIXO PESO MOLECULAR (HBPM) - Tratamento de escolha para pacientes hemodinamicamentes estáveis - Contraindicados em DRC (ClCr <30) Medicamentos: Nadroparina (Fraxiparina); Enoxaparina (Clexane); Dalteparina (Fragmin) Nadroparina: 225 U/kg, subcutânea, 12/12h Enoxaparina: 1 mg/kg, subcutânea, 12/12h – dose terapêutica (TEP confirmado) Dose máxima de 100 mg de 12/12h Dalteparina: 100 U/kg, subcutânea, 12/12h ou 200 U/kg 1x ao dia · HEPARINA NÃO FRACIONADA (HNF) - Indicação: pacientes com disfunção renal grave, hipotensos, de alto risco (instabilidade hemodinâmica), obesos graves, desnutridos e idosos - Mais barata - Usa até paciente estabilizar, após faz tratamento VO ATENÇÃO: - Deve ser feito em bomba infusora - Ajuste de taxa de infusão contínua de acordo com a TTPA - Dose incial: EV – 80 U/kg em bolus, seguindo por infusão de 18 U/kg/h Subcutânea: 333 mg/kg – dose de ataque 250 mg/kg de 12/12h – dose de manutenção EM PACIENTES DE ALTO RISCO: - Chega chocado: CHOQUE OBSTRUTIVO - Fazer TROMBÓLISE: quebrar trombo Alteplase é a mais usada *Curiosidade: faz trombólise em casos de AVC isquêmico, porém pode fazer apenas em 4,5h COMPLICAÇÕES DA ANTICOAGULAÇÃO - Sangramentos: MAIOR: Intracraniano ou retroperitoneal ou cavidade corporal - Requer hospitalização - Transfusão de pelo menos 2U de concentrado de hemácias CONTRAINDICAÇÕES DO TRATAMENTO: Absolutas: - Cirurgia maior recente - Sangramento ativo - Trauma maior (< 2 semanas) - AVCi < 2 meses - Qualquer AVCh - Coagulopatia significativa RELATIVAS: - Gestação - Plaquetopenia - HAS - RCP prolongada TRATAMENTO APÓS ESTABILIZAÇÃO · Anticoagulação oral: ANTAGONISTAS DA VITAMINA K (Marevan): medicamento barato, porém precisar fazer controle quinzenal ou mensal do TAP. No TAP precisa deixar o RNI entre 2-3, a partir disso faz o controle da dosagem NOVOS ANTICOAGULANTES: - Rivaroxabana (Xarelto): 15 mg 2x/dia por 3 semanas e depois 20 mg/dia por 6 meses, se TEP secundário continua o tratamento e reavalia - Dabigatrana (Pradaxa): 150 mg 2x/dia