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Anestésico em pacientes com comorbidades - Terapeutica

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Arísia Galdino 
Odontologia UFPE Terapêutica 
1 
 
Anestésico no paciente hipertenso, diabético, 
asmático,hipertireoidismo. 
 
Introdução 
Hipertensão: Normalmente, a hipertensão é definida como 
a pressão arterial acima de 140/90 mmHg e é considerada 
grave quando a pressão está acima de 180/120 mmHg. 
Em geral, a pressão arterial elevada não tem sintomas. Ao 
longo do tempo, se não for tratada, poderá causar 
problemas de saúde, como doenças cardíacas e acidente 
vascular cerebral (AVC). 
 
Classificação 
Sociedade Brasileira de Cardiologia 
→Ótima: 
< 120 mmHg 
< 80mmHg 
(abaixo de ...) 
 
→Normal: 
120-129 mmHg e/ou (9 mmHg) 
80-84 mmHg (4 mmHg) 
 
→Pré-hipertenso: 
130-139 mmHg e/ou 
85-89 mmHg 
 
→:Hipertenso: 
140 mmHg e/ou 
90 mmHg 
 
Sociedade Americana de Cardiologia 
→Normal: 
< 120 mmHg 
<80 mmHg 
 
→Elevada: 
120-129 mmHg 
80 mmHg 
 
→Hipertensão: 
Estágio 1: 130-139 mmHg e/ou 80-89 mmHg 
Estágio 2: > ou = 140 mmHg e/ou > ou = 90 mmHg 
 
Anestésicos locais associados a alguns vasoconstritores 
podem ser utilizados em pacientes hipertensos na 
Odontologia. A felipressina ou a epinefrina são os mais 
indicados no atendimento a pacientes com hipertensão 
controlada no estágio I ou II. 
 
Classificação ASA 
ASA é a sigla para American Society of Anesthesiology 
(em português: Sociedade Americana de Anestesiologia). 
Representa o sistema de pontuação clínica mais utilizado 
no mundo. 
Esse sistema é idealizado com o intuito de acessar e 
comunicar as comorbidades médicas do paciente durante o 
período pré-anestésico. Associado a outros fatores (tipo de 
cirurgia, por exemplo) pode prever possíveis riscos 
perioperatórios. 
Ela é útil para a classificação do risco cirúrgico 
Anamnese 
 
ASA I: Bem estar de saúde 
ASA II: Doença sistêmica leve a moderada 
ASA III: Doença sistêmica grave limita a atividade, mas não é 
incapacitante 
ASA IV: Doença sistêmica grave, que ameaça a vida dele. 
ASA V: Paciente moribundo 
ASA VI: Paciente com morte cerebral. 
 
ASA II: Paciente portador de doença sistêmica moderada ou 
de menor tolerância que o ASA I, por apresentar maior grau 
de ansiedade ou medo ao tratamento odontológico. Pode 
exigir certas modificações no plano de tratamento, de 
acordo com cada caso particular (p. ex., troca de 
informações com o médico, menor duração das sessões de 
atendimento, cuidados no posicionamento na cadeira 
odontológica, protocolo de sedação mínima, menores 
volumes de soluções anestésicas, etc.). 
Apesar da necessidade de certas precauções, o paciente 
ASA II também apresenta risco mínimo de complicações 
durante o atendimento. Exemplos de ASA II: 
• Insuficiência renal 
• Paciente extremamente ansioso; 
• Paciente com > 65 anos; 
• Obesidade moderada; 
• Primeiros dois trimestres da gestação; 
• Hipertensão arterial controlada com medicação; 
• Diabético tipo II, controlado com dieta e/ou 
Medicamentos; 
• Portador de distúrbios convulsivos, controlados 
com medicação; 
• Asmático, que ocasionalmente usa broncodilatador 
em aerossol; Tabagista, DPOC. 
Arísia Galdino 
Odontologia UFPE Terapêutica 
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→Protocolo de atendimento: 
 
Hipertensão no estágio 1 — pressão arterial controlada ou 
até 160/100 mmHg, aferida no dia da consulta. 
Pode ser submetido a procedimentos odontológicos de 
caráter eletivo ou de urgência. 
 
Hipertensão no estágio II — pressão arterial atingindo 
entre > 160/100 mmHg, mas sem ultrapassar 180/110 mmHg. 
Os procedimentos odontológicos eletivos estão 
contraindicados. Encaminhe o paciente para avaliação médica 
e controle da pressão sanguínea arterial. 
Nas urgências odontológicas, com pulpites, pericementites, 
abscessos, dentre outras, deve-se fazer o alívio da dor por 
meio da anestesia. 
 
Prilocaína: 3 tubetes (dose máx.) 
Lidocaína ou Mepivacaína com epinefrina. 
1:100.000 →2 tubetes. 
1: 200.000 →4 tubetes. 
HA: S → 180 
 D → 110 
Procedimento eletivo contraindicado 
Urgência: Prilocaína: 2 a 3 tubetes com sedação midazolam 
► Sem vasoconstritor simpaticomimético (3% Felipressina). 
 
Procedimento rápido de no máximo de 30 min, com 
sedação com midazolam, pela via oral ou pela inalação da 
mistura de óxido nitroso e oxigênio, para evitar uma maior 
elevação da PA pelo estresse operatório. 
 
ASA III: imprescindível a troca de informações com o médico. 
O tratamento odontológico eletivo não está contraindicado, 
embora este paciente represente um maior risco durante o 
atendimento. São exemplos de ASA III: 
• Obesidade mórbida. 
• Último trimestre da gestação. 
• Diabético tipo I (que faz uso de insulina), com a doença 
controlada. 
• Hipertensão arterial na faixa de 160-194 a 95- 99 mmHg. 
• História de episódios frequentes de angina do peito, 
apresentando sintomas após exercícios leves. 
• Insuficiência cardíaca congestiva, com inchaço dos 
tornozelos. 
• Doença pulmonar obstrutiva crônica (enfisema ou 
bronquite crônica). 
• Episódios frequentes de convulsão ou crise asmática. 
• Paciente sob quimioterapia. 
• Hemofilia. 
• História de infarto do miocárdio, ocorrido há mais de 6 
meses, mas ainda com sintomas (p. ex., dor no peito ou falta 
de ar). 
 
→Protocolo de atendimento: 
Hipertensão severa, “assintomático” —PA em níveis > 
180/110 mmHg, mas ainda sem apresentar sintomas. 
Todo e qualquer procedimento odontológico está 
contraindicado. No caso das urgências odontológicas 
(sangramento e dor)., o atendimento deverá ser feito em 
ambiente hospitalar, após avaliação médica e redução da 
pressão arterial para níveis mais seguros. 
S: acima 180 mmHg 
D: 110 mmHg 
 
Hipertensão severa, “sintomático” — pressão arterial 
sistólica > 180 mmHg ou diastólica > 110 mmHg, na presença 
de sinais e sintomas: dor de cabeça, alterações visuais, 
sangramento nasal ou gengival espontâneo e dificuldade 
respiratória. 
Chamar o serviço móvel de urgência e solicite avaliação 
médica imediata. 
A intervenção odontológica de urgência só poderá ser 
feita em ambiente hospitalar, após a redução da PA para 
níveis seguros, a critério médico. 
 
→Protocolos: 
 
1) Hipertensão primária, sem qualquer causa identificável 
(Sístole superior a 140 e diástole superior a 90): 
• Prilocaína 3% com Felipressina 0,03UI por ml. A 
dose máxima é de 3 tubetes e meio; o que 
equivale a 6ml da solução. 
• A dose máxima é de 0,18UI para o hipertenso. 
• Prilocaína pode provocar isquemia do miocárdio. 
 
2) Hipertensão: sístole até 160 diástole até 100 
• Prilocaína com Felipressina 2 a 3 tubetes 
• 140 // 90 mmHg 
• Prilo 3% com Felipressina 0,03 UI por ml. Dose máx. 
0,18 UI para o hipertenso 
➔ Prilocaína pode causar isquemia no miocárdio. 
 
160 // 100 mmHg 
Avaliar: insuficiência renal e diabetes 
Midazolam ou diazepam 7,5 mg 
Prilocaína com Felipressina 
 
Resumo: Acima 160 e 100 mmg 
< 180 mg e 110 mg 
2kg = 2g / 100 ml 
 
Constantes 
 
 Eduardo 
 
Anestésico Dose máx (cte) Máximo absoluto 
(independente do peso) 
Lidocaína 4,4 mg/ kg 300 mg 
Arísia Galdino 
Odontologia UFPE Terapêutica 
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Mepivacaína 4,4 mg/ kg 300 mg 
Prilocaína 6 mg/ kg 400 mg 
Articaína 7 mg/ kg 500 mg 
Bupivacaína 1,3 mg/ kg 90 mg 
 
 
 
Malamede 
 
Anestésico Dose máx (cte) Máximo absoluto 
(independente do peso) 
Lidocaína 7,0 mg/ kg 500 mg 
Mepivacaína 6,6 mg/ kg 400 mg 
Prilocaína 8 mg/ kg 600 mg 
Articaína 7 mg/ kg 700 mg 
Bupivacaína 2 mg/ kg 90 mg 
 
→O sal é quem traz mais risco, porque é ele quem vai tá 
em concentração maior na solução, o qual pode ir para o 
SNC, e causar parada bulbar. 
 
Cálculo volume máximo Eduardo 
 
 
 
 
Quandomultiplica mg x peso e der uma quantidade a mais 
do que as doses máximas esquece esse valor e usa a da 
dose máxima. 
Ex.: Lidocaína com um paciente de peso x, a multiplicação 
deu 340, mas a dose máxima é 300 mg, então só vai usar 
300 mg. 
2% = 2g para 100 ml 
 20 mg/ ml 
1 tb (tubete) = 1,8 ml 
20 mg x 1,8 ml = x mg de lido (sal) naquele tubete. 
Lido 3%, tem 54 mg de lido em um tubete 
Mg/kg / quantidade de sal = quantidade de tubete a ser 
usado. 
 
 
 
 
 
 
 
Arísia Galdino 
Odontologia UFPE Terapêutica 
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Mudança de anestésico 
 
 
 
 
 
 
Asma: Condição em que as vias aéreas de uma pessoa 
ficam inflamadas, estreitas e inchadas, além de produzirem 
muco extra, o que dificulta a respiração. 
 
Cuidado com asmático com história de alergia aos sulfitos, 
especialmente nos dependentes de corticoides (causam 
imunossupressão). 
Todo anestésico que possui aminas simpaticomiméticas, 
possui também o bissulfito ou metabissulfito de sódio, para 
evitar a oxidação do anestésico → 2mg / 2 ml. 
 
.Bissulfito ou metabissulfito de sódio: Substância 
conservante em vários produtos alimentares. 
 
Paciente imunossuprimido se torna mais sensível ao sulfito 
Anestésico indicado: prilocaína + felipressina ou octapressina. 
 
 Soluções anestésicas que contém vasoconstritores 
adrenérgicos têm incorporado os sulfitos 2mg/ml, com o 
objetivo de evitar a oxidação. 
 
Anestésico indicado: Prilocaína. 
 
 
A ansiedade aguda e o medo relacionado ao tratamento 
pode induzir a secreção de catecolaminas pelas supra-renais, 
desencadeando a glicogenólise hepática. 
→Ansiedade liberada catecolaminas endógenas 40 vezes 
mais. 
Cuidados com alimentos antes e após a consultas: 
hipoglicemia 
Ansiedade e medo com que sejam secretadas 
catecolaminas, desencadeados a glicogenólise hepática. 
Epinefrina: é hiperglicemiante → estimula a glicogenólise e 
o gliconeogênese hepática. 
Mesmo os pacientes insulinodependependentes podem 
ser beneficiados com epinefrina 1: 100.000 máxima 2 tubetes. 
Deve-se evitar as catecolaminas, nos pacientes instáveis 
ou não compensados. 
Solução anestésicas indicada: Prilocaína com Felipressina. 
 
 
Hipertereoidismo: Hipertiroidismo é a produção em 
excesso do hormônio tiroxina. E pode acelerar o 
metabolismo. 
Sintomas: Nervosismo; tremor, nervosismo e irritação; 
insônia; aumento da frequência cardíaca; intolerância ao calor; 
sudorese abundante; taquicardia; perda de peso resultante da 
queima de músculos e proteínas. 
No hipertireoidismo é contra indicado o atendimento, assim 
com soluções anestésicas com os vasoconstritores 
adrenérgicos. 
Paciente controlado: soluções anestésicas com Epinefrina 
ou Felipressina; respeitando-se o limite de 2 tubetes, em 
injeção lenta.

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