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RESUMO DE ICTERÍCIA NEONATAL

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PEDIATRIA | Helena Franco 
 
ICTERÍCIA NEONATAL 
→ CONCEITO 
- Pele e esclera de cor amarelada, causada pelo acúmulo de bilirrubinas na pele e mucosa, secundário a 
um amento de níveis de bilirrubinas no corpo. 
- Hiperbilirrubinemia: BI ou BD > 1,5mg/dl. 
- A icterícia costuma se manifestar com níveis de BT > 5 mg/dl, em 60% dos RNT e 80% do RNPT. 
- Na maioria dos casos não é patológica, e sim uma adaptação neonatal ao metabolismo da bilirrubina: 
icterícia fisiológica. 
- Icterícia prolongada: persiste por mais de 14 dias de vida do RNT e mais de 21 dias no RNPT: pode ser 
indicativo de doença hepática, mas na maioria dos casos é iofensiva. 
- 10% dos RN em aleitamento materno ainda apresentam icterícia com 1 mês de vida. 
→ AVALIAÇÃO CLÍNICA 
- Os RN devem ser examinados com frequência nas primeiras 72hr de vida, despidos e em ambiente natural. 
- Examinar gengivas, escleras e pele. 
- Dosar bilirrubinas sempre que icterícia visível: a clínica não é um bom preditor de indicação de fototerapia. 
- Não existe boa concordância entre a avaliação clínica da icterícia por médicos e/ou enfermeiros e os 
valores de BT sérica. 
- Progressão céfalo-caudal (começa pelo rosto e vai descendo). 
- A visualização da icterícia depende de vários fatores: 
• Experiência do profissional 
• Pigmentação da pele do RN 
• Luminosidade 
ZONAS DE KRAMER 
- ZONA 1: icterícia somente na face 
- ZONA 2: icterícia desde a cabeça até a cicatriz umbilical 
- ZONA 3: icterícia até os joelhos e cotovelos 
- ZONA 4: icterícia até os tornozelos 
- ZONA 5: icterícia palmar e plantar 
 
PEDIATRIA | Helena Franco 
 
→ ICTERÍCIA FISIOLÓGICA DO RNT 
- Início tardio: > 24hr de vida. 
- Aumento de BI 
- Pico entre o 3° e 4° dia de vida 
- BD máximo de 12mg/dl 
- Desaparece antes de 14 dias de vida. 
→ ICTERÍCIA PATOLOGICA DO RNT 
- Decorre de processos patológicos, e pode atingir concentrações elevadas que são lesivas ao cérebro. 
- Encefalopatia bilirrubínica aguda: 
• Pode ser reversível 
• Clínica: letargial, hipotonia e sucção débil. 
• Se não for tratada, o quadro progride para a forma crônica → Kernicterus (incidência 1:40.000 – 
150.000 em países desenvolvidos). 
→ HIPERBILIRRUBINEMIA 
- Hiperbilirrubinemia significante: > 17mg/dl 
• 1-8% dos nascidos vivos 
• Causas: oferta láctea deficiente, perda de peso elevada e desidratação; alta hospitalar precoce antes 
de 48hr de vida; ausência de retorno ambulatorial 1-2 dias após a alta. 
- Hiperbilirrubinemia grave: >25mg/dl 
• 1:500 – 5.000 nascidos vivos 
- Hiperbilirrubinemia extrema: >30mg/dl 
• 1:15.000 nascidos vivos 
→ METABOLISMO DA BILIRRUBINA 
→ FATORES DE RISCO QUE CONTRIBUEM PARA O AUMENTO DA BT 
- Metabolismo, circulação, conjugação (fígado imaturo) e excreção da BD mais lentos. 
- Concentração de glóbulos vermelhos maior e com meia vida mais curta. 
- A BD presente no intestino pode sofre ação mais intensa da beta glicuronidase e retornar ao sangue através 
da circulação entero-hepática em maior intensidade: 
• Flora intestinal escassa na 1° semana de vida 
• Ritmo intestinal mais lento 
Observação: circulação entero-hepática é quando a BD sofre ação da glicuronidase no intestino, vira 
novamente BI e retorna ao fígado (é reabsorvida). 
ICTERÍCIA COLESTÁTICA 
- AUMENTO DE BD NUNCA VAI SER FISIOLÓGICO, SEMPRE PENSAR EM ALGUM PROBLEMA NOS 
HEPATÓCITOS 
- Aumento da BD (>1,5mg/dl, desde que esta represente mais que 10% do valor da BT) 
- Fezes acólicas ou hipocólicas 
PEDIATRIA | Helena Franco 
 
- Colúria 
- Investigar hepatite e atresia das vias biliares. 
Observação: atresia das vias biliares deve ser identificada antes das 8 semanas, para que possa ser feita 
a correção cirúrgica (cirurgia de KASAI), depois desse tempo não se pode mais fazer a cirurgia (fígado já 
vai estar lesionado), resultando apenas em transplante hepático. 
ICTERÍCIA ASSOCIADA AO ALEITAMENTO MATERNO 
- Oferta diminuída de LM → desidratação → aumento da circulação entero-hepática por trânsito intestinal 
mais lento → aumenta a BI. 
- Início no 2° ao 4° dia de vida (aparece geralmente na 1° semana de vida) 
- Melhora com aumento da oferta hídrica e calórica. 
ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO OU SÍNDROME DA ICTERÍCIA DO LEITE MATERNO 
- Início do 4° ao 7° dia de vida 
- Persiste por 2-3 semanas podendo chegar a 3 meses – icterícia persistente/tardia 
- O bebê não perde peso, uma substância existe no leite que causa esse aumento da BD. 
- Acomete 20-30% do RN amamentados ao seio 
• 2.4%: níveis > 10 mg/dl na 3° semana de vida, podendo alcançar 20-30 mg/dl na 2° semana. 
- BEG e bom ganho de peso 
- Se aleitamento materno é interrompido, o nível de BD cai em 48hr. 
→ INVESTIGAÇÃO LABORATORIAL 
- Bilirrubina total e frações 
Observação: é possível fazer a avaliação transcutânea da BD – é realizada de preferência no esterno, 
através de equipamentos como BiliCheck ou JM 103. São úteis para triagem. Tem coeficientes elevados de 
correlação com BT sérica para valores até 13-15 mg/dl em RN com IG> 35 semanas, independente da 
coloração da pele. 
- Hemoglobina, hematócrito, morfologia das hemácias, reticulócitos e esferócitos (pede para ver distúrbios 
de hemólise ou forma anêmica) 
- Tipagem sanguínea da mãe do RN – sistemas ABO e Rh (pede para ver se não é uma icterícia devido a 
uma incompatibilidade ABO ou Rh) 
- Coombs direto no sangue de cordão ou do RN 
- Pesquisa de anticorpos anti-D na mãe (Coombs indireto) se mãe Rh (D ou Du) negativo. 
- Dosagens séricas 
• RN < 24hr de vida ou < 35 semanas 
• Valores > 13mg/dl da TBd 
• Se elevação da BD >25mmol/l ou 1,5mg/dl: consultar especialista e afastar doença hepática. 
• Considerar sempre os valores de BT para indicar ou suspender tratamentos 
• RN em tratamento: sempre usar dosagem sérica. 
→ DURANTE A FOTOTERAPIA 
- Dosar bilirrubina 4-6hr após início do tratamento. 
PEDIATRIA | Helena Franco 
 
- Novas dosagens a cada 6-12hr até que os níveis estejam em queda ou estáveis. 
- Para interromper a fototerapia: 
• Bilirrubina sérica com níves pelo menos 3mg/dl abaixo do nível de fototerapia 
• Verificar rebote significativo 12-18hr após suspensão da fototerapia 
→ CONCETRAÇAÕ DA BILIRRUBINA TOTAL 
• NORMOGRAMA DE BHUTANI 
- RN é classificado de acordo com o risco de hiperbilirrubinemia significante, considerada como BT>17,5 
- Ele não representa a história natural da hiperbilirrubinemia neonatal. 
 
 
→ CONSIDERAÇÕES IMPORTANTES 
- Sempre que houver fatores para hiperbilirrubinemia significante, deve-se ponderar o risco e o benefício da 
alta hospitalar, tendo como principal objetivo a não reinternação do RN em decorrência da progressão da 
icterícia. 
- A 1° consulta após a alta deve ser agendada no máximo até o 5° doa de vida: avaliar condições de 
amamentação e icterícia. 
- A perda de peso do nascimento até o 1° retorno: preditor clínico independente para reinternação. 
PEDIATRIA | Helena Franco 
 
→NÍVEL DE BT PARA INDICAÇÃO DE FOTOTERAPIA E EXANGUINEOTRANSFUSÃO EM RN > 35 
SEMANAS AO NASCER 
 
 
→ HIPERBILIRRUBINEMIA INDIDIRETA EM RN COM IG <34 SEMANAS 
PEDIATRIA | Helena Franco 
 
- Encontrada praticamente em todos os RN pré-termo abaixo de 34 semanas 
- Na primeira semana de vida ela é mais intensa e tardia do que a do RN a termo, com concentrações de 
BT entre 10-12mg/dl no quinto dia. 
- A bilirrubina pode não regredir a valores normais até o final do primeiro mês. 
 
→ TRATAMENTO 
- Fototerapia 
- Exsanguineotransfusão 
- Imunoglobulina standard endovenosa 
- Na icterícia prolongada pelo leite materno a amamentação só deve ser suspensa por 48hr se níveis de BT 
próximos da indicação de exsanguineotransfusão. 
→ CONSIDERAÇÕES FINAIS 
- A encefalopatia bilirrubínica é uma doença prevenível e sua prevenção engloba várias intervenções desde 
a assistência pré-natal às gestantes Rh (D) negativo até o acompanhamento da icterícia neonatal após a 
alta hospitalar. 
- RN > 35 SEMANAS: 
• Avaliar o riscoepidemiológico de o RN evoluir com níveis de BT elevados. 
- Promover apoio, assistência e supervisão contínua ao aleitamento materno desde o nascimento, durante 
a internação e após a alta hospitalar no primeiro mês de vida. 
- Orientar os pais e profissionais de saúde quanto ao manejo da icterícia neonatal com elaboração de 
folhetos, entre outros. 
- Realizar a alta hospitalar somente após 48hr de vida o retorno ambulatorial em 48-72hr para 
acompanhamento da icterícia, aleitamento materno, entre outras intercorrências, conforme preconizado pela 
Sociedade Brasileira de Pediatria e pelo Ministério da Saúde.

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