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Prof. Guilherme Luiz de Castro Carvalho Farmacêutico-Bioquímico (UFMG) Mestre em Tecnologia Nuclear (USP) Doutor em Tecnologia Nuclear (USP) IMOBILIZAÇÃO ENZIMÁTICA Limitam uso disseminado de enzimas. ↑Custo de obtenção e purificação; ↓Estabilidade em solução; INTRODUÇÃO Encarecem produto final. Enzimas podem ser utilizadas em diversos processos em escala laboratorial ou industrial. Importantes na produção e transformação de matérias-primas. Dificuldade de recuperação enzima do meio reacional. IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS Utilização enzimas na forma Imobilizada Visando obtenção de reações com: • Maior uniformidade tecnológica; • Viabilidade econômica. Enzimas imobilizadas (insolubilizadas) Enzimas confinadas, ou localizadas em região definida do espaço, com retenção de suas atividades catalíticas. ENZIMAS LIVRES x IMOBILIZADAS LIVRES IMOBILIZADAS Instabilidade ↑estabilidade (Faixas mais amplas de pH e temperatura; ↓interferência de inibidores e/ou ativadores) Alto custo ↓custo Não regeneração Reutilização Dificuldade controlar reação ↑controle da reação IMOBILIZAÇÃO ENZIMAS Objetivo: Liga enzimas, por meios químicos ou físicos, a suportes inertes. Área da tecnologia enzimática que reúne as técnicas que permitem a utilização desses catalisadores repetida e continuamente. Obter vantagens no uso de enzimas em contraposição às desvantagens de alto custo e baixa estabilidade das preparações. Negativo: Impedimento estérico da molécula de substrato. Modificação química da molécula: Positivo: Substrato não sofre impedimento estérico pela matriz. Negativo: Alterações no sítio ativo podem tornar enzima inativa. Ligação física da enzima em uma matriz inerte: Positivo: Maior velocidade de reação e facilidade no preparo. MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO Enzimas insolúveis: Enzimas solúveis: Após imobilização em material sólido, passam a constituir fase diferente do meio de reação, geralmente líquido. Enzima permanece na mesma fase em que estão os substratos (reagentes) e os produtos da reação. IMOBILIZAÇÃO ENZIMAS SOLÚVEIS Enzima livre contida em câmara ou compartimento, através do qual substrato (reagente) passa e é convertido em produto. Enzimas que mantêm sua solubilidade inalterada. Separadas do restante da solução por membranas semipermeáveis, fibras porosas ou membranas de ultrafiltração. Permite utilização contínua e prolongada da enzima. IMOBILIZAÇÃO ENZIMAS SOLÚVEIS Imobilização sem modificação química da enzima Enzima nativa aprisionada em câmara por membrana ou fibra, impermeáveis à enzima, porém permeáveis ao substrato e produto. Enzima não sofre qualquer alteração em seu microambiente. Capaz passar pelos poros do sistema. Limitação: Produtos da reação devem ser moléculas pequenas. Imobilização com modificação química da enzima: Retenção por membranas com porosidade elevada. ∆ química na enzima, pela ligação de compostos de massa molar variada, sem alterar solubilidade e atividade catalítica da enzima. ↑Massa molar e diâmetro da enzima IMOBILIZAÇÃO ENZIMAS INSOLÚVEIS Enzima sofre modificação no seu microambiente. Enzima sofre modificação na solubilidade, passando a operar em fase diferente do solvente, onde estarão presentes os substratos e produtos. Aprisionamento: Matriz (Gel); Cápsula (Fibra); Microcápsula. Ligação ao suporte: Adsorção; Iônica; Covalente. Ligação cruzada (Cross-linking): Inclusão em uma matriz; Encapsulação; Microencapsulação. Imobilização por inclusão ou Aprisionamento: Enzima retida na rede tridimensional de polímero insolúvel na água; Aprisiona ou enclausura enzima no interior de matriz polimérica, cápsulas ou microcápsulas delimitadas por membrana semipermeável; Enzima não estabelece ligação química com suporte; Tipos: IMOBILIZAÇÃO ENZIMAS INSOLÚVEIS Possibilita entrada e saída do substrato e produto, mas não da enzima. Conserva a sua integridade molecular. INCLUSÃO EM UMA MATRIZ Consiste no aprisionamento moléculas de enzimas em malhas de polímero geliforme. Proteínas: Colágeno, Gelatina, Albumina. Simples ligação física entre enzima e suporte; Não emprega reagentes químicos. Limitações difusionais são intensas. Matriz Polímeros sintéticos: Silicone, Poliacrilamida, Nylon. Polissacarídeos: Alginato, Quitosana, Pectina. Sem risco de desnaturação; INCLUSÃO MATRIZ - ALGINATO DE CÁLCIO ENCAPSULAMENTO Enzima é imobilizada no interior de esferas, cujo envoltório é constituído por um polímero geliforme e semipermeável. Poliacrilamida E E E E E E E E ENCAPSULAMENTO Acetato de celulose Enzima em solução alginato de sódio Solução CaCl2 contendo íon bivalentes (Ca+2) Gotejada Gota alginato entra em contato com solução CaCl2. Forma-se uma esfera, dentro da qual Enzima é retida (membrana = polímero de alginato de cálcio) E E ENCAPSULAMENTO Preparação de sistema emulsionado, onde enzima está confinada no interior das micelas. Polimerização pode provocar desativação da enzima. MICROENCAPSULAMENTO Não encapsular enzima que destruam a matriz polimérica; Enzimas hidrolíticas são inadequadas para microencapsulamento; Pois substrato geralmente tem alto peso molecular. Solução aquosa enzima Hexametilenodiamina Fase orgânica Emulsificante Cloreto sebacila Obtém-se as gotículas da solução enzimática envolvidas por película semi-permeável Resultante da polimerização da diamina com cloreto sebacila. MICROENCAPSULAMENTO Imobilização ligação ao suporte Ligação da enzima a suportes insolúveis, gerando uma fase diferente do meio reacional, onde enzima está fixada. IMOBILIZAÇÃO ENZIMAS INSOLÚVEIS Classificada de acordo com tipo de ligação da enzima com suporte. Adsorção; Iônica; Covalente. Enzima deve ser fixar tão solidamente quanto possível. Fixação das enzimas sobre suporte sólido Depende natureza química do suporte e da enzima. IMOBILIZAÇÃO POR ADSORÇÃO União entre enzima e suporte inerte através de adsorção física. Método simples e rápido de aplicabilidade generalizada. Mistura suporte insolúvel à solução de enzima (condições adequadas); Separa suporte com enzima adsorvida do meio de reação. Limitação: Condições ótimas de imobilização mantidas para não alterar sistema. Carvão ativado, óxidos metálicos, vidros, resinas poliméricas. Suportes: Enzima se une ao suporte através de atrações eletrostáticas. Cargas opostas presentes no suporte e na enzima. IMOBILIZAÇÃO IÔNICA Grupos funcionais ionizáveis do suporte interagem especificamente com grupos da enzima. Condições monitoradas pra preservar integridade do sistema. Limitação: IMOBILIZAÇÃO IÔNICA Polianilina IMOBILIZAÇÃO IÔNICA IMOBILIZAÇÃO POR LIGAÇÃO COVALENTE Grupos suporte (aminoalquila, aminoarila, 3-glicidoxipropil-carboxila) são ativados por reagente específico (ex: glutaraldeído) que introduz grupo carbonila para reagir com grupos nucleofílicos da enzima. glutaraldeído Lisina e arginina (NH2), ácido aspártico e glutâmico (COOH), Serina e tionina (OH) e Cisteína (SH). Formação ligações covalentes entre grupos funcionais na superfície do suporte insolúvel e grupos funcionais dos resíduos de aminoácidos da enzima. IMOBILIZAÇÃO POR LIGAÇÃO COVALENTE IMOBILIZAÇÃO POR LIGAÇÃO COVALENTE Grupos importantes para atividade catalítica não devem se envolver na formação da ligação covalente entre enzima e suporte. Suportes: Inorgânicos, polímeros naturais e sintéticos. Ex: Vidro; Sílica; Sephadex; Celulose; Nylon e Poliestireno. Vantagens: Maior eficiência e estabilidade. Não são tão suscetíveis a pH, força iônica, solventes e temperatura. Condições mais drásticas e maior número de etapas de reação (↑tempo). Limitação: Enzimas ligadas umas às outras, formando estrutura tridimensional complexa (sistema reticulado). IMOBILIZAÇÃO LIGAÇÃO COVALENTE CRUZADA Cross linking Livre de suporte. Ligação covalente entre moléculasde enzima e reagentes bifuncionais de ↓massa molar, formando agregados unidos por ligações intermoleculares. Rápida reação com grupos amino superficiais da molécula de enzima Carbodiimida = fácil reação com grupos carboxilas. IMOBILIZAÇÃO LIGAÇÃO COVALENTE CRUZADA Não envolve associação da enzima com suporte sólido. Glutaraldeído é o reagente bifuncional de primeira escolha. Produto da ligação de várias moléculas enzima pelos reagentes bifuncionais se torna insolúvel e precipita, formando agregado sólido cataliticamente ativo. MÉTODOS DE IMOBILIZAÇÃO Métodos Imobilização Enzimas Aprisionamento Ligação em Suportes Sólidos Adsorção (carvão ativo) Ligação Covalente (celulose, sílica) Ligação Iônica (celulose) Matriz MicrocápsulaCápsula Ligação covalente cruzada (crosslinking) EFEITOS CAUSADOS PELA IMOBILIZAÇÃO Por mais suave que seja o procedimento, é razoável esperar algum tipo de efeito sobre sua atividade catalítica. (c) e (d) previnidos usando espaçadores ou realizando imobilização na presença de substrato INFLUÊNCIA IMOBILIZAÇÃO NA ATIVIDADE ENZIMÁTICA. Invertase EFEITOS IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS Dentre vários efeitos que a imobilização pode causar salienta-se: Resistência difusionais externas Efeitos difusionais internos Modificação da estrutura tridimensional Efeitos estéricos e de conformação Efeitos de Microambiente Efeitos difusionais Interação enzima - suporte é quase sempre aleatória. Enzima ligada ao suporte, sofre alguma mudança na conformação, abalando sua eficiência catalítica. EFEITOS DE MICROAMBIENTE: Comportamento cinético de enzima presa a suporte carregado pode diferir do apresentado pela enzima livre. Região do sitio ativo torna-se menos acessível ao substrato. IMPEDIMENTO ESTÉRICO: Enzima ligada a suporte sujeita a circunvizinhança diferente, podendo refletir sobre parâmetros cinéticos. EFEITOS IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS EFEITOS DIFUSIONAIS: Se velocidade difusão substrato for < que velocidade de transformação pela enzima, a velocidade da reação será reduzida, já que nem todas moléculas de enzimas estarão em contato com o substrato. EFEITOS IMOBILIZAÇÃO DE ENZIMAS Para enzima imobilizada sobre ou dentro de suporte sólido, o substrato e o produto devem ser capaz de difundir através do suporte. VANTAGENS IMOBILIZAÇÃO ENZIMÁTICA Maior resistência a variações de pH e tratamentos térmicos; Podem ser reutilizadas; Continuidade dos processos químicos; Maior controle dos processos químicos; Facilidade separação produtos; Redução problemas com efluentes; Maior repetibilidade do processo; ↑Estabilidade; ↓custos. DESVANTAGENS Aleatoridade da interação enzima-suporte; Inexistência de um método geral de imobilização; atividade catalítica. Efeitos: Difusionais; Estéricos / Conformacionais e Microambiente TIPOS DE SUPORTE Classificação de suportes inertes: Ex: Atividade esterase de Bacillus subtilis imobilizada em vários suportes e por diferentes métodos. TIPOS DE SUPORTE Geralmente condições de imobilização para uma enzima só podem ser estabelecidas empiricamente. Enzima Imobilizar Vários Suportes e Diferentes Métodos Avaliar a Atividade do Sistema Escolher o suporte e o método que apresentam > atividade TIPOS DE SUPORTE Não existe método geral de imobilização e nem suporte universal. TIPOS DE SUPORTE Características Inter- cruzamento Adsorção física Enlace Iônico Complexação Metálica Enlace Covalente Retido Preparação Média Simples Simples Simples Difícil Difícil Força de união Forte Fraca Média Média Forte Média Atividade Enzimática Baixa Média Alta Alta Alta Baixa Regeneração do suporte Impossível Possível Possível Possível Rara Impossível Custo da imobilização Médio Baixo Baixo Médio Alto Médio Estabilidade Alta Baixa Média Média Alta Alta Aplicabilidade Não Sim Sim Sim Não Sim Proteção da enzima contra microrganismos Possível Não Não Não Não Sim DIFERENTES TÉCNICAS IMOBILIZAÇÃO
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