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Nome: Valéria Jesus Oliveira do Espírito Santo Matrícula: 0016901 Período/Semestre: 4 Docente responsável: Kleber Alves Gomes Componente: Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC’s) Semana 6- QUAIS OS CINCO TIPOS DE HEPATITES VIRAIS CONHECIDAS ? QUAIS AS DIFERENÇAS CLÍNICAS ENTRE ELAS ? QUAIS POSSUEM VACINAS DISPONÍVEIS ? A hepatite é o resultado de um processo inflamatório no parênquima hepático que pode ser devido a diversos motivos, dentre eles, os vírus causadores da hepatite. Diversos vírus causam hepatite. Entre eles, cinco vírus de importância médica são comumente descritos como “vírus da hepatite”, uma vez que seu principal sítio de infecção é o fígado: Vírus da hepatite A (HAV); Vírus da hepatite B (HBV); Vírus da hepatite C (HCV); Vírus da hepatite D (HDV); Vírus da hepatite E (HEV). Outros vírus, como vírus Epstein- Barr (o agente da mononucleose infecciosa), citomegalovírus e vírus da febre amarela, infectam o fígado, mas também infectam outros sítios corporais e, portanto, não são exclusivamente do vírus da hepatite. Vírus da Hepatite A (HAV) O HAV é um enterovírus típico que tem o genoma de RNA de fita simples e não envelopado e replica-se no citoplasma da célula. Ele é transmitido pela via fecal-oral. Os humanos são o reservatório de HAV e o vírus é encontrado nas fezes aproximadamente duas semanas antes da manifestação dos sintomas, tendo período de incubação de 15 a 50 dias. Os surtos por fonte comum surgem a partir da contaminação fecal da água ou dos alimentos, como ostras criadas em águas poluídas e consumidas cruas. (LAI, 2019) O vírus provavelmente replica-se no trato gastrointestinal e dissemina-se para o fígado via corrente sanguínea. É provável que o ataque por células T citotóxicas seja responsável pelos danos aos hepatócitos. A infecção, então, regride (2-4 semanas), o dano é reparado e não ocorre infecção crônica. Como raramente é transmitido pelo sangue, uma vez que o nível de viremia é baixo, não ocorre infecção crônica. Produz apenas a doença aguda, mas pode evoluir para a forma fulminante. Sua patogênese irá variar de acordo com a idade do infectado, onde há maior gravidade do quadro clínico com a maior idade. (LAI,2019) Sintomas clínicos - Febre: - Vômitos; - Icterícia; - Urina escura (colúria); - Náuseas; - Dor abdominal e cansaço; - Fezes claras (acolia fecal) Diagnóstico laboratorial A resposta imune consiste inicialmente em anticorpos IgM, detectáveis no momento da manifestação de icterícia. A presença desses anticorpos, portanto, é importante para o diagnóstico laboratorial de hepatite A. O surgimento de IgM é seguido, após 1-3 semanas, pela produção de anticorpos IgG, que conferem proteção permanente - Solorológico: detecção de IgM anti-HAV e de soroconversão sorológica da IgG, ou dos anticorpos totais; - Direto: detecção da partícula viral através da microscopia e biologia molecular. Prevenção - Tratamento da água; - Hábitos de higiene; - Vacinação com o vírus inativo. Vírus da Hepatite E (HEV) O vírus da hepatite E faz parte da família Caliciviridae, vírus de RNA fita simples e não envelopado. Ele é a principal causa de hepatite transmitida por via entérica, que é o sítio primário de infecção com posterior migração para o tecido hepático. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005) Clinicamente, a doença é similar à hepatite A, exceto pela alta taxa de mortalidade em gestantes e por apresentar maior gravidade do que a infecção causada pelo HAV. Os sintomas costumam aparecer após 30 dias de infecção e não ocorre evolução da doença hepática crônica, da mesma forma que não há portador prolongado. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005) Diagnóstico laboratorial - Detecção de anticorpos anti-HEV de qualquer tipo (sempre ligado a epidemias); - Detecção da partícula ou do genoma viral através de técnicas mais apuradas Prevenção - Tratamento de água - Hábitos de higiene Vírus da Hepatite B (IRV) É um vírus da família Hepadnaviridae, com DNA dupla fita, mas se multiplica na forma de RNA através da transcriptase reversa. É uma importante característica porque se torna diferente e o organismo não o reconhece, aumentando a chance de cronificar a doença. É um vírus envelopado e a proteína que o envelopa é o HBsAg (importante antígeno de superfície). Quanto menor a idade, maior a probabilidade de evolução para a forma crônica. Isso ocorre porque o vírus da hepatite B não é um vírus tão agressivo como o da hepatite A e o sistema imune precoce tem uma tendência a tolerar (tolerância imunológica). O contato precoce do vírus da hepatite B faz o organismo entender que ele precisa tolerar o vírus, como se fizesse parte das células da criança. Ou seja, a maior chance de cronificação ocorre por menor resposta imunológica e produção do anti-HBs e, por este motivo, a vacina da hepatite B é a única administrada ainda na sala de parto, como se tivesse sido transmitido na forma vertical e quebrando a tolerância. Quadro clínico das fases Forma aguda: 1. Doença subclínica; 2. Hepatite fulminante (mais grave da forma aguda); 3. Hepatite aguda. Forma crônica: 1. Portador assintomático; 2. Hepatite não progressiva crônica - quadro estabelecido sem alteração da função hepática, transaminases séricas alteradas e sem progredir; 3. Doença progressiva com evolução para cirrose ou carcinoma hepatocelular - no caso da cirrose é a fibrose do parênquima hepático por células perdidas e não respostas, o dano é maior que o reparo. O carcinoma ocorre através da indução de renovação celular, aumentando a chance de erros que carregam mutações que não deveriam carregar. Diagnóstico Quando falamos da hepatite B ela pode ser aguda ou crônica e a pessoa deve ser capaz de diferenciar o quadro apresentado. Isso ocorre através do diagnóstico laboratorial (panorama sorológico). Antígenos importantes e marcadores sorológicos da presença do vírus: 1. HBsAg 2. HBcAg - marcador de contato é formador do capsídeo do vírus HBV 3. HBeAg - marcador de replicação viral, quanto mais o vírus se replica, maior sua quantidade. Para todo antígeno que o vírus tem, o sistema imunológico faz um anticorpo, sendo assim: anti-HBs, anti-HBc e anti-HBe. Tratamento e prevenção A transmissão ocorre por três mecanismos principais: através do sangue, durante a relação sexual e pela via perinatal, da mãe ao recém-nascido. Ou seja: o Parenteral: triagem em bancos de sangue e campanhas para não reutilização de seringas por usuários de drogas; -Transmissão vertical (mãe-feto); -Transmissão sexual. A principal forma de prevenção é através da vacina recombinante para HBV e não o uso de preservativo. O preservativo também ajuda na prevenção, mas apenas da transmissão sexual e, por isso, não é a principal forma de prevenção. A vacina protege contra todas as formas de infecção. Há um aumento da incidência nas populações acima de 35 anos. Esse aumento se dá pela melhora no tratamento do portador crônico, vivendo mais tempo e subindo na pirâmide e a utilização da Viagra que deu uma qualidade de vida para pacientes idosos e que não usam preservativo. Apesar de envelopado ele é o mais resistente por ter em sua composição HBsAg. Vírus da Hepatite C (HCV) O HCV é membro da família flavivírus e envelopado. O vírus não destrói a célula infectada, mas desencadeia uma resposta inflamatória que, ou promove a depuração da infecção, ou destrói lentamente o fígado. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2005) Tratamento Para o tratamento é necessário saber o genótipo do vírus antes de começar a tratar. Esse genótipo varia de 1 a 6 e, no Brasil, temos circulando o genótipo 1, 2 e 3. O genótipo um tem a resposta terapêutica mais refratária e a mais difícil de tratar. Também é subdividido em A, Be C. O tratamento atual impede a ação de duas enzimas do vírus, NS4 e NS5 - polimerases virais - e interrompe a produção de partícula viral. Ou seja, ele para o vírus e permite que o sistema imunológico faça uma resposta imune e elimine o vírus. Transmissão - Parenteral - contatocom sangue ou hemoderivados; - Sexual; - Vertical: - 30 a 40% das infecções não se sabe a forma de contágio. A principal forma de transmissão é a parenteral e a única comprovada cientificamente. Diagnóstico laboratorial Diagnósticos sorológicos se dá através da detecção do anticorpo Igg anti-HCV, que aparece na corrente sanguínea após 12 semanas de infecção. Não é um diagnóstico definitivo. A presença do anti-HCV não indica a infecção e é necessário mais um teste através do diagnóstico molecular "padrão ouro": - PCR - Branched DNA - maior sensibilidade e mais caro A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença. A vacina da Hepatite B está disponível no SUS para toda a população independente da faixa etária, já a vacina da Hepatite A está disponível para crianças a partir de 15 meses a 4 anos, 11 meses e 29 dias. REFERÊNCIAS: NUNES, Heloisa Marceliano et al . As hepatites virais: aspectos epidemiológicos, clínicos e de prevenção em municípios da Microrregião de Parauapebas, sudeste do estado do Pará, Brasil. Rev Pan-Amaz Saude, Ananindeua , v. 8, n. 2, p. 29-35, jun. 2017. ENG-KIONG, Teo; ANNA, Lok. Epidemiology, transmission and prevention of hepatitis B virus infection. Updated (serial online] 2009 Mar: http: www. uptodate. com/patients, 2013. LAI, Michelle; CHOPRA, Sanjiv. Hepatitis A virus infection in adults: Epidemiology, clinical manifestations, and diagnosis. U: UpToDate, Baron EL ed. UpToDate [Internet]. Waltham, MA: UpToDate, 2019. Brasil. Ministério da Saúde. A, B, C, D, E de hepatites para comunicadores / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2005. 24 p.
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