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Micologia SUMÁRIO 1. Definição e epidemiologia...................................................................................4 2. Características gerais .........................................................................................5 Temperatura .................................................................................................................. 5 Umidade ........................................................................................................................ 6 Termogenia ................................................................................................................... 6 Acidez do meio ............................................................................................................. 7 Cromogenia .................................................................................................................. 7 Vias de dispersão ......................................................................................................... 7 Metabólitos ................................................................................................................... 7 Ecologia ......................................................................................................................... 8 Nutrição ......................................................................................................................... 8 Reserva.......................................................................................................................... 9 3. Estrutura das células fúngicas ..........................................................................10 Unicelulares x pluricelulares ...................................................................................... 10 Parede celular ............................................................................................................. 11 Membrana plasmática ............................................................................................... 12 Citoplasma fúngico .................................................................................................... 12 4. Morfologia ........................................................................................................13 5. Reprodução ......................................................................................................17 6. Classificação dos fungos ..................................................................................20 Divisão zygomycota ................................................................................................... 20 Divisão ascomycota ................................................................................................... 20 Divisão basidiomycota ............................................................................................... 20 Divisão deuteromycota .............................................................................................. 20 Referências .......................................................................................................................23 Micologia 4 1. DEFINIÇÃO E EPIDEMIOLOGIA A Micologia é definida como o estudo de microrganismos conhecidos por fungos e leveduras. Acredita-se que existam mais de 5 milhões de espécies no Reino Fungi, sendo, depois dos insetos, o grupo de organismos mais diverso do planeta. No perí- odo pré-histórico, os fungos comestíveis, os venenosos e os alucinogênicos já eram conhecidos. Entretanto, durante várias décadas, os fungos foram pouco explorados pela medicina, apesar de terem um papel crucial na saúde humana. Esses organis- mos convivem conosco todos os dias e são encontrados praticamente em qualquer local do ambiente, inclusive em nós, seres humanos. Além do ponto de vista da medicina, esses organismos são úteis como decompositores de resíduos orgâni- cos, causando a decomposição ou a degradação de alimentos, transformando-os em elementos assimiláveis pelas plantas. Eles também têm implicações em várias áreas: Medicina humana e veterinária, Farmácia, Nutrição, Fitopatologia, Agricultura, Biotecnologia, entre outras. Figura 1: Cogumelo Boletus. Fonte: Krasula/shutterstock.com Micologia 5 Acredita-se que existam pelo menos 250 mil espécies de fungos, sendo que me- nos de 150 foram descritos como patógenos humanos. A nossa relação com os fun- gos podem envolver tanto fatores benéficos, quanto maléficos. Quem nunca comeu um pão, bolo ou cerveja que contenha leveduras? Então! Muitos fungos são comestí- veis e fazem parte da nossa mesa todos os dias. Além disso, quem nunca ouviu falar sobre o antibiótico Penicilina? Pois é, sua origem também vem dos fungos. Alguns fungos estão constantemente presentes no nosso corpo, sem gerarem doença, prin- cipalmente na boca, pele, intestino e vagina. A presença da microbiota bacteriana residente e as defesas imunitárias do organismo impedem-nos de se disseminarem. De modo contrário, alguns fungos são capazes de provocar diversos quadros infec- ciosos com formas clínicas localizadas ou disseminadas. Isso ocorre principalmente em indivíduos submetidos a terapêuticas antibióticas de longo prazo que alteram o equilíbrio entre fungos e bactérias e nas que tomam corticosteroides ou são imunos- suprimidos. Dentre as centenas de espécies de fungo descritas, as leveduras do gê- nero Cândida são os maiores agentes relacionados à infecção humana. No entanto, de um modo geral, ao longo dos últimos dez anos, a incidência de infecções impor- tantes causadas por fungos tem aumentado. Essas infecções estão ocorrendo como infecções nosocomiais e em indivíduos com sistema imunológico comprometido. As micoses mais comuns são as superficiais, que afetam a pele, os pelos, o cabelo, as unhas, os órgãos genitais e a mucosa oral. Note que esses organismos dão prefe- rência a locais úmidos e quentes, pois nessas regiões eles encontram as condições propícias para o seu desenvolvimento. 2. CARACTERÍSTICAS GERAIS Os fungos interagem de várias maneiras com os seres humanos e os ambientes que os cercam. Como outros organismos, existem meios ideais para a sobrevivência fúngica, o que ajuda na sua proliferação e patogenia. Abaixo estão descritas algu- mas especificidades desses organismos: Temperatura Diferentes tipos de fungos podem se desenvolver em uma extensa faixa de tem- peratura. No entanto, a maioria desenvolve-se melhor entre 25º a 30º C. Alguns fun- gos isolados do estado parasitário preferem temperaturas próximas de 37º C, para seu isolamento inicial. Micologia 6 Umidade Diferente da temperatura, o ambiente saturado de umidade é melhor para os fun- gos. Exemplo disso são os bolores que aparece nos lugares mais úmidos de nossas casas. Figura 2: Morango mofado. Fonte: Astrid Gast/shutterstock.com Termogenia Devido a propriedades fermentativas presente em alguns tipos de fungos, como as leveduras, pode haver um aumento da temperatura do meio em que se desen- volvem. Isso ocorre porque essas fermentações são reações exotérmicas, ou se- ja, liberam calor. Por exemplo, a oxidação total de 180 g de glicose pela levedura Saccharomyces cerevisiae produz cerca de 700.000 calorias. Essas fermentações ocorrem pela presença de diversas enzimas presentes dos mais variados tipos de fungos: Glicidases (sacarases, maltases etc.), enzimas proteolíticas (proteases, pep- tidases) e ainda fosfatases, asparaginase, oxirredutase, dehidrogenase, entre outras. Micologia 7 Acidez do meio A maioria dos fungos se desenvolvem em um pH entre 5,6 e 7. No entanto, eles possuem tolerância em uma ampla faixa de variação. Os fungos filamentosos po- dem crescer na faixa de pH entre 1,5 e 11, já as leveduras não toleram pH alcalino. Muitas vezes, a pigmentação dos fungos está relacionada com o pH do substrato. Os meios com pH entre 5 e 6, com elevadas concentrações de açúcar, alta pressão osmótica, tais como geleias, favorecem o desenvolvimento dos fungos nas porçõesem contato com o ar. Cromogenia Os fungos são cromóparos, ou seja, eles possuem a particularidade de difundir, no meio em que se reproduzem, pigmentos que produzem. Por conta disso, eles podem “colorir” o ambiente ou apenas pigmentar os seus micélio e esporos. Quando os pig- mentos vão para o meio, os fungos se chamam Cromóparos, quando o pigmento fica retido em partes do fungo, eles se chamam Cromóforos. É por conta disso que algu- mas culturas fúngicas apresentam-se com variadas colorações: negra, vermelha, ama- rela, branca, acastanhada, verde etc. Vias de dispersão Apesar de poder se dispersar por meio da água, sementes, insetos, carregado por animais ou até seres humanos, a principal via de dispersão é o ar atmosférico, atra- vés dos ventos. Os fungos que se dispersam pelo ar atmosférico são denominados de fungos anemófilos e têm importância em alergias no homem e como agentes de- teriorantes de diversos materiais. Metabólitos Outra característica bem importante para a medicina é o fato de que os fungos podem produzir metabólitos. O metabolismo dos fungos tanto produz uma vitamina como uma toxina, tanto um antibiótico como um outro produto industrial qualquer (leucina, serina, arginina, metionina, ácido oleico, ácido esteárico, prolina, histidina e muitos outros). Exemplo disso é a penicilina produzida pelo Penicillium notadum, ou a estreptomicina produzida pelo Stretomyces griseus. Micologia 8 Ecologia A maioria dos fungos vive nos mais diversos substratos da natureza e é isolada do solo seco, pântanos, troncos apodrecidos ou nas frutas, leite, água, poeira. São deno- minados geofílicos aqueles que têm preferência para o solo. Os zoofílicos são aqueles que usualmente crescem em animais e, antropofílicos, os que só têm sido isolados do homem. Exemplos de agentes que infectam os seres humanos são os Trichophyton rubrum e Epidermophyton floccosum, causadores de micoses superficiais. Figura 3: Micose superficial em pé humano. Fonte: chaipanya/shutterstock.com Nutrição Diferente das plantas, os fungos não possuem clorofila, e consequentemente não são capazes de sintetizar sua própria fonte de energia. Esses organismos são responsáveis por ajudar na decomposição da matéria orgânica morta, transforman- do-as em micronutrientes para continuar o ciclo da cadeia alimentar. Além disso, estão associados a simbiose com vários vegetais, ajudando-os na retenção de água e nutrientes. Sendo assim, eles obtêm sua nutrição através do saprofitismo e parasi- tismo. A maioria é saprófita. Muitas espécies fúngicas podem se desenvolver em meios mínimos, conten- do amônia ou nitritos, como fontes de nitrogênio. As substâncias orgânicas, de Micologia 9 preferência, são carboidratos simples como D-glicose e sais minerais como sulfatos e fosfatos. Além disso, oligoelementos como ferro, zinco, manganês, cobre, molib- dênio e cálcio são exigidos em pequenas quantidades. No entanto, alguns fungos requerem fatores de crescimento, que não conseguem sintetizar, em especial, vitami- nas, como tiamina, biotina, riboflavina e ácida pantotênico. Nessa condição, os fun- gos trazem, muitas vezes, benefícios, como, por exemplo, na função de limpadores do solo, pelo consumo de matéria orgânica apodrecida nele espalhada. Outras vezes acarretam prejuízos quando, por exemplo, crescem em comestíveis enlatados, nos celeiros de cereais, nas frutas ou legumes. Reserva Assim como os seres humanos, os fungos também são capazes de armazenar glicogênio. Lembrando que o glicogênio é um polissacarídeo constituído por uma cadeia de monômeros de glicose. Ele se assemelha à cadeia do amido, sendo ainda mais ramificado. MAPA MENTAL CARACTERISTICAS GERAIS Pode gerar aumento da temperatura do meio CARACTERISTICAS GERAIS Nutrição Acidez Termogenia Temperatura Ecologia Úmidade Simbioses com plantas e animais Microrganismos de grande impacto na vida humana e para natureza Reciclagem de matéria nos ecossistemas Decomposição da matéria orgânica A maioria desenvolvem melhor em um pH entre 5 e 7 Ambiente saturado de umidade é o melhor A maioria desenvolve-se melhor entre 25º a 30º C Micologia 10 3. ESTRUTURA DAS CÉLULAS FÚNGICAS Os fungos são organismos eucariontes. Por conta disso, suas estruturas possuem diversos aspectos em comum com outros tipos de organismos eucarióticos. Unicelulares X pluricelulares Em termos microscópicos, os fungos podem ser divididos em unicelulares, como as leveduras ou multicelulares, como os fungos filamentosos. Isso é importante, pois tem impacto na reprodução fúngica. Por exemplo, leveduras crescem na forma de células únicas, que se reproduzem assexuadamente por brotamento. Quando esses fungos se organizam e formam estruturas macroscópicas, eles têm dois tipos de as- pectos. Os fungos unicelulares se juntam, formando os bolores, e os fungos filamen- tosos formam os cogumelos. Figura 4: Bolores. Fonte: Kamutchart B/shutterstock.com Micologia 11 Figura 5: Cogumelos. Fonte: Gita Kulinitch Studio/shutterstock.com Se liga! Apesar dessa classificação, diversos fungos de importân- cia médica exibem dimorfismo térmico, isto é, formam estruturas distintas em diferentes temperaturas. Apresentam-se como bolores no meio externo, à tem- peratura ambiente e como leveduras, ou outras estruturas, nos tecidos huma- nos, à temperatura corporal. Parede celular A parede celular fúngica é muito complexa quimicamente, apresentando uma matriz externa mucilaginosa, formada por um polissacarídeo solúvel. As espécies de fungos verdadeiros apresentam uma parede formada por uma matriz de fibras de quitina. Já os Oomycetes apresentam uma parede formada por celulose, um dos mo- tivos para considerar esse grupo como pseudofungos. A quitina é o mesmo material de que é feito o exoesqueleto dos artrópodes. É por conta da característica da pare- de fúngica que faz com que eles sejam insensíveis a antibióticos, como a penicilina, que inibem a síntese de peptideoglicano. Quitina é um polissacarídeo nitrogenado composto por longas cadeias de N-acetilglicosamina. É por conta da dessa parede que os fungos podem se proteger da diferença de osmolaridade entre o meio inter- no e externo, evitando a infiltração de água e rotura da parede. Além disso, a parede Micologia 12 celular fúngica contém também outros polissacarídeos, dos quais o mais importante é o β-glicano, um longo polímero de D-glicose. Mas também, pode possuir celulose, mananas e membrana celular com esteróis presentes. Membrana plasmática A membrana da célula fúngica é fundamentalmente lipoproteica, sendo compos- ta por duas camadas de lipídios e dotada de permeabilidade seletiva. Possui várias glicoproteínas voltadas para o meio extracelular, com capacidade de aderência de moléculas. Além disso, é dotada de proteínas transmembranas que permitem o fluxo de substâncias do intracelular para o extracelular e vice-versa. Tudo isso é muito se- melhante com a estrutura da membrana plasmática humana. No entanto, a principal diferença é que nos fungos a membrana contém ergosterol, contrariamente à mem- brana humana, que contém colesterol. Se liga! É por conta da ação seletiva da anfotericina B e de azóis, como fluconazol e cetoconazol, sobre os fungos que o antifúngico ataca a membrana do fungo e não dos seres humanos. Citoplasma fúngico Como já foi dito, os fungos são seres vivos eucarióticos. Quando se trata de leve- duras, há apenas um núcleo, já os fungos filamentosos ou bolores, são multinuclea- dos. O núcleo é envolto por uma carioteca, lipoproteica e porosa, permitindo a saída de material genético para o citoplasma. O nucléolo, assim como nos seres humanos, também tem a função de produzir o RNA ribossômico. Seu citoplasma contém mito- côndrias constituídas por cristas planas, DNA e ribossomos próprios. Além disso, há a presença de proteínas do citoesqueleto que ajuda no processo de divisão celular. As células dos fungos não possuem plastídios e nem centríolo,mas estão presentes a estrutura de Golgi, retículo endoplasmático rugoso e os peroxissomos. Os flagelos podem estar presentes somente nas estruturas de reprodução em alguns grupos. Micologia 13 4. MORFOLOGIA Como foi dito acima, microscopicamente, os fungos podem ser divididos em colônias de leveduras ou filamentosas. As colônias leveduriformes são pastosas ou cremosas, formadas por microrganismos unicelulares que cumprem as funções vegetativas e reprodutivas. Enquanto isso, as colônias filamentosas podem ser al- godonosas, aveludadas ou pulverulentas; são constituídas fundamentalmente por elementos multicelulares em forma de tubo, que denominamos de hifas. Portanto, os fungos pluricelulares são formados por células alongadas constituindo estruturas filamentosas que recebem o nome de hifas. O conjunto de hifas entrelaça-se e acaba formando o corpo do fungo, esse conjunto de hifas forma uma estrutura chamada de micélio. Em relação à presença de septos, as hifas podem ser classificadas em con- tínuas ou cenocíticas e tabicadas ou septadas. Os septos são projeções da parede celular em direção ao centro do tubo, mas que não se encontram no centro da hifa e, portanto, formam um poro. Essas paredes transversais dão um aspecto de compar- timentos para a hifa, ou seja, as hifas não cenocíticas ou regularmente septadas são multicompartimentadas. MAPA MENTAL ESTRUTURA DA CÉLULA ESTRUTURA DA CÉLULA DNA e associação com histonas Heterotróficos por absorção Aeróbios e/ou anaeróbios Membrana plasmatica Endomembranas Núcleo, nucleolo, mitocondrias Parede celular Uni ou pluricelulares Proteínas do citoesqueleto Eucariontes Estrutura rígida → protege de diferenças osmóticas Constituída por quitina Micologia 14 Figura 6: Hifa septada. Fonte: piyawat chaichompoo/shutterstock.com Possuem hifas septadas os fungos das divisões Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota, e hifas cenocíticas os das divisões Mastigomycota e Zygomycota. Em relação à espessura, as hifas podem ser delgadas (como os Actinomicetos, micetoma actinomicótico e pseudomicoses superficiais), que são aquelas que têm espessura em torno de 1 μm, mais ou menos (são atualmente denominadas de fila- mento bacteriano); já as hifas mais espessas, de 2 até mais de 10 μm, são próprias dos fungos verdadeiros. Como assim verdadeiro? Pois é! As hifas podem ser clas- sificadas ainda como verdadeiras ou falsas. As hifas verdadeiras são as que cres- cem sem interrupção, a partir de germinação de um esporo. As falsas hifas ou hifas gemulantes ou pseudo-hifas são as que crescem por gemulação ou por brotamento sucessivo. Estas últimas são características das leveduras ou fungos que se repro- duzem por gemulação (brotamento) e produzem as leveduroses (sapinho) bucal e sapinho vaginal, por exemplo. Micologia 15 Figura 7: Candida albicans, uma pseudo-hifa. Fonte: Komsan Loonprom/shutterstock.com Uma última maneira de estudar as hifas é pela coloração. As hifas hialinas de cores claras são chamadas mucedíneas. As hifas de tonalidade escura ou negra são hifas demácias. Nesse caso, as micoses por elas produzidas são chamadas Demaciomicoses. Exemplos: Cromomicose e Tinea nigra. Saiba mais! A Tinea nigra é uma ceratofitose que se manifesta pelo aparecimento de manchas enegrecidas ou na tonalidade café-com-leite, ocorrendo principalmente na palma da mão, mas que pode surgir em qualquer localização do corpo, como na região plantar, na região glútea, no abdome e até na unha. As margens da lesão podem apresentar-se ligeiramente elevadas e são levemente descamativas. No entanto, não há prurido. Micologia 16 O micélio pode se desenvolver no interior do substrato, funcionando também como elemento de sustentação e de absorção de nutrientes. Quando isto ocorre, chamamos esse micélio de vegetativo. Por outro lado, quando o micélio que se pro- jeta na superfície e cresce acima do meio de cultivo, chamamos de micélio aéreo. Quando o micélio aéreo se diferencia para sustentar os corpos de frutificação ou pro- págulos, temos um micélio reprodutivo. Os propágulos ou órgãos de disseminação dos fungos são classificados, segundo sua origem, em externos e internos, sexua- dos e assexuados, mas veremos isso com mais detalhe do próximo tópico. Embora o micélio vegetativo não tenha especificamente funções de reprodução, alguns fragmentos de hifa podem se desprender do micélio vegetativo e cumprir funções de propagação. MAPA MENTAL MORFOLOGIA Conjunto de hifas MORFOLOGIA Colônias de leveduras Colônias filamentosas Micélio Septos Hifas Corpo de frutificação Contínuas ou septadas Tubo microcópico que contém o material do fungo Algodonosas, aveludadas ou pulverulentas Agrupamento de micélios Projeções da parede celular em direção ao centro do tubo Pastosas ou cremosas Micologia 17 5. REPRODUÇÃO A maioria dos fungos se reproduz de forma sexuada por acasalamento, resultado da plasmogamia, cariogamia e meiose. Nos fungos que se reproduzem de forma as- sexuada, envolve apenas a mitose. Os fungos sexuados são aqueles que se reprodu- zem por meio de esporos sexuados. Já os assexuados formam os conídios que são os esporos assexuados. A reprodução assexuada é mais importante para a multiplicação e dispersão, en- quanto a reprodução sexuada tem como principal função a produção de variabilida- de genética da progênie. Fungos que não formam esporos sexuados são referidos como “imperfeitos”, sendo classificados como fungos imperfeitos. A maioria dos fungos de importância médica propaga-se assexuadamente pela formação de coní- dios, esporos assexuados que se formam a partir das laterais ou extremidades de estruturas especializadas. A morfologia, a coloração e o arranjo dos conídios auxi- liam na identificação dos fungos. Alguns conídios importantes são: Artrósporos Formados pela fragmentação das extremidades das hifas Clamidósporos São esféricos, de parede espessa e bastante resistentes. Blastósporos São formados pelo processo de brotamento pelo qual as leveduras se repro- duzem assexuadamente. Esporangiósporos São formados no interior de um saco, esporângio, em um pedúnculo, por bolores como Rhizopus e Mucor. Existem dois tipos de reprodução assexuada: • Reprodução somática: Nesse caso ocorre a gemação ou brotamento que é a divisão transversal seguida pela separação de células filhas, e fragmentação de hifas. • Reprodução Espórica: Ocorre pela produção de mitósporos, um derivado da meiose, podendo ser móveis ou imóveis. Micologia 18 Figura 8: Aspergillus sp. Fonte: Jirawan muangnak/shutterstock.com Na reprodução assexuada, os conídios são produzidos em grande número e re- sistentes às condições ambientais diversas. Podem ser ativa ou passivamente li- berados e dispersos por diversos meios. Os esporos ou conídios, para germinarem, necessitam de calor e umidade e o resultado desta germinação é a formação de um ou mais filamentos finos, conhecidos como tubos germinativos. Esses tubos se ra- mificam em todos os sentidos formando uma massa filamentosa que é o micélio. Na maioria dos casos, o sistema vegetativo encontra-se no interior dos tecidos parasita- dos, no solo ou na matéria orgânica em decomposição. Com a formação dos espo- ros ou conídios é necessário que estes tenham acesso livre ao ar, para assegurar sua disseminação. O ciclo de vida dos fungos compreende duas fases. Uma somática, caracterizada por atividades alimentares, e outra reprodutiva, onde os fungos podem realizar reprodução sexuada ou assexuada. Em ambos os casos, um grande número de estruturas é formado, dependendo da espécie. As estruturas assexuadas, como também as sexuadas, podem ser formadas isoladamente ou em grupos, neste caso, formando corpos de frutificação. De acordo com tipo de reprodução realizada, os fungos podem ser divididos em três grupos: • Holomorfo: aquele que no ciclo de vida realiza ambas as reproduções, sexuada e assexuada. • Anamorfo: aquele que no ciclo de vida realiza apenasa reprodução assexuada. • Teleomorfo: aquele que no ciclo de vida realiza apenas a reprodução sexuada. Micologia 19 MAPA MENTAL REPRODUÇÃO ASSEXUADA REPRODUÇÃO FÚNGICA SEXUADA MICÉLIO ESTRUTURA PRODUTORA DE CONÍDEOS HIFAS CONÍDEOS GERMINAÇÃO ESTADO HETEROCARIÓTICO FUSÃO DOS NÚCLEOS ZIGOTO MEIOSE ESTRUTURA PRODUTORA DE ESPOROSESPORO GERMINAÇÃO FUSÃO DOS CITOPLASMAS MICÉLIO Micologia 20 6. CLASSIFICAÇÃO DOS FUNGOS Lembram da classificação dos seres vivos? Então! No planeta existe um número enorme de seres vivos que são classificados como integrantes dos reinos Monera, Plantae, Fungi, Protista e Animalia. O Reino Fungi é dividido em seis filos ou di- visões dos quais quatro são de importância médica: Zygomycota, Ascomycota, Basidiomycota e Deuteromycota. Divisão zygomycota Nessa divisão temos os fungos de micélio cenocítico. A reprodução deles pode ser sexuada, pela formação de zigósporos e assexuada com a produção de esporos, os esporangiósporos, no interior dos esporângios. Os fungos de interesse médico se encontram nas ordens Mucorales e Entomophthorales. Divisão ascomycota É nesse grupo que estão inclusos os fungos de hifas septadas. A sua principal característica é o asco, estrutura em forma de saco ou bolsa, no interior do qual são produzidos os ascósporos, esporos sexuados, com forma, número e cor variáveis para cada espécie. As espécies patogênicas para o homem se classificam em três classes: Hemiascomycetes, Loculoascomycetes e Plectomycetes. Divisão basidiomycota Compreendem fungos de hifas septadas, que se caracterizam pela produção de esporos sexuados, os basidiósporos, típicos de cada espécie. A espécie patogênica mais importante se enquadra na classe Teliomycetes. Divisão deuteromycota Engloba fungos de hifas septadas que se multiplicam apenas por conídios e por isso são conhecidos como Fungos Imperfeitos. Os conídios podem ser exógenos ou estar contidos em estruturas como os picnídios. Entre os Deuteromycota se encon- tra a maior parte dos fungos de importância médica. Micologia 21 MAPA MENTAL MORFOLOGIA Divisão basidiomycota CLASSIFICAÇÃO Divisão ascomycota Divisão deuteromycota Divisão zygomycota Fungos de micélio cenocítico, com reprodução sexuada e assexuada Fungos de hifas septadas e presença de asco Fungos que se multiplicam apenas por conídios e por isso são Fungos Imperfeitos. Fungos de hifas septadas, que tem esporos sexuado, os basidiósporos Micologia 22 MAPA GERAL MICOLOGIA MORFOLOGIA Estudo dos fungos Microrganismos de grande impacto na vida humana e para natureza CLASSIFICAÇÃO REPRODUÇÃO FÚNGICA ESTRUTURA Colônias de leveduras e filamentosas Corpo de frutificação SEXUADA OU ASSEXUADA Divisão ascomycota Divisão basidiomycota Divisão zygomycota Divisão deuteromycota Septos Hifas Micélio Parede celular de quitina Uni ou pluricelulares Eucariontes Heterotróficos por absorção Micologia 23 REFERÊNCIAS Oliveira JC de. Tópicos em micologia médica. Rio de Janeiro: [S.n.], 2014. Levinson W. Microbiologia médica e imunologia [recurso eletrônico]. 10. ed. Trad. Martha Maria Macedo Kyaw. Porto Alegre: AMGH, 2011. Kumar V, Abbas AK, Aster JC. Robbins patologia básica. 9. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013. Raven PH, Evert RF, Eichhorn SE. Biologia vegetal. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1992. Santos ERD dos. Material complementar ao livro Sistemática Ve getal I: Fungos. Florianópolis: [S.n.], 2015. Murray PR, Rosenthal KS, Kobayashi GS, Pfaller MA. Microbiologia médica. 4. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004. sanarflix.com.br Copyright © SanarFlix. Todos os direitos reservados. Sanar Rua Alceu Amoroso Lima, 172, 3º andar, Salvador-BA, 41820-770
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